Ok. Então vamos lá. Eu vou falar sobre design thinking, já traduzindo para o português, que é pensamento projetual. E vocês vão perceber que traduzir dessa maneira ajuda bastante a entender o assunto e conversar sobre ele. Porque na língua portuguesa temos uma vantagem muito legal, que é de falar de, botar o plural aí, e falar de pensamentos projetuais, que no inglês já não é tão fácil. Design thinking no singular, design thinking no plural é a mesma palavra. Mas no português a gente pode diferenciar. E eu vou fazer essa diferenciação porque ela é fundamental para entender como que um pensamento projetual de um indivíduo se conecta a um pensamento projetual de uma disciplina e essa disciplina se conecta a outras disciplinas. E as disciplinas, no caso, que eu vou querer tratar aqui, é a engenharia design, que é o ponto de intersecção que vem trabalhando de várias coloções. Eu estou presente em todas as redes sociais, praticamente, como usabilido, quem quiser me acompanhar no meu trabalho, fica à vontade, tá bom? E podem me mandar e-mails e outras mensagens por outros meios em outros momentos. Então, vamos lá. Só um pouquinho para eu ajeitar aqui. Ok. Bom, eu não vou fazer a apresentação clássica de design thinking que todas as pessoas que estão começando na área fazem e que às vezes a pessoa sabe tão pouco, mas ela já sabe o suficiente para ensinar para uma outra. Então, ela faz uma apresentação baseada no modelo simplista de school da Stanford, que é o mais conhecido no mundo todo, mas que eu acho simplista demais. Existe um modelo um pouco mais complexo do professor Abhi Peranjan, que é um indiano que pesquisou o assunto durante 40 anos, faleceu recentemente, que é um modelo que mostra essa combinação diferente de pensamentos projetuais. Agora, no plural, porque além da parte processual, que você tem que seguir etapas, mais do que isso, o pensamento projetual é você refletir sobre essas etapas. E ele mostra que tipo de pensamentos que estão envolvidos nessa reflexão, nessa síntese, nessa intenção, na exploração, no analítico. Então, todos esses pensamentos fazem parte do pensamento projetual. Porém, eu também não vou explicar esse modelo aqui, porque eu quero falar hoje sobre algo muito mais importante, que é a possibilidade dos pensamentos projetuais de engenharia e design se juntarem e gerar algo maravilhoso. Porque para mim, pensamento projetual não é um modelo, nem um método em particular. É uma prática de colaboração interdisciplinar. É fazer as coisas funcionárias. Pensar fazendo, fazer pensando. Isso é um insight que eu pego da pesquisadora Lucy Kimbell, que escreveu um artigo maravilhoso sobre rethinking, design thinking, repensar o design thinking para ele ser muito mais uma área de pesquisa do que uma área prática que fica apenas reproduzindo os mesmos modelos. Para ser uma área prática, reflexiva, que também gera conhecimento de pesquisa. Por que essa proposta da Kimbell e por que a minha proposta dessa fala? Porque eu vejo a engenharia e o design num contínuo entre ciência e arte, que vocês estão vendo aí na tela. Algumas pessoas falam que engenharia é ciência, outras pessoas falam que não é ciência. Tem gente que fala que design é ciência, tem gente que fala que design é arte. Mas eu não acho que design ou engenharia é. Design está mais para arte ou está mais para ciência, dependendo da situação. E mesmo vale para engenharia. A engenharia também pode se tornar arte. E quando se torna arte é que se torna muito mais interessante se dizer se ela é arte ou não é arte. Porque quando elas começam a se mexer, ir para um lado ou para o outro, ao invés de ficar estancas paradas na sua gavetinha, no seu cantinho, na sua disciplina, no seu departamento, no seu prédio, na universidade, quando se mistura ciência e engenharia, o resultado é tecnologia, novas tecnologias. Quando se mistura engenharia e design, o resultado é inovação. E quando se mistura design e arte, o resultado são experiências incríveis, que a gente lembra o resto da vida. Agora, a grande questão que eu quero colocar para vocês é que está posta aqui por esse projeto. Como que o iPod conseguiu juntar tecnologia avançada, inovação de negócios e uma experiência do usuário incrível? Como que eles fizeram isso a ponto de que um objeto técnico produzido em larga escala foi exibido no Museu de Arte, nos mais conceituados de Nova York, em 2001? Então, essa pergunta, que é chamada de um milhão de dólares, e que eu venho buscando responder de diferentes maneiras através de pesquisas e projetos de tensão em consultoria com empresas, que é o que eu chamo de pensamento projetual expansivo. Então, não é qualquer design thinking que junta tudo isso. É o design thinking expansivo, ou expansive design thinking, ou traduzindo pensamento projetual expansivo. Eu explico. Então, pensamento projetual, eu já dei algumas dicas, o que seria. Você tem o pensamento do engenheiro ou do designer individual. Cada um pensa sobre o projeto que desenvolve do jeito que consegue desenvolver de acordo com a sua experiência cultural, da sua experiência profissional, e vai desenvolvendo um pensamento projetual. Então, eu posso falar do pensamento projetual do Fred, o Bruno Mattioli, pode falar do pensamento projetual do Bruno Mattioli. Mas eu posso falar também sobre o pensamento coletivo da disciplina do design, que eu faço parte, eu represento ela aqui nesse momento. O Bruno Mattioli pode falar sobre o pensamento coletivo da disciplina de engenharia. Lá dentro tem uns pedaços que é engenheiro elétrico, que às vezes é diferente de outras engenharias. Mas, para simplificar essa discussão, que eu não quero muito a fundo, vamos dar dois exemplos aqui. Do lado esquerdo vocês veem um pensamento coletivo da disciplina de engenharia resolvendo o mesmo problema que o pensamento coletivo da disciplina de design, que é bem muito simples. Crie o máximo possível de maneiras de ir de um ponto A até um ponto B. Então, do lado direito, um designer, o que vai fazer? Vai criar realmente essas diferentes maneiras de A até B. E uma maneira de preparar nesse tom, como dizia uma propaganda antigamente. Agora, do lado esquerdo, um engenheiro senta e fala "eu não vou ficar desenhando, dá muito trabalho isso aqui, eu vou fazer uma coisa mais simples que gere mil e uma maneiras sem tanto esforço de desenho, sem também queimar minha mufa com a criatividade, de ter que pensar diferentes desenhos". Então, o que os engenheiros fizeram nessa oficina de co-criação que a gente rodou lá na Copel? Eles criaram um algoritmo que gera, randomicamente, mil e um caminhos de A até B. Eles não puderam executar o algoritmo, porque, enfim, o sistema que a gente estava usando não suporta a compilação, mas eles fizeram o ponto deles, que os engenheiros pensam de uma maneira diferente sobre o mesmo tipo de problema e podem ser capazes de gerar ideias diferentes. Algumas pessoas vão dizer "ah, os engenheiros não foram criativos". Eu diria, eles foram criativos de uma maneira diferente. A qualidade que eles estão buscando, que é a eficiência, que é evitar o trabalho braçal desnecessário, através de uma automatização da solução, foi atingida. Então, tem algum vigor, tem alguma criatividade ali. Só que do outro lado vocês veem que existe um outro tipo de criatividade que foca numa estética, que foca numa funcionalidade, que foca em outros elementos diferentes. Então, o design, ele tem essa característica de ele ser mais difuso do que a engenharia que prima por um foco maior. Apesar de que isso depende muito da pessoa. Por isso que eu falei, o indivíduo também tem o seu próprio pensamento projetual. Aqui está representado de maneira estereotipada, ou talvez de maneira caricata, esses dois pensamentos. E o que me interessa nem é distinguir eles, mas principalmente pensar como eles podem se unir, como que eles podem se sobrepor. E a partir disso gerar novos pensamentos projetuais híbridos. Então, a expansão que eu anexo ao pensamento projetual é quando as disciplinas e os profissionais estão buscando pensar além, com outro quadro de referência. E aí não envolve só expansão individual, mas também coletiva das disciplinas se esticarem e buscar em momentos de intersecção como a gente está buscando aqui nesse evento. Então, o pensamento projetual expansivo é pensar junto, mesmo que haja diferenças. Essas diferenças são importantes porque elas vão gerar fricções. Então, como que normalmente as empresas e a própria universidade promove esse pensamento junto? Através de times multidisciplinares, cada pessoa representando uma disciplina e colaborando junto, através de processos interdisciplinares que promovem que as pessoas, durante o processo, elas tenham que interagir, porque as disciplinas têm que se encaixar de alguma maneira e isso gere fricção. Isso é um interdisciplinar. O multidisciplinar não necessariamente envolve essa fricção, esse entrelaçamento. Multidisciplinar pode ser assim, "gostaria de ouvir a opinião de cada um de vocês". Aí depois que eu ouvi a opinião de cada um especialista, eu tomo a minha decisão, isso é multidisciplinar, não é inter. Inter exige que se misture as ideias. E aí tem os anti-disciplinares, que é o caso dos espaços anti-disciplinares. Por exemplo, dentro das empresas hoje tem uma sala de criatividade, ou sala de descompressão, ou laboratório de inovação, que são espaços que têm puff, que têm coisas coloridas, às vezes tem grafite na parede. Esses espaços tentam quebrar a ideia de disciplina enquanto uma coisa que controla as pessoas, para as pessoas se sentir livres para colaborar. Tem a possibilidade de contratar profissionais que são especialistas nisso, em quebrar barreiras, ou ignorar essas barreiras, ou buscar o conhecimento além dessas barreiras disciplinares, que é o que a gente chama de transdisciplinar. E por fim, são aqueles que profissionais, ou pessoas, eu diria, porque, na verdade, quando a pessoa se torna indisciplinada, ela começa até a questionar a ideia de que ela é um profissional apenas. E ela começa a pensar, "eu sou mais do que um profissional, sou uma pessoa no mundo, com valores, e isso é muito mais importante do que ser um profissional". E eu vou mostrar um exemplo de cada um desses, de pesquisas que eu tenho realizado. O primeiro é sobre equipes multidisciplinares. Eu estudei na Holanda, durante o meu doutorado, vários projetos de construção de hospitais, percebi quais eram os atores que estavam envolvidos, os interesses, e modelei um jogo de tabuleiro que simula o conflito de interesses de diferentes especialistas. O jogo Hospital Expansivo foi jogado em mais de cinco vezes, e ele demonstra como que é difícil chegar a um acordo para decidir o que é o melhor projeto para o hospital, porque a cada disciplina tem o seu interesse e a sua perspectiva sobre os problemas que surgem. Essa aqui é a pesquisa que foi feita de base, antes de fazer o jogo de tabuleiro, eu estudei os projetos, como falei, e mapeei como se dava o processo interdisciplinário. Aqui está um dos diagramas que a gente desenhou, que mostra dentro da construção de hospital, uma pessoa, um engenheiro, ele faz, engenheiro elétrico, ele pede, não, desculpa, um engenheiro de máquinas, ou facility management, não lembro qual é o papel dele, ele pede para mudar os parâmetros de uma máquina de diagnóstico médico, gigantesca, super pesada, que precisaria reforçar a estrutura daquela construção, isso vai disparar uma série de mudanças em cascata dentro do projeto. Isso é um processo interdisciplinar com uma gestão fraca, porque muitas pessoas saíram bem chateadas com esse problema. É claro que poderia ter sido evitado com uma fase de briefing melhor feita, com todos os diferentes stakeholders envolvidos no começo, fazendo um co-design dos requisitos, que é algo que a Larissa vai falar um pouquinho daqui a pouco. Espaços antidisciplinares, então, o que aconteceu, que esse projeto que eu estava estudando, que eu mostrei agora a pouco, por vários outros motivos de conflitos interdisciplinares, ele foi cancelado e a universidade decidiu construir um design lab, um espaço de colaboração, em vez de ser um centro médico de diagnóstico por imagem. E aí esse design lab ficou vazio, porque a universidade não tinha muito tato para promover colaboração interdisciplinar, até que a gente fez uma ocupação desse laboratório. A gente promoveu, então, o uso desse laboratório de um jeito que a universidade nunca tinha imaginado e nem autorizou a gente usar. A gente pegou e encheu durante a noite o laboratório com um monte de material de co-criação. Ficamos criando música, poesia, projetos, ideias, qualquer coisa durante uma noite inteira. Algumas pessoas foram suspensas na universidade por conta dessa ocupação, mas depois de ouvir, os holandeses pensaram o melhor respeito e acabaram oficializando uma vez por mês. Tem lá a Makers Night, que é um evento de utilização livre do laboratório. Essa aqui é uma pesquisa que a gente fez na PUC do Paraná sobre o profissional transdisciplinar num programa chamado Apple Developer Academy, que, aliás, eu recomendo a qualquer estudante da UTF-PR de participar, está com as inscrições abertas neste momento, e lá eles formam o tal do Deviner, que é uma mistura do Developer com o Designer. E o Elias Ramutneto fez uma dissertação de mestrado maravilhosa sobre quais são as características incomum que têm esses profissionais que estão buscando a formação dupla em engenharia e design. E computação, às vezes, também, computação e design. E aí ele mostrou que tinha características, por exemplo, de ser pessoas curiosas, autodidatas, criativas e comunicativas. Mas não é uma regra, tem exceções também. E, por último, um exemplo aqui na UTF-PR, nas minhas aulas, eu tento sempre formar pessoas indisciplinadas que questionem, questionem, questionem. Então a gente tem uma figura curiosa no nosso campus, que algumas pessoas acham que é o Leonardo da Vinci, outras pessoas acham que é, sei lá, o Deus, que é um velho qualquer. Não está escrito quem é esse personagem, mas ele está segurando ali uma paleta de pintura e um globo terrestre embaixo tem uma engrenagem. Então ele representa a interdisciplinaridade na universidade que acontece poucas vezes. Tem poucas disciplinas em conjunto com estudantes de diferentes cursos, salvo que eu estou contribuindo para mudar, mas que a gente precisa também ter uma mudança radical. E para isso precisa ter ocupações como essa de mostrar que é a importância de discutir e ocupar o espaço da universidade, chamar atenção para essa possibilidade de colaboração. E o questionamento da disciplina, que é o que os nossos estudantes fizeram, é que no dia seguinte sumiu esse manifesto que foi colocado nessa estátua, infelizmente. Apesar de não ter sido nenhuma depredação do patrimônio público, ter acrescentado, pelo contrário, esteticamente alguma informação em algo que praticamente ninguém prestava atenção e admirava, infelizmente não foi entendido. Isso mostra que a articulação de pensamentos diferentes não é trivial e gera conflitos. E isso foi um conflito, só que o conflito gera mudança. O conflito é fundamental, a gente não pode evitar de passar pelo conflito quando a gente quer promover mudanças organizacionais e também mudanças sistêmicas, que é algo que João Tarrão vai falar um pouquinho daqui a pouco. Vejam do lado esquerdo como é um projeto sem conflitos. Tudo vai tranquilo, a ideia é realizada. O produto é colocado no mercado, mas é ruim. É uma porcaria esse produto, não serve para nada, ninguém quer esse produto. Porque só uma pessoa pensou nele. A ideia desse produto não foi confrontada com a realidade. Não houve um teste, não houve uma validação, porque isso poderia ameaçar a ideia do brilhante daquela pessoa que criou. Já o projeto com conflitos, ele envolve um confronto com outras pessoas. A ideia é confrontada com a outra ideia de outra pessoa. Tem um debate, tem uma negociação, então o produto que sai é melhor, porque ele já passou por um teste antes mesmo de ir para o mercado. Então você evita muitas vezes de cometer um erro de mercado, de posicionamento e vários outros tipos, às vezes um acidente, um produto que gera acidentes, se você tem perspectivas interdisciplinares se questionando umas às outras, gerando eventualmente conflitos que podem ser resolvidos com pensamento projetual expansivo. Vocês estão vendo meus slides? Então, beleza. Então aqui tem um outro aspecto dessa questão do conflito. O conflito muitas vezes ele acaba negando e fechando a possibilidade de pensar além do que é possível. Pensar o impossível se torna impossível porque alguém fala "se você fizer isso, ah não, isso aí vai acabar preso. Se você falar isso, isso vai explodir tal coisa, não vai dar certo". Então as pessoas elas se ameaçam e ao fazer isso elas geram a expectativa de um potencial conflito que ninguém está querendo mexer, ninguém tem coragem. Então a tal da caixa, que se fala "pensar fora da caixa" não é tão simples assim. Não é tão fácil porque? Porque tem os conflitos potenciais. Pensar fora da caixa tem consequências sérias. Às vezes pode até resultar na sua demissão dentro de uma empresa. Agora o que eu proponho é você estar nesse limite, nessa posição limítrofe expandindo a caixa. Não é pensar fora da caixa. O que eu posso fazer que não é possível, que é possível fazer mas que eu tenho que enfrentar conflitos. Então não é impossível, é possível, mas vai ter que ter uma tensão. Mas é uma tensão que dá para aguentar. E como é que se aguenta a tensão? Como é que se libera a tensão de maneira segura? E eu utilizo três ferramentas que eu tenho explorado nos meus experimentos. Jogos, brincadeiras e teatro. Que se quiser são obviamente interdisciplinaridade entre arte, design, engenharia e ciência porque jogos, brincadeira e teatro estão nessas quatro áreas mas principalmente a partir da arte. Elas permitem liberar essas tensões de maneira segura e criativa. Revelando o que eu chamo do novo possível. Novo possível é aquele impossível que se tornou possível por enfrentar com coragem as tensões que impediam de ver esse possível. E aqui eu vou mostrar quatro exemplos. Tá aqui no mapa da empatia, que é um jogo clássico aí de Game Storming. A gente jogou no hospital de clínicas uma situação em que havia um preconceito de que os médicos residentes estavam complicando a vida dos administradores do hospital e trazendo demandas que não eram necessárias ou não respeitando certas rotinas administrativas. E aí eles fizeram o mapa da empatia para ver se eles conseguiam se colocar no lugar dos médicos residentes e entender a perspectiva deles. Depois que eles montaram o mapa da empatia, vieram os médicos residentes verificar se eles tinham realmente entendido e todos os post-its laranjos representam aquilo que não foi entendido, não foi previsto pelos administradores. Ou seja, quebrou um preconceito e gerou obviamente uma tensão na discussão sobre esse preconceito. Isso foi essencial para curar um conflito que estava impedindo a colaboração entre vários departamentos lá dentro. Aqui um outro exemplo que tem muito a ver com quem participou aí já do Renault Experience que é um programa muito bacana de inovação aberta da Renault que muitos alunos da UTF-PR participam, um monte de equipe o que talvez vocês não saibam que esse programa é elaborado usando design thinking ou pensamento projetual expansivo. A gente fez várias oficinas de co-criação com os diferentes stakeholders até estudante participou em determinado momento e a gente usou muito o método chamado legacy-as-play para pensar como criar uma experiência incrível para o estudante, uma experiência de empreendedora. O legacy-as-play é legal porque você consegue expressar ideias metafóricas usando peças de Lego. A Larissa vai mostrar um pouquinho como isso pode ser feito de outra maneira também com Lego, mas não necessariamente legacy-as-play, é um material maravilhoso de trabalhar que a gente usou no planejamento do Renault Experience. Aqui tem um exemplo da Copel, o Copel+, que é outro programa de empreendedorismo também muito legal que ajudei a desenvolver quando eu estava na PUC do Paraná, que a gente construiu ele a partir de bonecos representando os stakeholders do projeto. E o que está acontecendo aqui com essas duas mãozinhas, pegando os bonecos, os stakeholders do projeto, ou melhor, aqueles que são os líderes do projeto, estão imaginando como os outros stakeholders vão pensar e dialogar sobre o projeto. Então, do lado tem um estudante, do lado esquerdo tem um professor. Como que o professor vai comunicar ao estudante o que é o Copel+. Então, ele estava imaginando esse diálogo numa espécie de teatro de bonecos improvisado. Nós fazemos isso sim e temos resultados maravilhosos para encontrar demandas que não foram pensadas pelo projeto. E por fim, teatro do oprimido, que é a ferramenta mais completa para imaginar cenários futuros, para tratar de conflitos. Nesse caso, estamos trabalhando com um conflito relacionado aos moradores de rua, pessoas que são em situação de rua, em Curitiba, e aí tem a perspectiva da polícia do lado esquerdo, tem a perspectiva do político que defende as causas sociais no meio, tem a perspectiva do empreendedor que está tendo o seu negócio prejudicado pelas pessoas que vão dormir na frente do seu negócio, e tem a perspectiva do lado direito de uma pessoa extremamente contra aquele político progressista. Então, tudo isso aparece no teatro de maneira muito dinâmica e você consegue ter uma visão geral dos conflitos e dos potenciais acordos que podem ser feitos. Então, para resumir a minha fala, o pensamento projetual expansivo está constantemente incluindo novas pessoas, novos problemas, ele busca uma visão ampla, holística, ou seja, que pegue todos os elementos dos fenômenos. Ele encara conflitos com coragem e a atitude é muito mais importante do que o processo. Lembra lá dos primeiros dois slides que eu mostrei modelos de processos? O primeiro é modelo de processo, o segundo é modelo de soft skills, mas eu não acredito em nenhum modelo, eu acredito muito mais em atitude, e a atitude vem da experiência pessoal, por isso que o pensamento projetual individual para mim também é importante. E por fim, promover mudanças que não são só quantitativas, mas também são qualitativas. Essa mistura de design, arte, tecnologia e ciência gera resultados, novamente, estou repetindo aqui, tecnologia, inovação e experiência que são incríveis, e que quando eles são combinados, existem essas qualidades quantitativas e qualitativas incríveis que é o pensamento projetual expansivo tanto ama e tanto cuida para que aconteça e floresça nos seus projetos. É isso, gente, eu agradeço e se vocês tiverem alguma dúvida, a gente vai estar atendendo agora as perguntas do chat.