sobre pensamento projetual tá que muita gente hoje utiliza o termo design thinking é digamos assim como as pessoas me identificam na agência PUC o especialista em design thinking mas o que significa isso? então vou explicar um pouquinho, a Cristina vai entender um pouquinho melhor porque eu fiz certas coisas naquele dia quando a gente fez a oficina de revisão de portfólio bom, a ciência ela está baseada nessa noção de projeto então é assim que a ciência se organiza a ciência antigamente sei lá, alguns séculos atrás não tinha noção de projeto caia a maçã na cabeça do cientista e ele tinha a ideia da descoberta, enfim as pessoas ficavam muito muito tempo porém nos últimos, no último século a gente teve uma organização da produção científica de maneira, às vezes até peirando industrial e o projeto é a unidade básica para entender uma, uma pesquisa científica aqui tem um exemplo que a gente ensina isso, a gente cultiva essa noção de que ciência igual ao projeto desde a da escola básica fundamental quando a gente na disciplina de ciências pedimos aos nossos estudantes para participar, montar um projeto para apresentar na feira de ciências então aqui tem uma uma criativa estudante que resolveu testar qual é a altura que você pode cair em um prédio e não se machucar muito então um projeto bastante original que utiliza o método científico de uma maneira talvez não tão enfim, meio perigosa há muitas maneiras de pensar projetos porém a maneira que está se tornando cada vez mais predominante hoje na ciência e eu estou falando não só da ciência animal mas ciências de modo geral é a gestão de projetos então hoje a gente tem uma profissionalização algumas pessoas colocam esse termo para o trabalho do pesquisador se tornando um gestor de projetos, com os projetos de grande porte com muitas pessoas envolvidas com uma delegação de tarefas, uma distribuição para atingir grandes resultados e a gestão do projetos promete que ela vai ajudar os pesquisadores a chegar nos resultados então muitos pesquisadores estão fazendo cursos de gestão de projetos ou contratando gestores profissionais na agência PUC nós temos alguns que ajudam os professores com isso porém a gestão de projetos induz uma visão bastante fragmentada do que é o projeto como é classicamente representado no diagrama Gantt que é esse que está aqui então cada parte do projeto, o projeto começa sendo dividido em partes, que eles chamam de work packages em inglês e aí você vai separando esses pacotes de trabalho e depois distribuindo eles ao longo do tempo e definindo quem vai fazer o que na prática isso aqui nunca acontece como foi previsto no cronograma o que demonstra que alguma coisa existe alguma disparidade entre a prática ideal de gestão de projetos e a prática real do projeto científico um dos problemas de se fiar apenas nessa maneira de pensar projetos, da gestão de projetos é que a qualidade não está garantida por separar as partes e atribuir funções muito claramente para cada pessoa então eu uso a anedota do balanço na árvore para representar o problema que surge a partir dessa compartmentalização da pesquisa e aqui não é um exemplo necessariamente de pesquisa científica mas pesquisa industrial então você tem um marketing fez uma pesquisa e identificou que precisávamos ter um balanço de árvore diferente um balanço com um assento só todo mundo já tinha então para criar um diferencial o marketing sugeriu que tivesse três assentos um em cima do outro a administração foi muito cara três assentos bota três fios então no lugar aí a engenharia foi construir e resolveu aplicar a pesquisa que eles tinham tecnológica de é utilização da força centrípeta em balanços e construiu um balanço para você andar na horizontal só que o pessoal que produziu não entendeu muito bem como é que funcionava e acabaram produzindo o que todo mundo faz que é um balanço simples de um assento só que na hora de montar o balanço simples eles perceberam que não ia funcionar montar o balanço no meio da árvore então eles cortaram a árvore no meio deixaram lá ela só que tinha que ficar sustentado fizeram uma gambiarra lá o pessoal montou isso aqui então esse é o resultado final desse processo compartimentalizado de silos da organização que poderia ter sido superado se alguém tivesse ido lá olhar qual era a real necessidade da sociedade ou dos usuários daquele processo industrial que era basicamente ter o reaproveitamento de um material de descarte que é o a roda já utilizada para ter um balanço em uma coisa muito simples podia ter sido feita então a qualidade do pro da pesquisa não é garantida pela gestão de projetos quando eu falo que a gente pode ter uma contribuição do design para a a pesquisa científica é que o design ele tem uma perspectiva mais holística sobre o projeto holística significa que considera outros aspectos além da tempo recursos e é pensar como recursos que a gestão do projeto ver o projeto como uma série de recursos estão sendo distribuidos recursos humanos e custos materiais a gente vê recursos só um dos elementos existem questões como criatividade questões como a impacto na sociedade que são é vistas no design design quando estou falando design não estou querendo falar de design de produto e design gráfico apenas daqui no no slide no topo eu tô falando de todas as outras disciplinas que na minha opinião são disciplinas projetuais arte arquitetura engenharia computação são disciplinas que também assim como a pesquisa científica se organizam a partir de projetos e são disciplinas que discutem e pensam o projeto enquanto uma questão importante é para se discutir algo que nas outras ciências talvez isso seja apenas implícito mas é uma provocação será que não é uma questão também a pesquisa na área de ciência animal na pesquisa na relativa a medicina veterinária então vou mostrar o que a gente discute dentro do design e a palavra design também eu não mencionei mas é uma palavra no português do brasileiro utilizado apenas com sentido restrito a forma de um objeto tá mais lá fora no exterior a palavra design ela tem um sentido muito mais abrangente que significa muito mais é projetar digamos assim no modo geral inclusivão todas aquelas áreas ali arte arquitetura engenharia design gráfico computação que seria pensamento projetual então como eu falei tradução do inglês design thinking é a minha tradução né eu prefiro traduzir porque quando eu traduz essa palavra me ajuda a explicar melhor esse ponto de que é uma maneira de pensar através de projetos e pensar é a base da ciência então pensamento projetual está para o design assim como pensamento jurídico está para o direito assim como existem diferentes tipos de pensamentos jurídicos grego romano moderno contemporâneo existe também vários pensamentos projetuais eu identifico três na minha pesquisa então a minha pesquisa científica é sobre isso é vou mostrar os três tipos que eu tô trabalhando atualmente pensamento projetual sistemático consiste em definir requisitos antes de começar a projetar requisitos é o que você precisa atingir nos naquele projeto que ele precisa oferecer como resultado projetar módulos ou componentes separado que atendam cada um requisito diferente atendo mais de um requisito aí você cria um sistema que conecta todos os componentes ou módulos o processo de sistematização serve para evitar o erro e a falha antes que seja implementado esse sistema você toma decisões baseadas em quantidades você mensura através de vários tipos de instrumentos e você projeta sempre com as restrições do contexto ou seja que pode ou que não pode fazer de maneira explícita então uma maneira bastante consciente como o nome já diz sistemática de projetar é muito comum nas engenharias e também parte da administração que também tem uma interface muito forte com a design existem alguns livros que eu estou mencionando aqui só para ter uma noção projeto na engenharia que é a bíblia digamos assim da da do projeto ciência de projeto nessa visão também conhecido como livro de paulo e mais são os dois primeiros autores tenha a bilhota linguagem padrões do christopher alexander livro bastante influente também na computação na arquitetura business model generation muito forte na hoje nas áreas de administração e especial na start-up na hot milk por exemplo a nossa celebradora de startups esse livro aí é utilizado como base para qualquer é processo de aceleração das empresas mas existem outras maneiras de pensar sobre projetos embora essa seja aqui talvez gere um número de publicações que apareça mais de maneira mais consistente até porque ela é mais explícito mais organizada uma área que também tem uma as pessoas que defendem a esse pensamento projeto ao sistema de como sendo melhor elas têm uma recu mais recursos elas entregam mais enfim mas existem outras maneiras de pensar projetos tá o pressão é projeto ao intuitivo esse é um dos que está cada vez mais perdendo espaço eu não gostaria que só acontecesse né porque eu acho que a partir da intuição também pode surgir é projetos muito interessante a intuição ainda é uma ferramenta fundamental para o investigador em especial o investigador científico então como é que começa esse projeto como falei é uma inspiração uma momento que a pessoa ver algo acontecer como cai a maçã na cabeça e formula a lei da gravidade o conceito é primeiramente visualizado através de esboços ou na mente mesmo ia aos poucos ele vai sendo materializado em diferentes alternativas então as fórmulas que explicam aquele fenômeno são tentadas de diferentes maneiras em os esboços daquela ideia para um produto vão ser tentadas de várias maneiras chamada de alternativas e o projeto é refinado os caras veem se vai de rejeitando essa alternativa não tá boa essa que não também não tá boa essa que poderia incorporar um outro elemento de outra até atingir um alto grau de incoerência interna quando aquela ideia ela se conecta várias outras ideias de maneira consistente então se tem uma ideia robusta a gente chama na na ciência do design de conceito o projeto não é implementado pelos seus criadores a pessoa que está pensando isso aqui o projeto ela não põe a mão na massa ela não vai lá na na fábrica ela não vai lá na oficina porque ela faz apenas o projeto entrega a palavra projeto às vezes é utilizada para descrever uma folha de papel que tem uma é o grupo de como é que é a planta baixa de um prédio a esse é o projeto o projeto não é só aquele produto aquilo ali é um produto do projeto o projeto é o processo como um todo então há pensamento projetual intuitivo ele envolve muitas vezes uma persuasão uma convencimento uma capacidade de vender aquilo para uma outra pessoa implementar convencer de que funciona e os os arquitetos são os especialistas nisso né vocês estão sempre muito bem vestidos aparece na mídia fazem apresentações incríveis né em venda de pensam nos carnais mai que seria os carnais mai se não pela pessoa dos carnais mai a maneira como ele apresenta os projetos dele né então aqui no caso tomou sendo um arquiteto dinamarques mais contemporâneo mas é basicamente a mesma proposta de você imaginar olha está imaginando que o nosso mundo como um todo está sendo projetado e a gente tem que começar a pensar de maneira holística arquitetura pode ser pensada por prédios tem que ser pensada por cidades as cidades como sistemas complexos onde cada edifício conversa um com o outro essa visão digamos desse arquiteto é claro que por trás disso ele está querendo pegar muito mais projetos que ele pega ao invés de pegar um pega dez né mas faz sentido então muito comum esse tipo de pensamento na arte na arquitetura design publicidade tem uns livros é científicos que estudam essa maneira de pensar design e o ex-opinão e eu acho que esse é o principal mas tem também o como os arquitetos de design expensa do brayan lawson que estuda uma perspectiva de psicologia e o uranipal as mar que estuda por uma perspectiva mais corporal física mesmo demonstra como às vezes os arquitetos pensam com as mãos quando eles estão desenhando sabe nem ver é verbalizam ou é com se é torna consciente que eles estão fazendo quando estão esboçando um prédio isso também acontece outras profissões embora ele tem estudado apenas arquitetura e por fim o pensamento projetual expansivo esse meu favorito é onde dedica uma parte da minha pesquisa e também é o que fundamenta a atuação que a gente fez na oficina de revisão de portfólio do curso de medicina veterinária o projeto ele é desenvolvido a partir de uma empatia que se desenvolve por um determinado tipo de pessoa então o projeto serve para satisfazer ou para atender uma necessidade ou para transformar ajudar o processo de trabalho é esse alguém lembrou daquela visão lá do silo lá que o consumidor só queria a roda pendurada lá pra ser de balanço então esse é o foco o foco num determinado tipo de pessoa não precisa ser um consumidor porque nem todo tipo de projeto tem consumidores mas alguém que vai se beneficiar pode ser um grupo a ser uma comunidade pode ser uma sociedade como todo mas tem muito claro e como elemento agregador esse foco o processo de trabalho é colaborativo envolve várias disciplinas promovendo a cocriação que significa que não é uma pessoa só criando e as outras aprovando dando opinião mas todo mundo participando botando uma a sua contribuição no que está sendo construído os modelos são simples e acessíveis a todos e quando fala modelo pode ser um desenho numa um quadro branco mas pode ser um modelo de lego pode ser um modelo com post-its na parede pode ser um modelo é de massa de modelar pode ser um modelo de várias maneiras até dentro do computador pode ter um modelo mas é muito fácil dentro do computador se tornar complexo e difícil das pessoas entenderem então por isso a gente tem normalmente no pensamento projetual expansivo uma agradação de começa do mais simples pra chegar no mais complexo para que a cada etapa as pessoas que estão participando não fiquem não se sintam alijadas por uma dificuldade de entender aquele modelo então como eu falei prioriza uma visão holística também aspectos sociais psicológicos técnicos financeiros e você vai evoluindo o projeto a cada vez é acrescentando mais elementos no seu modelo para tornar ele mais complexo mas se por acaso esse modelo não der certo você não se desanima você vai e desenvolve outro modelo então um dos lemas é desse pensamento projetual é falhar cedo para acertar logo a gente acredita que é falhar o modelo não dá certo é inerente a a esse processo de aprendizado que o pensamento projetual expansivo também está implica aqui vocês têm um ambiente de trabalho é entre é estudantes de design arquitetura e engenharia estão fazendo um projeto integrado para um ambiente é construído então utilizando alguns dos métodos é que eu usei na na oficina de brainstorm de criação coletiva são características aí das disciplinas de design, urbanismo, arte, computação então isso aqui não é um privilégio só da arquitetura também é uma prática em outras áreas tem alguns livros em português já sobre esse assunto o design thinking do Tim Brown acho que é o livro mais conhecido embora não seja um livro acadêmico na verdade nenhum desses três livros são acadêmicos não tem traduzido ainda um livro bom acadêmico sobre esse assunto mas tem três livros que são bem práticos para você aprender a fazer projetos com essa orientação expansiva vou mostrar agora o exemplo da D.school que é é um instituto dentro da Universidade de Stanford que é responsável pela disseminação desse pensamento projetual expansivo ao redor do mundo eu devo bastante ao trabalho deles embora eu não tenha estudado lá foi criado em 2005 a partir de uma doação de 35 milhões do diretor da SAP que é uma empresa que trabalha com desenvolvimento de software implementa grandes sistemas corporativos ele teve contato com os professores da D.school eles prestaram consultoria ele falou maravilhoso quero que ensine treine todos os meus profissionais nessas práticas para a gente gerar inovações aqui dentro mas quero também que pessoas de fora da nossa empresa também possam fundar essa instituto dentro da Stanford e era esse pensamento como eu falei pensamento projetual expansivo ele é desenvolvido numa empresa chamada IDO que foi fundada por David Kelly que é um dos professores da Stanford eles começaram a ideia dessa escola num guardanapo numa conversa de bar, ele deu o melhor de jantar e rapiscaram que a ideia é formar inovadores para o futuro usar o design think para inspirar a times multidisciplinares estimular a colaboração radical entre estudantes professores e membros da indústria, profissionais do mercado pegar grandes projetos, projetos que trabalhem com grandes questões da sociedade para surgir soluções inovadoras esse é o espaço que eles têm na D.School é um espaço com várias áreas diferentes para você co-criar com seus colegas o que você vai desenvolver no seu projeto usando ferramentas coloridas, ferramentas rápidas para materializar a ideia e o conceito que a equipe está querendo desenvolver e também um ambiente muito flexível dependendo do número de pessoas as paredes podiam se mover, modificar e criar ambientes variados aqui tem um videozinho uma caminhada pela D.School, vocês terem uma noção, parece uma oficina mesmo mas não é uma oficina para você montar cadeiras, por exemplo, mas sim para conceitualizar cadeiras antes antes de você construir a cadeira se for uma cadeira, a questão do seu projeto mas normalmente os projetos dessa D.School são projetos como por exemplo que tentam atacar questões muito mais intangíveis como por exemplo a fome mundial ou a disseminação de uma doença contagiosa então tem vários tipos de projetos acontecendo e o foco desses projetos todos é a multidisciplinaridade então essa esse instituto recebe estudantes de várias áreas da universidade, por exemplo, estudantes de medicina, de biologia participam também da D.School, eles lá encontram estudantes de design, de engenharia das ciências sociais para formar grupos multidisciplinares e abordarem os problemas do projeto de uma maneira criativa um ponto fundamental é que eles não dão um diploma não tem um master degree em design thinking dentro da Universidade de Stanford eles fizeram isso com o objetivo de não gerar competição entre as outras diferentes escolas daquela universidade então nós não vamos dar diploma, só vamos promover um encontro entre os estudantes de diferentes partes da universidade a minha agenda como professor aqui da PUC é um dia chegar a ter algo parecido com a D.School então esse meu trabalho aqui de formiguinha de escola em escola é para estimular as pessoas a apoiar essa ideia a D.School ficou conhecida como das maiores consumidores de post-it do mundo e também maiores propagandistas dessa prática o post-it é tão legal porque ele te força a focalizar numa única ideia e você tem que ser muito sintético que é o que cabe dentro dele deixa visual e permite uma flexibilidade de rearranjo a tua ideia você pode jogar de um lado para o outro e modificar às vezes aquela ideia não tem nada a ver com aquela outra ideia então você muda e joga para cá ela funciona como uma espécie de mente humana fisicamente colocada no mundo e quando a mente humana está fora do mundo ela não é mais de um humano, é de vários e aí várias pessoas podem pensar junto por isso post-it é tão interessante como se fosse um neurônio físico digamos assim mas o post-it não é o único material que se utiliza na D.School isso aqui é um gaveteiro de materiais criativos, materiais que estimulam as pessoas a colaborar, materiais que às vezes não dá para uma pessoa só manipular eu tenho um gaveteiro desses aqui que eu levei para o profissional um pouquinho mais simples, mais dando conta do recado durante as oficinas da D.School é muito como energizar os participantes com atividades corporais, com atividades criativas, divertidas que às vezes parece que não tem propósito, mas tem porque ela prepara as pessoas para interagir e com essa interação ter uma co-criação mais produtiva e esse é um ambiente de projeto temporário monta esse espaço com os quadros brancos portáteis sobre rodas que é uma característica também bem forte desse espaço deles lá a gente tem uma sala de salas de ideias, a gente tem a sala de metodologias ativas utilizando quadros brancos em rodas por conta dessa universidade a D.School influenciou várias espaços de criatividade ao redor do mundo por isso que eu vim trazer esse exemplo, aqui são só algumas delas que oficialmente proclamaram ser influenciadas pela D.School mas obviamente que como eu falei o número deve ser muito maior, só que na PUC já tem várias iniciativas a mais importante delas, que é mais aderente, digamos assim, com a D.School hoje é a Hot Milk que é um espaço de aceleração de startups, um lugar que pode ajudar vocês a transformar sua pesquisa numa empresa, um empreendimento lucrativo e o espaço, a gente nessa foto está revisando o planejamento participativo da própria agência PUC então convido quem quiser conhecer, fica lá na IA P.O. número 1225 não é no campus, mas é bem pertinho, uma quadra daqui tá dessa introdução do pensamento projetual expansivo e dos outros pensamentos projetuais agora falar um pouquinho sobre metodologia científica que os métodos que são comumente utilizados no design e alguns métodos que foram criados dentro do design que podem ser utilizados em outras áreas esse não foi criado dentro do design, ele é mais antigo até do que a própria disciplina acadêmica do design, a pesquisação foi criado na psicologia por Kurt Lewin lá pelos anos 1940, 1950 ele começou a perceber que a psicologia estava se preocupando somente com indivíduos isolados em situações laboratoriais onde você não conseguia ter um comportamento muito natural do ser humano então eles começam a fazer, realizar experimentos no campo, ou seja, no dia a dia das pessoas só que não é mais um experimento, você não consegue controlar, então eles começam a buscar um outro tipo de método e chegam ao conceito de pesquisação na pesquisação o pesquisador traz o seu conhecimento científico e coloca a disposição de uma comunidade promovendo uma transformação naquela comunidade no caso do Kurt Lewin, os primeiros experimentos foram organização de oficinas para reflexão e terapia em conjunto psicológica e depois tiveram vários desdobramentos, até muitas vezes tendo a interface com outras ciências sociais além da psicologia basicamente a pesquisação é você descobre uma você desenvolve uma relação com uma comunidade, um grupo de pessoas você se torna parte daquela comunidade por um tempo, você oferece o seu conhecimento científico sua capacidade de modelagem, por exemplo, a sua capacidade de solução de problemas a sua abordagem teórica, enfim o que você tiver disponível e você mensura o que acontece quando essas pessoas começam a incorporar esse conhecimento científico e aí a prática se torna uma espécie de validação daquele conhecimento científico se por exemplo as pessoas utilizam aquilo, faz sentido modificam as suas atitudes e você tem o resultado desejado então aquele conhecimento serve para alguma coisa você talvez tem que fazer uma outra intervenção, aperfeiçoar, então são ciclos de pesquisação, muito parecido com o experimento, mas um experimento que você não tem controle diretamente da situação enfim, a pesquisação é a vovó de todos os restos que eu vou mostrar aqui a disciplina de design ou as disciplinas de design, melhor dizendo começaram a se tornar fundamentadas a partir aí dos anos 60 e 70 é um pouco depois da pesquisação design science research hoje é o que está mais em voga, digamos assim, inclusive fora da própria disciplina de design e é o que talvez eu acho que seja possível vocês aplicarem aqui que é o seguinte, você observa um problema num determinado contexto um problema prático que você transforma ele num problema científico e aí você resolve esse problema através da ciência e essa pesquisa em design aqui é uma pesquisa que vai gerar um artefato, uma tecnologia que aplica aquele conhecimento científico de maneira original aí você faz um teste desse artefato numa situação real que pode ser um experimento controlado, pode não ser um experimento controlado e aí você utiliza a pesquisa em ciência do comportamento para interpretar esses resultados validar o que aconteceu para eventualmente até fazer uma contribuição para ciência no comportamento por exemplo mostrando que através daquele artefato conseguimos descobrir uma característica psicológica, uma característica social, uma característica biológica do corpo humano que não tinha sido possível até então isso aqui foi desenvolvido nas disciplinas de engenharia, principalmente design science research mas e na disciplina de ciências, de sistemas de informação mas eu acho que apesar de ter um formato ainda muito focado nos sistemas de informação como está apresentado aqui pelo professor Pimentel mas eu acredito que seja bem aplicado para outras áreas eu trabalho muito com uma variação da pesquisa ação e da design science research que é a intervenção formativa ao invés de você aplicar um conhecimento científico que o pesquisador tem que foi o caso do Kurt Lewin você entra numa comunidade com o objetivo de gerar um conhecimento que não existe ainda por exemplo para um problema que nunca foi solucionado nem por um pesquisador científico nem por um cientista melhor dizendo então esse conhecimento ele é gerado pela participação das pessoas que estão ali qual é o melhor modelo para um curso de medicina veterinária ninguém fez pesquisa sobre isso ou se fez não foi conclusiva porque é difícil você testar esse tipo de hipótese então o que você faz a maneira mais adequada na minha opinião é você envolver as pessoas com diferentes perspectivas que conhecem aquele curso de medicina veterinária aquele fenômeno pegar juntar essas perspectivas para criar um novo conhecimento um novo modelo que seja bastante diverso não o modelo talvez que você consiga generalizar para qualquer curso mas que é muito mais adequado para aquele contexto porque ele conta com o conhecimento dessas múltiplas perspectivas sobre aquele contexto do fenômeno isso a gente chama de intervenção formativa isso é desenvolvido na psicologia histórico cultural que é uma variação da psicologia entre a história entre a sociologia e a antropologia outra abordagem já um pouquinho diferente do que eu apresentei até agora é o meta design meta design é o design do design então você ao invés de você projetar um produto você projeta um processo para projetar produtos aí você faz o trabalho intermediário meta design é muito importante para conectar pesquisa científica básica a pesquisa aplicada muitas vezes a ponto de conexão entre a básica aplicada vai ser uma tecnologia que você vai desenvolver meta design nada mais é do que desenvolver uma tecnologia que torna acessível aquela descoberta científica melhor operacionalizada mas operacionalizada não no nível que você consegue usar para uma pesquisa científica, no nível que você consegue usar para resolver problemas no mundo real, problemas no dia a dia das pessoas então quando você no seu dia a dia vai lá e utiliza um eletrodoméstico você está utilizando descobertas científicas de muitos anos atrás que foram transformadas em ferramentas então esse meta design é um estudo e também por outro lado a orientação para as pessoas que querem transformar descobertas científicas em ferramentas a última abordagem que eu apresento para vocês é a pesquisa através do design ou research through design que é o lado direito aqui, mas para explicar isso primeiro eu preciso explicar o que é a pesquisa para design pesquisa para design é diferente ela você faz uma pesquisa antes de projetar alguma coisa então você quer projetar um prédio para uma universidade, você vai pesquisar quem que vai estar nesse prédio, quem vão ser os professores, quantos alunos, que máquinas que vão instalar, que tipo de laboratórios aí você pega esses dados, faz o projeto gera o produto que no caso é um edifício isso aqui é como a maior parte dos projetos de design de produto, de engenharia, de arquitetura acontece quando você vai para a ciência do design, ciência da arquitetura, ciência da engenharia aí você trabalha dessa maneira você tem projetos sim, você tem a criação de edifícios a criação de várias coisas só que todos esses projetos são feitos com o objetivo de transformar em pesquisa então você observa aquele projeto daquele edifício com um olhar científico e aí você gera conhecimento generalizado a partir da observação de um, dois, três, dez, vinte depende de quantos a quantidade muitas vezes não é tão importante quanto a qualidade nesse tipo de pesquisa que isso é uma maneira de fazer pesquisa orientada o design, ou pesquisa através do design a maneira como você projeta gera conhecimentos se você capturar esse conhecimento você consegue generalizar algumas características do próprio fenômeno que é projeto nesse caso o interesse da disciplina de design é gerar conhecimento sobre a capacidade humana de desenvolver projetos esses são alguns métodos, eu imagino que a disciplina como vocês podem ver, 2017, 2007, 2007 são pesquisas recentes, então nós estamos vivendo uma espécie de uma momento de efervescência da pesquisa em design até pela consolidação dos programas de pesquisa em design, que aqui na PUC por exemplo não existe ainda também uma agenda minha também é ajudar a fundação desse programa de pesquisa em design mas vamos falar então por fim de uma parte mais aplicada, alguns exemplos que tentam aproximar design e ciência o livro clássico é o "The Science of the Artificial" escrito pelo Herbert Simon ele sugeriu uma divisão entre ciências sobre fenômenos naturais, ou ciências naturais e ciências sobre fenômenos artificiais, ciências artificiais ele fala que essas ciências artificiais normalmente não tinham status de ciência, mas que deveriam ter e deveria ser feito pesquisa mesmo sobre projeto, ele está falando dessa maneira bem abrangente como eu entendo design é um livro que influenciou várias universidades, em especial as tecnológicas ao redor do mundo a universidade Twente na Holanda, onde eu estudei, fiz meu doutorado é uma universidade bastante influenciada por esse pensamento do Herbert Simon, uma universidade que produz conhecimento científico que tem a característica de ser conhecimento sobre o artificial até porque na Holanda o artificial é quase tudo que se tem lá tem muito pouca coisa natural lá na universidade Twente eles fundaram recentemente um design lab para tornar mais consciente essa abordagem e o design lab tenta juntar a pesquisa científica com a pesquisa de design para gerar produtos e empreendimentos um foco muito grande em criar artefatos e contextos o lema deles é "Science to Design for Society" um lema acho que bem interessante para trabalhar e lembrando, design aqui não é o design visual é esse design mais abrangente o MIT também é uma universidade tecnológica que influencia bastante gente ao redor do mundo eles recentemente fundaram um journal por conta própria, um journal Open Access, bem interessante, vale a pena dar uma olhada com artigos bem acessíveis e fáceis de ler e um deles discute a relação entre arte e design engenharia e ciência a design sendo mais próxima da utilidade, do comportamento humano a engenharia mais próxima da questão do conhecimento, da economia a ciência está interessada na natureza, das coisas tem uma interface forte com a filosofia e a arte está entre a filosofia e a economia ali, trabalhando o comportamento humano e esse lado mais cultural da pesquisa eles propõem que essa interface, esse encontro entre arte, design, ciência e engenharia é o que pode promover e é o segredo da inovação que o MIT desenvolve há tantos anos lá em Cambridge, nos Estados Unidos vou citar alguns projetos que eu me lembrei rapidamente que estão na fronteira entre design, arte, engenharia e ciência e alguns deles até talvez tenham interesse pra vocês, eu espero, eu não conheço muito pouco da área de pesquisa de vocês pois vocês podem até me devolver a provocação, se por acaso não fizer sentido isso interação animal-computador então eu sou um especialista, uma das áreas que eu pesquiso é interação humano-computador mas eu tenho notado que existem algumas pesquisas, sobretudo nos últimos cinco anos que pesquisam a interação de animais com computadores por quê? que situação bizarra, o animal não tem a capacidade de compreensão de signos tal como seres humanos, não tem mas para certas aplicações eles podem ser muito interessantes como por exemplo, detecção de tecidos cancerosos então o cão, não preciso nem dizer vocês sabem melhor que eu, ele tem uma capacidade de olfativo muito maior do que o ser humano ele pode ser treinado pra reconhecer mas aí quando ele está reconhecendo ou não reconhecendo, ele tem que ter uma interface computacional pra você registrar se aquele tecido tem ou não tem presença de câncer, alguma coisa relacionada então você tem um botãozinho pra o câncer, desculpa, pra o cachorro interagir então o cachorro é treinado a apertar o botão quando tem ou quando não tem, esse tipo de coisa já é possível esse nível de interação animal-computador e eu acredito com a evolução das técnicas de treinamento dos cachorros, porque a gente não tem muita experiência em treinar cachorro e gato pra usar computadores, apesar de que algumas pessoas já estão fazendo isso, no iPad hoje tem vários jogos pra gato, jogos pra cachorro e tal e eu acho que isso pode ser mais que só uma brincadeira como a Open University está mostrando esse exemplo vamos ver um exemplo mais radical ainda, treinar abelhas para dedicar vários tipos de doenças diferentes então há uma designer chamada Susana Soares, trabalhando em cooperação com pesquisadores na área de biologia animal desenvolveu essa essa bela obra, na verdade mistura design, mistura arte, mistura ciência que é um uma espécie de um bafômetro que o bafo é analisado pelas abelhas e o padrão de movimento das abelhas, da dança que as abelhas fazem pode indicar se a pessoa tem alguma doença então tem isso aqui é um protótipo, não é um teste que foi feito, digamos assim com teste clínico porque ainda é um conceito veja, nós temos disponível esse tipo de possibilidade como é que a gente quer utilizar? Essa pergunta que essa designer está fazendo, é uma pergunta que vem um pouco antes da decisão de bom, vamos construir essa tecnologia para detectar de fato as doenças através da abelha, não, se queremos isso então esse tipo de questionamento é muito mais interessante para o estado um estado mais embrionário conceitual da pesquisa entre a pesquisa básica e a pesquisa aplicada esse outro projeto dela também é bastante provocativo ela ela pesquisou como projetar um implante dentário que fosse perfeito para vegetarianos então a gente está cada vez menos algumas pessoas estão cada vez comendo menos menos carne o ser humano já não precisa mais comer aquela carne do animal, a carne crua do animal que ele mata com as mãos, então por que não fazer um dente vegetariano, quando você perde um dente, você substitui ou até mesmo quando as crianças nascem, você já troca o implante, já que você quer que seus filhos sejam vegetarianos e coloca só dente vegetariano na criança é claro que levanta questões éticas, vocês estão sorrindo porque vocês estão caramba, você pode isso, Arnaldo? porque realmente a proposta dela é essa, provocar se a gente tem essa capacidade de bioengineering, engenharia biológica o que não utilizar, até que ponto a gente pode utilizar isso? essa é uma das grandes questões hoje da ciência a engenharia genética também está abrindo possibilidades muito mais profundas do que isso aqui, que é mais um efeito até meio fenotípico, mas imagina quando você começa a alterar o genótipo, não só o fenótipo você tem um impacto muito grande na vida das pessoas e esse tipo de discussão precisa ser feita outro pesquisador da mesma universidade, da Royal College of Art ele tentou bolar várias maneiras como representar fisicamente, visualmente uma carne em vitro, um vitro crescido em laboratório já tem vários testes feitos com sucesso mas a queima de questão qual formato que a gente vai fazer, já que vai ser feito em vitro, você pode fazer qualquer formato e ele estudou através da MRI, como é que é isso em português? Resonância Magnética, fez várias chapas de vários animais e olhou a forma média daqueles órgãos que as pessoas comiam e fez essa carne nesse formato, que é o órgão do animal ideal e colocou dessa maneira muito clara que você fica olhando, meu Deus, isso é carne? porque a gente pode fazer qualquer forma, qual seria a forma que a gente vai querer fazer? e será que a gente quer comer carne também criada em vitro? também é uma outra questão que ele essa artificialidade da forma, pela perfeição que ele conseguiu atingir da forma nos provoca a pensar se carne em vitro é uma boa ideia mesmo se a gente quer isso e o último projeto que eu mostro para vocês é o trabalho da Veronica Runner, uma doutoranda, acho que já deve ter se graduado do Royal College of Arts conheci ela pessoalmente na Inglaterra ela faz órgãos de seda impressos em 3D para pacientes que precisam de transplante mas não conseguem um órgão humano ela consegue imprimir com a colaboração dos insetos um órgão de seda, você fala que é bizarra isso bem, por que a seda? porque a seda é um dos únicos tecidos que não tem rejeição no corpo humano tecidos de outros animais assim não tem rejeição é claro que ainda não, a tecnologia que tem disponível para fazer isso é embrionária ela não consegue fazer um órgão funcional ainda mas ela acredita que seja possível desenvolver uma engenharia mais detalhada, então ela está na fase mais de arte, de design, de exploração inicial mas ela pode também passar para uma fase de engenharia caso nós queiramos isso então ela faz exibições artísticas para provocar as pessoas é possível fazer órgãos humanos com a seda? ela conseguiu fazer protótipos que visualmente parece muito com órgãos humanos, porém não tem a funcionalidade mas isso talvez seja uma questão de tempo e de vontade, melhor dizendo vale citar que o Roller College of Art teve um programa chamado Design Interactions que durou de 2002 até 2017 recentemente eles acabaram mudando a orientação deles, mas durante esse tempo eles se focalizaram nessa relação entre design, arte, engenharia e ciência os estudantes de design trabalhavam em conjunto com estudantes de pós graduação de outros programas então é mais ou menos como vocês viram lá na D. School só que no Roller College of Art ao invés de eles se focalizarem em empreendimentos startups que você já poderia colocar no mercado no Roller College of Art é se focalizar muito em questões públicas de interesse público então debates, éticos que a ciência nos traz com suas descobertas era isso que eu queria apresentar para vocês vamos então às dúvidas se vocês tiverem