e espero que isso ajude um pouco pra gente entrar no assunto. Pode, pode? Vamos lá. Contesto desse esse método de dupla estimulação que a gente vai trabalhar e ver nesse capítulo do Vigotsky é o positivismo da psicologia que surge aí no final do século 19 o positivismo ele é o autor principal Augusto Conti mas existem, existiam vários outros autores na época que acreditavam nessa premissa básica de que as ciências sociais poderiam ser estudadas da mesma maneira como as ciências naturais e isso poderia ajudar a você criar uma sociedade melhor, daí vem a ideia de positivo, né? Positivismo O positivismo ele evoluiu até pra um lado meio religioso, hoje em dia tem existem até umas doutrinas assim meio religiosas de positivismo tá? Mas esse positivismo que eu tô falando aqui é o positivismo na ciência é então na psicologia como é que ele se manifesta? Basicamente é o objeto da psicologia a mente humana, então a mente humana funciona por leis naturais tal como a natureza, né? Tal como você analisa o funcionamento da biologia que é que é um domínio natural, né? O funcionamento do cérebro, das células, isso é natural, isso é ciências naturais é a neurologia, né? É uma ciência natural agora a psicologia não era inicialmente só que com essa, a psicologia surge da filosofia, né? Depois acaba tentando transformar uma ciência natural com um positivismo então eles começaram a dizer acreditar que as leis do pensamento poderiam ser descobertas através de métodos experimentais similares aos da ciência natural então da mesma maneira como você estuda uma doença é fisiológica, você poderia estudar uma doença psicológica usando os métodos das ciências naturais e o positivismo vem aqui, ó, se a gente descobrir as leis que regem o pensamento, podemos criar políticas públicas pedagogias e tratamentos mais eficazes fazendo uma contribuição maior para a sociedade era o conjunto de crenças básicas do positivismo na minha na minha síndese do positivismo surge aí a psicologia experimental que é uma psicologia que deriva da maneira modus operandi como a medicina se desenvolvia que a medicina é uma das ciências naturais que mais desenvolveu o método científico, talvez a origem da da prática do método científico funciona o seguinte, você tem um fenômeno que você quer estudar, você reduz ele para variáveis que você consegue mensurar e isolar então você quer estudar a depressão você vai ter que reduzir a variáveis que você observa, como é que você observa a depressão? quantas vezes a pessoa suspira? quantas vezes a pessoa diz que não quer fazer alguma coisa? quantas vezes a pessoa prefere dormir ao invés de de sair durante o dia e ir pra trabalhar? é isso que é depressão? enfim, você vai ter que reduzir porque você vai ter que observar e aí você vai analisar qual a causa da depressão então você vai ter que encontrar a variável dependente que isso é o que você vai controlar, as diferentes causas que você vai testar e a variável independente que é a resposta mensurável, que é o efeito então você vai testar pessoas em condições diferentes com estímulos controlados e vai ver se elas sentem depressão, se você consegue causar a depressão que é o efeito, é a variável independente, daí aqui dentro pode ter várias, tá? você pode pegar a ideia de depressão e decupar em cinco, seis variáveis e você também pode mensurar várias variáveis aqui nas dependentes, só que o problema disso é que você vai ter uma complexidade tremenda, o ideal é você trabalhar com uma variável dependente de cada vez diga lá, André quando eu estava mestrado, estava chegando um professor que estava fazendo uma jornalagem, André, também aquele que estava chegando do Estados Unidos, acho que ele estava chegando do Escanto e o gesto que ele escreveu dele era em Euro então ele, depois de uma jornalagem dele, fez a dissertação de mestrado com ele que no fundo era o seguinte era para você, era como se fosse um comparador, que tivesse um conjunto de botões cada botão era um determinado tipo de neurotransmissor e em função daquele neurotransmissor, quando você regulava, vamos dizer assim a quantidade de neurotransmissor o neurônio dava uma resposta elétrica e é curioso, porque se você analisar o neurônio você imagina que o positivismo na ciência natural a ciência social, ela é viável porque no fundo a gente tem um comportamento que é um comportamento derivado de uma máquina onde o ponto central é o neurônio só que a gente tem uma quantidade tão grande, tão gigantesca de neurônio e o cérebro é dividido em tantos sistemas internos que é difícil de você fazer essa redução mas o que era interessante era o trabalho de esse pessoal que eles realmente trabalhavam o neurônio como circuito elétrico na época do Vygotsky, o Luria, que começou a se interessar muito por neurologia ele era um dos comparsas, lembra que eu falei que é Vygotsky, Leontiev e Luria o Luria viveu mais do que Vygotsky, depois quando começaram a surgir tecnologias que permitiam mensurar melhor atividade cerebral como eletrocefografia eu não sei se ele chegou a usar esse aparelho que a gente usa hoje mas ele usou alguns aparelhos que começavam a medir certas características cerebrais e ele começou a fazer relações entre sistemas neurológicos e sistemas mentais mas essa relação sempre é muito difícil o sistema cerebral é um sistema que você consegue identificar onde está o impulso agora, o fenômeno mental não é um fenômeno que deriva de um impulso ele deriva exatamente como o André falou, de um fenômeno global, coordenado de vários neurônios e praticamente com a tecnologia, mesmo que a gente tenha hoje ainda é possível você identificar qual neurônio está envolvido com o processo mental porque também o próprio processo mental não tem maneiras diretas de você abrir o cérebro de uma pessoa cortar e olhar o que ela está pensando, não é prático agora, a neurociência tem avançado bastante, principalmente no sentido de tentar se aproximar desses construtos da psicologia e combinar eles é o que o Lúria estava tentando fazer mas ainda não está funcionando muito bem, ainda tem muitos conflitos entre psicólogos e neurologistas só faltou mencionar uma coisa importante que é a noção de grupo a ideia de que quando você faz um experimento você não pode só experimentar com a variável que você está dependente que você está controlando e que você quer ver se isso causa você também tem que criar um experimento com a variável padrão, digamos assim, um estado normal das coisas que é o chamado grupo de controle em que você dá um placebo, pode ser um placebo original, é um comprimido que só tem açúcar e não serve pra nada não tem efeito nenhum, efeito é psicológico ou você pode não dar nada e observar como aquele comportamento se manifesta naturalmente e aí você compara se há diferença e aí você pode afirmar que há um efeito, uma relação de causa e efeito, melhor dizendo esse é o objetivo da psicologia experimental existem várias críticas, eu estou só somarizando aquelas críticas que o Vigottsky vai fazer nesse capítulo então eu não estou falando aqui minha opinião só, estou baseando o que o Vigottsky está dizendo e isso bem no comecinho do capítulo ele vai falar o problema é que a estimulação única dos estudos baseados na psicologia experimental é que as respostas são sempre, elas só se confirmam, só são consistentes quando você trabalha com comportamentos simples comportamentos que estão ligados a processos psicofisiológicos por exemplo, você se assustar com um berro, um grito, você sentir uma sensação fisiológica muito desconfortável e para esse tipo de experimento funciona o condicionamento, você consegue o valor exatamente, que foi um exemplo que a gente viu na aula passada só que para comportamentos complexos como por exemplo como que um gestor se porta perante aos seus funcionários já é muito mais difícil você estabelecer uma consistência porque é uma variação muito grande de gestores, de estilos de gestão, de culturas organizacionais então o indivíduo sempre traz uma história psicológica que você não consegue controlar nem reproduzir com facilidade o método mais utilizado para você reduzir, para você controlar essa experiência é você treinar então você pega uma população que não conhece aquilo, que não tem conhecimento daquele comportamento ou tem, mas tem variados, aí você treina, você fica uma semana, duas semanas treinando a pessoa para ela se comportar daquela maneira e aí você testa as variáveis diferentes, isso é muito utilizado na educação principalmente a educação com esse VES positivista e você testa para ver qual o resultado que, por exemplo, que estratégias pedagógicas fazem o aluno tirar a melhor nota e isso aí é psicologia positivista aplicada à educação o Vigodes que vai dizer que não adianta muito esse tipo de experimento mesmo que você consiga obter consistência entre estímulo de resposta o conhecimento que você vai obter sobre aquele comportamento não tem um escopo de generalização muito limitado porque a situação experimental é diferente da cotidiana muita gente vai falar isso "ah, é muito artificial, o design tem essa crítica" design não tem muita tradução de psicologia experimental, então o pessoal fala "é muito artificial, é muito cartesiano" tem até gente que faz então, emoção é um contexto, e daí eu acho que o Victor sabe melhor que eu, é um contexto em que você consegue ver comportamentos simples mas aí depende também, dentro da teoria da atividade, só para adiantar para vocês, eles diferenciam entre emoção, sentimento e afeto aí eles falam que esse psicologia experimental se consegue trabalhar com afeto, que é o nível mais básico de afetar o corpo emoção, sentimento, são categorias culturais, comportamentos culturais bem mais complexos só para botar um parênteses aqui então uma saída comum para a psicologia experimental é buscar... pode entrar, fica à vontade como é que você descobriu essa aula? - Eu não entendi - Tá bom, seja bem vindo Rubens foi meu aluno no design digital, lá na PUC você está fazendo pós-graduação agora também, né? - Não, eu vou me ajudar um pouco mais - Tá bom, pode chegar - Pode, pode, André? - Pode - Tá bom, beleza - Eu só acho que é claro que vai fazer uma técnica, não é? - É - É, tá bom, fica um convidado então então voltando, a situação experimental... desculpa, a saída comum é encontrar correlações o problema é o seguinte, a própria psicologia experimental sabe que é muito difícil estabelecer relações de causa e efeito então o que ela faz? ao invés de focalizar em causa e efeito, focaliza em estudos de correlação não sei se vocês lembram das aulas de metodologia, mas a correlação é quando você estuda um fenômeno e você percebe que esse fenômeno acontece com frequência relevante junto com o outro ao mesmo tempo "Pô, que coincidência!" Não, correlação só que a correlação não é uma causa e efeito, porque às vezes numa correlação você vai ter uma discrepança você vai ter casos em que aquilo, o fenômeno A ocorre sem o B então você não pode dizer que A é causa B por isso que correlação então você vai ver aqueles gráficos lá normalmente que tem você vai ver as variáveis lotadas assim num gráfico dispersivo, que tem vários pontinhos e você vai ver em duas cores os pontinhos são parecidos, estão ocupando mais ou menos a mesma região do gráfico é uma correlação, mas não é uma causa e efeito e o problema de você fazer um estudo de correlação se você montar uma política pública, montar uma proposta pedagógica fazer um tratamento psicológico baseado numa estuda de correlação pode ser que você não obtenha o resultado que você espera não é muito confiável, digamos assim, esse tipo de conhecimento mas para muitas pessoas é good enough por isso que a psicologia experimental existe ainda até hoje e está forte e está crescendo e o André bem lembrou, também no design [Voz do público] Ah, boa, conta aí, conta aí [Voz do público] [Voz do público] [Risos] [Voz do público] É, o que você está querendo dizer é o seguinte nessa piada como eu entendo é que o paciente encontrou uma correlação entre a dor e tomar café mas o cientista, no caso o médico foi lá observar o fato real colher dados de uma maneira mais consistente ter a visão distanciada do fenômeno e aí ele identificou a causa e efeito porém é muito raro nos comportamentos complexos porque esse comportamento na verdade de tomar café se você for ver é simples ele na verdade é um comportamento mecânico não é nem fisiológico, né? [Risos] Então qual a vantagem? O que acontece? A psicologia experimental tem buscado maneiras para remediar isso essa crítica que eu estou fazendo é bem consciente hoje em dia não era tanto na época do Vigottsky Então o que eles estão usando? Jogos? Jogos dentro de experimentos Por que o jogo é interessante? Porque o jogo ele reproduz a tal da situação cotidiana lembra que era diferente, né? Ele tenta criar vários mecanismos, né? Várias mecânicas, vários elementos só que de maneira mais simples o jogo ele é uma espécie de microcosmo, micromundo assim você é uma simulação que não tem todos os elementos mas tem aqueles essenciais que você está querendo observar então facilita o controle quando você coloca a pessoa numa situação de jogo os elementos do jogo eles são considerados estímulos e as jogadas, o que a pessoa faz dentro do jogo é considerada resposta Então comportamentos complexos, psicológicos comportamentos psicológicos complexos podem surgir durante o jogo também pelo fato de você ter uma série de variáveis que a pessoa tem que lidar então você pode ter coisas muito interessantes para você observar Agora vamos ver um exemplo, né? Vamos fazer um exemplo rápido aí vocês pegam um pedacinho de papel, por favor? Você pode compartilhar com quem não tem? Um pedacinho de papel Pode ser um pedacinho de papel, rasga um pedaço de papel Vocês só vão escrever uma palavra Então esse experimento, o contexto dele é obviamente a operação Lava Jato Esse experimento, um jogo aqui, eu estou copiando do nosso queridíssimo Luiz Duarte, né? Ele fez esse exemplo no... naquele simpósio de jogos ano passado um chefe muito bacana Eu não tenho o mesmo carisma que o Duarte para fazer o experimento, mas vamos lá Então você, individualmente, tá? Todo mundo vai jogar individualmente Você e o Eduardo Cunha foram presos pelo juiz Sérgio Moro em celas separadas, porque vocês dois foram acusados de aceitar propina Se você delatar o Cunha e ele não te delatar, você será solto E Cunha ficará três anos na cadeia Essas são as regras que o Moro deu, tá? Se você ficar quieto e Cunha te delatar, é você que vai ficar três anos na cadeia E o Cunha vai ser absolvido Se os dois delatarem, vocês dois vão ficar dois anos E se vocês dois ficarem quietos, ambos vão ficar um ano Então a minha pergunta é, escreve no papelzinho, você vai delatar o Cunha ou não vai? Se você quiser delatar, escreve "delatar" Se você disser não delatar, escreve "ficar quieto" Tá bom? Vamos lá? Então pense em respeito Tic tac, tic tac, tic tac Se você quisesse que esse experimento fosse funções, puxasse as funções mais elementares, o que eu faria? Não daria tempo para vocês, gritaria aqui, faria maior pressão Para vocês responderem rápido, né? Que é o que muitos policiais fazem Na hora que eles pegam no flagrante e tem um suspeito que eles não sabem se participou Então, levanta o papelzinho para eu ver o resultado, vamos lá? E aí, delatar ou não delatar? Delatar Delatar? Delatar Delatar? Ficar quieto Ficar quieto Olha só, 90% das pessoas delatariam o Cunha Daí o que acontece? Vocês acham que o Cunha vai delatar ou vai ficar quieto? A probabilidade estatística do Cunha delatar aqui nesse sistema é grande, é altíssima Porque Cunha, Cunha faz parte da média da população Vocês estão vendo o efeito média aqui, você infelizmente foi um ponto fora da curva O cara é muito mais louco que eu, a possibilidade dele delatar é muito menor que eu Pode ser, pode ser O que que acontece? Esse experimento aqui é chamado o "dilema do prisioneiro" Vocês já talvez tenham ouvido falar com esse nome, mas não tinham visto uma aplicação prática talvez "Dilema do prisioneiro" é a teoria dos jogos E ele demonstra o seguinte, que a maioria das pessoas Não a maioria, mas uma grande parte da população tem a tendência a agir não racionalmente Nesse caso, a ação racional é não delatar, é a sua ação Por que que é racional? Porque se você... Desculpa Porque a possibilidade que você caminha os anos é maior se você não delatar Se você delatar, a possibilidade de você ficar mais... Exato, por causa dessa regra aqui Se os dois se delatarem, ambos ficam dois anos Isso aqui, na verdade, é a tal da delação premiada É o esquema da delação premiada que parecia maravilhosa para certos executivos da JBS E agora eles estão sofrendo porque eles foram acabados sendo delatados É exatamente o dilema do prisioneiro Eles foram seduzidos a achar que essa opção era melhor, delatar Só que na melhor opção, racionalmente falando, é essa aqui Porque se você fizer uma... olhar o fenômeno O fenômeno foi criado socialmente Vocês dois são culpados, vocês dois criaram o esquema de propinas É compartilhado a culpa Então, se vocês dois ficam quietos, ambos ficam um ano só no total, juntos Vocês vão fazer dois anos só Na verdade, os dois juntos vão ficar um ano Agora, se vocês se delatarem, vão ficar dois Quer dizer, aqui, pior ainda, três no total O dilema do prisioneiro é bem interessante para ver que as pessoas não necessariamente agem racionalmente em condições ideais de decisão Esse método é muito utilizado, como vocês devem imaginar, no direito E na economia comportamental Behavior economics Eu não conheço muitos detalhes da teoria dos jogos Mas as críticas que eu faria... ou melhor dizendo, vamos terminar esse ponto Existem outras abordagens para a teoria dos jogos Eu falei condições ideais Nessas condições aqui eu eliminei todos os fatores de interferência externa Vocês tiveram que decidir isso aqui em relação ao cunha, apenas Sem querer citar nomes Mas existe um grupo gigantesco de pessoas envolvidas na Lava Jato E você vai ter que considerar a possibilidade daquele não delatar, daquele não delatar, daquele delatar, aquele delatar, e delatar o delatado e não delatar o não delatado Então é muito mais complexo de você tomar essa decisão Já... desculpa - É sobranto, somando em mim - É Agora é o... Só uma passada O Preto Lógue, o Luciano da ECO, é um cara que desculpa a emoção da economia Estava contando que o rapaz do senhor que fez a análise foi o seguinte Você vai comprar um carro, certo? Aí eu te digo o seguinte, você vai comprar um carro, você vai dar 10% de entrada E aí você vai financiar o mérito Se é entrada, já foi no começo, o financiamento, os aumentos você vai comprar Você tem que falar assim para a pessoa "Olha, você paga daqui três meses a primeira entrada" Então isso de alguma forma, você tem que ser duzo de qualquer maneira O cliente acaba fazendo uma compra Então a questão da emoção da economia é um valor contator relativamente importante, né? Já que os caras têm o Cânema É o Cânema, né? Daniel, o que você acha? É o 1,9, né? Porque o J&E é norma, o J&E tem norma Ao invés de pagar 10, o J&E está pagando 2,9, eu acho, 2,10 Então a Teoria dos Jogos é bem interessante para esse tipo de cenário onde as variáveis são econômicas Agora, quando você tem outros fatores envolvidos, por exemplo, fatores culturais de comportamento Você tem que simular mais variáveis e aí entra a utilização de jogos de tabuleira e jogos digitais Então aqui seria uma vertente que não é exatamente Teoria dos Jogos, mas às vezes é relacionada à Teoria dos Jogos Que são os experimentos de fato com jogos São experimentos da psicologia experimental, da psicologia social também muitas vezes Nesse caso aqui eu acho muito legal o experimento do banco imobiliário fraudado do Paul Piff Cortou ali o slide, mas tem uma TED Talk, alguém já assistiu desse cara? Olha, a tese dele é a seguinte Não, a tese não, a hipótese dele, melhor dizendo, é Que quanto mais rica a pessoa é, menos ela segue regras na sociedade, mais egoísta ela é E mais ela tem a tendência a tratar mal os outros, os seus colegas Obviamente uma tendência extremamente polêmica considerando o cenário de economia liberal nos Estados Unidos E ele resolveu fazer vários experimentos que são bastante difíceis de contestar Não para provar, mas para demonstrar que existe uma correlação forte entre riqueza e esse tipo de comportamentos complexos Nesse caso ele criou um jogo de tabuleiro Eu acho que eu vou mostrar o vídeo que acho que vai ficar mais interessante para vocês As pessoas ricas têm a tendência a se comportar de maneira a tratar mal outras pessoas Então a melhor maneira de a gente ter uma sociedade melhor e mais igualitária É a gente interferir sobre o comportamento das pessoas ricas O que é uma ideia contrária ao contexto liberal que eles estavam comentando Que a Berkeley é uma universidade conhecida por ser um reduto liberal Mas a conclusão dessa pesquisa, desse departamento, é uma conclusão antiliberal E mesmo que as pessoas ricas tenham a tendência a achar que as negras têm que ser quebradas porque elas têm um status maior Porque elas têm o direito de quebrar negras porque elas estão venidas por outro lado E por outro lado também ela pode pagar a multa, ela acha assim, para mim tanto faz, é troco a multa Então eu pago a multa Então teoricamente se você fosse, essa é a questão do trânsito, se você fosse aplicar diretamente o resultado dessa pesquisa Você teria uma faixa de multa maior para a pessoa proporcionar a renda Tantos porcento do seu salário Talvez o rico começasse a pensar se vale a pena Mas isso obviamente seria uma ideia muito difícil de aplicar nos Estados Unidos que é um país onde o liberalismo ainda é muito forte Não é só em Berkeley não, nos Estados Unidos como o todo Qual que é o atalho aqui para ficar fullscreen? Control L É um atalho que não dá para fazer com uma mão só Então a limitação das teorias dos jogos Leva em consideração apenas comportamentos ligados à tomada de decisão E mesmo inclua a pesquisa do Paul Peaf Seguir ou não seguir a regra Não leva em consideração por exemplo aspectos emocionais, afetivos, até ele coloca ali mas é secundário A correlação que ele faz forte é entre decisão de seguir ou não seguir regra Se achar ou ter uma opinião sobre aquela regra Considera que as decisões são mais ou menos racionais Não leva em consideração o papel da emoção na tomada de decisão Que já existe em vários estudos demonstrando que o momento da decisão é o momento em que você mais se baseia na emoção Dentro do seu comportamento Só permite experimentar comportamentos que podem ser modelados de maneira lógica Usando um sistema bem simples de observação Então essas são as críticas que são feitas aos jogos nessa visão Agora eu vou passar para vocês uma abordagem que eu estou desenvolvendo E que na verdade outras pessoas já desenvolveram também Que é baseado no uso de jogos dentro de uma outra abordagem, outro tipo de psicologia experimental Que é a psicologia histórico-cultural, teoria da atividade e o método de dupla estimulação, assim como eu estou chamando Quem começou a desenvolver esse método foi o Yves Gautz, que junto com seus colegas, no caso o Sakharov Que era um orientando dele O objetivo do experimento de dupla estimulação é explicar o comportamento Porque no caso do experimento do Paul Piff, esse que eu acabei de mostrar, do Banco Imobiliário Não tem uma explicação de porque aquilo acontece Ele só demonstra a correlação Mas você pode ver que ele não se arrisca a prover uma explicação para o jornalista E falar que historicamente você criou uma relação entre ricos e pobres, essa divisão na sociedade Ele não entra nessa seara O Yves Gautz que vai entrar, e ele acha mais importante essa explicação do que apenas a descrição Porque se você for rodar por cento mil experimentos, você vai descrever o comportamento humano E o que você faz com isso? O Yves Gautz que está interessado em conhecimento que possa reverter numa abordagem pedagógica O Yves Gautz que é um psicólogo, mas ele está fazendo uma psicologia visando a interferir na pedagogia Que era a agenda da época, como eu expliquei para vocês na aula passada Como é que ele explica o comportamento? Através de construtos teóricos e variáveis qualitativas Que podem ser, às vezes, escalas ou outras maneiras Então a variável dele não é numérica, raramente ele vai trabalhar com números Ele faz isso de vez em quando, mas o principal mesmo são construtos teóricos que têm, por exemplo Entendeu, ou não entendeu nada, ou entendeu muito Isso é uma escala qualitativa Agora, se vai mensurar em termos de número o entendimento é muito difícil Porque isso é um construto teórico Um construto teórico na verdade não é um agregado de variáveis, algumas você conhece, outras não E o problema de você mensurar o construto teórico se você não conhece as variáveis É que você acaba distorcendo o fenômeno Então em geral é melhor você mensurar o construto teórico com uma variável qualitativa completa Então você avalia o entendimento completo E aí como é que você faz isso? Através do julgamento do próprio aprendiz Então ele vai lá e diz se entendeu ou não entendeu O que ele considera entendimento se eu não entro nessa seara? Quais são as variáveis que fazem parte dessa seara? Desculpa, então focaliza no processo mais do que no resultado Esse processo de aprendizado é mais importante do que se ele aprendeu ou não aprendeu Isso aqui depois vai ficar mais claro, mais pra frente E como é que ele entende o processo? Não é um processo de causa e efeito, uma coisa causa outra, uma coisa causa outra e essa outra coisa causa uma terceira Ele vê, na verdade, ele busca certas categorias que são genéticas no comportamento humano Ele tenta distinguir entre fenômenos que você observa do comportamento que são fenóticos, fenotípicos melhor dizendo E os comportamentos que são genotípicos Ele usa uma metáfora que não vai, não vamos ver isso aqui exatamente como genética, mas ele estava inspirado pelo Charles Darwin Que inspirou também o Marx, Marx era fascinado no Darwin Que propôs uma observação biológica materialista Vamos entender os organismos apenas pelo aquilo que eles têm de bem objetivo E a genética tinha sido uma descoberta posterior ao Darwin Baseada nas ideias do Darwin Que ajudava a perceber que existiam elementos invisíveis que determinaram elementos visíveis E você não podia se confundir com os elementos visíveis e achar que você estava vendo os comportamentos invisíveis Um exemplo aqui pra ficar mais claro isso é genótipo e fenótipo na escolha da determinação da cor do olho humano Então existem os genes excessivos e os dominantes O B é o gene dominante Desculpa, o B é o dominante O B é o dominante, o B é o excessivo Então você tem aqui o caso do avô e o avô que tinham os mesmos genes Obviamente o filho vai ter os mesmos genes Mas quando junta com uma outra pessoa que tem os genes opostos, o filho vai ter os dois genes Só que nesse caso aqui o dominante é o castanho Se você olhar só para o fenótipo que é a aparência daquela constituição biológica Você vai achar que essa pessoa tem somente os genes castanhos Mas se essa pessoa que tem um gene recessivo azul tiver um parceiro que também tem esse gene recessivo azul Pode ser que aconteça de ter um filho com olho azul E aí você fala "Dá onde? Não é meu filho" e por aí vai Porque você não estudou genética, você não entende o genótipo Então o comportamento fenotípico, aquele que você observa, e nas origens históricas daquele comportamento O que é muito interessante, esse insight é muito interessante Porque a maior parte da psicologia experimental vai lá olhar "Beleza, bateu aqui na R" "Dá onde surgiu isso? Quem começou com isso?" Se você realmente quiser saber porque a pessoa reage daquele jeito Você vai ter que olhar nas histórias em quadrinhos e nos desenhos animados onde as crianças aprendem a levantar o pé quando o doutor vai lá bater o martelinho E também você vai ter que ver que hoje em dia as crianças talvez nem sabem mais fazer isso Porque elas não foram expostas aos mesmos histórias em quadrinhos e desenhos animados que nós fomos Rubens, você sabia disso? Já tinha visto essa imagem? Eu vi essa imagem diversas vezes em histórias em quadrinhos e desenho animado quando eu era criança Então se algum médico me bater aqui eu vou saber fazer Ah, você já saiu conhecido Mas eu tenho visto cada vez menos essa imagem Até porque nosso estado cultural atual, nós vemos o comportamento de uma maneira menos, de modo geral A psicologia experimental hoje não é tão dominante quanto era há 30 anos atrás, quando eu era criança O Vigotsky, eu esqueci de dizer, mas o Vigotsky, esses livros que a gente está vendo do Vigotsky aqui Eles foram escritos há quase 100 anos atrás, mas no Brasil eles só começaram a ser lidos a partir da década de 90 É muito recente o estudo da psicologia histórica e cultural no Brasil e no ocidente Por quê? Primeiro foi bom se lembrar do começo, na época stalinista Ele foi vítima de perseguição, os livros dele foram proibidos na própria União Soviética E depois os livros dele foram não proibidos, mas não foram traduzidos E alguns deles foram traduzidos com uma corte terrível Esse livro aqui, "Construção do Pensamento e Linguagem", essa é a versão completa Tem um outro livro que é o mais lido, o livro de Vigotsky, que ainda no Brasil e as pessoas infelizmente não sabem disso Tem a metade da espessura, "Pensamento e Linguagem" é o nome dele, metade da espessura Ah, o tradutor achou que podia sintetizar a obra dele Metade, é bizarro isso, e o pior é que as pessoas continuam lendo esse livro e achando "Ah, eu li Vigotsky, eu li Pensamento e Linguagem" Você leu metade de Vigotsky Agora tem no Brasil uma versão completa, está bem legal Essa versão completinha, gente, isso aqui é 2004 se não me engano Então, 2004, estamos aí, 2010, é muito recente Por isso que pode parecer estranho eu trazendo Vigotsky, que é um cara das antigas, mas ele é muito atual Está sendo bastante discutido na academia brasileira, está crescendo Como eu falei, é uma virada cultural também para entender o comportamento de uma maneira um pouco mais profunda do que simplesmente observar a manifestação fenotípica do comportamento Outro ponto interessantíssimo do Vigotsky é o conceito de comportamento fossilizado Quer dizer o seguinte, às vezes você vai querer observar a origem do comportamento, beleza, vou pegar o genótipo Aí você vai lá, vamos estudar a atenção humana Como é que tu estuda a atenção humana? Tipo, é muito rápido, é muito rápido, é frações em segundo E você não vai conseguir observar aquilo objetivamente Você pode até mensurar o foco de atenção, tem os estudos de eye tracking Que é um mecanismo, não sei se você já deve ter visto isso aí, né Que pega o ponto focal do olho e tal, mas aquilo ali, o eye tracking, ele mensura o golpe de olho Que é o, acho que é um nome, gaze, em inglês, sacada de olho, né, sacada, isso Ele mensura sacada, mas ele não mensura olhada O que você está olhando e entendendo? Às vezes a gente dá uma sacada em alguma coisa e nem presta atenção no que está vendo Então aquilo ali não é exatamente, pode ser usado como proxy, né, que é uma variável que pode ter uma correlação Você mensura sacada para tentar entender a atenção, mas não é exatamente a melhor maneira de entender É o que todo mundo coloca nos artigos sobre a atenção no eye tracking É quanto tempo a pessoa fica olhando com aquilo ali Mas como você falou, não dá para nem saber se a pessoa está entendendo ou não Ela pode estar olhando e estar pensando em outra coisa Exatamente, ela pode estar olhando e pode estar, por exemplo, é uma coisa muito mal Que nos artigos, assim, que a gente vê, tem, por exemplo, duas pessoas conversando, a pessoa está vendo o vídeo e duas pessoas conversando A gente faz muito cuidado com as pessoas para voltar, porque eles estão em algum lugar Só que aí, como ela está com a atenção ali no olho, mas ela pode estar pensando "nossa, esse olho é um olho normal ou valente?" Enquanto que o outro pessoal pode estar olhando a expressão que ela está fazendo com o sobrancelho Mas o eye tracking, o dado que o eye tracking vai dar é que a sua atenção está por aqui Não vai dar exatamente o que você quer É, na verdade o eye tracking não mensura a atenção, é que está, isso eu já acho que é uma espécie de... A gente pode falar sobre isso, né, porque se a gente está olhando aqui... Não, não, eu não concordo, eu acho que a atenção pode estar em outro lugar É aí que está, eu vejo a atenção como um fenômeno cultural tal como o Vigodesk Claro, tem pessoas que vão reduzir o fenômeno da atenção para a sacada do olho Mas, por exemplo, e quando você fecha o olho? Você não pode prestar atenção a alguma coisa? Pode Daí, essa, esse, é que eu nem falava, você pode ter conceitos que funcionam na prática, mas tem conceitos científicos Você está buscando como conceito científico, conceito científico ele é mais abrangente, mais geral Então aqui no Vigodesk a atenção não é um fenômeno ligado à sacada do olho, é um fenômeno mais holístico, digamos assim E ele tenta, ao invés de reduzir, expandir as variáveis, expandir o conceito Então, o que é o comportamento fossilizado? É esse, a atenção é uma coisa fossilizada, você já está tão automatizada a fazer Você não vai conseguir estudar o processo de atenção a não ser que você interfira no processo de atenção E faça a pessoa se colocar na situação que ela tem que reaprender a prestar atenção Esse é o processo de atenção que você tem que prestar atenção a, talvez, seja baseado na parte da psicologia cognitiva Que a, na parte da atenção você tem que, você já se pensou em alguma coisa, você teria que saber o que lá é Porque não tem uma base, simplesmente, por isso, seria mais nesse... O Vigodesk, ele vem antes da psicologia cognitiva, né? A psicologia cognitiva não existia ainda nessa época Mas ele dá base para a psicologia cognitiva, muitos psicólogos cognitivistas referenciam o Vigodesk Olha só, eu vou só ler aqui porque eu acho muito legal o que ele está falando aqui, ó O termo princípio básico de nossa abordagem analítica é o fato que, em psicologia, Defrontamos-nos frequentemente com processos que esmaiceram ao longo do tempo Processos que passaram através de um estágio bastante longo de desenvolvimento histórico e tornaram-se forçilizados Isso pode ser a história de um indivíduo, mas também é a história da sociedade A gente aprende a prestar atenção da maneira como os nossos pais nos ensinam a prestar atenção, e professores também Essas formas forçilizadas de comportamentos são mais facilmente observadas nos assim chamados processos psicológicos automatizados ou mecanizados Os quais, dadas as suas origens remotas, estão agora sendo repetidos pela enésima vez e tornados-se mecanizados Eles perderam sua aparência original, fenótico original, e sua aparência externa nada nos diz sobre a natureza interna, sobre o genótico Seu caráter automático cria grandes dificuldades para análise psicológica Então, você não vai conseguir estudar um comportamento desses em situação natural, né? Então, o que acontece? Se a gente quiser, vamos ver o que ele fala da atenção aqui A única maneira de estudar a atenção é entendendo suas idiosincrasias e diferenças Em resumos, nós precisamos compreender a origem do processo de atenção Consequentemente, precisamos concentrar-se não no produto do desenvolvimento, que seria a atenção em si, mas no processo de estabelecimento dessa forma de comportamento Para isso, o pesquisador é frequentemente forçado a alterar o caráter automático, mecanizado e fossilizado das formas superiores de comportamento, fazendo-as retornar à sua origem através do experimento Isso que ele chama de análise dinâmica Então, você tenta recriar o processo de aprendizado, ou melhor dizendo, de desenvolvimento daquele comportamento Por isso que os experimentos de dupla estimulação vão ser sempre muito difíceis de você passar por ele Porque você está querendo que a pessoa reconstrua aquele comportamento e você vai observar como ela reconstrói que nesse processo fica mais objetivo Um outro exemplo que eu gosto de dar, que tem muito a ver com design, como é que você vai estudar como uma pessoa reage às placas de trânsito? Você não tem como, é muito rápido o processo, é milésimo de segundo Por quê? Porque a pessoa já aprendeu o que significa cada um desses, já automatizou, ela nem pensa, ela consegue conversar com outra pessoa, falar no telefone celular, mandar mensagem E ela ainda assim está seguindo as placas de trânsito Então, se você quiser que a pessoa estudar o comportamento das pessoas, a atenção das pessoas e a interpretação das pessoas de placas, o que você vai ter que fazer? Placas estrangeiras que ela nunca viu, aí você pode começar a estudar como a pessoa entende aquela placa O Vigotos que comenta isso, ele fala do treinamento, só que no treinamento o que acontece? Você está ensinando No caso do Vigotos, nos experimentos dele, ele não está ensinando, ele vai deixar uma situação para a pessoa aprender por conta própria E isso é uma diferença que vai ter desdobramento da pedagogia entre uma pedagogia construcionista, que é a do Vigotos, que deixa que a pessoa construa o seu próprio aprendizado Do que uma pedagogia tradicional mais sistemática baseada na psicologia experimental, em que você ensina através do condicionamento de reivorismo É interessante, o documento da Bíblia, ele cita que tem vários pesquisadores, que é uma pesquisadora da época, que no fundo eles estavam fazendo simplesmente o que eles estudam, mas o que parecia diferente era o estilo de resposta, fazer isso E o outro que eles fizeram, eles fizeram isso de forma igual, é coletar uma grande quantidade de informações, mas aparentemente essa quantidade não era deglutida, no sentido de explicar claramente as coisas O que eu achei, realmente, eu imaginei, eu acho que você teve uma resposta, é que quando me falam de genótico e fenótico eu achei que era muito interessante, mas eu não fiz a correação com o fato de que Darwin estava na época e não no modo É, isso aí são dados contextuais que a gente pega em cursos quando você vai, porque não está no livro do Vigotska, mas é bem interessante Mas é aí que ele fala sobre o que é aparente e o que é realmente o real, então o que eu acho que ele fez, que também é uma coisa bem interessante, é que ele disse que os pesquisadores eles tinham uma pesquisa descritiva, basicamente descreveram o que é uma psiquia O que ele tenta fazer é uma pesquisa explicativa, ou seja, tenta explicar o fenômeno, é um jeito bem legal, e a questão da fossilização é também uma coisa bem curiosa Eu me lembro que tinha um filme, que eu acho que foi desse filme, que eu vi uma crônica, que era sobre uma mulher que era uma negra que era desgolada pelo marido, escreveu umas cartas, tinha um nome na carta, não sei se vocês lembram desse nome E aí a crítica fazia o seguinte, que o homem negro, apesar de estar numa sociedade considerada de negro, praticamente como escravo, ele tratava a mulher como escravo, ele notava que ele não fazia essa diferenciação do comportamento dele Nossa, excelente exemplo, ele reproduzia o comportamento, o que era um comportamento da época, ou seja, os brancos também, sob certo aspecto da época, tratavam a mulher, só que o desesperado é que o negro, sabendo que foi explorado na sociedade de um metal, ele tivesse a capacidade de raciocinar e não explorar a mulher, não tratar a mulher do jeito que ele queria Mas ele era de quatro entalhotes, que era o filme do Brasil, do Sul, da época, dos maiores eras da história, da era brasileira que se usou, e essa questão da escravidão, da crítica, ele falou que o maior sonho dos negros na época era ter escravo, eles queriam ter escravo, eles não eram contra a escravidão, eles eram contra a escravidão Mas uma coisa engraçada, que você está citando um exemplo aí do século 19, mas hoje em dia entre os designers de interação, o pessoal que trabalha com programadores, os designers reclamam muito, programador é isso, programador é aquilo, nunca me entende, né? E aí todo o sonho do designer é ter um programador escravo do lado, também é uma frase que é bastante dita, uma brincadeira, né? Porque é a mesma coisa, é um comportamento não-dialógico que o designer acaba incorporando, e talvez o fato dele não ter um diálogo com o programador é porque ele reproduz esse mesmo comportamento, é muito curioso isso A questão da apresentação na tecnologia, na estima de línguas principalmente, também acontece muito, por exemplo, quando você tem um ego, você fala o verbo no passado, você tem o "played", fala com aqueles ataques brasileiros que falam o "ed" ou "worded", chega uma hora que a pessoa reproduz tanto esse comportamento, está num ego facilizado Aí para você corrigir isso, é 10 vezes mais difícil que você corrigir um ego de uma pessoa que não ficou tão disposta a esse ego, eu acho que é o mesmo... Sim, sim, sim, é uma derivação provavelmente do conceito do Vigotsky, né? Então vamos fazer um joguinho aí, para a gente experimentar o comportamento fossilizado, vou precisar de uma folha de papel, vocês vão precisar sentar em duplas, acho que aqui já tem duplas ...ignificar o que é? 3 minutos valendo, 3 minutos valendo, é um desenho, totalmente sem sentido Não, falei sem sentido, sem sentido Tá acabando o tempo, tá acabando Acabou o tempo, pronto, agora quem vai passar a vez para o observador? O observador agora, a pessoa que não desenhou, vai ter que encontrar sentidos nesse desenho Cada sentido que o observador encontrar vai reduzir um ponto do desenhador, então ele vai começar a ficar com negativos Só que o desenhador tem que prestar bastante atenção nos sentidos que o observador vai falar, então eu sugiro para isso, a utilização dos dedos para contar Então vai contando, cada sentido da pessoa falar, só conta os sentidos completos, aquele sentido tem que ser uma explicação completa do desenho, não pode ser um pedaço, tem que ser o todo Você tem que dar o sentido, o que é isso? Você dá o sentido do que é, e se a outra pessoa que desenhou falar "não é possível ver isso nesse desenho", não conta Tá bom? Valendo [versão em português] [versão em português] Eu vou dar uma dica, pode tirar a folha. Pode tirar a folha. [versão em português] [versão em português] Só consigo? [versão em português] Três sentidos. Escutou? [versão em português] Tá, acabou o tempo. Acabou o tempo, agora é o seguinte. Agora o desenhista dá o ponto. Agora o desenhista tem que lembrar todos os sentidos que o Loco falou e vai deduzindo, daí isso vai cair no ponto de volta, recuperando os seus pontos que tinha perdido, tá? E o desenhista pode acrescentar novos sentidos. Se ele conseguir acrescentar novos sentidos, ele vai ficar com a pontuação positiva. [versão em português] Não, não é desfazendo. É criar outros. Você tem que primeiro lembrar os sentidos que o Loco falou e depois criar novos sentidos que ele não tinha dito. Dá a ideia de quem, se você tiver ponto positivo, como desenhista você ganhou a votar. Valendo. Não, agora tem que lembrar todos os sentidos que ele falou. [versão em português] Não, não, não desliga agora. Só lembrar os sentidos que ele falou. [versão em português] Tá, agora você pode acrescentar outros. [versão em português] [versão em português] [versão em português] [versão em português] Tá, pessoal, acabou o tempo então. Então, ganhamos, não é isso, né? Não, não é sempre que ganho o desenhista. Agora a minha pergunta é, qual é o comportamento fossilizado que eu estou estudando com esse jogo que eu desenvolvi? [versão em português] Tá, mas comportamento. Qual o comportamento que eu estou estudando? [versão em português] A identificação de padrão rolou normalmente nesse experimento. Vocês fizeram isso. Lembra do que eu falei, no experimento que você tenta estudar o comportamento fossilizado, você interfere e torna ele travado. Difícil. Não vai de cara. Eu quebrei as coisas, tá? Se você unir, o que seria a unidade original? Eu sei que estou forçando a barra a fazer essa pergunta para vocês, porque é um pouco complexo, mas quais são os processos que estavam acontecendo aqui? No meu ponto de vista, era o aceitar. Quando a pessoa começa a interpretar o seu desenho, você naturalmente começa a falar "ah, não é assim, não é assim". Ou, difícil você quebrar aquilo em contra que ele falou. Estabeleceu um paradigma quando ele deu um sentido. Estabeleceu um paradigma. Isso que você está falando é uma descrição. Vamos tentar entender qual é o processo que está acontecendo aqui. [versão em português] É o processo de você dar sentido. É isso? Então, tem um processo de dar sentido. Eu estou simulando isso nesse jogo. Que outro processo que tem aí? [versão em português] A criatividade ocorreu normalmente nesse jogo. Só um processo dá sentido. Tem uma regra até, né? Sim. Qual é o outro processo que está aí? Olhem para as verbas. Quais são os verbos que tem? Desenhar. Desenhar. São basicamente dois processos que tem aqui. Tem lembrar também. Desenhar. Dar sentido. Contrar sentido, eu coloquei aqui, mas você vê dar sentido. E lembrar. E acrescentar. Qual é o comportamento fossilizado que é constituído e desenhado a sentido de lembrar? Desenhar. Olha, é isso aí. Eu estou estudando design com esse jogo. Claro, uma das visões do que é design. Tem gente que vai dizer que design são outras coisas. Mas eu gosto muito da definição de design do Klaus Krippendorf. Que tem um livro fantástico que é o "Democimante, que turn". Que ele diz o seguinte, vamos discutir o que é design? Vamos discutir que design é você fazer... cadê? Design é você fazer produtos. Design é uma atividade socioeconômica que gera valor, que é a definição oficial. Gente, vamos tentar olhar design como uma atividade humana que já existe há muito mais tempo. E vamos voltar à raiz etimológica da palavra, que é "design", que é germânico, que significa dar sentido. Dar sentido, essa é a origem etimológica da palavra. Então vamos tentar trabalhar com esse conceito. E eu acho que é muito produtivo. Então, esse experimento eu tenho desenvolvido. Já coletei dados bastante para escrever um artigo, mas não tive tempo de analisar. Com alguns alunos lá da PUC. Acho que não fiz com você, né? Mas com outros alunos. Diga. Eu tenho contato com o Laphne Grosso, certamente o ativismo de violência do giro da Ralfo e o Saques Fornil. Com aquele pessoal que invadiu a... Eu não sei se você está usando, mas o Saques Fornil, o deles tinha uma origem germânica. Então, o que você estava falando é que... Você tem muitas palavras no inglês que surgiram, que vieram, e foram lá de volta. A fonte é de se tentar fazer uma customização. Mas... Eu tentava aproximar uma língua da outra. Então você está falando que o "design" vem de uma palavra alemã, que seria "design". Eu não sou especialista nessa etimologia, mas eu sei que tem duas origens. Tanto a germânica quanto a "designare" do latim. Mas "designare" é "designar" no sentido português mesmo. Eu vou designar qual vai ser o meu substituto. Não tem a ver com "signo". Que é o que no germânico vai ter a ver com "signo". Agora eu não tenho muito conhecimento para discutir. É uma visão... É. Eu estou usando aqui projetar. Porque eu estou traduzindo em português, que eu acho que fica bem mais fácil de entender. Então para mim projetar dá sentido. Está pras coisas. É um comportamento fossilizado. Para estudar projetar é preciso separar essa atividade de duas ações. Desenhar e dar sentido. Eu não coloquei "lembrar" aqui, mas vocês me lembraram. E que eu deveria colocar. Porque também é uma parte importante. Desenhar com papel e lápis é um comportamento aparente, fenotípico. As pessoas olham uma pessoa desenhando no papel e elas dizem "ah, isso é design". "Ah, o cara está fazendo design, está desenhando". Mas os designers sabem muito bem que isso não é o todo da atividade deles. E é apenas a aparência. Parece que ele está só desenhando, mas no desenhar ele está fazendo algo muito mais do que só desenhando. Ele está usando o desenhar para fazer outra coisa que é o projetar. Então o projetar é o genotípico. Às vezes as pessoas se perdem no comportamento aparente do desenho assistido pelo computador ou no lápis com papel. E ficam discutindo eternamente. Que na pesquisa de design tem muita essa discussão de ferramentas. "Ah não, design mesmo é só com lápis e papel. Design bom é com card. Ah, quando você usa card não é design mais". E o pessoal discute muito isso. Perde de vista, que é o principal na minha visão, na visão do Bigottsky, é o comportamento genotípico de dar sentido. Se você for ver qual o diferencial dessa atividade em relação a outras é dar sentido. Então eu estou tentando com esse experimento dar algumas... Fazer algumas explicações a respeito desse processo de design que eu consegui simular no jogo de uma maneira bem sintética. Vocês conseguem experimentar uma situação de design em apenas alguns minutos. Vamos lembrar o que o Bigottsky fala sobre esse processo de significação, de dar sentido. Vamos tentar construir uma teoria de design baseada na psicologia do Bigottsky. Você tem o estímulo do ambiente. Todo estímulo do ambiente é mediado por um signo que vai dar uma resposta. A resposta nunca é direta entre os signos, é mediada. A gente viu isso na primeira aula. Mediação simbólica é o termo que o Bigottsky utiliza para determinar esse processo. E vamos lembrar também como funciona o processo de aquisição ou de construção social de um signo. O bebê é campeão de aleatoriedade, faz vários movimentos aleatórios, aponta para vários lados, mas ele não sabe o que está apontando, nem sabe o que é apontar. Quando a mãe traz o brinquedo, a partir do momento a criança percebe que existe uma relação entre apontar aquele movimento do braço e trazer o brinquedo. Depois que ela começa a fazer, ela entende que aquilo ali tem um sentido social, ela aprende o comportamento do signo de apontar, que é um gesto. Isso aqui o Bigottsky vai falar de dois processos que acontecem no aprendizado, a internalização do comportamento e a externalização do comportamento. A internalização é quando ainda você não sabe muito bem o significado, não tem sentido aquele comportamento, mas você começa a imitar. Daí aquela parte que a gente tinha visto dos animais, que estava discutindo bem no começo, você imita o comportamento do outro, parece até meio animal, que você está macaco de imitação, falava-se as crianças quando eu era criança. Só que o diferencial é que o ser humano, quando ele está internalizando, ele dá um sentido próprio para aquele comportamento, que é algo que os animais não fazem. E uma evidência de que ele dá um sentido próprio é que a externalização é variada. A maneira como ele externaliza esse sentido vai variar, o significado pode ser alguma parte dele compatível, isso permite que as pessoas se comuniquem, mas outra parte é idiosincrática, e isso aqui é chamado de dialética da internalização e externalização. Isso aqui basicamente é como o Bigottsky descreve o aprendizado, ele tem uma fase de internalização do comportamento e externalização, socialização e transformação do comportamento. Na época, quando a internet e a internalização e a externalização, é que você chegou numa conversão, já no sistema de internação. Na verdade não é só entre mãe e filhos, mas entre uma geração de mães e filhos, porque essa mãe está trazendo o que ela pegou da mãe dela, e de outras, às vezes tem interferência de outros familiares, é uma tradição, é um comportamento cultural, culturalmente transmitido. Esse aqui é o processo de transmissão cultural, que o Bigottsky vai equacionar o aprendizado também, por isso para ele estudar o aprendizado é aprender a reprodução da cultura. A internalização é o fato de que o bebê adquiriu esse procedimento, e a externalização é o movimento mecânico, e você começar a repetir a definição de uma forma mecânica. A externalização significa que você aprendeu a repetir, está se expressando. Falta só um detalhe, a internalização se começa repetindo, mas no mesmo processo de internalização ela culmina em dar um sentido para aquilo, isso é essa internalização. A externalização é quando você percebe a evidência de que houve uma internalização, quando por exemplo a pessoa começa a explicar o sentido, verbalizar o sentido e usar aquele sentido de maneira competente. Isso daí é um método que é gerar a similação? É o equivalente, não é o mesmo, é o equivalente. Tem algumas variações entre Bigottsky e Piaget. Ah não, o Bigottsky comenta Piaget no livro dele também, mas é diferente os caminhos que eles vão trilhar. Como é que o Bigottsky vai estudar esse processo de internalização e externalização de maneira experimental? O colega dele, o Leon Cheve, fez um experimento muito interessante, que eles queriam mostrar evidências materiais de que isso acontece. Então olha só, ele pegava um sistema de teclas, eu não sei se é um teclado desse tipo, mas eu estou criando uma visualização que vai ficar mais clara, eles mostravam para uma criança uma figura do cavalo, falavam, toda vez que você vê essa figura do cavalo você tem que apertar essa tecla, toda vez que você vê a figura do pão você tem que apertar essa tecla, e aí eles esperavam um tempo e mostrava a figura do cavalo. Aí a criança ficava lá olhando, qual tecla era mesmo, essa aqui, e aí dava erro. Às vezes eu acertava, às vezes errava. Quando eu fazia esse experimento com crianças e adultos, dava uma diferença grande, os adultos conseguiam memorizar mais, eles conseguiam acertar mais nessas condições. Agora, quando você colocava uma figura auxiliar na tecla, que tinha alguma relação semântica com o objeto ali, uma sensação contextual com o objeto que estava lá em cima da figura, a criança aumentava muito ao acerto dela, ela raramente errava. Podia ter outras imagens aqui, eu estou só reproduzindo o experimento como eu acho que pode ter acontecido. Poderia ter outras imagens aqui. O fato é que a criança utiliza essa figura auxiliar para lembrar do objeto, só que se houvesse trocado, se você trocasse essa figura aqui, por exemplo, pegasse a figura do trenó e colocasse aqui desse lado com relação ao pão, para a criança já não faria sentido nenhum, ela já não ajudaria. Essa figura já não ajuda mais a lembrar porque não tem a relação contextual de faca estar junto com pão na mesma atividade. Trenó não está junto com pão, o que tem a ver? Então ela não consegue utilizar esse sentido, utilizar esse signo, não consegue criar um signo relacionando os dois e utilizar isso aqui como uma externalização de um símbolo interno, que é a visão que ela tem na memória, isso aqui você mostra primeiro o cavalo, depois ela tem que lembrar que o cavalo está relacionado a isso aqui, então ela vai internalizar a relação entre imagem e tecla. Quando você coloca essa figurinha auxiliar, essa figura auxiliar se torna o signo dessa relação e ela é internalizada também. [Voz do público] Exatamente, exatamente, vem a deriva do Vigotsky e do Piaget também. A professora foi vigotskyana nesse momento. Isso aí é o seguinte, o Vigotsky e o Piaget enfatizam muito a importância dos materiais no processo de aprendizado, porque eles ajudam a estabelecer esses signos que inicialmente são externos, externo essa imagem, mas ela se torna internalizada e ajuda para você fazer relação. Só que uma coisa curiosa é que os adultos não ficavam nem um pouquinho mais eficientes em lembrar quando tinham as figuras. Por que os adultos não precisavam disso? Porque eles conseguem criar signos internos muito rapidamente. É um comportamento fossilizado. Para criança ainda não está muito claro essa criação de signos internos. E até uma coisa curiosa é que a criança tem uma dificuldade muito grande de lembrar de coisas que não estão, criança bem pequena, de lembrar de coisas que não estão no seu campo de visão. Quantas cadeiras tem ali? Tem quatro. Aí você tapa uma cadeira com alguma coisa. Ah, tem quatro. Exatamente. Agora se você tirar a cadeira e levar para outro lugar, ela não está mais vendo, ela vai ficar confusa. Porque ela não tem no campo visual. Ela percebe os objetos, a percepção do objeto tem muito a ver com o campo visual, com a presença que ela está vendo de fato ali na hora. Ela pensa que o formato é material. Exato. Ela não tem ainda essa capacidade de significação de pensar num campo conceitual abstrato. É muito concreto o pensamento da criança. Perfeito. Nossa, bem lembrado. Então o que acontece aqui usando aquele modelinho lá do Vigodesk? Existe uma relação entre figura e tecla que é o estímulo que você recebe no experimento. A figura auxiliar colada na tecla é o signo que vai ser internalizado. A resposta esperada é pressionar a tecla relacionada. Se você não estudar o papel disso aqui nessa formação da resposta e tentar estabelecer uma relação estímulo-resposta entre figura e tecla, você vai começar a discutir qual figura que é melhor, ou qual tecla que é melhor, qual barulho que você vai conseguir estimular a criança a apertar mais corretamente. O que é um desvio no estudo psicológico de funções superiores, porque isso que você está vendo não é uma função superior. Se você for para esse caminho, você está vendo uma função inferior que tem a ver com comportamentos simples. Então é bem interessante essa distinção e pouco entendida também na psicologia. Na minha tese de doutorado eu crio um diagrama para visualizar a diferença entre o método de estimulação única e o método de dupla estimulação, que é esse que a gente vai desenvolver mais agora. Então você tem um estímulo inicial, ele é uma contradição, não é um problema, eu já vou explicar a diferença, é uma contradição, e você tem uma ferramenta para lidar com essa contradição. Quando você junta essas duas coisas ocorre um processo de mediação e você ao invés de ter uma resposta, você tem uma refração do comportamento daquele estímulo. Refração, não sei se vocês lembram desse fenômeno, mas é quando você coloca um objeto dentro da água, esse objeto você olha através da água, ele parece quebrado, parece torto, mas o objeto original ainda está ali, mas ele parece um pouco diferente. Então não é uma resposta exatamente, mas ela tem muita relação material, então o Vigottski não quebra totalmente com Pavlov, com a psicologia berrivorista, ele tenta na verdade dar o próximo passo dessa psicologia. Então o primeiro estímulo que o pesquisador vai dar é um problema além das capacidades do participante, que exige o desenvolvimento de um novo conceito. Então ele precisa aprender, e aprender por Vigottski significa desenvolver conceitos, adquirir conceitos, conceitos estes que são sociais, como por exemplo o conceito de apontar. A solução do problema, na hora que a criança está tentando resolver aquela contradição, aquele problema, ela vai modificar o problema, por isso eu prefiro usar o termo contradição, o Vigottski também. Então você não vai apresentar um problema matemático que é muito fácil de resolver, porque se você fizer isso você não vai observar um comportamento fossilizado. Quanto que é um mais um? Dois. Acabou o seu experimento. Você não vai conseguir estudar o desenvolvimento da racionalidade matemática dessa forma, você tem que perguntar uma coisa que a criança não sabe responder de cara. Isso veio após a ZPD. Isso, exatamente. ZPD é zona de desenvolvimento proximal, que é um conceito que eu não vou explicar aqui agora, então já aproveitando, já que você comentou, é quando você tem uma situação de aprendizado em que a criança é exigida que ela faça alguma coisa, não é exigida, mas ela tem a oportunidade de fazer algo que ela ainda não sabe fazer, mas com a ajuda de um colega ou de um professor mais capaz, ou de um profissional mais experiente. (...) Na verdade não, pro Vigotski o artefato está sempre presente, mas ele tem que ter uma pessoa também. A zona de desenvolvimento proximal é criada por pessoa. Social. Social, é social o conceito, não é nunca individual, a zona de desenvolvimento proximal. Mas isso aí é uma outra discussão que eu não vou entrar aqui agora. Ao invés de uma solução final, a contradição leva a formação de um conceito que se atualiza. Então essa solução do problema, você vai poder estudar o processo de formação do conceito, e que vai transformar tanto o problema e a solução. A criança vai ver o problema de uma maneira diferente. O segundo estímulo também é chamado de estímulo auxiliar, ou tem até um outro nome que eu não lembro agora. Estímulo secundário, também é falado. Pode ser fornecido ou pode-se esperar que o participante crie o segundo estímulo. Então num experimento de dupla estimulação você pode dar um objeto ambíguo, você pode dar esse segundo estímulo. Use isso aqui para abrir uma porta. Como é que usa isso aqui para abrir a porta? Considerando que uma pessoa nunca viu uma chave. Ela vai ter que pensar nisso. Esse aqui é fácil, na verdade o comportamento é forcizado. Agora usa um livro para abrir a porta, aí já é mais difícil. Quem já participou de um escape game já deve ter visto situações bem interessantes desse tipo. Então ele tem que ser ambíguo. Não pode ser muito claro a utilização dele. Por que? Porque daí a pessoa vai ter que dar sentido, ela é obrigada a dar sentido para aquele objeto. E você vai observar ela dando esse sentido porque ela vai eventualmente verbalizar isso. Principalmente quando é mais difícil e quando está com outra pessoa, ela verbaliza. Então é uma estrutura temporária e flexível como se fosse um andanhe, scaffolding em inglês. Para os professores quando vão se referir a bigotes, eles vão usar muito essa metáfora. A minha função como professor não é ensinar, é criar as condições, é criar uma espécie de andaime para a criança por conta própria descobrir, fazer as operações matemáticas. Eu não dou a instrução direta, 1+1=2. Eu crio condições, por exemplo, eu dou laranjas, crio uma situação problema em que com laranjas a criança precisa somar as laranjas que ganhou do colega e dizer quantas laranjas tem. E aí essa situação problema é o seu andaime. Para a criança desenvolver a estrutura e depois que ela desenvolveu, você tira o andaime e a criança internalizou e começa a externalizar aquele comportamento. Então o segundo estímulo, você pode dar um objeto, mas você pode também não dar nada e deixar um monte de outros objetos e deixar a pessoa pegar, por exemplo, no experimento você dá um livro e a pessoa pega a lixeira que estava na sala, que você nem tinha esquecido que tinha lixeira e ela começa a usar lixeira e você fala "putz, estragou meu experimento". No experimento de dupla estimulação isso é maravilhoso, isso é um resultado da avolição, uma evidência do processo de externalização daquela pessoa que você vai usar para supor o processo de internalização. Vamos ver um exemplo? Não, acho que é melhor a gente ir para o intervalo. A pergunta é, eu sei que você vai dar isso aí, mas hoje eu estava em casa, li o livro, que eu ia fazer ali a outra, e eu queria tentar um experimento onde eu pudesse sintetizar uma coisa de uma forma mais simples. Então, por exemplo, é um conhecimento de uma macaco, e o macaco ele está acostumado a tudo o seguinte, ele tem a mesma facilidade, ele sobe um pouquinho, ele derrubou um pouco o ombro, o chão é muito duro, na hora que o ombro cai no chão, bate e abre. Aí ele está acostumado, aí eu pego uma trama, e tudo aquele elemento eu coloco ele um pouquinho por aqui, eu levo lá em cima, bate um pouco, o ombro cai, mas como a areia é fofa, o ombro não cai. Aí eu faço uma intervenção, eu vou lá e coloco algumas pedras no chão, aí eu estou esperando que o macaco continue tentando derrubar os pontos, aí de repente um ombro cai em cima de uma vela e abre. Bom, aí o macaco começa a entender o seguinte, que ele tem uma possibilidade de acertar um pouco dentro e em cima de uma pedra. Sim. Mas isso nem sempre é efetivo, porque é difícil você dar uma tapa lá no ombro, porque ele está meio em cima da pedra. Então a pedra começa a ser uma ferramenta para ele tentar solucionar o problema de quebrar o ombro. Aí ele desce e deu um pouco, o ombro não quebra, ou ele por exemplo deu um pouco todos os pontos e nenhum dos pontos caiu em cima da pedra. Mas ele sabe que quando bate na pedra o ombro abre, então ele poderia fazer um pouco de atura se ele pegasse o ombro e jogasse ele em cima da pedra, na pedra, na perigo. É bem provável que ele nunca faça isso. E o Vigotsky mostra que muita gente acha que uma característica de Xing, os seres humanos de macacos ou antropóides, é a capacidade de usar ferramentas, mas o Vigotsky já tem dados experimentais, estudos com macacos que mostram que eles conseguem sim usar ferramentas para fazer justamente coisas desse tipo, sacudir um coco, atrapalhar uma vara. E mais uma coisa bem curiosa, ele consegue pegar outros objetos que parecem uma vara e adaptar. Isso significa o que? Que ele tem uma abstração de vara. Ele também consegue, só que uma coisa que ele não consegue fazer é criar novos conceitos a partir dos conceitos existentes. Ele na verdade não tem conceito pelo Vigotsky, ele tem ali uma abstração que ele não dá exatamente um nome, ele tem um signo, ele tem um processo de significação, mas não é uma significação cultural como a nossa. É uma significação muito reduzida, é um signo que fica meio que no ambiente. Ali quando um outro macaco vê, ele consegue fazer ali, porque tem aquela configuração daquele ambiente, é muito preso no visual. Agora se você tira esse macaco, leva para outro lugar, num outro contexto diferente, pode ser que ele não consiga reproduzir aquele comportamento, porque ele não tem a mesma capacidade mais devoluída, digamos assim, porque ele usa uma teoria evolucionista do Darwin e tal, que os seres humanos têm essa capacidade extrema de operar num mundo de significados. O que eu estava tentando era chamar uma correlação, ou seja, existe um mundo que é um macaco e um xampu, aí eu transporto esse macaco. Mas você está querendo usar esse exemplo para entender a dupla estimulação? Daí você vai ter que usar seres humanos, porque esse método não se aplica para macacos. É impossível, é como se disser, vamos usar esse método da psicologia experimental para estudar o comportamento dos neurônios, não serve, daí você vai ter que usar os métodos das ciências naturais. Mas troca o exemplo, pode fazer esse mesmo exemplo para um ser humano numa ilha deserta. Vamos lá. Isso, exatamente. Você nunca vai mostrar isso. Isso é um salto criativo. Um salto criativo só é capaz de seres humanos. É muito curioso isso. Não se observa, não se observou até hoje, animais que criaram novos signos. Não, mas ele não foi criado. Isso é uma coisa que ela pegou e aprendeu com os outros, lontras, mas não tem um processo cultural de avanço, como por exemplo a ciência, onde a gente vai construindo conhecimento em cima do outro. É um processo que a mudança de comportamento dos animais depende apenas das condições ambientais, ela evolui, mas ela evolui num ritmo biológico. O Vibotsky fala de experimentos que foram feitos no século 19 e começo do século 20. E os seres humanos continuaram a fazer experimentos desse tipo com animais que são antropóides e eles tiveram resultados muito melhores quando eles começaram a colocar os animais antropóides em situações da cultura humana, ou seja, tratar chimpanzé como se fosse um bebê humano. Esse experimento que você está falando eu não conheço, eu só sei que quando coloca um chimpanzé, um experimento que eu conheço, quando você coloca um chimpanzé numa cultura humana desde a sua criação com vários outros, eles começam a tocar música, eles começam a desenhar, eles começam a fazer vários comportamentos fenotipicamente que se parece com os humanos. Mas eu diria que genotipicamente é bem diferente porque é a história dos chimpanzés. Tem um tímpano do Arco mais novo que foi ensinado desde criança, ele sabe 300 palavras, ele tem um painel digital onde ele digita as coisas e fala. A gente pegava uma irmã desse bonobo, que é uma espécie de chimpanzé, e ela não foi ensinada, depois de 7 anos eles se agruparam em 2 e ele pegava na mão dela para ela digitar as palavras, só que o lojo dela não conseguia. O que acontece é o seguinte, já tem vários estudos que mostram que os chimpanzés e os gorilas conseguem operar com palavras e até se comunicar com uma linguagem bastante rudimentar. Mas a diferença principal é que eles não conseguem construir um conceito completo. A palavra para eles está muito ligada à presença de coisas físicas, então ele consegue associar um gesto a uma pessoa e toda vez que aquela pessoa está lá ele faz o gesto. Mas se a pessoa não estiver é difícil ele conseguir falar. É o que o Vigodes está falando no livro dele, eu estou só comentando porque ele diz ali. Ele fala que os animais não têm capacidade de criação de conceitos completos, eles têm no máximo a criação de pseudo conceitos, que é quando você opera com um conceito parece que você entende que... A criança fala por exemplo uma palavra do tipo... vamos ver, uma palavra difícil que a criança possa falar. Mãe, você está sendo processada? Ai a mãe, nossa, como ele entendeu que eu estou sendo processada? A criança nem sabe, ela ouviu a palavra, viu que aquilo ali fazia mal para a mãe, que a mãe se sentia mal, usou a palavra de uma maneira correta e a mãe, que bonitinho. Então é aquele processo de internalização de macaco de imitação. É, exatamente, você tem um pseudo conceito, você acha que entende o que é ser processado mas você não entende, de fato. E aí o Vigodes fala que isso é um dos maiores problemas do estudo, o marido dos psicólogos não vai atrás do genótico, fica no fenótico que é o pseudo conceito e... Então você acaba tendo essas relações. Eu gostei desse disco também, aquele que é só de um parque rural, um parque de sociedade. Eu lembro que tem um caso, um garoto que eu acho que foi na época do certo Lucé Robles, na França, que era um garoto que tinha uma escola parecida com o Loto, que o criava um homem com ela, uns animais. Não, não, o mini lobo, que é inspirado nessa ideia. O criado com mais mais, ele foi perdido na Amazônia, e quando eles voltaram a ver ele tinha então, ele tinha 28 anos. Eles nunca conseguiram desenvolver o tipo da... dar o sentido da linguagem do garoto. Ele começou a aprender algumas coisas, mas ele não conseguiu desenvolver totalmente o século para fazer essas coisas. O que aparentemente se fosse explicar isso de forma neurogógica é que realmente o público criava mapas de conexões, de lições dentro do século. E esse mapa não tinha sido construído. Na época? Na época? Não estava correta, não dava para construir depois, entendeu? Eu não sei se os caras aceitaram, apreciaram... Eu acho que o mundo na sua área diz que o humano ele consegue chegar a um nível de comunicação, também, porque exatamente ao tempo de maturação do bebê ele é mais provocado. Se você for ver o chimpanzee aos três anos de idade ele é mais inteligente do que uma criança de três anos. Mas a criança tem um século muito mais plástico e vai conseguir se desenvolver por um período maior. Até uma teoria, como se diz também, com espécies de neve vegetais, também se desenvolvia muito mais rápido. E por isso não tinha um processo cognitivo, não conseguia bebê de sociedade, tanto quanto dos humanos. Por isso que a gente conseguiu chegar em cima. Vamos dar uma intervação, então. Para o design do modo geral, né? Então vamos ver alguns exemplos. Esse aqui é o experimento das cores proibidas do Leonchev. Do meu ponto de vista, usando os itens que o Vigotzi nos passa, eu resolvi pedagogicamente para vocês, ajudar didaticamente me lá dizendo pra vocês, e resumir em quatro pontos. Primeiro estímulo, segundo estímulo, mediação e refração. Isso é com base no meu modelinho lá da testa. Isso é uma simplificação, o pessoal da educação não vai gostar muito dessa simplificação, mas eu acho que isso é necessário pra gente conseguir operar com esse método aqui no design. Então, primeiro estímulo, perguntas capciosas que ela faz e também aquela contradição de você ter que reagir de uma maneira contrária ao que você está vendo no campo de visão. Segundo estímulo, são os cartões coloridos que você insere. A mediação é a lembrança de cores independente do campo visual. Tem algumas perguntas que perguntam sobre o objeto que está na frente, algumas perguntas que perguntam de objetos tão longe, e você tem que articular sempre em relação à história das suas respostas, se você já respondeu pela cor, e também das regras. Então é uma lembrança bem complicada, bem difícil. E a refração, qual o comportamento esperado? Controlar o impulso de responder prontamente as perguntas capciosas utilizando esse segundo estímulo, que são os cartões coloridos. Então seria essa a análise do experimento. Vamos agora pra um outro tema, a gente estava vendo com esse experimento aqui, a base desse método, um exemplo clássico, digamos assim. Agora a gente já vai ver um experimento bem mais complexo. Eu posso voltar naquele lá? Ali o aprendizado era a regra, certo? Você tinha que aprender a regra, é isso? Ela tinha que ser... Não, não é a regra só. Qual que era o alfocam desse... É isso aqui, controlar o impulso de responder prontamente as perguntas capciosas. Mas então, a mediação pelo adulto teve alguma... qual foi o andain que ele colocou pra ajudar ela a fazer isso? Os cartões coloridos. Os cartões coloridos são andain. Não tá claro como que você usa os cartões coloridos pra lidar com a pergunta capciosas. Ela falou que tá aqui os cartões. Como você vai usar, se ela vai olhar, se ela vai separar. Ali ela deu uma ajudinha. Ali ela deu uma ajudinha que não precisava ter feito, eu acho. Poderia não ter feito. O fulgo do controlar é uma habilidade. Isso. Uma habilidade que é o... É o... O que eu entendo por aqui é que esse método ele pode você entender como uma pessoa aprende algo ou como é adquirir uma determinada distreza na área que ele não tem uma habilidade. Uma habilidade é uma habilidade que eles falam. Não é muito cognitiva, né? A gente tá aprendendo com o teu... Com essa habilidade, com o teu namorado. Perfeito. E aí, o jogo de cheios, as corzinhas e a coisa. É... As corzinhas, né? A criança tem que lembrar que são as corzinhas. Pra ir pra memória, pra trabalhar com a memória de sempre. É. Eu acho que aquele livro, provavelmente você não tem um processo de dar sentido àquilo ali, tanto que o lado. É um processo, é um processo metacompetitivo. Eu acho que aquele... Eu ajudei isso. Eu acho que o Gênios, ele nem é a função superior. Eu acho que ele trabalha bem com reflexo mesmo, rápido, e não pensar muito. Entendi. Eu acho que até ali a ideia é você não ter, não pensar. A espirito que você tá falando "tá, tá, tá, tá, tá, tá", rapidinho. É até usando mesmo uma memória muscular mesmo. Da ação. Mas isso aí é uma discussão que teria que ver com mais calma. Tá bom? É... Vamos ver um caso, um experimento mais complexo, tá? Que é o... É... Vai trabalhar com a questão da formação de conceitos. Ah... Isso é escrito de maneira simplificada aqui nesse... Nesse livro, da formação social da mente, mas é escrita em detalhes nesse outro livro aqui. Que é o "Construção e Pensamento da Linguagem", que eu já tinha comentado. Formação de conceito, pra mim, é a chave pra entender design. Mas eu ainda não consegui ver nenhum estudo empírico que tenha estudado formação de conceitos em design. Em geral, a palavra conceito é utilizada no design de uma maneira bem... Com um senso comum, né? O conceito sendo algo mais completo do que uma ideia, né? Muitas vezes no design se fala isso "ah, cadê... Eu tô vendo suas ideias, mas cadê o seu conceito por trás?" Qual que é o conceito? Dificilmente alguém define conceito no design, tá? Pro Vigotsky, conceito é uma abstração, tá? É um objeto abstraído. Por exemplo... É... Alguém tem algum objeto na sua bolsa que é bem, extremamente diferente? Porque eu talvez não vinha nisso, porque... [Som de passos] O que você tem? Ah... Tá, não, eu vou usar esse aqui, ó. [Som de passos] O que é isso? [Som de passos] Tá, então essa barra aqui é uma barra, tá? Na verdade aqui eu tô vendo sinais aqui de um... Que era uma rosca. Então possivelmente isso aqui é um cabo de um... Talvez, dentro do método de uma vassoura, de um morro, ou coisa assim. Que se tornou o quê? Se tornou uma barra pra alcançar o retroprojetor que tava em cima, na ausência de um controle remoto. Ou uma coisa mais simples do que isso, que é a via. O controle remoto até tem que estar no saquinho, mas a via funcionando é... Isso é difícil aqui na material, né? [Risos] Então, o que que acontece? Quando você vê um objeto desse, e você nunca interageu com um objeto desse, você não sabe o que é. E daí você não tem conceito pra ele. Você não tem conceito. Você olha, você tem uma forma, mas pra que ele serve, de onde ele veio, pra onde ele vai, isso é um conceito dele que você não tem. Você precisa passar com um processo de formação de conceitos. Quando o professor André tem, fala isso é uma tecnologia educacional, e você vê um objeto desse, não se parece com nenhuma outra tecnologia educacional que você viu anterior. Então, quando ele fala isso, a piada é engraçada, porque ele remete toda a história da tecnologia educacional aqui na universidade, e de coisas que são ditas que são técnicas educacionais, e também ele está fazendo, obviamente, uma menção, a ênfase das tecnologias educacionais como sendo uma coisa tecnológica avançada, e de repente tem uma coisa aqui rudimentar, né, que funciona muito melhor do que o controle remoto da pilha, porque você não precisa ficar trocando a pilha, está sempre aqui, e ninguém rouba. [Risos] [Voz de público] Pois é, exatamente, ainda mais, ainda mais, além disso é uma figura de linguagem. Isso é um conceito, tá, veja a diferença. É essa textura de significados, de históricos, que formam um conceito. Agora, imagine isso sem a palavra do André, sem você dar essa palavra. E se você conhecer, mesmo que ele desse a palavra, você não conhecesse a história da tecnologia educacional aqui na Federal. Se você não conhecesse a história da tecnologia educacional do modo de acesso, e não conhecesse as palavras "tecnologia" e "educacional", você teria que formar um conceito, tá. Então, o comportamento, ele aproveitou a ser ali, dessa que eu conhecia, que eu estava por dentro, e o comportamento de possibilidade de reagir à tecnologia educacional, o meu impulso de estar esperando quando ele falar "tecnologia educacional Béu ou moderno", e de repente, daí por isso eu sorri. Então, a estimulação do grupo também se liga a piada, tá. Agora, uma coisa interessante é que você pode estudar o processo de formação desse conceito, quando é a primeira vez que eu vou entrar em tecnologia educacional, quando eu sei do que é. E aí eu vou descobrir, e vou descobrir, quando eu descobrir isso, na próxima vez que eu for a uma outra universidade, alguém for fazer essa piada, já não vai ser mais tão engraçado, porque ele é um comportamento possibilizado, já é um conceito que eu conheço e tal, né, mas chega uma hora que todas as universidades públicas vão ter um negócio desse aqui, vai ter um oficial do governo, que é o de antigueta e o de patrimônio, né, patrimônio, sim, porque é o que você está usando, né. E aí, aí não tem mais, aí é o comportamento possibilizado, se não, você não vai mais formar um conceito. Mas, toda vez que eu vejo uma, "ah, de repente na UEL é de outro tamanho, na UEL é feito de madeira, o EMG é feito de outra cor", mas ainda assim é o mesmo conceito, é a mesma história. Eu consigo abstrair e reconhecer a tecnologia educacional em todos esses outros contextos porque eu tenho um conceito abstrato, que é independente, independente, isso é muito importante, do estímulo visual do meu campo visual, porque esse objeto, ele não está, o objeto real não está no físico, o objeto real está no nosso imóvel, do contrário, não faz nenhum sentido chamar isso de tecnologia educacional. Esse objeto, ele vive nas nossas vidas, não no físico, ele vive principalmente no campo concreto, no campo abstrato das ideias dos conceitos, claro, ele também vive no físico, porque ele permite que a gente liga e desliga, do contrário, se a gente apiada no vírus vigaz, tá. Por isso que ela, então, na verdade, é tão infernal e poderosa, que ela funciona. Tá, então isso é um conceito. Então a palavra não é o conceito, isso é uma outra coisa muito curiosa. A gente estava discutindo dos macacos, né, o macaco pode até entender uma palavra, mas ele não tem um conceito para o Vigodes, nem a criança, a criança às vezes usa a palavra, mas ela não tem o conceito ainda, tá, parece que ela entendeu, mas entendeu. O conceito, ele é formado pela interação do sujeito com objetos e com outros sujeitos, então o conceito de tecnologia educacional aqui, que eu aprendi através da interação com o André e com vocês também, que quando veem os alunos costumam dar risada a respeito dessa piada também, porque compartilham nesse esfera conceitual que a gente está trabalhando. Então entender conceitos é fundamental para agir no mundo dos significados humanos. Se você não entende esse conceito, que isso é tecnologia educacional, se você não entende o que é um projetor, se você não tem conceito de projetor, se você não tem nada que te, você realmente não é um humano. Para ser humano você tem que conseguir agir nessa esfera de significados, porque se você olhar para um relógio, por exemplo, uma pessoa que tem dificuldades de abstração mental, ela pode olhar para um relógio e se perguntar o que é isso, ela vai falar, isso aí é um círculo com duas linhas, é uma pessoa que tem dificuldade de abstração, mas ela consegue geometrizar as coisas, mas ela não sabe que aquilo é um relógio. Como é que você sabe que aquilo é um relógio? Você fez parte de uma história de uma dele de significados, que aquilo ali tem a ver com vontade de tempo, é uma coisa muito engraçada, demora, veja a criança, tenta explicar o que é relógio para uma criança de dois anos, três anos. É muito difícil, é muito difícil, veja que é uma das primeiras atividades que as professores fazem quando a criança entra na escola, é ensinar a ler o relógio, mas ler o relógio não é ler as horas, é entender o conceito de tempo, isso é muito doido. A criança pode até falar amanhã, já vimos isso, criança que fala, quando é que a gente vai se ver amanhã, sempre amanhã, ou ontem, quando é que a gente vai se ver ontem, porque a criança tem a palavra, ela pode até usar adequadamente, mas ela não tem o conceito de tempo, ela não entende isso, e isso vai vir com os anos, é o processo de formação de conceitos, se você quiser estudar, esse é o método mais legal para fazer isso. Então vamos fazer o experimento dos blocos, deixa eu ver se a gente está com tempo, e não está com tempo não, vamos ter que pular, eu trouxe os blocos aqui para a gente, não, mas vamos fazer sim. Quem aqui é uma pessoa que se confunde bastante com jogos? Está bem ruim? Todo mundo é bom em jogo aqui. Você é ruim em jogo? Quer fazer então experimentos? Esse experimento não é verdade, não é bom fazer com adultos, porque pode ser que já tenha comportamento foscilizado, para fazer o que necessita de fazer, desculpe. Você quer explicar o próximo começo da outra aula? Não, não, eu precisava dar exemplos porque vocês vão ter que fazer o próximo, vocês vão ter que fazer o experimento, então eu falei, vou mostrar exemplos que vocês vão conseguir fazer, vocês vão ter tempo, vocês vão ter que criar um zero, mas eu vou passar um andain para vocês criarem daqui a pouco. Então, esse aqui na verdade é a base da análise, vocês têm que conseguir entender esses conceitos aqui, principalmente os dois primeiros. Primeiro estímulo nesse jogo, classificar blocos diversos, os blocos não é óbvio qual é o grupo que eles pertencem, eles têm características diferentes. Segundo estímulo são as palavras estrangeiras que são ativadas em uma parte do experimento, é aos poucos também, eu não digo exatamente o que significa e por isso eu não tenho o conceito de cada palavra, mas é utilizada a palavra para ajudar quando eu vou revelando aos poucos. Mediação, processo de mediação é a organização do campo visual para perceber as características variadas, basicamente jogar para os lados os quatro, mas também organizar o campo mental, no caso dos adultos, isso também é um processo de mediação importante, aquele físico é mais devagar, mas ele é análogo ao mental. E a refração é a formação do conceito das palavras estrangeiras, "bixevi lag mur", entendeu que aquilo ali significa dois conceitos na nossa língua em português. Agora vem o conceito da avolição, que é uma coisa bem interessante e difícil também de entender, a teoria do Vigodes que a causa do comportamento nunca é uma coisa externa, sempre a causa vem de dentro do sujeito, na verdade é uma relação do sujeito com o ambiente, por isso ele se chama de causa dinâmica. E a causa dinâmica sempre surge a partir da avolição, que é a força de vontade, é o motivo para a atividade, o motivo é tanto um objeto físico quanto o desejo interno, motivo na verdade é a junção de objeto com o desejo. Pode ser usado instrumentos para controlar a sua própria avolição, isso é uma característica bem interessante dos seres humanos, que os animais não fazem, os animais usam os instrumentos para controlar o ambiente, eles não usam os instrumentos para controlar o seu próprio comportamento. O que é controlar o próprio comportamento? Qual é o exemplo mais simples? Escrever na mão para você lembrar de algo, ou definir o motivo para levantar da cama, estou com muito sono, eu vou levantar quando for 9 horas, estou com muito sono mas não tenho motivo para levantar, mas a maior hora vou ter. Isso aí é um processo de dupla estimulação, um processo de você usar um instrumento para criar a vontade, para criar o subterfúgio, para criar uma desculpa para levantar. Isso é bem interessante mas eu acho que é mais fácil entender pelo exemplo do que pela descrição. Então lá no outro livro do Vigortes que ele comenta o experimento de reações raivosas do Leeuwin, só que ele acha, na verdade, ele define isso aqui como uma situação de sentido. O que o Leeuwin e o Denbo estão fazendo? Eles convidam a pessoa para um experimento social, "ah, bom dia, você pode guardar essa sala para a gente iniciar o experimento?" "Ah, posso, pode sentar aqui por favor?" A gente já volta a te dar as instruções e nunca mais voltar. E deixar a pessoa naquela sala sem nenhuma instrução. Então a pessoa ficava observando a pessoa através de câmera, na verdade eles nem tinham câmera, claro. Eles só contavam tempo para levar a pessoa a sair da sala. E aí depois, ao invés de entrevistar, vão ver por que a pessoa tinha saído. Mas na verdade eles sabiam que isso ia fazer a pessoa ficar com raiva e eles queriam ver, observar raiva. O Vigortes já interpretou esse experimento e já disse que era uma situação para ver como que a pessoa saiu de uma situação sem sentido. E aí ele acha, na interpretação dele, que quando a pessoa sai ela cria um símbolo, um signo, para definir a saída dela como uma ação com um significado. Só que esse significado não está dado porque a situação é um Vigort. Ele foi convidado a esperar, mas ele não sabe se ele vai ter que esperar eternamente ou não. É uma contradição. Não sabe se esqueceram ele ou não. Então, normalmente acontece de uma pessoa criar uma desculpa para sair. Eu vou sair quando completar 20 minutos do meu relógio, porque 20 minutos não é aceitável esperar para acontecer alguma coisa. Eu vou sair quando a pessoa definir que está com tanta raiva, quando eu estou mais querendo ir embora, quero matar esse experimentador. Ou então ela começa a pensar em uma coisa externa. "Meu filho, eu queria ver meu filho, eu estou com saudades dele". E aí você se auto-estimula e cria a vontade de sair daquele experimento o suficiente para vencer a vontade de ficar no experimento que tinha sido estimulado inicialmente quando a pessoa pediu para você esperar ficar naquela sala. Então isso aqui é um exemplo de evoluição, um experimento que não tem um estímulo ambíguo para ajudar a pessoa sair dali. É uma coisa bem curiosa. O primeiro estímulo é um experimento que nunca começa. O segundo estímulo não tem nenhum. É uma sala sem nada, sem objeto, sem estímulo ambíguo para você sair dali. Em alguns casos eles usaram relógio, depois eles tiraram o relógio de parede porque ele era usado como limite para sair. Então a mediação é dar sentido a uma situação sem sentido. E a refração é desenvolver uma desculpa para ir embora, um motivo. Esse experimento também nos traz um outro conceito do Vigotsky, que é o conflito de motivos. Eu fiz um desenvolvimento de um experimento na minha tese doutorado com base nesse conceito e foi um outro artigo que eu passei para vocês como leitura adicional. Conflito de motivos, uma mesma atividade pode ter vários motivos, inclusive conflitantes. Como nesse caso a pessoa que está ali dentro quer sair, mas não pode porque ela se concordou em participar do experimento. Um conflito de motivos pode levar a double bind. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho cono. É um conceito que eu já passei na outra aula. Double bind é a situação da pessoa ficar ali esperando eternamente com a sensação que não pode sair, mas não sabe se sai. Double bind estimula a criação de novos motivos e consequentemente novas atividades. Por exemplo, a pessoa criar desculpa de que ela está sendo enganada, ficar com raiva e sair para bater nos experimentadores. Eu usei esse conceito para modelar o jogo de modo que o jogo Hospital Expansivo, que eu trouxe para vocês na primeira aula também, estimulasse diversos conflitos de motivos que você nunca conseguisse fazer uma ação sem ter um outro motivo conflitante. Obviamente é um jogo bem difícil de jogar porque cada pessoa encarna o motivo e normalmente ela não consegue realizar o seu desejo sem interferir no motivo do outro. O que gera também a necessidade de criação de motivos compartilhados, que no caso não está dado. Assim como no experimento dos blocos, você não dá o conceito de colaboração, mas o que acontece muito durante o jogo é isso. Os jogadores formam o conceito de que é importante colaborar porque senão o hospital vai faler isso. Eu não falo isso quando eu passo o jogo, mas eles começam a perceber ao interagir e formam o conceito. E como é essa colaboração? Também não falo. Então no jogo surge um conceito de colaboração. Você faz isso, você faz aquilo, eu faço a colada. Então isso é o conceito que se forma no jogo. Então o primeiro estímulo são as contradições do design de disciplinaria de um hospital. Isso se manifesta nas regras diferentes para cada jogador. O segundo estímulo é um papel base de dados para notação, as peças de tabuleiro para visualização e tentativa de experimentação no espaço conceitual. E a mediação é desenvolver táticas sem certezas absolutas porque as condições de operação daquele hospital estão mudando o tempo todo com o fluxo de pacientes. E também com as estratégias táticas dos outros jogadores que estão mudando o tempo todo. Então esse experimento aqui, não sei se alguém tem o vontade de ler esse capítulo. O artigo publicado na Simulation Gaming? Não, né? Você deu uma olhada? É o que estava na lista. Ele é um capítulo da minha tese, ele mostra uma análise da jogatina do hospital expansivo, compara dois grupos, um grupo que conseguiu colaborar e outro grupo que não conseguiu colaborar. E eu demonstro que as estratégias de colaboração que o jogo contém, que permite, foram inúteis. E que o que mais importante não foi a estratégia de colaboração, mas sim as táticas de colaboração que os jogadores improvisaram durante o jogo. E principalmente o conceito que eles mesmos criaram de como colaborar. Isso é para a literatura que eu estou comentando aqui, que é a literatura de sistemas colaborativos para projetos de hospitais, conhecidos também como BIM, Building Formation Modeling. A literatura fala muito que é uma estratégia, é uma importante estratégia. Com as estratégias as pessoas vão colaborar, estratégia multidisciplinar, estratégia multiprojeto. Com esse experimento eu demonstrei que a estratégia em si não é tão importante quanto o sentido que as pessoas dão das estratégias, o sentido que elas dão para os conceitos de jogo, na prática de jogar mesmo. Então não dá para discutir muito o texto sem vocês terem lido, mas fica aí a dica de uma publicação num journal que saiu com esse experimento de dupla estimulação. Tá bom? Ah, tinha mais um aqui, mas eu não vou ter tempo de ver o vídeo. A gente vai ter que pular isso aqui. Isso aqui é um exemplo. Então aí você pode mostrar no começo da sua próxima aula. Só que eu precisava mostrar os exemplos para eles fazerem, porque na próxima aula eu vou ver o vídeo deles. Vocês vão ter que me entregar isso aqui. Não, eu estou querendo dizer o seguinte, você mostrar o vídeo. A gente vai fazer isso, mas aí com o vídeo de vocês, né? Esse exemplo aqui é o seguinte, a Arabella, a Galvão, foi uma aluna nossa aqui dessa semana, ano passado. A tarefa era, e aí a tarefa é para vocês, criar um experimento de dupla estimulação envolvendo um jogo. Tá? É isso. A Arabella, ela, e de preferência que esse experimento contribua para sua pesquisa de mestrado do Corado, de modo que você possa usar ele como mais uma evidência interessante, tá? Tentar fazer uma conexão. Se você não encontrar conexão, pode fazer qualquer outro assunto, não tem problema. Mas a Arabella está pesquisando a desenvolvimento da habilidade de visualização espacial nos estudantes de design interior. É isso que ela está estudando. E ela pensou em criar um jogo que isolasse a formação do conceito e que existisse essa habilidade de visualização espacial para resolver o jogo. Tá? Então ela criou um jogo que faz referência à tarefa existente no mundo real, que é combinar armários para ocupar um espaço de uma cozinha, só que ela simplificou essa tarefa. Então, basicamente, são peças de parecidas com a tinta eteris em 3D. Você tem que colocá-las todas ocupando as paredes, todas as paredes, nos dois níveis. Então, basicamente, é um puzzle em três dimensões. Essa parte do, né, o vídeo mesmo, eu ia tocar com vocês e a gente ia comentar e ver, mas não vai dar tempo. Eu vou só fazer análise desse experimento, tá bom? Porque vocês têm que construir um experimento parecido com esse. Então, o que ela fez aqui? Ela criou uma habilidade, criou uma situação complicada em que a pessoa precisa desenvolver a habilidade de visualização espacial porque é impossível, impossível resolver esse jogo sem, somente usando o campo visual. E no vídeo, a filha dela, que no caso está participando do experimento, ela tenta resolver isso somente pelo campo visual. Ela não consegue mentalmente imaginar aquelas peças que ela tem encaixadas em diferentes maneiras. Então, ela sempre vai colocando as peças e sempre sobra um pedacinho. Para resolver, para solucionar esse jogo, você não pode fazer um movimento sem considerar os outros movimentos. Que nem no jogo do, o cubo Rubik, o cubo mágico em português, né? Se você pensar um movimento separado dos outros, você nunca vai fechar aquele cubo. Você tem que pensar sempre que você fez um movimento e você habilitou com aquele movimento outros movimentos. E aí você vai fechando o teu campo de possibilidades até chegar naquele último movimento que fecha o jogo. Então, a filha dela não consegue fazer isso nos 10 minutos, mas ela passa para um processo de aprendizado muito interessante. A ideia, no fundo, era criar um jogo que ela pudesse usar com os estudantes para os estudantes desenvolverem essa habilidade. Ficando melhor cada vez que ele joga esse jogo. Não sei se ela fez isso desde então, mas eu achei que tinha um potencial muito bom. E o experimento validou o potencial do jogo. Então, o que acontece aqui? O primeiro estímulo é um quebra-cabeça que não pode ser resolvido por partes, como a maioria dos quebra-cabeças. Você bota uma peça, procura a próxima peça. Bota uma peça, procura a próxima peça. Você não precisa pensar que aquela peça vai ter outros lugares possíveis. Porque no quebra-cabeça tradicional, cada peça tem o seu lugar. Então, você pode pensar só em partes. Nesse caso, é um quebra-cabeça que uma peça pode encaixar em vários lugares. E sempre que você coloca uma aqui, você fecha uma outra possibilidade de colocar outra. Então, é muito engraçado. Difícil, né? O que ela oferece de segundo estímulo? Ela achava que ela tinha oferecido essa folha de papel aqui com as linhas da parede como segundo estímulo. Eu não acho que isso tenha sido. Não é nada umbigo. É uma regra, é um condicionante. E a pessoa simplesmente segue e não ajuda em nada a pessoa no processo de aprendizado dela. O que ela usa aqui que é segundo estímulo, na minha opinião, são as dicas que ela vai dando. Que nem... eu dei dica pra você. Essa dica também é segundo estímulo. Passam palavras que eu estou colocando ali pra pessoa que ela pode dar um significado, dar um sentido que ajuda ela no processo cognitivo. O andanho que a gente estava discutindo até agora. Então, a mediação. Combinar as peças e encaixes diferentes ao mesmo tempo, né? Realizar o encaixe como abertura para o próximo movimento e não um fechamento. Ou seja, sempre agir em relação ao autor. Cada movimento você pensa no que que ele abre de possibilidades para os próximos movimentos. Não. Mediação é um processo que vai acontecer onde as dicas vão fazer parte. Mediação é sempre um processo. Digamos assim, isso aqui é o que eu dou e isso aqui é o que acontece. Entendeu? Isso aqui pode acontecer antes de eu dar também. Por exemplo, essa mediação pode criar um segundo estímulo por conta própria. Não, não. Eu não estou falando de mediadores aqui. Eu não estou falando de mediadores. Eu não estou falando de um professor aqui. Nessa cilindra. Mas, por vigotes que sim. A relação do professor-mediador é muito importante. E ela é presente. E ela não é... não deve, por exemplo, o experimentador não deve ficar separado do experimentador. Que é uma coisa que na psicologia experimental é comum. O experimentador sai de cena para não interferir. Nos experimentos dupla estimulação, o experimentador pode improvisar novos segundo estímulos para ver. Como eu fiz aqui com a colega que vocês... Qual foi então a mediação do professor-mediador? Mediação aqui não é uma pessoa mediando. Do dela. Ah, do dela? É. É, do dela está aqui, né? Mediação. Organização do campo visual, mas também do campo mental. Eu esqueci de colocar aqui. A mediação, o processo de mediação é você organizar isso aí visualmente na sua cabeça e conseguir perceber as diferenças. A partir dessa organização. O movimento que ela está fazendo ali, ele é análogo ao movimento conceitual que ela está fazendo de perceber as características que são comuns nas blocas. A mediação é estratégia. É, seria isso? O desenvolvimento da estratégia, mais ou menos. O professor mediação é uma metodologia. A metodologia é você vai criando... A mediação, que é uma estratégia, é um processo que você cria para atingir os objetivos do jogo. Não é como isso? Pode até ser. Mas eu não sei se é só isso que eu posso dizer. Porque a estratégia da gente pode envolver, por exemplo, você para o lefar, não é? Lefar é uma refração. Lefar seria uma refração. Por exemplo, aqui você teria uma situação em que você lefa, é uma situação que você tem o estímulo de falar a verdade, versus o estímulo de mentir. Isso cria um primeiro estímulo que é contraditório. E aí o segundo estímulo é alguma dica de que lefar é bom. Pode não existir essa dica, você pode ter que descobrir. E aí está o segredo, de que estímulo você pode dar nenhum também. A mediação seria o processo de você perceber que lefar é uma boa estratégia, ou desenvolver uma estratégia que o lefar faz sentido. E a refração é o blef. Entendi. A refração é o resultado. Por exemplo, se eu utilizei a mediação como a estratégia do meu blefar, eu tenho que ter organizado o blef de uma maneira que ele seja produtivo. E uma refração poderia ser assim, o blef resultou em algo pompado. Quer dizer, que permitiu eu ter o resultado do jogo melhor. Eu organizei o blef na minha refração e eu ouvi a minha a blefar. Isso, então você poderia estudar como que as pessoas aprendem a blefar um jogo e como que isso afeta, que tipo de estratégia que leva ela a blefar, e como é que ela constrói essa estratégia, como ela percebe. Na verdade todo jogo tem um desafio, perceber estratégia primeiro você tem que entender do campo. Por isso que na literatura tradicional da palavra estratégia vem justamente dos generais que subiam em cima dos morros para olhar o exército inimigo e olhar o terreno. Daí surge a ideia de estratégia. Então, quando você está jogando o jogo você também vai fazer isso de uma maneira conceitual, que era o que ela estava tendo dificuldade para fazer no começo. O que eu impedi na verdade de ela te fazer. Inibir, né? Então, vamos mais para frente. Então, vamos fechar aqui a discussão. Vantagem desse método que eu passei para vocês, ele gera conhecimentos que vão além do Game Design, que a maior parte dos experimentos de um jogo que a gente vê na Cipirgames, ele fala assim, foi muito bom esse experimento para aprender o que melhorar no jogo no futuro. Eu falo, cadê o conhecimento científico? Infelizmente os nossos revisores não são tão rigorosos quanto eu gostaria de ser, mas um artigo desse para mim é um short paper. Às vezes o pessoal coloca short paper, às vezes deixa passar. A gente como o Tchernum não pode interferir nos revisores, né? Mas em alguns casos a gente vê, nitidamente, artigos que não têm conhecimento científico. Ele só tem um desenvolvimento de um jogo, o jogo validou, o jogo é legal, é bem feito, tudo bem, é um caso de caso. Mas não gera conhecimento científico rigoroso que a gente vai poder construir e descobrir o que é jogo, quais são as melhores estratégias, qual a maneira melhor das pessoas aprenderem com o jogo e por aí vai. O problema é que tem todo o nível de conhecimento que ainda não está ficando usado. Ainda a gente se debate, o quanto conceito se importa, o que é o mercado, o que é a regra, o que é a colaboração, o que é a operação. E além do mais... - Os conceitos não estão definidos, né? A maior parte das pessoas não têm conhecimento de um método como esse. Pois é. Se o conhecimento de um método científico já é precário, quanto mais o conhecimento de um método que ele é... Relativamente pouco conhecido, né? Pouco conhecido, né? Um estudo de caso, uma surga, um negócio que faz parte do conhecimento científico, mas um método como esse é relativamente pouco conhecido. Sim. A vantagem, menstruação qualitativa do aprendizado, não quantitativa, você entende como é que é o processo na profundidade, na história do processo. Você objetifica os processos psicosociais complexos, porque é uma coisa de tipo organizar... Se eu tesse essa tarefa da colega de vocês sem ter duas características a serem percebidas, ela resolveria muito rápido. Seria um comportamento automatizado, né? E a gente não ia conseguir ver nada do que ela está pensando. Mas a gente conseguiu ver e pegar alguns traços do raciocínio dela. Rigor do controle de variáveis e amostragem é substituído pelo rigor da análise histórica. Analisar um experimento de dupla estimulação é bem mais difícil do que analisar um experimento de estimulação única, porque você não vê o resultado só, você tem que ficar revendo e revendo o vídeo várias vezes. O vídeo da Arabella ali eu tive que ver umas três ou quatro vezes pra perceber o que eu percebi. E ainda tem mais coisa que talvez pudesse ser vista depois. O objetivo da próxima aula é justamente a gente assistir os vídeos que vocês fizerem nos experimentos pilotos. Eu já falo sobre isso. A maior vantagem na minha visão é isso. Evita o reducionismo e as explicações rápidas e superficiais do comportamento humano. Limitações. Requer um projeto cuidadoso do segundo estímulo. Você tem que pensar bem se ele é um amigo ou se ele é simplesmente uma estimulação única. A reprodutibilidade desse experimento é possível, porém os resultados vão variar muito. Eu reproduzi agora o experimento com você e eu imaginei que você fosse melhor do que eu pensei adulto, mas não teve fator emoção, fator da pressão social que acabou interferindo na situação. E você acabou agindo muito parecido com um adolescente, eu diria, por exemplo, nesse jogo. Um adolescente que ainda não consegue trabalhar com duas categorias na classificação de objetos. Desculpe, não estou a entender. Nessa condição você agiu parecido com o que a gente encontra com adolescentes, mas não te define quanto característica de pessoa. Flexibilidade interpretativa. Comparação entre resultados é difícil porque você pode interpretar o resultado de maneira diferente. Você tem uma flexibilidade muito grande e isso é inerente, não tem como resolver esse problema. É interessante trabalhar com triangulação de métodos, outros métodos que eu recomendaria fazer junto com a estimulação dupla. O estudo etnográfico, você compreender essa história. Por exemplo, eu entendi a história do Juiz Salif, consegui fazer uma análise porque pode-se dizer que estou fazendo estudo etnográfico participativo na comunidade de design. Em vários lugares do mundo, enfim, na comunidade local específica do Curitiba. Essas observações etnográficas que eventualmente eu faço. Não é sistemático, mas existe. O debriefing é uma técnica muito interessante e muito fácil de fazer, pouquíssimo utilizada no estudo de jogos. Basicamente, depois que as pessoas terminaram de jogar, ao invés de passar um questionário, é muito mais interessante você gravar uma discussão das pessoas discutindo a resposta da seguinte pergunta. O que vocês aprenderam jogando esse jogo? Gente, é maravilhoso. Você não precisa falar mais nada, as pessoas vão ficar horas discutindo. Horas. Isso se chama debriefing. E a reflexão escrita também é uma técnica fácil. Depois que a pessoa jogou o jogo, você pede para ela refletir sobre o que ela aprendeu escrevendo. Não é tão interessante quanto a discussão em grupo, mas você consegue ver uma variação muito grande. E aí você consegue entender melhor a história de cada um, porque normalmente a pessoa não coloca a história. Aqui ela coloca. Eu usei isso aqui, reflexão escrita após experimento no meu artigo da Simulation Game, que eu citei anteriormente. O ideal é fazer um professor fazer as vezes adultos ou crianças crianças? Não importa, o método originalmente foi criado para estudar o processo de formação de conceitos na idade da infância, mas eles fizeram, usaram com adultos também, usaram com adolescentes e compararam. Você pode usar com qualquer idade. Eu acho que na verdade as especificidades da criança, eu não vejo tanta vantagem nisso, entender, trazer isso por design. Na verdade quando eu leio criança aqui nesse livro eu leio design. Tudo que ele fala sobre criança, para mim, eu tenho hipótese, é válido para um designer. Por quê? Porque um designer é uma eterno criatório. Não, no sentido que o designer, qual a profissão dele? Formação de conceitos, na minha visão. A produção que o design faz para a sociedade mais importante não é a produção de objetos físicos. Na minha visão é a produção de conceitos. O designer, enquanto sintetizador, catalizador de várias coisas que estão acontecendo, materiais, ideias, tendências culturais, ele catalisa isso, organiza isso e ajuda a sociedade, grupos, organizações a formar um conceito reconhecível. E por isso o Justiçalife é tão poderoso, porque ele é um conceito, ele não é um objeto físico funcional apenas. Eu pergunto, o que eu tento do ano passado é que o pessoal teve muita dificuldade para instituar o segundo estímulo. É verdade. Primeiro estímulo é esse. A contradição era fácil de fazer. Agora, o segundo estímulo, eu falei, é difícil. Porque o que acontece? Se você fizer um segundo estímulo que seja muito, fecha muito, não dá muita flexibilidade para a pessoa agir, você não vai ver a pessoa dar um sentido, ela vai simplesmente fazer o que você está fazendo, ela vai obedecer. Entendeu? E se ela obedecer é só que você não vai ver evoluição, que é um ato que surge da vontade, você não vai ver um estímulo duplo, que ela simplesmente vai reagir como se estivesse condicionada. Ela vai agir como um animal. Colocar em um manner bem simples, ela vai agir como macaco. Não vai ser ser humano. Isso é uma leitura minha. É obigoso que não fale desse jeito. Para ser ser humano a pessoa tem que ter a liberdade de autodeterminar o seu próprio comportamento. Por isso que eu acho, por exemplo, que o motivo pelo qual as pessoas aceitam a tortura, aceitam a fase, cometem essas coisas, é porque elas não consideram o preso torturado como sendo humano. As desumanizam ele de várias maneiras, até o ponto que o comportamento dele realmente deixa de ser um comportamento humano. Ele não faz mais sentido de nada, ele nem sabe mais porque ele está ali. É tenso essa discussão? Eu sempre, agora eu achei interessante aquela menina, as cores, porque o mundo que você quer saber como menina, está na área de jogadas, ela está estabelecendo técnicas para conseguir aceitar ou ganhar. Ela tem uma série de jogadas e ela tem que aceitar o máximo possível. Então, nesse ponto, a forma como ela é expor, requer a mobilização. Então, quando a menina experimentadora, pelo jeito a boca, pelo jeito que ela dá as cartas, no fundo ela dá um elemento que pode exteriorizar a forma de uma criança memorizando. Isso. O que ela faz? Eu faria diferente, eu puxaria o vermelho e o azul para cá. Juntaria as cartas, porque ela perguntou o verde, aí eu puxaria o verde marcado, aí ela puxaria o preto, eu puxaria o preto. Diferente, eu vou estabelecer um algoritmo de mobilização. Que não foi o que a menina fez, porque ela confiou fundamentalmente a memória. E algoritmo é a externalização do pensamento. Mas primeiro tem que ter o processo de internalização do problema, de dar sentido àquele problema, de criação de uma solução, e aí você externaliza isso como um algoritmo. Então, o método de duploestimulação também se torna muito interessante para o design de algoritmos, que é uma outra área para a gente explorar no futuro. Mas o que eu entenderia é o seguinte, eu quero entender, naquele momento fundamentalmente, você precisa entender como é que a menina memoriza a informação das cores e trabalha com isso. Porque é só as coisas que ela faz. Ela separou aquele azul e o verde, acho que. Sim, sim. Do vermelho, a gente colocou todas as outras cores. Então, essa daqui é possível. Mas mesmo assim tem um problema, porque se você repede a cor, tem aquela regra. Eu perguntei, de que cor é a maçã? De que cor é uma... É vermelho. De que cor é uma... Eu não vou falar vermelho, não se aplica. Então, teria que meio que esquematizar um processo de uso das cargas e serializar isso como um elemento do pensamento. Sim. É isso que eu entenderia naquele momento. Não, isso mesmo, objetificar o processo psicológico. Contraentemente, então, ou se eu não sentir, eu derrata, na minha opinião, cometer você nessa forma, como é que o sangue psicológico que permite que eu entenda o processo de pensamento da pessoa? Isso, perfeito. Acho que era assim. E considerando o processo de pensar como um pensar com objetos, porque se você pensar que as coisas que as pessoas pensam só estão na cabeça, daí já era. Pensar relacionado ao objetivo que é definido pelo primeiro esquema. Isso. Então, o que vocês têm para fazer para a próxima aula? Responder essas perguntas. Isso aqui é o planejamento do experimento. Essas perguntas vão direcionar o planejamento. Se vocês quiserem me mandar isso por e-mail e receber um feedback, eu acho uma boa. Isso aí tá lá no... Eu vou colocar lá no... Os slides, eu acho que já estão lá, se não me engano. Se não tiver, eu vou colocar agora à noite, já, para vocês. Ou se quiser tirar uma foto já, para você levar para casa e já ir pensando. Isso aqui são as perguntas fundamentais para você organizar um experimento de dupla estimulação. O que vocês vão fazer, então? Vocês vão fazer um experimento piloto, vocês vão gravar um vídeo, um celular mesmo, e vão trazer no pendrive, ou... Traga no pendrive, que eu acho que é a maneira mais garantida de dar certo aqui. Testa para ver se abre no VLC. Um vídeo de uma sessão pode ser... Pense em máximo 10 minutos para a gente assistir. Se por acaso você gravou uma jogatina que durou uma hora, seleciona 10 minutos mais importantes para compartilhar com a gente na próxima aula. O que a gente vai fazer na próxima aula é analisar o vídeo. Eu estou falando a minha próxima aula, né? É daqui a duas semanas. Depois do feriado, dia 10, acho, de 11, né? Ah, então na verdade vocês têm bastante tempo, vocês têm quase três semanas aí. É? Duas semanas. Então, a gente vai analisar o resultado, que é a outra faceta, que também é difícil. É bem difícil. Isso aqui, o que eu passei hoje é como planejar um experimento de dupla estimulação. Daí na próxima a gente vai ver como analisar um resultado de vídeo. A outra aula talvez seja até mais útil para vocês, porque o método de análise que eu vou usar para vocês é um método que não é restrito para experimentos de dupla estimulação. Ele serve para qualquer material em vídeo etnográfico que você tenha. Por exemplo, você filma reuniões de colaboração das pessoas que estão bolando uma embalagem. Cara, a tua pesquisa é sobre design de embalagem, você filma, por exemplo, as pesquisas do Adriano. É tudo nessa linha, né? Design colaborativo. Você pode filmar uma sessão de design colaborativo e usar esse método de análise aqui, mesmo que a sua sessão não tenha nada a ver com dupla estimulação. Então eu enfatizo bastante a leitura desse artigo, tá? A leitura base para a próxima aula, que é o "Interaction Analysis Foundations and Practices", que é o artigo que define esse método. Infelizmente não tem uma versão em português ainda desse artigo. Ele é um artigo grande, tá? Por isso eu só vou passar essa leitura, mas nenhuma outra. Tem aí quase 80 páginas, mas ele é incrível em termos de desenvolver a habilidade de olhar e interpretar um fenômeno de um ponto de vista científico, mesmo que esse fenômeno seja bem único e particular. Você vai basicamente descobrir como fabricar interpretações científicas válidas com muito poucos dados. Isso aqui na verdade é uma dica fantástica para você reduzir o seu tempo de produção de insights e de descobertas científicas. Porque a maioria das pessoas no doutorado fica pastando um tempo para descobrir qual vai ser a pesquisa empírica que você vai fazer, e às vezes demora anos para fazer, para coletar o dado, anos para analisar, e por causa da "ah, não, minha amostra nunca está suficiente, tem que aumentar a amostra". Aqui não, você trabalha com a amostra muito reduzida, mas você faz uma análise extremamente profunda, você maximiza o seu tempo de análise e também de produção de teoria, que na verdade é o que, na minha visão, é o que mais tem valor na academia. Só que você não sustenta uma teoria sem dados empíricos hoje em dia. Você manda um artigo para um journal só teórico, só discutindo teorias diferentes, você cria uma teoria a partir de outra teoria, você tem muito pouca chance de conseguir publicar esse artigo. Você vai ter mais chances se você tiver novos dados empíricos que ninguém nunca viu, que vai sustentar essa teoria, ou dados empíricos que alguém já viu, e você vai explicar de outra maneira com outra teoria. Então, por isso que eu estou enfatizando tanto no desenvolvimento desse método experimental, nessa disciplina, porque normalmente a disciplina que eu trabalho com Vigots, que trabalha com pedagogia, sempre vai ser mais teórica, muito mais teórica do que eu estou passando para vocês, porque eles prezam por você entender muito bem os conceitos, formar o conceito da maneira como na comunidade acadêmica se utiliza. Eu não me interesso muito por isso. Se por acaso vocês utilizarem, fizeram um segundo estímulo que eu não acho que seja um segundo estímulo ambíguo, que não esteja dentro do conceito do que é um bom segundo estímulo, não tem problema, você traz os vídeos que a gente vai encontrar um segundo estímulo ali que a própria pessoa criou. Por exemplo, o caso da Arabella. Arabella colocou o segundo estímulo que ela falou "não, não, é o papel aqui, o segundo estímulo é nada". Aquilo ali não é ambíguo, aquilo ali é exato, é uma regra, é uma limitação do jogo. Mas a gente conseguiu ver que ela sem querer começou a dar as dicas para a filha dela que foi o segundo estímulo ambíguo. Então, por isso é muito importante que vocês tragam o vídeo desse experimento piloto, porque depois do experimento piloto vocês vão fazer o experimento Pavallet e vão fazer a análise e transcrição do vídeo. Então tem bastante trabalho aí pela frente e depois vocês vão escrever um artigo em cima disso, aqui no sentido. Então vocês não podem se atrasar, se vocês por acaso não trouxerem o vídeo na próxima aula, vai ser bem difícil de eu poder ajudar vocês. Beleza? Você pode usar um jogo existente, com certeza. Dá para criar também. E o último caso, se por acaso você não tiver nenhuma ideia, reproduza um desses experimentos que está descrito no livro do Vigodes, que ficou que se viu na apresentação aqui. Pode fazer vários, se quiser. Você vai ver um comportamento foscinizado. Agora, tenta jogar o jogo de memória com um bebê, aí talvez você tenha um toddler, entre até dois anos. Aí você pode ser que você consiga ver o processo de descoberta do uso da memória. Como é que usa a memória? Eu não sei, eu não sei a que idade que se desenvolve. Aí você vai ter que dar uma olhada na literatura de psicologia. Ah, você já fez isso então? Pode tentar, não custa tentar. Se por acaso você fizer o jogo e a criança resolver em dois toques, o experimento falhou. Você não vai ver o que você quer ver, tá? Você precisa ter um jogo difícil que você consiga observar o processo. E você tem que dividir o jogo em partes também que você consiga olhar separadamente também. Que nem eu fiz ali no, naquele jogo da Bente Poluída. Você faz o desenhado e dá sentido. Então talvez você queira mudar um pouco as regras de um jogo existente pra separar em etapas, que é uma coisa que outros colegas da turma passada fizeram. Pegaram e mudaram um pouquinho a regra do jogo pra ver um processo específico dentro do jogo. Tornaram uma parte mais lenta do jogo, por exemplo. Mais burocrática. Você pode fazer isso. Beleza? Tá, vamos desenvolver esse, essa prova lógica aí. A gente tem que começar pelo que a gente tinha que saber. Tá aqui, ó. Tá aí, ó. Que, é... Que fenômeno você quer observar? Daí você vai... Que fenômeno eu estou estudando na minha pesquisa de mestrado doutorado? Ah, você tá... Reações emocionais dos jogadores. Tá? É, o que você já sabe sobre a história disso aí? Aí você fala, "peraí, como é que surgiu as ações das pessoas ao jogar videogame?" "Como é que começou esse negócio de que você faz isso aqui?" No começo, se jogava videogame e fazia isso aqui, não era uma coisa tão aceita, não. Pode ver que as primeiras fotos de jogadores jogando lá no MIT, aquele grupo que criou primeiro lá o Star... Starfire, não lembro o nome do jogo, estão jogando assim. Pensa, com roupa, com terno e gravata e tal, não podia expressar emoção. Expressar emoção nos jogos é uma coisa cultural. E hoje é aceito, mas já teve uma época que eu ouvia o flick conceito. Ah, olha que interessante, né? Então, quer dizer que varia. É... culturalmente. Quem vai participar? Quem são os jogadores? Onde você vai fazer? Na tua casa? Na casa do teu amigo? Quanto tempo vai durar? No laboratório? O que você vai usar? Que jogo você vai usar? Qual será o primeiro estilo? E aí por aí vai. Você vai respondendo essas perguntas e está tudo aí. Agora, se tiver dúvidas sobre as perguntas, se quiser me mandar para eu ver e dar uma comentada, eu acho que é uma boa sugestão, caso você tenha dúvida. É, na outra turma, quem não fez isso, acabou conseguindo fazer. Ficou patinando. O que é um jogo, mais ou menos, de ver? É, tudo pode ser um jogo se você der um objetivo. Se falar assim, ó, o seu objetivo é formar uma casa com apenas três peças. Uma coisa assim, daí já vira jogo. Já vira jogo. Mas pode ser que você tenha um comportamento automatizado aí, com Tangerine. Porque é um jogo... é. Para um adulto é um jogo relativamente fácil. Talvez para uma criança daí seja bem mais difícil. Eu acho que ainda eles não sabem o que tratou. Uma coisa, né? Apesar do jogo, o sistema, como eu fiz enquanto você, é um evento aviatório. Tá? Eu nem mostrei lá, que é uma questão de esporta. Mas tem outros eventos que a espaço é uma possibilidade. Se joga de patreis, como se for de atleta componente, não tem esporte. Certo? Tem estratégia. O princípio, se você fosse um computador, você conseguiria... O princípio sempre que ganhar um jogo, você já tinha recebido as melhores jogadas. Acho que acontece com o dano, mas não acontece com os atletas. O número de espaços de possibilidade é tão grande que nem... Se bem que acho que agora os computadores estão ganhando. Esse também é um ganho a pouco. Esse... Esse... Esse espaço de possibilidades é um negócio bem interessante para investigar, né? Que é no espaço de possibilidades que surgem as estratégias. A estratégia eu diria que é o sentido que você dá, um dos sentidos possíveis que você dá para o espaço de possibilidades. Para que ele funcione a seu favor, digamos assim. Exatamente. Sabia, pelo que eu já falei, se você é um grande mestre, que faz algum tipo de possibilidade, ele consegue mais ou menos ter umas 10 jogadas na frente. Mas ele se enfrenta a todo o espaço de possibilidade. Agora, como é que você estuda isso objetivamente? Você não consegue entrar na cabeça dele e ver o espaço de possibilidades que ele está pensando, a não ser que você vai, pega o xadrez, modifica todas as regras do xadrez, ou faz alguma coisa bem estranha que o cara tem que reaprender as regras do xadrez ao jogar. Então, uma outra dica também, bem simples. Bota as pessoas para jogar xadrez com as regras completamente diferentes. E aí vê como é que ela aprende. Beleza? Só para terminar, uma outra dica. Experimentos com duas pessoas vocês podem fazer também. E aí uma pessoa falando para outra, ela atua como zona de desenvolvimento proximal. E daí a pessoa vai falar e daí você vai conseguir ouvir pensamentos que ela não falaria se fosse para você experimentador também. É bem interessante isso, jogar jogos de duas pessoas também, de três ou quatro. Beleza? Um trecho final que o jogo dá, o próximo aula tem que ser o série ou pode ser qualquer jogo? Pode ser qualquer jogo. Eu vou mandar uma série de instruções adicionais. Uma ideia também é matar dois coelhos com uma caixa dada só, fazer análise do jogo que você vai usar no experimento. Uma coisa que eu não mandei ao investimento das instruções porque eu queria que se acontecesse a primeira aula do FEDEC, eu depois mandasse as instruções adicionais. Eu vou pedir que vocês assistiam algumas coisas que vocês gostem do próximo aula. Eu acho que eu imagino que as coisas que eu vou pedir existirem e você deve todos já deve existir. Mas de qualquer forma é projente isso de tentar se colocar essas coisas. Eu não vou poder estar na próxima aula que eu vou estar lá no Jovem Vido. Já está aberto. Beleza? E aí tem o SB Games também no meio tempo, no dia 2. Estão convidados também a se inscrever. Porque no dia 2 não vai ter aula. É, a gente não vai ter aula, mas a gente vai estar no SB Games lá, então. Sugestão pra participar do evento lá na PUC. Eu acho que eu não vou terminar aqui porque vai ter muita coisa. Vai ter a trilha de arte design, vai ter a trilha de manipulação que você quiser, não vai me interessar muito pra vocês. Mas tem trilha de indústria, trilha de cultura, tem também um evento especial que chama Jogos em Saúde, Jogos Kits. Cara, tem introssentos mil eventos. Vai ser muito, está muito bem organizado o SB Games. E se você conseguir participar do SB Games, muita coisa interessante. Tem um fórum lá também para a gente se indizar, né? Acho que vai ser dia 1. Vai ter a questão das terras, as fornárias de jogos. Tem bastante por isso. Legal. Então é isso.