Então, a proposta dessa apresentação é a gente fazer uma relação entre o conceito de intervenção formativa, que é um método para estudo de transformações e organizações, ligado, muitas vezes utilizado para estudar fenômenos relativos à aprendizagem organizacional, mas também pode ser utilizado para fenômenos de design, que é a ponte que eu faço com a minha tese de doutorado, onde eu começo a utilizar jogos como uma ferramenta para gerar essa expansão, para estimular essa expansão. E eu vou explicar, então, primeiro o que é intervenção formativa, o background, por que que existe esse método, por que que ele é interessante e ele é diferente da pesquisação, por exemplo, que é mais conhecida, e como que isso me gerou a ideia, me estimulou a chegar na questão dos jogos. Então, essa apresentação também vai dar uma perspectiva mais ampla para a utilização de jogos na pesquisa em ciências sociais, que vai bem além do que o Vigotsky estava falando para a gente na pesquisa de dupla estimulação. Lembrando das nossas primeiras aulas, a gente falou sobre o método experimental clássico derivado da medicina, que é baseado no isolamento de variáveis, e você verificar como que uma variável independente afeta uma variável independente. Então, você vai utilizar vários artifícios racionais para conseguir chegar a um resultado, e você vai separar também grupos, normalmente para ter certeza de que aquele efeito que está tendo entre uma variável e outra não é simplesmente um acaso, fruto do acaso, ou uma característica daquele grupo, então você pega um outro grupo e não dá o efeito, quer dizer, você finge que está dando aquela variável, que é o tal do placebo, e você vê se, por exemplo, não há apenas uma sugestão, uma sujeitividade, é uma questão de uma outra variável do ambiente que não tinha sido percebida, que estaria afetando os participantes. Isso é importante relembrar porque nas ciências sociais, essa história de pesquisar com o método experimental clássico das ciências naturais não funcionava bem para estudar fenômenos sociais, e aí tem um clássico estudo da Hawthorne effect, o efeito Hawthorne, ficou conhecido porque foi um estudo feito numa fábrica Hawthorne, que fabricava tecidos, se não me engano, não me lembro exatamente qual era a produção, ela era uma fábrica que tinha sido organizada com base em Taylorismo, mas também Fordismo, também já tinha alguma influência, e eles queriam verificar se você estivesse trabalhando em um ambiente mais iluminado, você iria trabalhar mais produtivamente ou não. Então é basicamente essas duas variáveis que eles queriam ver se tinha relação. Produtividade versus maior iluminação, existia a hipótese de que se fosse mais iluminado o ambiente de trabalho, os trabalhadores iriam prestar mais atenção, iriam prevenir erros na produção, tornando mais produtiva aquela unidade de produção. E aí eles fizeram um experimento com a fábrica, organizaram a fábrica para ter pessoas mensurando quanto estava sendo produzido, em dois turnos diferentes, eu acho que era amanhã, noite, uma coisa assim, horários diferentes, fizeram todas as precauções de aleatoriedade para não ter uma falha metodológica, e o resultado foi que nos dois casos, tanto quando tinha mais luz, quanto quando tinha menos luz, os trabalhadores aumentaram a produtividade, em relação ao que eles trabalhavam antes sem essa intervenção. Tinha alguém observando? Quando alguém começou a observar, eles concluíram, os pesquisadores concluíram que por fato de você estar com a expectativa de ser observado por um experimento, você começa a trabalhar melhor porque você não tem certeza, não confia que esses experimentadores são simplesmente cientistas e que isso não vai afetar na sua condição de trabalho, ou seja, que você não vai ser demitido porque você está com uma produtividade baixa. E esse experimento, ele causou um impacto gigantesco nas ciências sociais porque ele mostrou que quando você vai estudar fenômenos sociais, a presença dos pesquisadores, mesmo que ela não seja corporificada, ou seja, aqui os pesquisadores não estavam necessariamente aparecendo lá todo dia, ainda assim vai afetar o comportamento das pessoas. E que, refletindo sobre esse experimento, os pesquisadores mostram que essa questão da produtividade não era causada por um único fator como a iluminação. Então, hoje em dia, até hoje, depois dessa situação, os experimentos controlados nas ciências sociais, eles estão em declínio, eles não são mais considerados como eram nessa época de ascensão do positivismo, o principal método para estudar fenômenos sociais. Porém, dentro das ciências da aprendizagem, learning sciences, ainda existe uma noção muito forte, e em outras áreas também, de que os experimentos sociais podem ser realizados com certo nível de controle, mas sem precisar utilizar grupos de controle aleatório. Você compensa a falta de um grupo de controle aleatório se você fizer experimentos sucessivos ou iterativos, e a cada vez você vai melhorando alguma coisa. Então, continua mantendo a epistemologia positivista, mas você transforma isso, mistura com alguns elementos do pragmatismo, em que você sabe que algumas coisas vão ter efeitos Hall-Thorne, mas esses efeitos Hall-Thorne são ótimos, que vem o efeito Hall-Thorne. Se o aluno aprender simplesmente porque ele acha que está sendo vigiado, não tem problema não, isso é bom. Então, Brown e Collins, que são alguns autores que falaram sobre experimentos de design na educação, eles obtiveram uma grande audiência, citações e tudo mais, ainda hoje tem muita gente, principalmente que trabalha com informática na educação, que utiliza esse conceito do experimento de design. Eles usam esse nome, apesar de não fazerem nenhuma referência aos estudos de design, que é a área que a gente está aqui nesse departamento. O design aqui não é o design desse departamento, é o design mais amplo, que envolve qualquer criação de algum artefato. E aí eles pensam da seguinte maneira, você tem um input de informações, você faz um estudo prévio, você cria um ambiente de aprendizagem que vai poder testar uma teoria, um conceito, que vai ter uma aplicabilidade prática e você mensura um resultado de aprendizagem. Ou seja, você cria um ambiente, vê se os alunos aprendem e você diz, olha, esse experimento os estudantes aprenderam 50% do que foi passado. Aí você fala, tá, mas isso é bom ou isso é ruim? Não dá para saber com um experimento só, você dá para fazer com um segundo experimento, no segundo experimento você percebe que os estudantes agora aprenderam 80%. O que você mudou? Ah, eu mudei um pouquinho, eu usei multimídia, usei vídeos para explicar o assunto da aula, então os estudantes aprenderam mais. Eu não posso garantir que o vídeo foi de grande diferença, mas eu tenho uma certa heurística que é suficiente para um professor testar em micro experimentos esse tipo de coisa. Então a abordagem dos experimentos de design não é que você vai fazer igual ao experimento documentado, o resultado, se o cara usou vídeo, eu vou usar vídeo também. A ideia do experimento de design é que você faça os seus próprios experimentos, seguindo mais ou menos esse processo e acumulando heurísticas a partir desses experimentos. Isso aqui se aproxima bastante, curiosamente, da maneira como a área de design também faz experimentos. Você não vai ver grupos de controle, você não vai ver aleatoriedade na seleção das pessoas, porque os experimentos de design, tanto na área de educação quanto na área de design mesmo, eles têm essa preocupação de que eles sejam situados também. Isso aqui pode ser considerado um experimento situado, porém o experimento situado, o termo técnico, experimento situado se refere mais a um tipo de experimento que está consciente da situação muito mais do que esse tipo de experimento aqui. Veja que a situação entra como input, como uma informação. No experimento situado que a gente usou naquele artigo sobre o LEGO ML, ele significava que as questões que deveriam entrar dentro do experimento fossem partícipes dos participantes, quer dizer, da situação. Então não é uma questão de input, o experimento na verdade é uma coisa que acontece espontânea na situação. Eu tenho a sensação que muitas pessoas utilizam o experimento situado mais para justificar a ausência de repouco. De método também, né? De método, né? De fato, parece que é um experimento situado e não consegue trazer nada teórico, justifique a necessidade da química e simplesmente tenta trazer uma ausência de rigor. Por isso que a gente levou bomba naquele artigo. A prototipação, ela foge da ideia do experimento, assim, ela não tem como ter um rigor, de método, de controle? Se a prototipação parte apenas de requerimentos, de requisitos, que é o que normalmente acontece, eu concordo, ela não tem muito rigor e ela não vai gerar um conhecimento generalizável. Você vai simplesmente ver se o protótipo deu certo ou não, mas você vai ter resultados que são válidos para o protótipo. Agora, o que eu consigo generalizar além daquele protótipo? É isso que é o problema da pesquisa orientada a protótipos e é uma coisa bem comum na gênero de software. Como que é feita a generalização a partir de dados empíricos na teoria da atividade e na intervenção formativa? Teoria ou conceitos. Então, o protótipo materializa um conceito, ele materializa uma teoria e ele testa isso. Inclusive, esse tema específico vai ser abordado com mais detalhes na próxima aula, que eu vou falar sobre design games ou jogos de projetar, que são jogos específicos para testar teorias de design. Mas isso é um outro assunto. Na verdade, eu comecei lendo esses textos depois porque eu estava olhando para a aula errada, então eu peguei o texto. Ah, você começou a ler da próxima. É, da aula 9, daí eu voltei para a aula 8. Não, tudo bem. Eu vou hoje dar uma visão geral desse artigo, até porque ele é bem mais complexo do que os outros que a gente estava lendo anteriormente. Então, não há necessidade de vocês terem lido para entender essa aula hoje. Mas a próxima aula vai ser mais importante a leitura. Vamos lá. Então, ao colocar na mão do pesquisador o controle do ambiente de aprendizagem nos experimentos de design, o experimento reduz a agência dos participantes. Se a agência é considerada uma coisa irrelevante para a aprendizagem, como em muitas pedagogias comportamentalistas, pedagogias conteudistas, do tipo "eu mensuro quanto conteúdo foi absorvido", não interessa a agência. Na verdade, é melhor que não tenha agência para o aluno não ser bagunceiro, para o aluno não divergir, para todo mundo ser igual. Só que dentro da psicologia construtivista, onde está vinculada a psicologia sócio-histórica, quando o aluno bagunceiro se manifesta, entre aspas bagunceiro, aquilo é um desenvolvimento da agência dele. E que se o professor souber mediar isso bem, aquilo ali pode ser um elemento energizante para a turma, ao invés de ser um elemento de distração. Então, como é que você estuda fenômenos relacionados à agência sem reduzi-las metodologicamente? Essa pergunta que o Engelström faz no artigo dele, que eu passei para vocês para essa aula, e que dispara toda essa discussão sobre como é que você desenvolve rigor, método, numa situação em que os participantes, eles podem e devem interferir sobre os rumos do experimento. Quando eu li esse artigo aqui, me salvou dentro do meu doutorado, porque eu estava dentro de um departamento de engenharia civil em parceria com o departamento de engenharia do design. Então, era uma perspectiva bem mais positivista, eles queriam me empurrar a um método de controle de variáveis, e eu não tinha uma alternativa rigorosa. Eu falei de etnografia, eles conheciam a etnografia, mas eles queriam saber como é que eu testo variáveis com a etnografia, como é que eu generalizo a partir de uma etnografia. E eu não sabia responder. Na verdade, o que eu respondia era "não dá, não dá para fazer". E aí ficava uma conversa de maluco, do tipo um querendo uma coisa, outro querendo outra, e a gente não chegava no consenso. Quando eu encontrei esse artigo, ele se posiciona entre uma coisa e outra, entre uma psicologia totalmente subjetivista e uma psicologia totalmente mecanicista, que é uma característica da psicologia histórico-cultural, dela estar trabalhando com a dialética, trabalhando com o aspecto individual, coletivo, sempre tentando buscar a mediação. Então, a gente vai recapitular o conceito de experimento de dupla estimulação do vigótico nesse contexto que foi inspiração para criar a interação formativa do Engstrom. O vigótico dizia que você fornece, além do estímulo que você está interessado, que é uma contradição, que é uma situação extremamente problemática, você fornece um estímulo extra que serve para lidar com o primeiro estímulo, que é também chamado de estímulo ambíguo. O vigótico fala estímulo neutro, o Engstrom fala, não, o vigótico quis dizer ambíguo, porque nenhuma tecnologia é neutra. Já faz uma leitura de CTS do vigótico aí. Apesar de que o vigótico, eu concordo, concordaria com o Engstrom, pelas outras leituras dele. E aí o resultado não é um reflexo, é uma criação de uma reação ou refração, às vezes eu utilizo essa palavra, a partir do processo de significação dos dois estímulos. Esse processo traz a subjetividade, que é a experiência do sujeito, mas ele também traz a materialidade do artefato, do objeto externo e do ambiente. Então tem alguns elementos sim, da psicologia mecanicista, e o vigótico conversa muito com esse tipo de psicologia nos primeiros escritos, mas também tem uma ligação com essa psicologia mais desenvolvimental, não sei como é que traduz bem, que o Piaget, por exemplo, vai ficar mais conhecido por desenvolver. O Vigótico era amigo do Kurt Lewin, trocou várias figurinhas com ele, que é um psicólogo de uma outra linha, mas que tinha essa preocupação também de estudar os processos psicológicos na sua gênese e observar desenvolvimentos. O Kurt Lewin escreveu um artigo que ficou muito famoso sobre a importância da psicologia se preocupar com situações reais do dia a dia e não só ficar fazendo experimentos abstratos em laboratório. E ele cria nesse artigo um método ou uma abordagem chamada pesquisação, que ele fala que serve para você aplicar conhecimento científico em problemas sociais relevantes. No caso do artigo que ele propõe isso, é o caso de um psicólogo que ajuda a mediar uma situação de conflito na tomada de decisão de uma associação de moradores em uma cidade. E aí ele ajuda a mediar esses conflitos que inclusive incluem questões raciais. E aí ele ajuda esse grupo a planejar uma mudança que ele precisa ter, por exemplo, o que eu me lembro é que o grupo de negros e brancos não estão conseguindo chegar a um acordo para decidir o que vão fazer na comunidade deles e o psicólogo ajuda a mediar isso. E aí ele traz conceitos da academia, eu acho que a ideia de campo, se não me engano, campo psicológico que depois o Bordier vai desenvolver melhor, ele traz para essa situação e gera um conhecimento que é tanto prático quanto teórico. O Paulo Freire, ele não vai fazer uma referência direta ao Kurt Lewin, mas muita gente acredita que é um desdobramento do trabalho do Lewin também, do Vigodski, do Dill e de outros que reforçaram essa importância de uma pesquisa engajada com a sociedade. E aí ele vai falar o seguinte, que existe um outro tipo de conhecimento que esses praticantes têm, que as pessoas que estão fora da academia têm, que deve ser valorizado e que você trazer o pesquisador como sendo uma pessoa mais sabida, que vai ter um conhecimento melhor e que vai impor sobre os pesquisados, não é uma abordagem muito interessante para a construção de um conhecimento concreto. Ele fala que conhecimento concreto parte daquilo que as pessoas já sabem, elas nunca são uma tábua rasa. Então ele propõe que os participantes da pesquisa também definam os rumos dessa pesquisa, no que fica conhecido, ele não usa esse termo, mas o pessoal começa a utilizar como referência, de uma vertente de pesquisação participante, ou muitas vezes de maneira significada, pesquisa participante. E aí ele dá o exemplo dos camponeses que ele alfabetizou, que para decidir quais eram as palavras que eles iriam aprender, esses camponeses deram uma volta na vila deles para ver que objetos que tinham, que coisas que eram interessantes, voltaram para a sala de aula e falaram, por exemplo, cavalo, como é que escreve cavalo? Fogueira, como é que escreve fogueira? Então é uma maneira de entender, de ver o fogo, é uma outra palavra. Então você utiliza a experiência concreta da pessoa para gerar novos conhecimentos. E você fala, mas que conhecimentos que essas pessoas vão trazer? Muitas vezes conhecimentos que a gente na academia não tem, por exemplo, como é que você faz uma fogueira? A gente não aprende isso na academia, mas essas pessoas sabem fazer isso no campo. Então existe uma troca possível na pesquisa participante, que é muito interessante, que tem a ver com as experiências concretas. Por isso que a pedagogia crítica que vai surgir a partir do trabalho do Paulo Freire é tão efetiva para transformar situações. O Paulo Freire é o mesmo da... modelo de educação brasileira? É o mesmo cidadão, apesar de que ele não definiu o modelo de educação brasileiro. Ele discutiu, criticou e foi... E foi perseguido e continua sendo perseguido. Mas é o mesmo cara. É o mesmo cara. E é o autor brasileiro, o acadêmico brasileiro mais conhecido no mundo com o maior número de citações. Vale citar. Eles fizeram um jogo que era para professores, para quem ficava com professores. E daí tinha o Paulo Freire, tinha o God, tinha mais uma porção de personagens. E no jogo você tinha um problema para resolver. Os alunos precisam aprender sobre ditadura. O que você vai usar? Você tinha que ver nas suas cartas o que você tinha de possibilidades. Livros, dinâmicas em grupo, multimídia. Você podia ir colocando no final a ideia que fosse aplicada com professores que sugeressem as funções dos professores de como aplicar essas aulas. E usava Freire, usava God, usava mais um monte de coisa. Se você puder achar essa referência para mim, me manda por e-mail, por favor. Eu, inclusive, peguei o Ringotsk. Que legal, você pegou o cartão do Ringotsk. Me manda isso aí, pelo amor de Deus, que eu achei demais. Muito legal. Depois do Paulo Freire, mais ou menos na mesma época, o Alan Turreine, ele vai desenvolver o conceito de intervenção sociológica, que é, digamos assim, uma reação a essa pesquisa ação que o Leeu desenvolveu na psicologia. Então, na sociologia, os sociólogos começam a ficar bastante preocupados que eles estão ficando para trás, porque nos anos 60, no final dos anos 60, teve aqueles movimentos estudantis e toda aquela sociologia mais desengajada, de ficar dentro da universidade, começou a ser questionada. O caso clássico foi o caso do Adorno. Não sei se vocês ouviram falar desse autor, mas ele é super conhecido na escola de Frankfurt, um sociólogo que escreveu muitas críticas ao capitalismo, à cultura de massa, à indústria cultural, por exemplo, é um termo que ele cunhou junto com o Rorke Heimer. Quando estava em 68, os estudantes ocuparam as universidades e tudo mais, lá em Frankfurt não foi diferente. E aí eles resolveram chamar o Adorno para discursar, para participar do movimento de contracultura e tal. E ele criticou um monte, falou que estava tudo errado e que tinham que parar aquela baderna. E aí todo mundo ficou "como assim? Você escreve de maneira tão crítica à sociedade e não se junta?" E aí ficou muito feio para a escola de Frankfurt essa situação. Se o Walter Benjamin estivesse vivo naquela época, ele teria, com certeza, se oposto a isso. O Walter Benjamin, dos autores da escola de Frankfurt, com certeza era o autor mais engajado politicamente. Inclusive o Vigotsky lia Walter Benjamin também, então tinha uma conexão entre esses caras aqui. Mas o Alan Turheimer, não sei muito sobre a história dele, só sei que, refletindo sobre todas essas movimentações, ele vai cunhar o termo intervenção sociológica, que ele propõe que o pesquisador deve elevar a consciência dos participantes sobre a origem de sua condição social e sobre as possibilidades de transformação. Por exemplo, ele participou de um movimento de greve estudantil lá na França e aí ele ajudou os estudantes a entender as dificuldades do sistema de educação francês e as brechas que eles podiam explorar. E aí ele escreveu sobre essa abordagem, que na sociologia na época era uma coisa estranha, hoje em dia é meio que lugar comum esse tipo de intervenção sociológica, mas porque justamente ele teve esses movimentos anteriores na educação com Paulo Freire e na psicologia com o Kurt Lewin. O Engström, ele era estudante mais ou menos nessa época dos movimentos estudantis, no final dos anos 70, ele estava, acho que fazendo graduação, se não me engano, ele participa dos movimentos estudantis e ele estuda a psicologia clássica, estuda um pouco do Kurt Lewin, até chegar no Vigodesk e daí ele se encanta e começa a tentar fazer uma aproximação entre a psicologia, a sociologia e a atuação dele no movimento estudantil. Ele acaba indo para os Estados Unidos fazer o doutorado dele com o Michael Cole, que é um cara que ajudou a traduzir as primeiras obras do Vigodesk para o inglês e que já estava trabalhando com intervenções dentro de escolas, mas eu não usava esse nome. O Engström vai fazer o doutorado com ele, vai escrever a tese de doutorado super impactante, que é o Learning by Expanding, que eu já mostrei pra vocês em português traduzido como Aprendizagem expansiva e depois desse livro que ele vai fundamentar a ideia de intervenção formativa que vai ser inspirada na intervenção sociológica do Alan Turrani e também com novos estudos etnográficos que foram feitos dentro de organizações que acabou ficando conhecido como estudos organizacionais isso aqui é uma área de gestão Então o Engström ele circula por várias áreas, ele está oficialmente na psicologia, mas ele já tem contribuições em várias áreas por isso que ele diz que o método intervenção formativa e a psicologia histórico-cultural, o chat ele é uma área multidisciplinar ou interdisciplinar recentemente, bem mais recentemente ele criou um toolkit pra você fazer intervenções formativas que é o laboratório de mudanças que serve pra trabalhar em empresas e instituições E aqui está o modelo de negócios do Engström na verdade do grupo de pesquisa do Engström o Cradle, que não está publicado em lugar nenhum, é a minha percepção de quem passou 3 semanas lá talvez eu tenha entendido errado, mas achei muito interessante que enquanto eu estava lá, o telefone do Engström tocava a cada 10, 20 minutos e aí era uma empresa que estava ligando pra ele pra agendar alguma coisa ou resolver alguma questão de um problema de colaboração, problema de comunicação problema de transformação digital qualquer que seja e aí ele mandava uma equipe dele pra ajudar, pra facilitar o processo de transformação da organização em troca, essa empresa financiava a bolsa de pesquisa desse pesquisador, por exemplo, um doutorando e aí depois ele pegava esse resultado da pesquisa e generalizava através da teoria da atividade publicava em artigos e aí isso fazia as outras pessoas saberem do que ele estava fazendo, mais empresas se aproximavam, gerando um ciclo virtuoso aqui, um ciclo financeiro que gera uma estrutura gigantesca lá eles tinham na época que eu visitei em 2013 eles tinham 33 pesquisadores eu acho que é isso mesmo eu acho que é bem por isso mesmo pelo que eu vi lá no que você falou ele está criando um grupo de conhecimento inclusive o fato dele criar um motorkit significa que ele quer mais pessoas utilizando e trazer esse conhecimento pra cá porque ele ainda não está conseguindo generalizar, provavelmente os princípios que ele acredita que sejam verdadeiros ele ainda não conseguiu generalizar esse princípio eu estou considerando o que ele está fazendo mas ele está em busca de achar alguma coisa agora eu tenho quando eu encontro esses princípios em todos os lugares, eu tenho uma conclusão disso, vai acontecer alguma coisa eu acho que não, porque o Engström é um cara que o motivo pelo qual vende a intervenção informativa, esse tipo de parceria, é porque ele é muito situado então ele ouve muito bem o que está acontecendo na empresa ele não só ouve ele promove a escuta através das oficinas do laboratório de mudanças o que eu acho que pode ser uma crítica que tem a ver com o que você falou é que o que avançou em termos teóricos na teoria da atividade depois da tese dele muito pouco tem o lance que ele fala da quarta geração que está mais documentado no livro "From Things to Knots" então ele fala de "knotworking" ele fala de redes de atividades ele fala de objetos fugidios ele fala de "micorrisa" mas isso pra mim não constitui, não consolida uma abordagem completa, eu acho que ele está no caminho de consolidar isso e ele está trabalhando pesado, mas é difícil porque ele está tentando basicamente atualizar a teoria da atividade para todas essas discussões sobre complexidade emergência grandes sistemas que o CTS por exemplo já trabalha há mais tempo o Engstrom se você for colocar hoje em termos de competição acadêmica ele está tentando bater no Latour está tentando ser um outro Latour inclusive ele contou de algumas situações em que eles pessoalmente se enfrentaram mas não é só ele que tenta bater no Latour não, tem mais gente tentando bater Latour é uma praga, onde é que você vai tem as pessoas tentam citar o Latour todo mundo cita o Latour superficialmente e às vezes cita o Latour pra justificar outras coisas que o Latour nunca quis saber, só que o Latour é popstar ele está em todas porque afinal de contas ele é maquiavélico no fundo o Latour é uma releitura de maquiável e aí o Engstrom não curte porque o Engstrom é marxista os twins não justificam os memes então essa rixa acontece e o Engstrom volta de meia a dar umas alfinetadinhas no Latour mas em termos de popularidade o Latour está ganhando longe só que o trabalho do Engstrom a mesma maneira é muito mais consistente que o do Latour o que sai do Engstrom digamos que derivado do Engstrom normalmente tem um cuidado de não corromper as propostas epistemológicas originais, algo que em relação à teoria torreide, eu diria que o Latour faz concessões, ou as pessoas que usam o Latour fazem concessões e por isso até que o Latour não é um ator popular no PPGTEC é um lugar que tem uma uma matriz o que? voltou o Latour lá? - Desesco, uso o Engstrom - É? - Até dá umas confusões porque o pessoal usa a teoria torreide e aí alguém pergunta qual que é a agência desse ator aqui? e aí sei lá, é o objeto aí a pessoa "não, não é isso, então a agência é do Engstrom" e não, mas segundo a teoria torreide esse negócio tem a mente começa com a história daquela agência, esse é o problema não é histórico a abordagem do Latour e o Engstrom bate nessa teoria - É, ele é uma agência não, né? - Exatamente a agência pra o Latour é uma coisa meio que imanente se você é, você já tem agência pro Engstrom é uma questão de conflito, você não nasce com a agência você conquista ela, você tem que ter um conflito e a agência está sempre sendo disputada nesse sentido ele se aproxima mais do do Foucault, né? que o Foucault fala muito disso, e também do Giddens e uma linhagem mais crítica da sociologia, por isso que eu curto mais o Engstrom, apesar de eu achar que tem muita coisa interessante no Latour - O Engstrom, a ideia dela é a parte da questão da agência dele pelo que eu entendi que foi muito naquela questão do tratamento pro Vigótis, que não se conhecia o modelo desse tipo, você enfrentar alguma coisa que você não conhece até você dominar aquilo, se o ano é assim, a hora que você dominar aquilo, você vai ter um novo sentido - Pra o Engstrom e pro Vigótis que a agência está relacionada ao desenvolvimento do sujeito, por isso que a ontogenia é a categoria principal que o Vigótis que trabalha, mas no caso do Engstrom, o que ele faz, ele tenta trabalhar a agência coletiva essa é a novidade, a grande novidade da pesquisa do Engstrom como que um grupo de pessoas se junta e junta se torna mais forte a união faz a força, como que acontece isso? E aí ele vai por isso, é bom estudar a história de tudo isso porque é um movimento estudantil, o Engstrom participou, ele viu os estudantes conseguindo negociar com os governos, conseguindo mais espaço e democratizar as universidades, ele falou "poxa, tem que estudar isso" - Por isso que eu acho que o trabalho deles é tão forte das duas organizações se você for viver em grandes fundamentos das empresas, você vai fazer as pessoas trabalharem juntos - É - Isso é um grande desafio das empresas, a própria administração, a escola da administração já passou várias escolas da administração tentaram resolver esse problema - Geograficamente também tem uma coisa que é importante pra falar, que não está nos slides, mas que é anedota interessante, a Finlândia a Finlândia estava do lado da União Soviética, tinha borda com a União Soviética e sempre teve o risco de ser invadida pela União Soviética assim como todos os outros países ali ao redor, mas do ponto de vista cultural, tinha muita coisa em comum entre a União Soviética, a Rússia e a Finlândia até mais do que a Finlândia, por exemplo, comparar com a Alemanha, né, então eles tinham maior afinidade, só que eles queriam e quiseram ser capitalistas e mantiveram isso, então o Engelsstor está lá nesse meio do caminho, só que curioso um finlandês se interessar por uma psicologia russa, que é a do Vigotsky, que surgiu dentro da União Soviética então veja, é uma contradição que ele nunca viu ele discutir mas eu fui lá cutucar ele, eu falei mas seu Engelsstor, e o Marx? Cadê o Marx na sua obra? e daí ele falou assim, não, mas o Marx, ele era um cara, um sujeito super dinâmico ele sempre mudou as ideias dele, o Marx já morreu há muito tempo o marxismo continua se desenvolvendo e eu não vejo um problema da gente também não ficar preso no que o Marx falou, ou nos primeiros marxistas, posição esta que eu concordo, só que daí eu peguei e devolvi a seguinte provocação, beleza, se você é marxista, está comprometido com a mudança da sociedade mas qual é o seu programa de mudança? qual o conteúdo da mudança que você quer colocar? Porque do Marx eu entendo qual é ele sonha com o comunismo, não conseguiu definir muito bem, porque enfim, não tinha muita base pra dizer, mas e agora que a gente está nessa situação agora que mudança que você quer promover nas organizações ou na sociedade de modo geral? aí o homem ficou vermelho não, mas ele responde como é o trabalho que se desfiza hoje que são, assim, destinados para o cultural e ao público não tem a sua despedaça então, mas aí que está, ele falou o seguinte, olha na minha perspectiva, o que eu gostaria de contribuir é para uma sociedade onde as pessoas tenham mais agência, mais capacidade de agir por conta própria e não simplesmente serem vítimas de uma estrutura hierárquica e aí independente do Estado, porque a questão dos marxistas tradicionais e a relação do Estado, eu acho que a gente tem que discutir isso dentro do capitalismo também, não adianta só quebrar com o capitalismo ele é quase ao mesmo nível do englostronista? é, com certeza englostron é bem estruturalista eu acho que ele não cita a auto-cé, mas eu vejo o trabalho dele com algumas similaridades e a questão do estruturalismo, ainda acredito que o Estado vai provinciar os meios para aquelas pessoas que têm uma mente maior expandente inclusive, ele vai pensar a mesma coisa dentro de uma organização, de que uma organização pode oferecer uma estrutura para as pessoas terem mais agência, ele não é do tipo anarquista que quer destruir a estrutura ou como o caso do Latul que não existe estrutura o Latul é é, pro Latul não tem estrutura não tem nada, mas tudo tem agência, até as coisas eu acho que ele respondeu a pergunta que ele teve não, pra mim respondeu, só que ele não escreveu isso aí porque teoricamente, se todo mundo tiver capacidade, se todo mundo tiver agência sobre os problemas da sociedade a tendência é que todos finalmente estejam em igualdade é você trazer uma igualdade, no fim das contas todas essas teorias que no ideal, elas buscam a igualdade muitos, acreditando até que a mão livre do mercado, traz essa igualdade de oportunidade meritocracia isso, que a gente sabe que no fim das contas a gente está com uma base histórica e isso não é tão verdade mas, no fim das contas todas elas, não sei, porém sim, é, só que ele não fala isso que está falando, viu Guilherme eu gostaria muito que ele escrevesse, talvez ele escreva isso talvez seja o tema das próximas discussões, se ele não escrever um dia se eu for fazer um pós-doc lá eu vou provocar ele chegar e eu trazer toda ele já perdeu ele está perdendo a segunda chance que isso foi feito ao mais certo ele perdeu a primeira chance, ele escreveu o que foi feito ao mais certo há 20 anos atrás, até agora também, sobre engajamento e no segundo, agora, sobre empoderamento ele está perdendo uma chance um conceito que ele com certeza precisa discutir e pensar é a opressão que eu acho que vai, eu vou provocar ele lá se um dia puder, eu volto lá e vou bater ô, seu Engström, opressão Paulo Freire, Gusto Boal nossos povinhos lá do Brasil, então manda um recado aqui, tá? mas enfim é, pois é porque na Finlândia as opressões, elas não estão tão tensas como a gente tem aqui, né? mas mas ele eu vi um caso do seguinte, que tinha um africano fazendo o curso lá com a gente e o africano falou isso aí que eu estou falando agora, da pressão muito forte e tudo mais na educação, daí o africano falou é, não, mas eu estou envolvido com o Ministério da Educação do, cara, não me lembro, acho que era Tanzânia o país, é, eu estou envolvido com o Ministério da Educação vou fazer uma intervenção formativa no Ministério inteiro, daí o Gusto falou, se você fizer eu vou até a Tanzânia pra te acompanhar porque eu realmente acho que a nossa teoria da atividade está muito eurocêntrica, a gente precisa começar a ver o que está acontecendo fora do país, e no Brasil tem um núcleo forte de quer dizer, um núcleo que está começando a se fortalecer de pesquisadores, inclusive o Engström vem de vez em quando pra cá pra observar as intervenções, só que essas intervenções ainda não se articularam com a nossa história de estudo de opressão, que também tem muito a compartilhar, então isso é as cenas do próximo capítulo tentar unir essas duas coisas aí estou tentando há algum tempo, mas ainda não consegui fica a dica aqui, ó o exemplo que eu estava comentando na Universidade Estadual de Bauru desculpa Universidade Estadual de Bauru, o NESP é onde tem esse grupo mais forte de pesquisa tem também na USP se não me engano tem uns pesquisadores e eles fizeram uma intervenção no hospital utilizando o método de laboratório de mudanças e aí os princípios metodológicos desse método é o seguinte, você pega uma problemática complicada, que ninguém conhece de antemão é parecido um pouco com as abordagens de problematização do Paulo Freire e a definição de problema do design thinking, por exemplo apesar de que tem uma diferença enorme entre você ficar dez dias discutindo um problema e você definir um problema em cinco minutos, como no design thinking mas em termos epistemológicos é similar e aí o processo é o seguinte essa problemática o pesquisador ele vai atrás, ele utiliza mecanismos da ciência para entender essa problemática, então tem um pouco de pesquisação aí, mas aos poucos ele vai estimulando que os participantes desenvolvam agência sobre a problemática, ou seja que eles se apropriem do problema e compreendam o problema melhor do que o pesquisador então essa transferência de agência é uma digamos assim, um resultado esperado desse método e aí o resultado então final é que essa agência chegue a criar novos conceitos para lidar com a problemática o conceito de agência para a teoria da atividade tem a ver com ferramentalização instrumentalização, de eu ter conceitos para lidar com a realidade e eu ter instrumentos para lidar com esses conceitos e o papel do pesquisador como fica implícito aqui, é provocar os participantes e sustentar a participação desses participantes durante todo o processo ele não usa a palavra mediador e facilitador, porque na verdade provocar não é facilitar eu tenho uma aí é uma coisa que eu concorri ao longo do tempo que eu entrei em empresas e fui fazendo trabalho e se tem um mediador, eu vou ficar aqui nada mas eu sempre tive uma coisa que eu defendi, que é o seguinte tem sempre nas organizações tem esses caras que são mais arrumam sempre confusão, não querem fazer as coisas estão sempre reclamando, eu sempre tive uma ideia de que esse cara, ele já consegue enxergar uma recursividade na problemática ele já consegue enxergar isso, então ele já consegue ver que iniciativas não vão dar certo então ele não faz nada e eu sempre defendi que se a gente desse ferramentas, se desse algumas coisas para esse tipo de pessoa esses seriam os caras capazes de fazer a mudança e eu nunca tinha pensado nisso através de qualquer ótica depois eu comecei a ver a teoria da atividade, comecei a ver pra mim ficou muito mais claro que são esses caras que talvez sejam os que são capazes de ter a mudança, o primeiro eles não são capazes de analisar, mas mesmo assim são capazes de enxergar segundo eles não tem nada pra se atuar o Vigorsky e o Engström eles vão falar muito da de que existem conceitos empíricos e existem conceitos teóricos e quando você está na prática, você tem um conceito empírico que funciona ali pra você o conceito científico, teórico ele surge a partir dessa experiência conceito concreto então a origem de todo conhecimento é no conhecimento prático, não é o contrário não é da ciência que vem a prática é da prática que vem a ciência por isso que o Engström até hoje continua fazendo intervenção dentro de organização usando o espaço como o espaço de organização como espaço pra pensar e esse conceito como esse conceito de agressividade vai dar para a mente ele não se aproxima ao conceito de conscientização do Freire o conceito de conscientização do Freire ele vai além da expansão do Engström, na minha opinião a conscientização do Freire ela é muito mais expansiva se for colocar assim, ou ela deixa no chinelo o expansivo, mas o conceito de conscientização do Freire também às vezes é um pouco vago o que é essa conscientização, como ela acontece na prática em termos epistemológicos eu prefiro o conceito de conscientização do Freire, em termos metodológicos eu consigo estudar e mostrar a evidência de que houve expansão ou não com o Engström como é que você mostra que tem conscientização no Freire? Muito difícil porém tem pesquisadores que vi naquela conferência que teve recente lá na UTF-PR tentando fazer aproximações entre o conceito de conscientização do Freire e do Vygotsky que o Vygotsky tem um conceito de conscientização mais parecido com o do Freire que tem a ver com entender as contradições da sociedade basicamente, e se posicionar frente a elas e aí eu acho que a ponte entre Vygotsky e Freire é mais fácil que a ponte entre Freire e o Engström de modo geral, apesar de que it's up to us, nós que temos que fazer essa conexão, o Engström lê o Freire, gosta de Freire e cita eventualmente então tem a chance de fazer essa ponte agora eu não diria nem um pouco que o Engström é freiriano não é (falando do Engström) é, porque falta opressão o lance do Engström é diferenciar opressão e contradição eu já comecei a rabiscar essas coisas até pela minha vivência com esses tipos de teorias mas eu estou usando atualmente a minha concepção de ponte é que a opressão é a contradição vivida na pele é a contradição não como uma coisa abstrata e estrutural da sociedade, mas como algo que eu vivo no dia a dia e que me interpela diretamente por exemplo, um xingamento a opressão não é como o Engström talvez explicasse, ele não é só uma manifestação ela é estrutural também só que ela é uma estrutura que se reproduz nas relações e aí esse lado meio relacional às vezes para o Engström ele fica um pouco distante, meio transcendente porque ele joga para o Marx e fala, não, a contradição do capitalismo é inerente, vai ser sempre valor de uso e valor de troca nessa ele me perde um pouco mas dá para recuperar acho que termos metodológicos termos de resultados de intervenções, o que o Engström conseguiu é incrível e ele consegue fazer esse negócio de ser um marxista no meio de capitalistas e as pessoas não percebem muito bem isso que ele está plantando essa semente de transformação por isso que eu sigo bastante essa, assim, me inspirei bastante no Engström também na minha própria postura enfim se isso vai ser cooptado pelo capitalismo ou não, essa é uma questão que a gente pode discutir e tentar, eu estou tentando vamos ver o que acontece, pode ser que eu esteja errado, pode ser que o Engström esteja errado mas enfim a gente tem que tentar na minha opinião enfim, vamos ver agora o tal do laboratório de mudanças que o Engström criou, depois o Jakob Virkunen, ele vai escrever um livro, inclusive está traduzido para o português, sobre o laboratório de mudanças aliás é o livro, eu acho que o livro mais completo que tem sobre teoria da atividade hoje é esse laboratório de mudança em português então é o seguinte, você vai estruturar aquele conceito de, ou operacionalizar o conceito de dupla estimulação da seguinte maneira, você vai estudar etnograficamente a organização antes de fazer um workshop, aí nesse workshop você vai chamar de laboratório de mudanças você vai apresentar os resultados da pesquisa etnográfica que é o chamado material de espelho você mostra num slide num projetor de slides vídeos, fotos do ambiente de trabalho e das dificuldades que as pessoas estão tendo, o foco é mostrar situações de encrenca aí depois você vai trazer modelos e visões sobre conflitos, teorias que ajudem a fazer sentido desse material e teorizar, elevar um pouco a compreensão de porque está acontecendo aquilo ali, aquilo ali é o sintoma aquilo aqui seria a causal dinâmica do Vigotsky por exemplo, os problemas são sistêmicos, eles não acontecem de maneira isolada e a partir dessa enfrentamento, entender o que está acontecendo, começar a pensar no presente atual, passado e futuro dessa atividade e aí podem surgir outras ferramentas que não são os modelos teóricos da teoria da atividade pra entender melhor como é que pode mudar essa atividade, o que costuma aparecer são cronogramas visualizações planos e outras ferramentas de apoio pra entender complexidade aqui que entra já adiantando um pouco a minha contribuição pra o método aqui entra os artefatos de design os jogos por exemplo artefatos de co-design, melhor dizendo aqueles que facilitam as pessoas a cocriarem alguma visão do que pode ser feito a respeito da situação e aí tem todo esse lado mais empírico do tipo você gravar o vídeo e gravar a sessão de laboratório de mudança e usar isso como um resultado, como material e um dado pra fazer a análise científica do que está acontecendo ali, essa análise etnográfica que aparece no laboratório de mudanças, ela não é necessariamente científica, ela é feita dentro do do time frame que a empresa precisa então se ela precisa de fazer uma coisa rápida eles fazem uma coisa rápida de duas, três semanas, se tem mais tempo eles fazem coisa de seis meses mas um estudo etnográfico científico bem feito a gente sabe que às vezes demora anos então não necessariamente eles chamam de etnografia às vezes eles falam de um estudo etnográfico um estudo inspirado na etnografia e aí o primeiro estímulo a gente já viu isso na aula sobre método de dupla estimulação ele exige que o participante se desenvolva mesmo que seja no nível microgenético ou no nível ontogenético também, aprendendo alguma coisa que ele não sabe ainda e alguma coisa que ninguém sabe na verdade porque é uma baita contradição, pra isso é dado um estímulo ambíguo ou auxiliar que pode surgir naturalmente ou espontaneamente a partir da interação dos sujeitos e ele corresponde, voltando aqui a modelos e visões mas também converge pra cá, isso aqui também é o segundo estímulo mas é um segundo estímulo já mais trabalhado, na verdade é o segundo estímulo junto com o primeiro estímulo que vai gerar esses artefatos que estão aí no meio então tem um caso do artigo do hospital de Oulu que ele descreve quando ele vai explicar o que é intervenção formativa como exemplo clássico então eles fizeram o laboratório de mudanças e aí o primeiro estímulo lá são vídeos dos profissionais falando sobre a falta de recursos humanos no hospital lista de espéria longa e outros problemas. O segundo estímulo que surge na reunião é um organograma pra decidir sobre a estrutura hierárquica do hospital a mediação, ou seja, o processo de o que está no meio ali, né, e a unidade cirúrgica em subunidades com a participação de todos, ou seja uma reestruturação organizacional acontece aqui dentro desse laboratório e aí a reação, o resultado que sai disso aqui, a mudança de fato é que as pessoas se comprometem a ter responsabilidade compartilhada apesar de impedir as tarefas e aqui tem um diagrama que ele mostra, uma imagem que ele mostra no artigo como que um problema complexo que ninguém sabe da onde vem, né, que fica travado não sabe como resolver, tem algumas complicações, né no nível de, se você ficar só nesse nível de entender acho que isso aqui é chamado de camada de agência, né, a camada onde você pode diretamente agir sobre você vai só ver problemas de implementação de mudança, você não vai ver a possibilidade de fazer diferente por isso que ele fala que é importante na laboratório de mudança ter outras camadas outros níveis de abstração agora ou níveis de concretude talvez é isso que a gente tem que pensar melhor porque na teoria do do Lienkov que o Engelstrut vai utilizar você ascende do abstrato para o concreto então essa noção de problemas aqui não é concreto, ela é abstrata porque ninguém sabe da onde ela vem conhecimento concreto tem a ver com as origens, tem a ver com a história, então lá em cima é onde está o mais concreto, o que é mais concreto se não a possibilidade de mudar e transformar aquela atividade efetivamente e isso é o conceito que surge a partir do encontro desses dois estímulos que mediam essa esses problemas da prática então existe uma teorização empírica aqui isso é muito curioso, o que o Engelstrut está falando é que os praticantes estão no laboratório de mudança teorizando sobre a atividade deles e utilizando essas teorias mais espontâneas como ferramentas para mudar a atividade deles então quando alguém por exemplo cria um conceito como no caso do projeto da Coppel+ como é o nome do personagem inovador da Coppel? O Dionísio no meio de um workshop, uma intervenção formativa que a gente fez os caras da Coppel viram falar sobre a questão da subversão, a necessidade de ter pessoas que são inventoradas para promover a inovação da organização e falaram "é o senhor Dionísio" aí começamos a criar uma história do Dionísio e se o Dionísio aquilo e não se e não existia o tal do Dionísio a gente até achou que existisse e esse Dionísio virou um ícone do projeto que não foi publicamente utilizado mas dentro da equipe toda hora as pessoas falavam "queremos encontrar os Dionísios da Coppel unir os Dionísios para que a gente possa ter uma disseminação de práticas de inovação" e isso pode se considerar um conceito empírico, uma teorização empírica que surgiu ali dentro dos próprios praticantes, aliás anota aí para a gente escrever no artigo e que eles utilizaram para reagir sobre as contradições da organização é diferente da gente que somos pesquisadores e que vamos falar de agentes subversivos que é uma teoria de inovação mas isso esse processo, essa teoria de inovação não é um colo com poder empréstimo? sim, só que é uma teoria fundamentada feita pelos próprios participantes porque se você for ver dentro da fundamentada, quem define que é um conceito, que é uma teoria é o pesquisador é, você fica no meio ali da ação, com outras pessoas e aí percebe a teoria é exatamente essa a diferença o pesquisador não é participante necessariamente na teoria fundamentada e dá para fazer uma ponte em teoria fundamentada só que eu acho que dá para fazer uma ponte melhor ainda com a etnometodologia que é uma vertente concorrente à teoria fundamentada, mas com uma raiz comum por isso que o próprio Engelstrom vai citar muito o trabalho da Satchman e da etnometodologia, ele tem até algum artigo, acho que que discute as diferenças da etnometodologia com a psicologia histórico-cultural dele [PAUSA] [PAUSA] Para a intervenção formativa as evidências mais importantes para mostrar que está tendo um resultado ou seja qual o foco, o que você está intervindo é as questões relacionadas à agência, o aumento da agência então o que ele está intervindo está intervindo na estrutura da agência dentro daquela organização se as pessoas tenham ou não capacidade de agir, se não tiver vai provocar aquela organização para que a agência se desenvolva então esse é o programa político, digamos assim, do Engelstrom que curiosamente eu ainda não vi de maneira muito clara. Quem escreveu um artigo específico, um livro específico sobre isso, mas que eu ainda não li porque é bem recente, é a Anna Setsenko, que é uma russa que tem lá, se vocês quiserem ver depois eu posso passar esse livro para vocês, que é sobre, especificamente sobre um estudo com ativistas políticos e como eles desenvolvem a conscientização vai fazer, eu acho que até uma menção ao Freire, mas é vigotskiano e ela vai trabalhar com as questões da agência transformativa, transformadora não sei como a gente pode traduzir melhor isso que tem a ver com como que um ativista consegue, através do movimento de consciência, transformar da conscientização, transformar uma sociedade ou um coletivo, uma organização então eu também tenho um detalhe que a atual esposa do Engström também está trabalhando com esse tema, só que ela foca mais na questão da volição, desenvolvimento da vontade, o nome dela é Anna Lisa Sanino, ela tem artigos muito bons e é bem curioso esse detalhe histórico porque os primeiros artigos do Engström foram escritos com a primeira esposa dele, que é a Ritua Engström, então tem vários artigos no começo da carreira dele que é Engström, Engström aí depois no meio do caminho não sei os detalhes, mas enfim ele conhece a Anna Lisa Sanino e aí começa a aparecer um monte de artigo, Sanino e Engström Sanino e Engström e ela participou das suas atividades, um amor de pessoa achei muito curioso você acabou de lembrar de uma outra evidência que é a superintervenção, porque existia um método que o Instituto fazia e você queria que ele analisasse as populações e se fosse a voltada do método anterior e ele estivesse a falar de alguma coisa que o método anterior fazia é, não lembro exatamente não e ele queria até comentar os gerentes não queriam o subindo dos caras, dos gerentes que fizeram eles queriam fazer a lei, se eles quiserem eles queriam fazer a lei, mas não fizeram e o que foi o experimento? interessante, legal depois a gente tem que escrever sobre isso meus caros o crescimento da agência está vinculado a um processo de aprendizagem expansiva isso aqui vai um pouco além do que está no artigo do Engström que eu passei pra vocês mas que tem a ver com o programa de pesquisa na educação dele, que é a teoria da aprendizagem expansiva da onde surge basicamente toda essa releitura do Vigotsky e do Leonchev e o contexto da tese dele é bem simples, a sociedade do conhecimento é comum que as atividades de trabalho fiquem estagnadas por falta de conhecimento as pessoas ficam confusas e surgem motivos conflitantes e elas precisam aprender na prática, então tinha toda uma discussão nos anos 80 sobre a importância da aprendizagem na prática vai ter a tese da Leiv e Wenger, que escreve sobre comunidades de prática a tese, não me lembro o nome, acho que é aprendizagem situada, não, não é tese é um livro, esse livro foi super impactante, o Engelstrom conhecia a Leiv e trocava ideias com o Wenger também e fez parte desse movimento, teve outros autores também nessa época que discutiram o assunto, a tese do Engelstrom não é tão conhecida naquela época não articulou tão bem mas acabou articulando um outro programa bem mais amplo, que não envolvia só a aprendizagem, mas envolvia a transformação das organizações, que na época da tese dele, ele não deixa isso tão claro e vai ficar mais claro quando ele vai começar a falar de intervenção formativa, laboratório de mudança e tudo mais o conflito ele vai atingir o auge no double bind, que é uma tensão paralisante se correr o bicho pega se ficar o bicho come, o que eu faço? Não sei não sei significa o que? falta meu conhecimento para saber o que fazer então, para sair do double bind precisa ter um novo motivo e consequentemente a expansão do conhecimento o double bind é um conceito que vem do Gregory Bateson não é do Vigotes, que é bem curioso que ele mete no meio o Bateson, que tem uma outra epistemologia da cibernética e tudo mais mas que funciona muito bem aqui, ele pegou um pedaço só do Bateson ele não trouxe o resto é que o Bateson também tem uma teoria de aprendizagem que é o aprendizagem 1, aprendizagem 2 que é muito utilizada dentro da da aprendizagem organizacional por exemplo vai dar origem ao trabalho do do Sean e do, qual o cara que trabalha a Chris Argyris, lembra da Chris Argyris? o modo 1, modo 2 de aprendizagem a origem disso aí é o Bateson e o Engstrom vai beber na fonte deles, que é o Bateson, só que ele só pega esse conceito mais ou menos de double bind e para ele a aprendizagem expansiva é uma leitura mais expandida do learning tool modo de aprendizagem 2, que é de uma maneira bem simplificada na cibernética você tem sempre a ideia de loops de ciclos, no primeiro ciclo você entende o seu problema imediato no segundo ciclo você vai entender o seu problema dentro de um ecossistema dentro de uma perspectiva mais ampla mas o que o autista faz de interesse na atividade não ser tão profundo é a adaptabilidade do ciclo como você vê na própria da ilustre e outros de coisa como que eles, ao cortarem ciclos e ao quebrarem ciclos em pequenos pedaços como que ajuda a gente a misturar as coisas apesar de muitas vezes não ter sentido você ver esses colis de mato é, o que o Engstrom vai dizer é que o Bateson e o Achilles eles acertaram na identificação do problema só não conseguiram entender como é que sai dele por isso que ele fala que o ciclo expansivo seria equivalente ao learning tree ao nível 3, que é o nível 3 você não está só olhando e aprendendo sobre o ambiente atual você está criando um novo ambiente você está imaginando uma coisa nova e aí é o que ele fala de learning what's not yet there ou aprender o que não está lá ainda porque eles criam ciclos para coisas que eles já aprenderam e para isso no design no design é muito louco porque o design é justamente essa uma prática profissional que está interessada em criar coisas que não estão lá ainda que tem a ver também com a inovação e por isso que eu me interesso tanto pela teoria do Engstrom ele tem um aspecto que às vezes é comentado como sendo criativo o Engstrom não usa essa palavra mas existe uma rótula que é atribuída ao trabalho dele sendo criativo e aqui tem uma peça um modelo que o Engstrom desenvolveu que é pouco conhecido, as pessoas conhecem mais o tal do triângulo, por isso nem vou mostrar o triângulo para vocês, vou mostrar esse que é muito mais interessante para entender processos de mudança o triângulo é uma espécie de tirar uma foto de uma atividade, aqui não aqui você vê a atividade sendo transformada então você tem aqui uma espécie de um princípio um princípio ontológico da mudança em uma atividade que ela vai surgir de uma necessidade existe a necessidade de transformar a atividade por pressões externas e internas contradições e essas contradições começam a ser sentidas a partir do double bind double bind também dá para a gente fazer uma ponte bem interessante com opressão com a ideia de opressão fazer a gente estar se censurando antes de ter interação de você estar previamente já sentindo que vai ter uma e você ficar petrificado double bind tem essa característica de ser uma contradição de um sentido no corpo, um sentido na pele até por isso que eu acho que a gente tem que rever porque é difícil traduzir para o português dupla amarração seria tradução mas não faria sentido aqui é um conflito de motivos muito forte que surge em uma contradição o que as pessoas fazem? elas tentam criar um novo motivo e modelam uma maneira desse motivo ser materializado ser espalhado dentro da organização através de ferramentas essas ferramentas são aplicadas no resto da atividade e enfrentam resistência às vezes pode acontecer de o ciclo parar nessa fase, é bem comum negar a nova ferramenta e aí não acontece a expansão se essa nova ferramenta que traz o novo motivo for disseminada aí pode ser que a atividade expanda e você tem uma atividade culturalmente mais avançada o que você mencionou do IAC o IAC do Ipanema ele mensura as ferramentas como que as as as atividades de reuniões como que o quadro que eles colocaram lá e começou a ser utilizado como que as pessoas internalizaram aquilo para continuar fazendo aquela atividade e tentar continuar resolvendo aquele problema não era uma solução simples então ele foi embora e aquelas coisas continuaram é, e tem uma outra coisa não é uma ferramenta só em geral são várias e as ferramentas se modificam então tem esse ciclo que também continua, às vezes você tem vários ciclos de expansão mas às vezes você tem ciclos também de redução ou contração ou perda do objeto quebra do objeto, aí eles vão usar vários termos, mas é basicamente uma situação em que é essa fase aqui, tem uma quebra aqui aqui, aqui ou aqui, no ciclo é, com certeza aqui vou dar um exemplo de expansão da minha infância, que eu relembrei quando eu estava lendo isso aqui eu tinha que ir para a escola, achava um saco para a escola, junto com meus irmãos e lá pelas tantas inventei uma brincadeira que a gente brincou por muitos anos e eu ainda não consigo me livrar dela quando eu estou andando na rua eu consigo me livrar dela muito facilmente que é lasers que saem das arestas de qualquer objeto retangular numa rua então você tem que pular o laser essa história começou quando as calçadas curitibanas foram trocadas, antigamente as calçadas curitibanas elas usavam uma pedra bem irregular de xisto, preta ainda tem alguns lugares era sempre assim, uma de xisto preta uma de granito mais certinha só que era horrível andar nessas calçadas você via tropeçando e a gente brincava de pular das pedras pretinhas para as pretinhas, não podia cair dessas pedras no abismo mas quando eles começaram a substituir como é que a gente continuou a brincar no caminho para a escola aí a gente criou a história do laser como é que você analisa a brincadeira do raio laser necessidade da escola versus a mesmice do caminho, você tem ataques de preguicite aguda, que a gente às vezes demorava 40 minutos para fazer o percurso que normalmente era 20 minutos, chegava atrasado a escola que a gente ficava distraído a gente cria a brincadeira dos objetos no caminho meus irmãos se juntam, gostam da brincadeira, e aí a gente começa a gente volta a chegar no horário porque não estamos indo para a escola, a gente está brincando de se esquivar dos lasers, é claro que se eu não tivesse irmãos é bem provável que essa brincadeira não fizesse muito sentido não fosse tão divertido aqueles métodos de... a questão é de estilhão utilizando os métodos de qualidade na realidade eles também sempre se comparem com isso o PDCA, os princípios do MDMA eles têm essa questão, só que eles não focam tanto nessa perspectiva humana, mais em parte é processo, mas você revisar, fazer, criar, testar, revisar até melhorar, se puder falar mas isso é círculo, é o círculo 1 eles não tem círculo 2 talvez, às vezes, tem círculo 2 quem faz um trabalho mais de design de organização inspirado lá no Maturana, tem uns caras que fazem isso que você está falando na administração isso é antigraça organização de métodos eles têm uma motivação para fazer algo e ao fazer algo lá, sempre que há uma ação no grupo, no coletivo há um aprendizado, e esse aprendizado você vai comparar uma ação se tiver uma ação, o que faz o aprendizado com uma ação e aí você vai tomar direção se é praticado mas aqui, Rodolfo, você vai ver no próximo exemplo que vai acontecer um tem paralelos, né, das coisas tem, tem mas, compara esse exemplo aqui tem um ciclo que não é expansivo tá? Durante o meu doutorado teve fases altos e baixos, numa época de baixos, assim, na verdade não era só minha dos meus colegas, estavam todos na corda bamba, sem prazo para terminar o doutorado, a gente começou a jogar compulsivamente pebolim na universidade, então a cada mais ou menos duas horas de trabalho, a gente parava religiosamente, descia até um andar do centro acadêmico jogava uma partida de pebolim de 10 minutos ficava totalmente excitado a gente ficava suando e tal de repente a gente parava e voltava a escrever os artigos e isso nessa fase de meio desesperante do doutorado de nós quatro foi fundamental, a gente conseguiu superar dificuldades psicológicas terríveis, porque a gente tinha essa vantagem de trabalhar no mesmo lugar, de estar trabalhando no mesmo horário e de ter a liberdade de poder sair do escritório a hora que a gente quisesse, então eu sei que no Brasil eu vejo assim, quem está fazendo doutorado, aqui sofre muito porque não tem essa convivência de dia a dia, de você ir no mesmo lugar e você encontrar outras pessoas que também estão numa situação complicada como a sua, é muito pesado não sei se... eu decidi e é isso lá, vai a minha casa mas eu vou no mesmo lugar todo dia e a gente se agonia o que eu acho que é um problema hoje é, não, você tem que estar aqui tem que estar lá isso é horrível tá, mas hoje eu sei que não vou escrever, não, mas tem que estar aqui não, isso aí é horrível é, e aí pelo menos assim, pra mim é porque eu fico lá um dia ah, então você vem a semana toda não, não é o emprego lá na Universidade de Twente, eles começaram com essa regra de que tinha que estar lá 40 horas, mas aí a gente meio que foi dando um jeitinho aqui e acolá, quando eu terminei o meu doutorado, a gente já tinha uma rotina de que você ficava lá a hora que você quisesse mas os orientadores queriam cobrar a gente, porque oficialmente pela Universidade teríamos que estar lá 40 horas mas não é produtivo, porque o doutorado é uma situação, né, eu estava conversando com o Guilherme outro dia, pô, às vezes você não sabe a hora que você vai ser produtivo às vezes você tá em casa, você tá produtivo, é melhor aproveitar aquele momento, às vezes você tá no trabalho e você não tá sendo produtivo, é melhor você ir pra casa, pra de repente aerar a cabeça, porque é um exercício intelectual extremamente cansativo, que as outras pessoas que estão em volta não percebem, porque é interno não é, e aí a gente sofre preconceito e eu acho que às vezes pode ser interessante também é isso, essa flexibilidade "não, hoje eu quero ficar lá e tal" e sei lá, aí a gente vai discutir esses randalinhos juntos, sabe esses momentos, né, mas a gente obriga esse ano que a gente pode ter que bater ponto pode ser que eles obriguem, né agora, nos próximos anos acho absurdo mas o próximo é legal, né é absurdo, e a gente vai ficar discutindo e vai realmente ficar muito difícil mas é um dos problemas que você tem realmente, uma hora tá pegando aí uma ligação de confiança, né porque no fim das contas, esses tipos de coisas que a gente tá falando aqui, precisa ser comentado, né até porque tem as diferenças prévias dessas pessoas que são que tiveram um momento... "eu não acho que é uma associação, que as vezes o pessoal faz errado" "não, você estar aqui, você vai produzir mais" "não, estar lá não é..." "mas eu acho que é bem isso não" "isso significa produção" tem outra coisa, escrever não significa produção também, porque você pode estar escrevendo uma coisa muito ruim, né "eu escrevi um colégio lá, que era o Scania" "eu acho que tinha um colégio lá" "eu não sei, é sua, você pode não ser de que saia, que era o filho dele" "eu não sei, é sua, você pode não ser de que saia, que era o filho dele" o legal do Scania "a gente vai discutindo aqui nas leituras, né" "eu vou ler, e o Marcos vai ler junto comigo" "eu vou ler, e o Marcos vai ler junto comigo" como a gente tá convivendo, né tinha 18 doutorandos na mesma sala e aí, tinha uma hora que de repente um dia cara, ficou 3, 4 horas o que era esse barulho? era a bolinha do mouse desse doutorando, que ficava elétrica porque ele ficou o dia inteiro só naquela bolinha cara, o que você está fazendo com essa bolinha? depois de 3 horas, a gente se... ninguém está aguentando mais esse barulho o que era, descobrimos que é você o que está acontecendo? "hoje eu tenho que revisar 400 artigos" "hoje eu tenho que revisar 400 artigos" "já estou no 350" "como que você lê 350 artigos numa manhã?" "como que você lê 350 artigos numa manhã?" "não, eu estou só scanando" "haha, John, você é o scanner" depois dessa, não se livrou mais depois dessa, não se livrou mais foi só fazer a leitura dinâmica foi só fazer a leitura dinâmica só você decidir se você vai ler aquilo de verdade ou não só você decidir se você vai ler aquilo de verdade ou não "não é verdade, mas foi uma leitura dinâmica" "você lê os títulos, aí vem a leitura" "é, é, não, esse aqui é o boleto" "é, é, não, esse aqui é o boleto" "mas pô, mas para revisar..." mas a questão é que ele estava tentando revisar tudo aquilo que tinha sido escrito sobre inovação na área da construção civil e tipo, era muita coisa e a gente falou, John, não vale a pena você querer fazer isso, você nunca vai chegar a lugar nenhum e ele estava nessa fase de depressivo, de down assim, do doutorado e para tentar sair do desespero dele, ele falou vou ver tudo que tem, que é um erro clássico que às vezes a gente não... pode ser que a gente até nem faça o que ele fez mas a gente tenta fazer de outras maneiras "atirar para todo lado" "atirar para todo lado" "é mais fácil você fazer uma ação, que é uma ação de pôr lei" "é mais fácil você fazer uma ação, que é uma ação de pôr lei" "porque você toma uma decisão de como, o que você precisa ler" "qual vai ser sua estratégia" "ele planejava muito mais difícil do que no início" "pô, o que você vai pôr?" "foi algo não combinado" "ou você verbalizava esse processo?" "precisamos de alguma coisa para..." "precisamos de alguma coisa para..." a gente, de repente, um dia levantou se olhamos, vimos um peibolinho olha, olha, olha olha, olha, olha tem peibolinho mesmo não, não foi assim a gente, um dia, por acaso, descobrimos que tinha o tal do peibolinho e falamos, vamos jogar a gente estava no caminho, acho que do almoço a gente passou pela... acho que não, a gente foi numa festa da associação de estudantes e aí descobrimos que tinha o peibolinho no centro acadêmico vamos tentar, vamos jogar isso aqui começamos a jogar na festa depois, no outro dia, alguém teve uma ideia será que a gente dá uma parada agora no intervalo e jogamos um peibolinho? aí um cara falou, se a gente parar, a gente não pode tomar café porque não dá tempo de fazer as duas coisas vamos nos distrair, mas depois virou um vício que vício? não sei você é totó? aliás, totó na Holanda, é totó, né? aqui no Paraná não é totó, né? é totó lá? é totó, não é verdade não, lá na Holanda eles tinham um nome eles usavam um nome alemão, que é "Fussball" não, é "Fussball" que é... não sei, eu acho que é uma corruptela com "Fuzz", que é uma bagunça e "Bola" um futebol bem bagunçado não sei exatamente a origem disso "Table Football" é mais usado no inglês mas eles usavam "Fussball" acho que por causa da influência alemã enfim, a gente jogava muito e era sempre o mesmo time, a gente tinha um nome das equipes e a gente sempre fazia brincadeira com o nome da equipe, a pesquisa e acabamos inventando tinha um grupo "Aspari" que eram os caras engenheiros que trabalhavam com a produção de asfalto e tinha o time da inovação, que era eu e esse colega e a gente ficava ali disputando a gente jogou centenas de partidas e foi uma coisa incrível muitos anos jogando esse negócio e eu fiquei quase profissional é, é enfim olha só a análise que eu faço criticamente disso aí a necessidade de fazer uma descoberta científica isso é extremamente difícil por outro lado você tem uma vontade de estudar coisas que você gosta tá curioso? e você não pode ficar curioso só no doutorado, você tem que ter as duas coisas e aí, o que acontece? "Double Mind" não sei por onde ir, eu quero estudar isso, mas eu tenho que estudar aquilo e aí você fica nesse ciclo mais redutivo do tipo, vou ignorar o que eu deveria estar fazendo que é eu deveria estar tentando transformar a minha atividade, tentando forçar os conceitos mas o que eu faço? eu coloco um motivo mais redutivo do tipo, vencer os colegas no jogo de bebolim e a gente fica evitando, digamos de enfrentar a real contradição que está por trás da nossa dificuldade análise científica da procrastinação da própria o que? da procrastinação da procrastinação, exatamente eu não gosto de falar que eu estou procrastinado, eu sou uma gata velha eu não gosto de falar que as pessoas estão fazendo neurociência coisas velhas, porque tem muita bobagem nessa área, tem muita coisa boa, tem muita bobagem nessa área, mas tem um cara que fala que os grandes momentos que você consegue realmente achar, soluções que você acaba conseguindo escapar de uma contradição ou alguma coisa assim, são os momentos que você não está utilizando o seu cérebro, você está utilizando ele em background na verdade você está fazendo uma atividade full e o seu cérebro continua trabalhando em outras coisas, e nessa hora talvez você faça uma relação com alguma coisa então, é o que a gente imaginava que acontecia quando jogava era a desculpa científica que nós davamos uns para os outros para fazer a pausa e aí a gente é a adrenalina, a gente fazia isso aqui por causa da adrenalina, a gente ficou viciado na adrenalina e com a adrenalina a gente sentava na frente do computador e resolvia tipo, pelo menos a gente escrevia mais uns dois parágrafos é doze, é doze então galera novos motivos surgem quando se enfrenta coletivamente o double bind e quando uma pesquisa de doutorado se enfrenta coletivamente, é quando você se junta com seus autores, para enfrentar os novos objetos então, por mais que você ache que não, mas eu estou escrevendo sozinho, não está, você está escrevendo em cima do ombro de gigantes você está trabalhando com autores e esse é o sentido da ciência e a origem do double bind a gente já comentou, mas agora vamos olhar com mais atenção, são as contradições acumuladas na história da atividade, que é uma contradição agora a gente está pulando para uma parte que tem a mais a ver com a minha tese de doutorado e a minha leitura de contradições que vai além do Engström que envolve também o Henri Lefebvre foi uma influência bem forte para mim entender contradição, que é uma tensão acumulada na sociedade um embate entre duas forças opostas mas nenhuma dessas forças pode ser eliminada, ela pode ser superada pela criação de uma terceira força que contém as outras duas em uma nova configuração então a terceira força tem um aspecto meio de reprodução do que já tem, só que de um jeito um pouquinho diferente - Você já pensou em utilizar a física, o mecânico de massa para apresentar esse tipo de coisa? - Eu não, mas o Lefebvre fala um pouquinho disso - Ele fala, ele falou - O mecânico de massa como é a força resultante - É, o vetor, só que o vetor ele é uma a terceira força ela seria uma resultante - Não necessariamente para aplicar uma nova força, uma nova resistência entre essas duas forças aqui porque um vetor ele é modo, direção e sentido se essas duas estão realmente conflitantes, se alguma tarde encontrar outra você adiciona outra força ela vai mudar pelo menos a direção de alguma delas ela pode não mudar o seu modo, nem o seu sentido mas a direção não vai mudar então no mínimo que vai acontecer elas vão incidir de forma diferente é o mínimo que vai acontecer entre elas, se você consegue fazer uma análise sobre isso, trazer isso - O que o Engels vai falar na dialética da natureza em que ele tenta uma aproximação com a física ele fala o seguinte, toda vez que eu ando, eu estou enfrentando uma contradição entre forças que é a força do meu corpo para baixo, da gravidade e a força do chão contra o meu corpo, se não tivesse a força do chão eu cairia eternamente, só que o que ele fala é que quando essas duas forças começam a se desequilibrar, a hora que eu levanto o pé para dar o passo o que acontece, surge uma terceira força que me impulsiona para frente, então esse desequilíbrio me permite impulsionar para frente - Mas você alterou os caras - O que? - Você altera o seu centro biométrico e o seu centro de massa - Mas isso não seria uma terceira força? - Não, você está alterando você está alterando a configuração mas na verdade é a força mesma, a gravidade só que você alterou o seu centro de movimento por exemplo você está em pé, o seu centro de movimento é esse quando você faz isso aqui - Mas você não acrescentou uma força para frente ao fazer isso? é a força para frente que eu não tinha? quando eu estou parado só tem uma força para se voltar para baixo - Isso é vencer a inércia, quando você vence a inércia você dá o primeiro passo você vence a inércia, você tem a energia acumulada aqui, então você dá um passo você vence a inércia, então você coloca toda uma força, se não a gente não está parado na mecânica clássica todos os objetos estão parados se entra uma força ele vence a inércia - Então, essa é a terceira força essa é a terceira força é um paralelo bem interessante com a física que aliás nós temos que explorar mais - Esse 4,4 não é uma não pode ser relacionado com a parte da não parte, é uma alteração de um teor em crítico - Qual parte? detalhe um pouquinho mais - Sei lá, do Marcuse para frente ele acredita por exemplo, em mudanças a partir do estado talvez que resolve o problema da sociedade então ele não está destruindo a estrutura ele está juntando a estrutura de um jeito diferente para solucionar o problema - Ah, sim, então isso aí que você está mencionando, não conheço o Marcuse mas eu acho que ele está usando a primeira ideia da dialética do Engels que é a transformação da quantidade em qualidade você acumula diferenças entre as forças, as forças ficam se opondo chega uma hora que tem a revolução, e a revolução ela muda qualitativamente a sociedade então, por exemplo, a teoria do Marcuse é que burguesia e proletariado vão se enfrentar até chegar uma hora que vai ter um double bind, usando o negócio do Engels vai ter uma sociedade completamente catastrófica meio cataclismo, e disso vai surgir dessa, acho que o Lênin que fala que desse cadáver do capitalismo vai surgir uma semente de esperança que seria o socialismo - É, o Finder, eu acho que ele vai mais a fundo nisso, o Marcuse ele só dá uma visão lateral e larga mas é isso ele também não quer atravessar o povo ele quer juntar ela com o problema e fazer outra coisa - Isso aqui também vale lembrar que é Hegeliano essa ideia de terceira força corresponde também a síntese do Hegel e do Fichte que vão falar sobre isso antes mesmo do Marcuse o Marcuse vai dizer que essa terceira força ela não é alcançada facilmente você precisa ter o enfrentamento, você precisa ter o confronto você precisa ter a luta, senão você não chega na terceira força e muitas vezes você não vai conseguir você vai ficar na Inés - Com certeza é uma força suficientemente grande para acontecer em todas as outras forças nesse caso aqui, a sua massa mais a gravidade, mais o atrito desse cara aqui como é que você gosta ela tem que ser suficientemente grande para tirar o síndrome - Bom, mas a gente tem que tomar bastante cuidado em fazer fazer analogias entre leis naturais e leis sociais porque senão a gente pode ser positivista o Engels foi muito criticado pelo dialético da natureza, tem gente até que não gosta de citar, por isso só que na psicologia histórica e cultural já passo para você, o Vigotz que leu muito Engels e citou o Engels e a dialética do Vigotz, na minha opinião, ela é bem dialética da natureza só que a natureza para o Engels ela é uma coisa mais a natureza do Engels é a segunda natureza não é a primeira natureza, só que isso as pessoas não entendem muito bem, segunda natureza é a natureza criada pelo homem que é a natureza da realidade social as vezes as pessoas entendem essa natureza como sendo o biológico digamos assim, e aí por isso não vão rejeitar o Engels totalmente e o Vigotz que também porque ele também tem uma base biológica mas é por causa da influência do como é que é o nome, do Darwinismo que ainda estava muito forte nessa época você deu o seu exemplo com o alvo pessoal do Pebolim, né? não, não, do passo mas quando você está falando dessa parte ali, ela é mais uma coisa coletiva ou individual? é, se a gente voltar pra cá é coletivo mas ela pode ser vista num espectro pessoal também? como se está lidando com o que o externo está te trazendo? justamente isso que não faz o Marx mas que o Vigotz que vai fazer e que o Engels vai construir em cima mas pensando na contradição do alvo como você você falou que é baseado na pesquisa, não é? sim, mas eu estou continuando o trabalho do Engels estou na linha dele, que a contradição ela é vivenciada tanto no nível individual quanto no coletivo eu acho que a contradição ela é a mesma só que ela tem uma escala diferente eu acho que da mesma maneira como você pode pensar numa física individual, que eu dei o exemplo aqui você também pode pensar numa física coletiva e no teatro oprimido com jogos a gente vê isso acontecendo ali na prática tem um artigo que eu faço numa leitura sobre o trabalho do Vigotz que a Nádia Simandou que é a autora, e fala que quando você está lutando no coletivo, qualquer coisa que você venha fazer pra representar ali é uma projeção, ela deixa de ser uma verdade e passa a ser o ar passa a ser uma linha, porque ela é uma projeção se você for pensar, tem uma coisa que a gente esqueceu de falar aqui, quando eu faço o passo e crio a terceira força que me joga pra frente presta atenção, se eu não me cuidar eu vou cair então a hora que eu crio a terceira força imediatamente já se forma uma força oposta àquela terceira força que é o freio pra eu não cair, então isso pode ser traduzido do ponto de vista coletivo, do tipo quando a gente se junta e a gente pensa e imagina um futuro vamos fazer isso, vamos fazer aquilo logo vem a resistência e aí essa resistência é o que vai ajudar a gente a agir porque se a gente ficar viajando a maionese especulando sem resistência a gente não vai formar a terceira força precisa ter esse atrito vou até falar uma coisa, pra você ter clarificação total se não, essa resistência não tem vida a resistência é criada pelo sistema que eu monto tem a vida, se não não tem vida eu acho que quem fala sobre isso é o Maturana e Varela eles falam sobre isso que você a vida só existe porque existe luta porque existe dificuldades, então é por isso que você tem evolução se não houver essa resistência natural natural mesmo da natureza as coisas deslizariam eternamente no movimento retilíneo uniforme vamos voltar aqui pra contradição atenção pra o que não é uma contradição problemas técnicos que podem ser resolvidos, mesmo que sejam muito difíceis, se você resolver na matemática não é contradição contradição ela escapa do nosso pensamento, ela não está no pensamento embora ela possa ser conceitualizada mas nunca completamente por isso que ela também não é um paradoxo embora o paradoxo seja uma das maneiras mais realistas de você conseguir conceber uma contradição paradoxo são duas ideias conflitantes que podem coexistir e você fala, caramba não é o se correr bicho pega se ficar bicho come, isso é double bind mas por exemplo, você falar que o brasileiro é um é um povo triste e feliz é triste e é feliz ao mesmo tempo é o paradoxo, mas é verdade e isso é característico, só que o paradoxo ele não te dá a perspectiva histórica e o dilema o dilema é quando você tem que se posicionar a respeito se se posiciona e você nunca mais saber o que teria que ter sido se você tivesse posicionado o dilema é aquele negócio devo agora escrever o meu artigo o meu artigo, devo ler um pouquinho mais pra entender melhor o que eu vou escrever vocês passam por esse dilema todo dia né você nunca mais saber nunca está pronto né para escrever todas viram ser atendidas o dilema ele também tem uma característica de que ou as duas opções são mutuamente benéficas ou elas são mutuamente negativas quer dizer, eu tenho que atender tudo ou não atender tudo então o dilema e o paradoxo, um detalhe importante é que ele não tem terceira via não tem terceira força, nem no paradoxo ele está fazendo o dilema e a controvérsia que é uma visão um pouco mais plural, porque aqui não são duas forças aliás, cabe o parênteses aqui vocês estão percebendo que é triádico o negócio aqui na Psicologia Histórica e Cultural e não plural e não diverso como nos pós-estruturalistas e toda a discussão de gênero que vai vir depois né é, é muito bem definido o legal disso aqui, desse estruturalismo é que você consegue estruturar um monte de coisa em cima mas é claro que você vai perder certos nuances aí que a pluralidade vai trazer depois, mas enfim eu ainda estou na dúvida quer dizer, eu estou alternando entre esses mundos eu acho que todos esses caras aí que você citou aí eles vão fazer contradições se você for em nível de abstração só, se você for aqui fazendo o que você está naquela situação você vai chegar em contradição sim então só para terminar aqui eu vou fazer um testezinho para vocês aí o que é isso aqui? vamos ver se vocês estão afiados no conceito de contradição quando a hora surge a gente surge com uma câmera linda a gente só ia com comida só ia com comida você viu comida? nossa, a gente tem que ir para o intervalo urgente que? de comida nossa gente, a papinha é uma afinada papioca é totalmente concreto olha eu vou falar o que é isso aqui isso aqui isso aqui é concreto minha gente mas não não é concreto, porque que não é concreto? não não é concreto porque isso aqui são luzes que estão saindo do datashow, batendo aqui nessa tela e chegando no seu globo ocular neste momento sacanagem, professor sacanagem, né? (falando do público) (falando do público) a realidade que a gente vive é uma realidade concreta não porque ela é feita de concreto mas porque o concreto é aquilo que a gente experimenta como a realidade a realidade, aquela história do ser humano estar vivendo no espaço dos significados em que esse conjunto de luzes que batem nessa tela e voltam para o seu olho, tem um significado e é reconhecido como tapioca, é reconhecido como como pizza ou sei lá o que isso são experiências concretas e por isso que a realidade humana não é 100% independente da observação do sujeito e por isso que a dialética é a única maneira de você entender a realidade na perspectiva do Vygotsky do Marx, do Engels e tudo mais, e na minha perspectiva também então a contradição, ela também tem essa característica ela não é abstrata, não é uma ideia apenas ela também é uma coisa concreta que a gente experimenta então aqui estão alguns exemplos de contradições desigualdade social e como ela é experienciada nos textos ela é experienciada de um jeito mas na prática é isso aqui, é você acordar todo dia ouvindo os barulhos do enfim, dos problemas que você tem ali numa favela, ao mesmo tempo olhando para um cara que está dentro da piscina tomando frappé no seu café da manhã e vice-versa, o cara que está em cima da piscina, olhava o pessoal sofrendo ali na favela e está tudo bem essa contradição, ao invés de que a gente sabe que os recursos que estão acumulados aqui poderiam estar melhor distribuídos e a gente, todo mundo poderia ter uma vida melhor se não fosse essa acumulação de capital que gera desigualdade social essa foto aqui é conhecida no mundo inteiro para representar a desigualdade social e ela é uma foto de uma situação urbana em São Paulo é em São Paulo tem, tem mas esse caso, nossa uma piscina para cada andar é muito louco aqui é o consumo o consumo tem um custo ambiental gigantesco e não só ambiental como social porque esse consumo gera lixo, mas esse lixo ainda tem valor e aí tem essas pessoas que trabalham coletando lixo transformando em reciclagem e aí tem um trabalho incrível uma terceira força incrível feita pelo promovida, facilitada pelo artista chamado Vicky Muniz já viram esse documentário? Lixo extraordinário lindo toda vez que você falar de alguma coisa que não é aproveitável vai mais um exemplo resíduo o lixo não é aproveitado o resíduo é aproveitado se você for um artista, um artista que decidiu achar uma forma de aproveitar no vocabulário o lixo é aproveitado mas é possível que o resíduo explique a terceira força desse caso porque tem pessoas que fazem o valor dele ainda depende, eu acho que a terceira força é quando você tem uma mudança na relação quando eles estão transformando um objeto que não tem valor em um objeto que tem valor eu não acho que tem uma terceira força aí mas não tem mais a mesma significação aqui é simplesmente estar pegando um objeto que está ali, que está esquecido e aí você vende por causa da matéria-prima a hora que você pega esse objeto da matéria-prima, a mesma matéria-prima e você constitui um retrato com ele aí você tem uma ressignificação de valor que gerou uma mudança isso aqui não é reciclagem, na verdade aqui é chamado reuso, é reuso isso aqui e aí é um reuso artístico que gerou uma evolução cultural dentro dessa comunidade, muitas pessoas saíram dessa comunidade da favela, viraram artistas, vieram professores, viraram não sei o que não sei o que lá, e aí até chegar a fechar esse aterro que tinha lá no Rio de Janeiro em parte por conta desse gramacho uma história linda, assistam esse documentário que vale a pena e o trabalho do Vicky Muniz é muito parecido com a intervenção formativa só que ele tem um viés artístico que é o foco dele e por último a questão do preconceito de orientação sexual, identidade de gênero que acontece nas passeatas da LGBT, no orgulho gay, o antigo orgulho gay e a Viviane Bilebon é um caso que eu coloco aqui icônico que ela fingiu estar sendo crucificada, ou foi crucificada de maneira conceitual, digamos assim e depois gerou uma discussão gigantesca dentro das redes sociais se poderia ela estar misturando esse signo cristão e ofendendo essa religiosidade cristã mas ao mesmo tempo por outro lado o que ela dizia que estava fazendo era uma homenagem mostrando que a situação dos trans das pessoas trans que elas questionam a orientação de gênero que vem digamos assim por nascença, o que as pessoas esperam seja a partir do seu sexo masculino é homem, feminino é mulher no trans ela faz o que a gente chama de transgênero, inverte a relação ou talvez transforme em uma outra coisa e aí ela está colocando a violência que existe contra essas pessoas como sendo análoga à violência que Jesus Cristo sofreu atualizando talvez até a relevância desse mito mas muitas pessoas não gostaram disso e teve um debate forte se você for pensar hoje em dia, isso aqui não aconteceu há tanto tempo esse tipo de manifestação hoje eu considero quase impossível de acontecer pelo risco à vida das pessoas que se manifestariam dessa forma mas já foi riscado já foi riscado hoje só seria pior muito pegada depois mas eu acho que isso é serio são ciclos de ultrapassar de conquistas existem coisas que por exemplo você até poderia fazer isso mas a conquista que você talvez conseguir seria muito menor as conquistas que foram realmente alcançadas a gente tem que olhar para o mundo você tem que ter muito mais a quantidade tem que ser muito maior a gente está exatamente num momento de de acumulo de forças realmente fortes a gente está num momento de ciclos redutivos ciclos que estão retrocedendo coisas que já tinham sido aprendidas na sociedade mas o legal que eu queria chamar atenção aqui é que isso é concreto porque essa violência toda que a Viviane sofreu não tem absolutamente nada a ver com qualquer coisa objetiva e material se você for pensar de uma maneira racional isso aqui é totalmente irracional porque são símbolos, a gente está brigando por símbolos e estão se matando por causa de símbolos o que não parece nada racional mas num ponto de vista em que a sociedade humana vive nesse espaço simbólico daí faz todo sentido essa luta então é uma luta por significação o corpo humano ele tem que estar atrelado a determinações biológicas ou ele pode reconfigurar a determinação biológica ou não existe determinação biológica o que a gente faz no nosso corpo só interessa a cada um de nós então é isso que está em debate não é questão de ser Jesus Cristo trans ou não ser trans que é uma interpretação literal digamos assim do que está aparecendo aqui mas eu não sei, eu acho que nesse caso é mais esse segundo que falou que não é porque o que eu vejo mais como uma briga para a aceitação trans foi aquele caso do Rio Grande do Sul, que foi uma mulher trans que ela saiu na rua mas ela não era reconhecida como uma mulher pelo gostado e aí quando ela saiu ela foi presa porque ela estava sem a blusa e daí ela falou "tá, mas se você não me aceita como mulher eu estou se arrependendo" teoricamente para vocês, vocês não me consideram um homem então eu poderia estar mostrando o meu serio na aula então acho que essa, eu não sei, pra mim essa aí o que mais pegou foi mesmo a parte do síndrome religioso, porque as pessoas não estavam nem aí para a morte de pessoas transexuais ou de pessoas homo porque não foi essa discussão que foi em volta delas pelo menos eu senti dessa maneira eu não faço parte dessa luta então não posso julgar se esse ato foi um ato que teve atingiu o seu objetivo, digamos assim mas o que eu estou querendo trazer é que enfim o que ela viciou é concreto, não é uma coisa do tipo, é só uma disputa simbólica a disputa simbólica também é violenta daí vem o trabalho todo do Bourdier de violência simbólica que é super antigo mas as pessoas ainda não captaram que o xingamento destrói a vida de uma pessoa e aí, vamos fazer um testezinho então? só para ver se vocês estão atentos é uma contradição ou não é? diga lá guarda-chuva que esgasta no vento forte não por quê? porque é um problema técnico que pode ser resolvido na Holanda tinha um guarda-chuva formatário dinâmico que não era redondinho e ele não esgastava na chuva então tinha a solução é que lá chove muito sempre chove e venta motoristas que desrespeitam as leis por que você acha que é paradoxo? a ideia de motorista é oposta à ideia de lei? a ideia é que você não sei, mas no caso da habilitação é que você está habilitado a dirigir quando você desrespeita a lei você está se tornando desabilitado a respeitar as leis você acaba confundindo o processo de reciclagem desrespeito a lei é qualquer coisa é, é isso viver nesse mundo é ser um cidadão é ser um cidadão é ser realmente uma pessoa que não tem qualquer instituição você deve ser um motorista não, não, não eu não estou falando de um leito de contradição para ser uma contradição a lei existe e o cara para viver precisa ficar violando a lei mesmo a lei estando ali é isso foi bem contundente a lei contraria o sistema de vida do cara então eu sempre dizia que eu violava a lei mas a lei existe, ela é contraditória então dá para resolver esse problema do motorista que se desrespeitou a lei? não dá? como é que dá para você resolver o problema? punir mais? punir não resolve? então o que você faz? tira a carteira? deixa de ser motorista se desrespeitou a lei, tira a carteira dele acabou de ser motorista não tem contradição eu também acho que não é contradição não não crianças que pedem dinheiro no sinaleiro vamos tentar isso aí é contradição ou não é? violando a lei é contradição? para ela não tem dinheiro quando ela pede dinheiro para o violador não tem dinheiro para o violador não tem dinheiro é contradição sim, no ato como se ela estava buscando dinheiro por que a criança pede dinheiro no sinaleiro? tem tantos o pai mandando, realmente fome tanta coisa que pode acontecer dá para resolver isso aí? não põe na escola dá a bolsa à família e não resolve? não por que não? qual que é o problema? a estrutura por que a criança não está no sinaleiro porque os pais mandavam porque eles não passam dinheiro no sinaleiro mas a família precisa de dinheiro e por que a sociedade só dá dinheiro para a criança e não para os pais? é pior para a criança estar no sinaleiro? se a criança pudesse estar estudando? é? sim e se ela desse dinheiro para os pais e não desse para as crianças? aí os pais iam botar as crianças na escola, a criança iria estudar conseguir um melhor emprego e na próxima geração talvez não precisasse estar no sinaleiro eu uso todo dia para o meu esforço minha esposa é cachorreira ela não pode ser um cachorro se for um cachorro pedindo dinheiro no sinal ela dá essa é uma ideia boa modelo de negócio você sabe por que? porque você leva em consideração que ele não tem consciência e ao não ter consciência a culpa não é dele e é assim que eu falo, ajudar com o churro é mole você ajuda, você bota o cachorro e deixa ele feliz se ele estiver bem, quando quiser acordar, quando quiser abrir ele vai pular em você e fazer festa um ser humano não, você vai ajudar ele vai fazer qualquer coisa você não tem controle sobre isso não tem o menor controle e aí você simplesmente ajuda não vou ajudar porque ele vai tomar uma cerveja não vou ajudar porque ele vai tirar foto não vou ajudar porque ele vai bater na mulher dele mas isso é um dilema, não é uma tradição isso é um dilema, o que você está falando é dilema mas ele perguntou por que as pessoas não ajudam mais a criança eu associo a um nível de consciência da criança você diz que ela não tem culpa por isso que eu ajudo e ela inclusive, você acha que ela vai fazer menos coisas com aquela ajuda aquela sua ajuda vai ser melhor pra ela do que com a adulto mas a contradição é porque ajudar ela não resolve sim, com certeza ela vai crescer o que ele está falando é do dilema do dilema da pessoa que decidir ajudar ou não ajudar mas por trás disso tem uma contradição extremamente complexa que até agora nossa sociedade brasileira não conseguiu resolver então é contradição na minha opinião a última você vai para o supermercado e cada vez que você vai lá tem mais opções novas de cosméticos de pão gourmetizado de não sei o que gourmetizado até fóssego gourmetizado está tendo agora e aí, é uma contradição ou não é? não por que não? é só você ir no outro mercado só você ir no mercado tem menos opções? não, é só você ir no mercado tem menos opções? não, é só você ir no mercado tem menos opções? vai no que tem mais opções daí quanto mais opções você tem mais infeliz você fica porque você não sabe se escolher a opção certa ah não, mas isso é alguma coisa maior que isso entendi muito bem é é isso que eu queria que vocês lembrassem ela lembrou do autor o Barry Schwarz, ele escreveu ali o seu paradoxo da escolha então não é uma contradição paradoxo também está ligado na verdade um dilema do tipo, eu devo levar isso aqui ou não eu tenho que ir mais, eu não sei se eu vou fazer isso ou não é, é e aí quando vocês, o paradoxo da escolha é o seguinte eu, toda vez que eu escolho uma coisa para ficar mais feliz eu acabo ficando mais triste porque eu sempre vou deixar de escolher algo que talvez pudesse ser melhor do que a contradição que traz isso é exatamente, se eu não consumir a sociedade é, perfeito, aí sim existe a contradição, se todo mundo parar de consumir os mercados não existem a energia não existe essa é a contradição do Marx Marx vai descrever essa contradição tem toda razão beleza eu queria trocar para a alimentação porque para a alimentação você chega lá porque no shopping você está para passear e você acaba contando coisas que no mercado você segue uma lista e a lista é aquilo, acabou você tem ketchup, você tem 2 ketchup, 3 ketchup 20 ketchup e ketchup você pode tirar ou abrir e aí você tem o método de decidir o que fazer normalmente é mais barato vocês não compram coisa da China né compram comprar coisa da China é comprar você vai lá comprar você vai lá e você só você vai lá e entra e só de 6 meses ou é o mesmo 15 reais de crédito mas você entra e traz as outras coisas eu ia aqui eu passei a manhã inteira indo na 24 em qualquer cozinha procurando qualquer barbexinha e no site do Aliexpress tem assim tem de tudo quanto é cor, formato, tudo diferente aí eu falei, beleza, vou ter que comprar as para 3 meses para chegar porque nenhum das lojas tinha caramba pessoal, vamos aproveitar e fazer uma escolha do nosso lanche fazer um intervalo agora continuando a aula como eu falava que a contradição ela é sentida na pele é uma coisa concreta e daí da origem a questão da opressão, mas apesar de que no Engelstrom não se discute isso tem esse filme da pele que habito que discute essa questão da relação entre a pele, corpo e opressão é muito louco esse filme e a dificuldade de você compreender uma contradição de maneira abstrata, você tem que realmente vivenciar ela, fazer parte da contradição para você entender como é que entra a contradição nessa intervista que a gente está fazendo? como assim? é porque a partir desse conceito parece que a contradição é muito mais algo do cotidiano da pessoa do que algo como agora nós vamos fazer uma contradição mas é claro mas é isso mesmo aí que está, a teoria da da aprendizagem expansiva é que você consegue reproduzir uma contradição que já está na sociedade então o jogo ou a situação experimental ela vai dar uma oportunidade para essa contradição se manifestar, contradição é um negócio que está meio que nas estruturas invisíveis da sociedade e ela está influenciando o nosso comportamento a gente pode estar consciente disso ou não mais ou menos aí então você dá visibilidade para uma... lembrando também que a microgênese se reproduz a ontogênese e também a filogênese é isso que eu pensei na hora que você falou que pode ser reproduzido que já está na sociedade é, é isso aí como é que se supera as contradições? quem supera não é um indivíduo é a sociedade, a contradição é uma coisa coletiva, logo a sociedade que supera, o indivíduo ele pode dar assim, evitar de sofrer diretamente pela contradição e às vezes até se beneficiar da contradição mas superar, reconfigurar, aí sim nesse caso eu concordo com Marx que você precisa de micro revoluções ou grandes revoluções o bom é que sempre vai ter uma contradição e mesmo que você tenha revolução vai ter essa possibilidade de mudar depois pra um outro estado o que o designer pode fazer agora trazendo pra minha tese mesmo é tornar visível a contradição, juntar as pessoas e dar instrumentos pra que essas pessoas criem a terceira força então não é uma ideia na cabeça é uma ação conjunta coletiva dentro do teatro oprimido a gente chama de ações sociais concretas e continuadas a contradição não pode dizer existência da sociedade? Não a contradição ela muda, a força pode mudar mas a contradição vai existir ela vai só não estar mais na nossa sobra isso dá a sensação de que ela desapareceu, mas é aí que está a contradição fica escondida, acumulando e depois volta até o Engelstrom usa o termo de que ela resurface, ela volta das profundezas do fundo do poço pra te atormentar é uma coisa assim as mudanças por contradições elas não são boas nem ruins elas acontecem a superação como falei ela sintetiza os opostos contraditórios numa nova configuração e logo que acontece isso já surge um novo oposto então a terceira força vai ter ao seu oposto vai gerar uma nova dialética um novo ciclo dialético que a terceira força se torna a primeira força daí tem uma segunda força pra gerar uma terceira força terceira força volta a primeira força isso bate também com o esquema pisciano da simiose limitada deixa eu perguntar para o País se qualquer coisa que a gente faz no fundo do poço modificado como que as forças elas são diferenciadas de contradição porque você acabou de dizer até pra eu que estava lendo, pra eu que estava estudando pra quem estava fazendo essas coisas fica muito difícil desassociar forças de contradição mas na verdade a contradição ela está lá ela é quase que estática digamos assim, e as forças vão se alterando mas a contradição continua assim também é, é isso aí é mais ou menos isso aí, a contradição ela permanece e no nosso exercício também não é isso mas a contradição ela também muda porque quando muda a configuração da contradição ela também mudou o ponto é, a contradição não deixa de existir as contradições não deixam de existir esse é o ponto eu vou arriscar um exemplo aqui fora da minha área de conhecimento mas que trabalha com algumas figuras de conhecimento mais popular é esse senso comum é aqui vocês me corrigem por favor se eu estiver pirando a batatinha eu já tinha mencionado esse exemplo aqui do transgênero transgênero é uma terceira força que surge na história da identidade de gênero pra superar o binarismo entre homem e mulher masculino e feminino em última análise, bem mal né dentro de uma noção binária ética, cristã e aqui você tem o transgênero como o terceiro como aquela coisa que está híbrida aquela coisa que não está nem um nem outro e questionando isso estou colocando três transgêneros aqui que me interessam eu particularmente acho legal mas existem muitas outras variações de transgêneros aqui no caso são... pois é eu ia acreditar se eles três são trans ou se eles são crossversus é que trans não é coisa de transgênero transgênero eu estou colocando como uma categoria genérica das pessoas que estão fazendo o oposto ao binário tipo cisgênero é o oposto de transgênero aqui, mas não estou falando das identidades que as pessoas usam no dia a dia estou falando mais dessa categoria de cis versus trans mas eu posso estar errado nisso aqui não, não, não, eu entendi o que você falou mas eu diria que é mais específico a gente vai ter pessoas no aspecto trans que estão no binário que é estranho que é tipo a mulher trans ou o homem trans pegar uma pessoa de visibilidade assim na área de jogos tem aquela streamer, Mandy Kang que é uma mulher porém ela é trans a gente tem as pessoas não binárias que daí eu não estava superando o binarismo ela quer atender ao binário ela quer o binário mas de qualquer forma ela está questionando o binarismo eu diria mesmo que ela é mas eu não sei se dá pra afirmar com certeza é uma coisa que teria que realmente conversar com as pessoas sim aqui por exemplo já tem três situações bem diferentes você tem travesti você tem andrógeno e você tem algo que eu não sei dizer não o caso do creepy né é muito estranho a gente está discutindo sexo não, a gente está discutindo sexo a gente está discutindo sexo não, não, não, é um homem é um masculino masculino que é pode ser andrógeno talvez mas é mais creepy do que andrógeno primeiro é o Neymar Trogrosso o segundo é o David Bowie e o terceiro é Marilinha Menzo isso e agora arriscar olha o esqueminha aqui pro artigo aí só que antigamente você tinha categorias mais estanques entre masculino e feminino uma sociedade organizada com até uma divisão sexual do trabalho nem tão antigamente nem tão antigamente, está voltando né nos ciclos redutivos a gente tem tentado trazer de volta, nós não mas algumas pessoas e aí o que surgiu o transgênero para desafiar essa questão de que você não precisa ter uma identidade de gênero prevista pelo sexo biológico e aí surge uma outra categoria que é o cisgênero que é para explicar o que é transgênero e aí é uma metáfora que se faz com a química orgânica, não é isso? que tem lá os tais fenóis que se você mudar o fenol de posição entre cis e trans ele tem um comportamento químico completamente diferente isso daí eles querem dizer o seguinte em cima da questão biológica você pode ter uma mudança simbólica ou de configuração que muda completamente a identidade daquele elemento essa é a analogia que eu conheço pelo menos que explica a diferença entre trans e cis como é que evoluiu do traigênico, do cisgênero? ah então, aí que entra a minha especulação a minha especulação aqui seria uma especulação que eu estou fazendo mas você tem a sua carcaça que é um desígnio a liberdade nunca acontece a liberdade nunca é clena aqui nessa história no sentido do seguinte, numa sociedade onde você vai escolher o seu corpo completamente é, mas teoricamente isso vai ser realmente quem fala sobre isso é a dona harry, ela tem uma tem inclusive uma manifesta cibórica, ela vai falar sobre essa relação da tecnologia como sendo uma relação de identidade de gênero e também vai falar que a ciência é machista e a gente precisa ter uma ciência se expurgar ao machismo da ciência e ela vai usar esse conceito cibórico pra colocar isso e aí você tem um movimento que ainda não está tão bem explícito mas é forte e tem a ver com uma raiz religiosa também, de que essas pessoas elas estão depravadas degradadas, estão degradando o corpo delas porque elas não estão mantendo o corpo como sendo natural maculando daí por exemplo, uma tatuagem já coloca a pessoa fora e não tomar vacina que é manter o corpo natural puro a pureza do corpo puro eu não sei exatamente o termo, seria oposto ao cibórico só que curiosamente essas pessoas, essas mesmas pessoas são aquelas que estão acreditando e apoiando a mudança genética de bebês pra que você selecione o bebê pra que eles tenham o olho azul seja branco loiro, não tenha doenças e seja cristão principalmente seja cristão esse é realmente dicotômico o que que é? a palavra dicotômico não entra aqui porque a dicotomia é o seguinte ou é masculino ou é feminino não tem terceira força isso aqui é uma dialética oposta como? na dicotomia não, você fica parado ou é uma coisa ou é outra isso é lógica aristotélica não tem contradição, não tem terceira força isso, é de baixo pra cima que se lê essa evolução histórica digamos assim isso aqui é um esquema visual que eu especulei bem no finalzinho da minha tese não está validado, não passou por avaliação dupla e o tema também que eu peguei que não sei porque eu peguei identidade de gênero mas foi a primeira coisa que veio na cabeça e também não está validado do ponto de vista histórico, porque eu não tenho leitura suficiente pra isso, então esse é um exemplo não confiável o que eu estou querendo mostrar é mais a estrutura gráfica pra você entender o processo histórico e entender as forças mas não levem a sério o meu conteúdo mas se quiserem trabalhar com esse conteúdo seriamente, daí eu sugiro eu fortemente, que eu acho possível talvez trabalhar dessa maneira claro, repensando essas categorias eu construí isso aqui na verdade pra explicar design expansivo, que é a minha tese ele é uma prática que provoca a emergência da terceira força através da reprodução de contradições no espaço o espaço aqui não é só o espaço conceitual significado que o Vigosa fala mas o espaço físico também no Lefebvre eu consigo trabalhar essa relação dialética entre espaço abstrato, que o Lefebvre fala e espaço concreto e aí tem um esqueminha clássico da minha tese já está ficando clássico o design redutivo é aquele que quebra as coisas em pedaços elimina as contradições trabalhando com problemas pequenininhos, um de cada vez e depois tenta colar os pedacinhos pra formar todos complexos e holísticos só que aqui na volta você perde alguma coisa, eu também chamo de pensamento sistêmico ou sistemático (falando do método de cisose) o pensamento e a técnica que está por trás da intervenção formativa da abordagem gastroniana ele é inclusivo e expansivo, ele vai colocando mais coisas lá dentro, no caldeirão sempre que surgir uma contradição vem pra cá, traz pra cá, outra contradição traz pra cá vamos esquentar o caldo porque a gente acredita na tal da lei da dialética de que se você aumentar a tensão, uma hora você tem uma transformação qualitativa aqui tem um exemplo de uma reprodução de contradição na arte que é o quadro famoso do Henri Magritte "Isso não é um cachimbo" e que eu brinquei com vocês anteriormente com a história do "Isso não é concreto" foi inspirado nessa obra então não é um cachimbo porque é uma imagem de um cachimbo, mas uma imagem de cachimbo também é um cachimbo porque senão a gente não conseguiria falar de cachimbo e a própria palavra cachimbo não é um cachimbo porque não estou com cachimbo na boca agora isso que você falou, uma contradição isso tem a ver com a maneira como a gente vive no mundo de significados agora veja a diferença de reproduzir uma contradição fisicamente botar o símbolo do proibido fumar dentro de um cinzeiro "mas o que você está fumando?" "não, você está fumando água" "não, porque ele é de sexta geração" "eu já vi o problema aqui" "cara, é assim, é legal de fazer um contrato assim" "e botar no cinzeiro" ver o que acontece, né? "não precisa ficar na cadeira" ele está tentando plantar um dilema mas no fundo, no fundo o que está aqui dentro não é a decisão dele a contradição não é a decisão de fumar ou não fumar a contradição é existe um grupo de pessoas, uma força para fazer as pessoas fumarem e um grupo de outras pessoas, uma força social para elas fazerem parar de fumar isso está, por exemplo, manifesto também na caixinha do cigarro você compra a caixinha do cigarro e atrás tem "você vai morrer se tomar ou fumar um cigarro" contradição da sociedade "não, e a minha amiga que fuma, a gente foi perguntar pra ela" "tá, e aí, como é que você..." "ele já não anima mais" "então o que é pra você essa caixinha?" "nada, eu viro e toco logo" "aí tem gente que vem lá mesmo" "deixa pra cima, deixa pra dentro" "não, mas assim, se você olhar do ponto de vista populacional a redução de quantidade de fumantes no Brasil depois que foi introduzida essa lei é gigantesca o Brasil era um dos países que mais fumava se tornou um dos que menos fuma por causa dessa ação "você não pode fumar no local que você está" é, também tem isso mas essa foi a primeira política pública efetiva que teve contra o fumo antitabagista no Brasil "você já fez uma análise de fumantes em outros suíços, né?" "preste atenção, mesmo no local "você vai sentir um nível de emoção "enorme, os fumantes são aqueles "que fazem a sua vida, você vai mudar "de suíço pra na Holanda, se você não achar "lixo, mas limpa de cigarro, o que você acha?" é, mas tem um outro lado também que os fumantes também são aqueles que fazem a cola social também o momento de fumar, a pausa de fumar pra você, lá fora ir com outras pessoas fumar é um momento muito interessante pra trocas informais e estabelecer relações que é uma coisa que não fica não aparece nesse discurso higienista de que não pode fumar "cara, eu lembro que foi parecido, você conversava com um fumante "com esse primeiro inimigo que trabalha "todos eles vão te falar que eles souberam de alguma coisa "do mundo informal "através da rodinha de cigarro" é, então, essa rodinha de cigarro "é um cafezinho, né?" não, mas ela é um ritual, é mais um cafezinho "é, de alguma relação, é algo mais específico" e tem um aspecto também estético, da fumaça mesmo criar um espaço e até uma coisa que está eu acho bem interessante, uma terceira força aí, é o tal do cigarro elétrico "é, mas, é da ruim" dá ruim, né? "é, mas hoje eles disseram que vão voltar "tem uma doença que é a tíbia, que está voltando "muito forte no caso desse cigarro" então pode ser que não seja a terceira força "é verdade, mas tem mais determinação ainda "mas dá, tipo "triplicou a quantidade de "casos, então, a questão social "do cigarro" agora vamos cair finalmente no mundo dos jogos aí que é o tema dessa disciplina, né? design de jogos educacionais tudo isso aqui pra mostrar um contexto onde já jogos faz absolutamente muito sentido que eu descobri é uma descoberta da minha tese de doutorado de que dentro de um processo de intervenção formativa você precisa se conscientizar das contradições, isso tem um pouco a ver com o Freire, é bem freiriano só que como que você se conscientiza? isso é bem vigotskiano e depois engastroniano, através de ferramentas que reproduzem essas contradições e no caso, o jogo, eu descobri que, putz, é uma estrutura, um sistema baseado em conflito, qualquer jogo é baseado em conflito e comecei a experimentar em intervenções formativas jogos depois resolvi desenvolver um jogo completo que é o Hospital Expansivo que eu trouxe aqui o material pra gente ver depois eu vou contar a historinha de como eu desenvolvi esse jogo de 2012 a 2014 e isso serve também pra falar um pouquinho sobre design de jogos só que agora dentro de um contexto, dentro de uma perspectiva um fundamento, muito mais profundo do que a gente tava vendo até agora muito mais profundo que a maioria da literatura de design de jogos, que normalmente vai colocar o design de jogos como sendo uma coisa abstrata, desituada uma coisa que é feita pro mundo todo produção em massa, aqui o jogo ele é feito para reproduzir contradições, então ele é extremamente situado e ele vai, obviamente né reproduzir uma teoria também, que é a teoria de que da contradição, teoria da mudança da sociedade através de contradições e eu tô chamando essa teoria de jogos expansivos, por enquanto ainda tem que pensar melhor se essa é a palavra são jogos feitos pra intervenções formativas, que atraem diversos motivos, inclusive e principalmente os conflitantes jogos pra vários e diversos jogadores jogos que colocam uma decisão em jogo, ou seja, não é um jogo desinteressado, e uma coisa que acontece que um jogo pode ter feito depois do jogo e tem um artigo específico que mostra como isso acontece num caso de um projeto hospital, tem mais dois jogos que eu não lembro, dois projetos também que mostra isso, e são jogos que exploram o campo de ação simbólica ou seja, esse espaço significados, pra que as pessoas percebam que elas não estão agindo de maneira objetiva física mas estão agindo nesse espaço significado e o jogo é uma espécie de um microcosmo onde isso se reproduz em menor escala e uma característica dos jogos expansivos que algumas pessoas não gostam, porque não é uma característica normal dos design jogos é que ele é extremamente ambíguo, extremamente complexo, e extremamente difícil de você dominar ele, porque se ele fosse só pra terminar, se ele fosse dominável se ele fosse encurralável, se ele fosse previsível, se você conseguisse calcular todas as variáveis, ele não seria um sistema aberto, seria um sistema fechado que uma pessoa com uma habilidade matemática grande, ela poderia resolver apenas calculando como xadrez, por exemplo, que é um sistema de estados finitos pode ser gigantesco o xadrez mas é finito agora, os jogos expansivos, eles não tem eles não trabalham em um único plano digamos assim, um único plano de regras eles sempre tem uma regra encavalada na outra regra, encavalada na outra regra e você não consegue, impossível, calcular e prever o que vai acontecer é, o Magic é um exemplo (falando do público) (falando do público) (falando do público) (falando do público) (falando do público) (falando do público) (falando do público) (falando do público) você quer dizer o que? (falando do público) (falando do público) (falando do público) (falando do público) de acordo com Engelstro, não (falando do público) de acordo com Engelstro, não se você não faz parte daquela atividade você não vai perceber a contradição concretamente, mas de acordo com Van Amistel a contradição, ela se reproduz segundo Van Amistel a contradição se reproduz no espaço e ao se reproduzir no espaço, ela pode ser experienciada a partir do espaço mas isso é Lefé (falando do público) não, por causa da sociogênese nesse caso, que a sociogênese é um espaço social que dá sentido que é esse espaço de significados e quando esse espaço tem contradições a gente pode experimentar ele mesmo que a gente não tenha produzido essas contradições então eu trabalho com uma dialética espaço-atividade na verdade, esse é o core da minha tese de doutorado (falando do público) (falando do público) (falando do público) (falando do público) (falando do público) aliás o RG é uma terça-feirada tem, tem mas ele tem regras que pode ser tratada emergentes, né com certeza agora eu me lembrei que tem um episódio também outro episódio que eu botei o Engstrom na parede também eu apresentei um artigo eu apresentei um artigo do Engstrom? não, ele era de boa tranquilo, mas nesse congresso eu apresentei um artigo dizendo que o triângulo dele estava voando que não tinha espaço dizendo o que? que o triângulo dele estava voando porque ele não considerava espaço se você for olhar no triângulo da atividade dele não tem a questão do espaço então ele não conseguia ver contradições do espaço que são, que tem a ver com essa materialização da atividade o espaço significativo o espaço significativo que é esse espaço simbólico do Vigotsky que é o tema do Lefebvre e aí eu apresentei falando que, enfim, era que nem o caso quando a minha professora falava quando eu tinha 4 anos de idade eu desenhava uma pessoinha ela falava "cadê a sombra? está voando o seu personagem?" aí eu falei pro Engstrom "cadê a sombra do teu triângulo?" aí eu mostrei a imagem do dólar que tem uma pirâmide voando, um olho e tal falei "você quer que vire isso?" um símbolo abstrato sem nenhuma ligação concreta e tal ele ficou meio puto ele falou "não, mas porque o espaço já está na atividade, porque toda atividade é espacial, já está incluso e o tempo é uma percepção é uma percepção espacial e não sei o que" (falando do Engstrom) (falando do Engstrom) (falando do Engstrom) (falando do Engstrom) daí o que aconteceu eu falei enfim, a gente ficou lá naquela tensão no congresso, eu senti que eu consegui botar o dedo na ferida só que, enfim eu era só um doutorando, querendo bater no cachorro grande, o que eu tinha que fazer oficialmente se eu quero desafiar um cachorro grande, você tem que chamar ele pra banca do seu doutorado e foi o que eu fiz só que os meus orientadores esbarraram, falaram "você vai perder" "você vai perder" "você vai tomar um couro do Engstrom" o cara é muito pesado, muito conhecido "quem é você pra desafiar ele?" não, eu falei "eu quero, eu topo" "não, não tem importância, eu perco o meu doutorado" "mas eu quero desafiar o cara" e não me deixaram fiquei bem triste bem triste, por isso que eu falei "um dia eu vou desafiar" (falando do Engstrom) não, não lá na Holanda acabou você tem que começar do zero não é que nem no Brasil que tem a aprovado com restrições na Holanda na Holanda falou que não não, cara não, mas eu não queria saber de aprovação na aprovação eu queria um fight né claro, claro e eu acho que, ele pediu pra participar ele ficou interessado, quando eu cheguei lá e falei da minha tese, ele falou "que legal" "eu tive um doutorado que começou nesse assunto, não terminou" você não foi aquele que foi dessa que mostrou o problema dele pra depois você mostrar o caminho exatamente ele teria aceitado só que, enfim, não tiveram coragem meus orientadores porque quem iria se fuder seriam eles se eu te fosse entregado, eram eles eles são os responsáveis é, com certeza mas enfim, um dia eu ainda vou desafiar ele, eu vou lá vou lá na Finlândia bom vou mostrar rapidamente a história do projeto do jogo então eu fiz um estudo etnográfico ou inspirado na etnografia com vários projetos de construção de hospitais na Holanda mapeei os territórios de atividades, você veja que aqui já começa a aparecer um elemento novo, né que eu tava imaginando que seria uma coisa meio fluida, que é o espaço da atividade o território dela algumas vezes esse território é compartilhado, gera conflitos e eu tava analisando como uma ação de uma atividade, que parte de uma atividade cruza fronteiras entre várias atividades comecei a olhar pra isso e ver também o papel da tecnologia em mediar esse cruzamento de fronteiras trabalhei com o conceito de objetos fronteiriços e acabei chegando à conclusão de que, na verdade não fui eu, foi o meu orientador de doutorado que a gente deveria construir um jogo que não existia essas questões de barreiras as dificuldades de colaborar na construção civil de hospitais e o meu orientador ele teve essa ideia porque ele era um aficionado por jogos de tabuleiro os Eurogames lá chamavam de jogos alemães ele era alemão e ele cresceu jogando esses jogos e na terceira semana que eu tava na Holanda ele me convidou pra jogar um desses jogos na casa dele e aí eu falei, ah beleza jogo de tabuleiro, deve ser um maluco pra mim eu nunca tinha noção de que adulto jogava jogo de tabuleiro então achei que ele era meio maluco mas aí eu fui, só que antes de jogar o jogo ele mandou a lista de regras desse jogo e eu fui olhar, e falei, caraca 40 páginas 40 páginas pra você aprender a jogar 1830 é um jogo absurdamente complexo que demorou 18 horas separadas em 3 dias muito louco, muito detalhado ele reproduz várias contradições do capitalismo por exemplo, o resultado mais interessante é o seguinte, o jogo é sobre você criar, eu acho que já falei sobre esse jogo tô repetindo aqui de novo, mas enfim o resultado final é que você tem uma rede de transporte ferroviária completamente sem sentido porque você tem um sistema que justifica e organiza a produção dessa rede que é livre mercado competição total e aí o resultado é um projeto muito ruim de infraestrutura aí, baseado nessas experiências e nos vários jogos que o meu orientador me pôs pra gente jogar aí eu comecei a criar o nosso jogo e fiz alguns experimentos rápidos usando alguns materiais que eu comprei lá de modelagem rápida pequeno, de criança é um pré-lego porque é muito mais rápido pra você brincar com blocos de madeira o que eu fiz nesse experimento? eu pedi pra várias pessoas que eu conhecia montar um modelo de um hospital ideal e me falar porquê e aí eu tava explorando quanto a forma do hospital podia ser um elemento de significado e verificando a hipótese também de que a tridimensionalização da construção do hospital no jogo seria uma funcionalidade crucial pra diversão e pra estímulo e de fato, as pessoas ficaram extremamente engajadas com uma proposta tão simples dessa e me contaram muitas histórias de aspectos importantes que poderiam ser simulados no jogo como por exemplo a circulação de um paciente de um lugar pro outro e a questão das especialidades que o cara quis representar aqui os módulos, digamos assim, do hospital aí depois eu comecei a fazer uma espécie de brainstorm visual de elementos dos jogos anotando, por exemplo, teria que ter um tabuleiro, teria que ter dinheiro, teria que ter orçamentos teria que ter base de dados pra o projeto do hospital por aí vai, todos esses elementos estavam fundamentados nos estudos etnográficos então se tem pacientes no estudo etnográfico vai ter uma representação de pacientes no jogo e eu estava tentando com isso que esse jogo fosse uma reprodução reproduzisse contradições que existem de fato na prática depois de muito pensar naquelas momentos de chuveiro e tudo mais, você tem algumas ideias de como as coisas se conectam e isso se internaliza através de esboços, aqui mostrando as principais mecânicas desse jogo de tabuleiro a questão da construção que seria separada entre os jogadores e cada jogador teria uma tarefa diferente na construção e nenhum deles poderia fazer o trabalho um pelo outro, ou seja, poderes exclusivos e isso obrigaria eles a negociar a construção desse hospital eu fiz um primeiro teste com os elementos básicos do jogo simulados sem regras, então esse aqui foi um protótipo sem regras você joga os elementos e fala se tivesse regras, quais seriam? aí as pessoas começam a imaginar e isso é uma, eu me inspirei no método chamado fantasia guiada que a gente tem na interação com o computador pra bolar algumas regras que surgiram aqui, não documentei isso então não lembro quais regras que surgiram mas foram fundamentais pra o resto do projeto essa foi a parte mais difícil do jogo que era o tal da contradição precisava ter um desafio que era extremamente complexo pra resolver cognitivamente, que uma pessoa só não conseguiria resolver, então acabei conseguindo fazer isso com a questão da infraestrutura do hospital, que ele tinha que ligar a três serviços diferentes que é o aquecimento, água aquecida água fria e o a ventilação e daí tem três tubos diferentes os tubos tem cores diferentes, tem que ser encaixados numa espécie de puzzle e ao mesmo tempo você tem que construir um hospital que também permita a circulação dos pacientes de maneira ótima para o paciente se o paciente anda demais, ele morre ou ele vai embora do hospital e aí resolver esses dois puzzles um em cima do outro era praticamente impossível sozinho, assim, cognitivamente você nunca chega numa solução ótima pelo menos não as pessoas com quem eu testei, ninguém conseguiu resolver isso matematicamente fazer um planejamento eficiente disso porque, talvez por causa da indimensionalidade, porque você poderia também subir de andar deve ter um jeito de fazer não tem então, aí tá, isso que é legal fizemos onze sessões de playtesting e aperfeiçoamento, foi mudando a cada vez que a gente fazia o playtesting e aí o resultado a parte que me interessa mais do jogo que foi o projeto dos conflitos de interesses entre os jogadores ou conflitos de motivos da psicologia histórico-cultural então, o engenheiro, ele é um papel que tem um poder exclusivo que é definir a infraestrutura do hospital e nada mais, ninguém mais pode mexer nisso ah, detalhe as ilustrações são minhas aqui tem um enfermeiro que ele quer diminuir as rotas do paciente pra ele andar menos, o arquiteto quer construir uma fachada bonita e daí ele ganha um prêmio por isso a diretora quer um hospital eficiente e lucrativo e o empreiteiro quer construir mais e mais, mesmo que não seja necessário, e todos eles vão ganhar dinheiro, então aqui tem um valor de uso e aqui tem um valor de troca, cada relação dessas, gerando uma contradição de que, as vezes você vai querer fazer uma coisa por dinheiro, as vezes você vai querer fazer uma coisa pelo bom design e isso também vai interseccionar com a contradição entre uma coisa que é boa pra mim e uma coisa que é boa para o coletivo então nesse jogo foi extremamente difícil balancear, na verdade eu percebi que é imbalanceável porque ele é um sistema infinito e tem muitas regras interlocking não sei nem como traduz isso eu fiquei lá semanas intertravadas eu tentei fazer isso várias vezes com o excel talvez você consiga, Guilherme, você que é mestre mas eu não consegui eu cheguei num nível em que o jogo mais ou menos que os jogadores tem uma capacidade de ganhar relativa ao perfil deles o que acontecia muito é que a pessoa que ficava menos engajada é a que mais ganhava o jogo ela não fazia nada e ganhava era o cara que fazia a operação a gestão, a manutenção do hospital e normalmente o que acontecia é que ninguém prestava na manutenção, nem ele e aí ela ficava tão cara com o tempo que acabava ainda falência e hospital porque não conseguia manter ele, ele caia aos pedaços e curiosamente os praticantes que jogaram esse jogo falaram nossa, isso é tão realista e aí eu deixei esse desbalanço do jogo acabou sendo uma característica meio realista um pouco por preguiça um pouco por fadiga, eu acabei desistindo mas isso parece uma história de atraso com a software também tem vários atores de laços de graça e na verdade o final das contas vai ficar muito pesado na verdade a gente devia jogar esse jogo lá no grupo de software, de gênero de software tem tudo a ver esse jogo foi exibido na Dutch Design Week que é tipo a Milan Design Week só que um pouco menor é muito grande, centenas de pessoas vieram ver o jogo, criança vendo o jogo e eu consegui explicar minha tese para criança com um jogo de tabuleiro eu falei, cara é muito poderoso o jogo para comunicar resultados de pesquisa porque eu conseguia falar de contradições com usando o jogo, não precisava necessariamente a pessoa jogar, mas a pessoa só de ver já entendia o desafio que era e porque, o princípio explicativo o jogo era um princípio explicativo porque os projetos hospitais demoram tanto tempo e fica tão ruim porque tem muitas contradições mas o curioso dentro desses papéis é que nenhum desses é da parte dos cientistas não, tem, o enfermeiro está o enfermeiro não é ele que quer fazer mas aí o que acontece é o seguinte paciente enquanto uma pessoa ou paciente enquanto objeto para obter lucro é aí que está é todos eles nenhum deles aqui pensa no paciente enquanto pessoa, o paciente é um objeto nesse jogo isso é uma discussão que no final do jogo as pessoas percebem isso mas a gente não pensou realmente nas pessoas e o que acontece acontece muito do enfermeiro ficar tão focado no paciente enquanto gerador de dinheiro para o hospital e para ele principalmente que ele começa a querer pegar todo tipo de paciente aí chega uma hora que ele não consegue mais tratar os pacientes e os pacientes começam a ir embora porque eles não estão sendo atendidos, mas o enfermeiro ganha uma espécie de um bônus toda vez que entra um paciente pode vir não sei se é um ódio ou se é refazer o jogo colocar isso enquanto todos juntos querem dinheiro todo mundo quer que a pessoa seja o melhor atendido possível botar um papel que defenda a qualidade do serviço sim, isso é uma coisa a se pensar porque eu não consegui criar uma regra em que isso pudesse gerar um resultado final normalmente o que acontece é uma representação muito abstrata do coletivo a representação abstrata é se o hospital vai bem, ele está balanceado o hospital, as finanças dele vão entrando vai tratando os pacientes, eles vão tendo aulas, vai recebendo dinheiro e o hospital vai expandido, por isso o nome do jogo hospital expansivo mas eu acho que tem um território tremendo para aperfeiçoar esse jogo se ele se transformar num jogo digital como uma das inspirações que é o TM Hospital eu joguei muito quando era criancinha e esse jogo foi uma inspiração para o hospital expansivo porém o que não tinha no TM Hospital era a questão de múltiplos jogadores e das contradições mesmo do sistema de saúde bom, agora eu vou falar um pouquinho sobre, só para fechar então, como é que eu testei esse jogo em situações reais eu terminei meu doutorado sem poder testar esse jogo dentro de uma intervenção formativa mas eu tive oportunidade de fazer isso aqui logo que eu cheguei no hospital de clínicas do Paraná tinha um contato lá dentro, uma pessoa que eu conhecia que me permitiu fazer esse teste piloto a gente fez, jogou, o pessoal falou, nossa, isso aqui é muito realista, isso aqui tem muito a ver com o nosso dia a dia e tem mais nós percebemos aqui ao jogar que tem vários conflitos aqui que a gente está vivenciando no nosso dia a dia, que a gente precisa resolver e outras pessoas precisam jogar esse jogo para refletir sobre esses conflitos então eles destacaram o conflito entre planejamento de curto prazo, ser independente do planejamento de longo prazo a perspectiva da chefia sobre esse planejamento ser diferente da perspectiva dos funcionários sobre o planejamento e aí uma outra questão que é o sistema de colaboração que se deseja nutrir, está sendo sabotado pelo sistema de pressão e cobrança que tem a ver com a eficiência nos hospitais universitários, é implementado pela IBSER, que é uma empresa brasileira de gestão, uma especialização intermediária que o governo implementou alguns anos atrás e que está minando a colaboração dentro desses hospitais aí eles me pediram para fazer mais jogar mais esse jogo e eu propus de experimentar outros tipos de jogos mas antes, daí eu falei vou começar a estudar e entender a situação antes de entrar com outros jogos antes eu não tinha feito um estudo etnográfico perto disso, também não cheguei a fazer, eu acho que fiz mais um estudo baseado em entrevistas com diferentes atores e eles falaram que tinham necessidade de planejar versus a emergência que é típica de um hospital isso é uma contradição que gerava brigas entre equipes, o tal do double bind e eles não conseguiam perceber que essas brigas eram por causa disso, dessa contradição, eles acharam que as brigas eram por causa das diferenças de psicologia social de identidade de formação e tudo mais eles estavam fazendo rodas de conversas e foi esse o gancho que eu conseguia entrar já tinha isso, mas essas rodas de conversas não ajudavam as pessoas a se comprometer a fazer o que a roda de conversa decidia e acabavam empurrando o problema com a barriga sem fazer uma transformação na atividade que pode se considerar um ciclo redutivo então a intervenção formativa que a gente fez lá tinha o objetivo de experimentar jogos como uma maneira de repensar a cooperação das equipes envolvidas com cirurgia pra mim eu tinha interesse em verificar se os jogos poderiam ser estímulos ambíguos dentro da dupla estimulação e por fim, superar o tal do double bind pra que eles colaborassem mais o primeiro jogo foi o mapa da empatia esses jogos que eu escolhi foram baseados no GameStorming, que é um livrinho bem legal sobre jogos de criatividade e esses jogos são legais pra serem ambíguos porque eles são flexíveis e fáceis de você modificar e os próprios participantes entendem a lógica deles e podem modificar a lógica. Então aqui a gente fez uma coisa diferente, que no mapa da empatia você imagina o que uma pessoa está sentindo fazendo, pensando, dizendo e aqui a gente mudou o que a gente trouxe depois de fazer isso a pessoa imaginada pra verificar se foi atingido o objetivo da empatia e aí essa pessoa dizia "não tem noção do que eu faço, do que eu penso" e aí ela amassava jogava fora no lixo e colocava outros pochitos no lugar processo terapêutico pra destruir estereótipos e percepções errôneas a respeito, no caso aqui é uma residente que tinha uma imagem bem negativa dentro do hospital mas curiosamente é justamente o motivo pelo qual existe o hospital o hospital serve pra treinar os residentes isso também é uma contradição dentro do objeto, que se perdeu no meio do caminho, o objeto de quem trabalha no hospital é formar o residente e aí se perdeu nesse meio do caminho enfim a Lula ela analisou as perguntas e respostas a respeito do planejamento que era a grande ódia de Borogodó a tal da contradição entre planejamento e emergência, depois a gente jogou o radar de prioridades foi um jogo novo que a gente inventou a partir da necessidade deles que era mapear prioridades dos tipos diferentes de especialidades cirúrgicas, urologia versus ortopedia, versus isso, versus aquilo de acordo com certos critérios e com isso ajudar eles a decidir qual qual cirurgia priorizar na escala então acontecia muito de priorizar cirurgia plástica não, é muito importante, acabavam dando jeito politicamente de ter um monte de cirurgia plástica, sendo que pessoas com necessidade cardíaca às vezes, ou ortopédica não tinha atendimento por causa da plástica mas tem que formar também os médicos especialistas em cirurgia plástica, só que como é que você faz isso? aí a gente visualizou e viu que tinha essa discrepância rolou uns debates meio tensos lá e aí a gente falou tá, então cadê os números? Vamos ver quantos não tinha número, ninguém tinha número de nada, a gente fez um levantamento de motivar as pessoas a gerar esses indicadores discutir quais eram os indicadores mais importantes e a partir disso, gerar cenários cenários futuros foram dois principais métricas que eles escolheram como sendo cruciais para o futuro daquelas unidades a taxa de cancelamento de cirurgias e a fila de pacientes o tamanho dela, no cenário 1 a taxa de cancelamento aumenta a fila de pacientes diminui eles consideraram esse cenário pouco realista seria equivalente a fechar o hospital a taxa de cancelamento aumentando e a fila de pacientes aumentando é a tragédia atual é o nosso cenário atual os cenários possíveis e futuros seria a fila de pacientes aumentando a taxa de cancelamento diminuindo que é o cenário de melhoria contínua e o cenário ideal seria taxa de cancelamento diminuindo, fila de pacientes diminuindo porque a população está mais saudável utopia e aí escolheram quais eram os cenários que eles mais queriam trabalhar que era esse aqui, melhoria contínua e tragédia real e aí eles resolveram a gente usou um último jogo também que a gente criou que é, não me lembro o nome mas você definiu a meta o que precisa para atingir a meta e o que impede de atingir essa meta ao terminar isso, um passo a passo para chegar na meta então a gente montou organizou esses dados num documento, passamos para a direção e aí terminou essa intervenção formativa o resultado dela é que diferente do que estava acontecendo antes eles acabaram enfrentando as contradições, entendendo que elas eram sistêmicas e não era apenas uma característica pessoal, com isso eles conseguiram se comprometer a mudança apesar de que eles acreditavam que a direção não ia apoiar, daí eles falaram nós podemos fazer coisas sem a direção e aí eles começaram a fazer as coisas, depois eles mostraram para a direção e com isso a direção começou a apoiar as mudanças que eles queriam fazer e a coisa melhorou um pouco mas não muito diminuíram conflitos eventuais pela compreensão das dificuldades alheias levantaram dados que não estavam disponíveis definiram indicadores de performance e ficaram com isso mais motivados para se aperfeiçoar um processo de autodeterminação de desenvolvimento de agência mediado por esses jogos expansivos que com a ambiguidade deles permitiam que as questões que estavam mais primentes, as mais tensas viessem à tona de uma maneira externalizada que eles conseguissem coletivamente trabalhar no espaço significativo daí vem a minha contribuição nessa teoria de que a hora que a contradição está no espaço, ela é mais manipulável você consegue também ter um certo distanciamento dessa contradição para você tentar superar ela finalizando, a intervenção formativa ela é indicada quando o fenômeno dos estudos não é diretamente observável, tem múltiplas determinações se manifesta diferente em cada situação e está implicado na formação da própria situação ou seja, tem uma situação do tipo que vem primeiro, o ovo ou a galinha essa questão do fenômeno não é diretamente observável qual que é o limite? o que é não observável? quer dizer o seguinte que você não consegue observar ele a olho nu sem uma ferramenta teórica se você não interpretar aquilo o fenômeno não fica... a ideia de contradição só é possível a partir da ideia de contradição você não consegue ver uma contradição nu e crua no mundo é diferente você falar (falando ao fundo) isso, exatamente porque nessa visão de mundo da teoria da atividade, todo mundo é simbólico então você só vive o mundo porque você tem teoria sobre o mundo e mesmo uma criança vai ter teoria sobre o mundo também (falando ao fundo) é muito difícil observar mas para dizer que você colocou o ciclo expansivo se você colocasse ciclo expansivo de evolução de atividades eu teria um elipse uma esquerada e a pergunta é exatamente por que o fenômeno é utilizado para observar e é difícil observar mas imagina toda atividade não foi evoluindo com o tempo tem toda a história em cima dela então a contradição a dinâmica da atividade se eu pegasse uma atividade que muda o mundo eu conseguiria observar isso através de uma espiral? o modelo que o Engstrom constrói não é espiral não, é fractal vocês viram o modelo dele, né? que tem a ciclo expansivo é assim aí ele tem um outro modelo que eu diria que é fractal, que é o seguinte cada etapa desse ciclo maior ele tem outros ciclos menores dentro que ele fala de micro ciclos é, isso é incrível é tão bem que ele pode ser é, exatamente porque ele pode ser parte de uma outra isso, pode colocar em uma estrutura social maior então não é bem uma espiral que ele está querendo propor, né? apesar de que o Vigodeski fala explicitamente de espiral o modelo assim é se você olhar por evolução da atividade ele está fazendo a mesma história e aí, para fechar o último slide há situações também onde faria sentido intervenção formativa quando a organização está em crise e quer que as pessoas colaborem principalmente na academia com essa crise para ajudar a sair da crise, porque já tentaram milhões de coisas e não deu certo, não aconteceu nada os pesquisadores estão incomodados com a distância entre academia e mercado entre a sociedade e academia, de modo geral entre pesquisa e mudança social há uma necessidade de desenvolver um projeto colaborativo, portanto um projeto que envolve pessoas de diferentes disciplinas, inclusive pessoas fora de disciplinas ufa Não, não, deixa eu ver.