Vamos lá, eu vou começar a apresentação. A apresentação de hoje especificamente vai durar mais ou menos uns 40 minutos. É sobre... Você pode apagar essa luzinha aqui? Não, não, assim não. É sobre identidade visual no contexto da economia solidária com ferramentas livres, software livre para simplificar. Eu vou recomendar isso, não vou ensinar a fazer, só uma recomendação. Mas tem algumas questões do software livre que eu vou trazer aqui para vocês que são conceituais também, que não são técnicas e que ajudam a adaptar para o contexto da economia solidária. O que é a identidade visual? É um padrão de imagens, formas, cores e outros recursos visuais característicos de uma organização específica. Organização, empreendimento, empresa, ONG, governo, o que seja. Um grupo de pessoas fazendo alguma coisa tem uma identidade visual. Veja, a palavra logomarca, logotipo, não está aqui nessa definição. Por quê? Porque a logomarca, logotipo, é uma parte da identidade visual. Identidade visual vai além disso e envolve também a aparência dos produtos, a forma dos produtos, envolve as palavras que as pessoas vão utilizar para falar o que elas estão fazendo. Uma característica da identidade visual é que ela é consistente. Então você vai ver o empreendimento na internet, você vai ver o empreendimento na feira, você vai ver o empreendimento no produto que uma pessoa comprou e mostrou para vocês na sua casa da mesma maneira. Essa consistência é a chave da identidade visual. Você olha para aquele produto e reconhece o empreendimento, porque ele tem uma identidade, uma presença característica. É difícil encontrar essa característica. É por isso que essa oficina é tão importante. Vai ajudar vocês a encontrar o que nós temos de tão diferente, de tão importante em qual a nossa luta. Isso tem que estar expresso na identidade visual. Então isso aqui são os valores, os valores que a organização vai querer mostrar para o mundo. Esses valores não são apenas palavras, mas também sentimentos. A gente trabalha na identidade visual com a emoção e a razão juntas. A proposta da identidade visual é se tornar um empreendimento reconhecível através da repetição. Então você repete a novo em tudo o que você faz para que as pessoas reconheçam rapidamente essa identidade. Alguma dúvida sobre o que é a identidade visual? Isso aqui é uma definição genérica. Vai chegar no detalhe e eu vou mostrar exemplos. Um exemplo, Coca-Cola, que talvez é a identidade visual mais conhecida no mundo. A Coca-Cola vai ser sempre essa mesma cor, a vermelha. Esse logo escrito com uma caligrafia que é praticamente difícil de você se confundir e achar que é uma outra marca. É a mesma, há mais de um século, a mesma caligrafia e a fórmula característica do produto principal, que é a garrafinha da Coca-Cola, que também é muito icônica. Icônica significa que você reconhece ela a quilômetros de distância, em variações diferentes de imagens. Aqui tem uma série de outras imagens associadas à Coca-Cola que mostra que a identidade visual, apesar de ela estar em diferentes mídias, aqui ela está em uma placa, aqui está em outra placa, aqui está em uma placa associada, aqui está no caixote de transporte, aqui o engraçado é que tem garrafas da Pepsi encaixotadas no engradado da Coca-Cola. Mesmo assim você reconhece que é o engradado da Coca-Cola. Não precisa nem mostrar logo, você já vê pela cor. Então esse uso da cor talvez seja um dos principais pontos da identidade visual da Coca-Cola. É uma das mais fáceis de reconhecer, mais lembradas, mais associadas também a valores. O que a Coca-Cola está associada de valores hoje na nossa sociedade? Felicidade. Felicidade. O que mais? Família. Família. Já falávamos. Chave. Prazer. Prazer. O que mais? Que outros valores? Comemoração. Comemoração, ótimo. O que mais? Que outros valores? Liberdade. Liberdade. Acho que um pouco também chega nisso, né? A união. O problema do comercial é que parece que a pessoa derrota, não está sentindo, não está inserida ali na família, quando começa a servir Coca-Cola, sabe, o pessoal se faz de novo. Isso aí é, pega e toma em cima do outro. É rápido de assimilar isso. É difícil. Segundo é perfeito. Gente, vocês são ótimas, e ótimas, porque, rápido, olha, na primeira pergunta vocês já mostraram que vocês conseguiram ler o que está por trás desse visual. O que está por trás do visual que a gente vai fazer aqui. Entendeu? Esse é o ponto, Cristóbal. A Coca-Cola não chega numa marca forte como essa sem pensar antes nesses valores. São esses valores que geram o comercial antes de ele ser feito. Então, pensar no que a gente vai querer associar a essa marca é a chave da identidade visual. Porém, Coca-Cola é poderosa, mas ela esconde. Essa identidade visual esconde a obesidade que a Coca-Cola causa. Um problema seríssimo que a Coca-Cola já reconheceu em público, que ela é responsável em partes, é o incentivo a beber Coca-Cola demais e, consequentemente, consumir açúcar demais. Vejam aqui uma comparação da quantidade de açúcar que existe dentro de diferentes bebidas. Vejam a quantidade de açúcar que tem na Coca-Cola. É praticamente só açúcar e água. E esse açúcar todo em excesso, bebida em excesso, as pessoas acabam, às vezes, gostando mais de beber Coca-Cola do que gostando de beber água. E aí só conseguem beber água se for por meio da Coca-Cola. E a pessoa precisa beber água, senão morre. O corpo humano precisa de água. Então acaba a Coca-Cola substituindo a água e com a água vem também, da Coca-Cola vem também o açúcar e isso causa obesidade, que é um problema sério social. Não é uma questão individual, mas social. Então, essa identidade visual não fala absolutamente nada dos problemas que a Coca-Cola causa. Isso é só um deles. Tem outras histórias aí, "a Coca-Cola invasa rato" e outras lendas urbanas que eu não vou comentar aqui. Mas só para um exemplo claro que a própria Coca-Cola assume. Isso na identidade visual não fala nada, nada, nada disso. É o contrário, ela fala "você vai ser livre, você vai ser liberto, você vai se movimentar como quiser". Isso a Coca-Cola esconde. Com a identidade visual da economia solidária, eu penso que não deve ser por esse caminho. Uma outra coisa que ela esconde, e eu acho que é ainda mais sinistra, eu sou carioca, por acaso, é que a concentração de capital está muito grande na mão da Coca-Cola e não na mão da Coca-Cola também, mas das outras que copiam a Coca-Cola em termos de identidade visual. A Nestlé, a PepsiCo, a Kellogg's, todas essas outras empresas, elas estão pegando experiências da Coca-Cola, reproduzindo, e principalmente acumulando capital. Aqui você tem uma gama de produtos, se eu fizer zoom aqui vocês vão ver, se fizer os detalhes, vocês vão ver que praticamente todas as marcas de produtos que tem no supermercado são produzidas por um grupo de dez empresas multinacionais que concentram o capital e que fazem as coisas, muitas vezes, de uma maneira leviana, principalmente em países que tem legislações fracas, onde você nem sabe que elas estão atuando, mas elas estão, por exemplo, a Coca-Cola, só para citar um exemplo, na Índia, a Coca-Cola é a empresa que mais engarrafa água no mundo. Água. Tem mais garrafas de Coca-Cola sendo engarrafadas do que garrafas de água. Então, eles precisam produzir, não, captar água em algum lugar. E quando eles captam água em uma vila pequena, ela capta água que as pessoas queriam beber daquela fonte. E como na Índia, pelo menos, não tem uma legislação tão forte que proíba isso, aconteceu de algumas vilas ficarem sem água para beber porque tinha Coca-Cola sugando a água toda dessa vila. Coca-Cola foi criticado quando descobriram isso e tiveram que mudar essa estratégia. Mas quantas outras coisas essas grandes empresas não estão fazendo, a gente nem está sabendo, porque elas têm essa carteira de concentração de capital, de poder, muitas vezes eles até têm capacidade de fazer os governos mudarem as legislações para permitirem as atividades alevianas dessas empresas. Então, não é nada disso que a gente quer desenvolver com identidade visual solidária. A gente não quer reforçar esses valores. Isso é uma maneira de pensar diferente a identidade visual. Então, a primeira coisa que eu penso, aí vocês podem me corrigir, é que a identidade visual solidária deve ser honesta. Ela deve dizer o que é um empreendimento mesmo, não tentar enganar a pessoa, tentar mostrar que a Coca-Cola não é uma megacorporação, Coca-Cola é uma coisa da família. Como é que uma coisa da família? É uma coisa global, multinacional, absurda, gigante, um monstro, você vai querer dizer que faz parte da minha família? Isso é desonesto. Eu acho, não é certo. Coca-Cola deveria se assumir como uma megacorporação gigantesca, poderosa, como é na época. Então, e o segundo ponto é anticonsumista. O que é anticonsumista? No sentido de que a identidade visual não deve incentivar a pessoa a comprar uma coisa que ela não quer. É o que muitas outras identidades visuais fazem, nas megacorporações. Outro ponto, ela deve ser enraizada no local. Me corrigam se eu estiver errado de novo, um dos fundamentos da economia solidária é esse, que se baseia na capacidade produtiva do local. O que as pessoas podem fazer? E ele produz para desenvolver a economia do local. A economia solidária não tem essa ambição de se tornar planetária, de vender para todos os mercados do mundo, de criar uma megacorporação. Eu acho que o dia que surgir uma megacorporação solidária, me parece que vai ser uma contradição em si. Não sei se isso vai ser possível. Não sei, vocês podem me interromper se eu estiver errado. E daí entra, digamos assim, como? Eu acho que a identidade visual solidária, para ela ser honesta e anticomunista, enraizada no local, precisa ser criada e atualizada junto a clientes e fornecedores. De uma maneira que a gente chama de cocriação. Não é uma pessoa, um escritório, um designer, um cara criativo que faz tudo para os outros. Não. Todo mundo participa do processo e ela se torna relevante por isso. E por último, a experiência de construir essa identidade visual deve ser compartilhada. Esse é um ponto delicado porque muitas das identidades visuais das grandes corporações são protegidas por leis de direitos autorais. Não sei se já viram aquele "TM" do lado de várias marcas, "Trademark" em inglês. Significa o que? Que essa marca foi registrada num escritório de patentes e tal, e ela não pode ser copiada nem usada por qualquer pessoa. Você não pode botar logo na Coca-Cola, em qualquer coisa que você faça, mesmo que você esteja vendendo a Coca-Cola. Deve ser de uma autorização. Aqui eu estou propondo o seguinte, se vocês tiverem uma identidade visual de economia solidária, ao invés de vocês protegerem, fecharem tudo o que vocês desenvolveram e se tornar um segredo, compartilhar com outros empreendimentos solidários. Não estou dizendo que as outras pessoas copiem a logo, não é isso. Até porque se copiar a logo, você vai estar prejudicando a identificação daquela empresa de empreendimento. Mas você pode copiar o método ou a maneira como a logo foi criada. É um processo de desenvolvimento. Alguém tem algum senão a falar aqui? Algum comentário? É isso que eu estou pensando em desenvolver para vocês, ajudar vocês a desenvolverem. Já existe um padrão de identidade visual quando você fala de economia solidária. Olha que interessante. Vocês já devem ter visto essas imagens aqui. Em vários lugares diferentes. Com diferentes variações. É o mundo, com pessoas abraçadas, dando um abraço gigantesco no mundo. Aparece de tantas maneiras. A árvore também aparece muito. Árvore misturada com pessoas. A ideia de cuidar da terra. Essa mão também representando a terra. As mãos também aparecem muito. Acho que é um exemplo do trabalho na linguagem. Isso se chama metolínea. Metolínea é uma figura de linguagem que você pega uma parte para significar o todo. Qual a parte mais importante, mais icônica, que representa o trabalho? A mão. A mão é que dá a origem. Claro que tem pessoas que conseguem fazer artesanato com os pés. Existe isso também. Então a mão é apenas um símbolo. Não quer dizer que é a mão que faz tudo. Porque também tem muita coisa que tem que ser feita pela cabeça. Porém, quando você vai olhar os produtos da economia solidária, ou os empreendimentos da economia solidária, não necessariamente ele segue aquela identidade que vocês viram ali. Aquela identidade é para falar da economia solidária como conceito. Para pesquisar isso, identidade visual de economia solidária, eu usei uma página na internet que se chama sirandas.net. Quem daqui conhece, levanta a mão, por favor. Sirandas.net. Sirandas. Levanta a mão mais alta aí para ver. Um, dois, três, quatro. Olha que interessante, pouca gente conhece. Então é uma oportunidade para conhecer. Você quer apresentar o que é o Sirandas para a gente? Eu não sei. Eu conheço pouco. Eu sei que é um site, mas eu sei que também tem a ver com o Fórum. Conta um pouquinho. Vai. Na verdade, o Sirandas surgiu de um primeiro mapeamento que o Fórum Brasileiro de Economia Solidária fez nos empreendimentos a nível Brasil. E eles foram convidados a aderir ao Sirandas. Então o Sirandas é como se fosse uma grande... como que eu posso dizer? Um grande... Fórum de venda, uma grande vitrine. Então os empreendimentos de economia solidária, eles podem aderir ao Sirandas. Para isso, hoje, eles estão vinculando o Sirandas ao que a gente chama de CARD-SOL, que é o Cadastro dos Empreendimentos de Economia Solidária. Então o empreendimento, ele precisa estar cadastrado no CARD-SOL. E aí ele pode montar, digamos, a sua loja dentro do Sirandas. O Sirandas também tem uma página no Facebook, onde os produtos ali também são publicizados, se tornam públicos. E as pessoas podem comprar através do Sirandas. Então a gente aqui, enquanto compradores e consumidores da economia solidária, nós podemos comprar através do Sirandas e de empreendimentos de todo o país que tem os nossos produtos. E pode vender também. E também vender. Que é a grande vantagem. O Sirandas permite oferecer uma plataforma de internet para a economia solidária. Ele cria para você, ajuda você a criar um site na internet e uma loja virtual em que você cadastra os seus produtos. Esses produtos ficam disponíveis, a pessoa pode comprar na internet. Você recebe por e-mail, por pedido. Você manda o produto e de alguma maneira as pessoas te pagam. Não sei como é o esquema de pagamento. Talvez até tenha um sistema de pagamento que se recebe na sua conta. O dinheiro, eu não sei exatamente esses detalhes. Mas é fantástico o trabalho que eles fazem para ajudar os empreendimentos de economia solidária a encontrarem pessoas que são ou parceiros ou realmente clientes. - É um e-commerce. - Como? - É um e-commerce. - É um e-commerce específico para a economia solidária. O próprio usuário entra, cria o seu e-commerce ali e parece que ele é autorizado. - Exato. - Ele monta alguma coisa. - Isso. É uma espécie de ferramenta de loja virtual customizada. São 770 empreendimentos lá. 4.500 produtos. É muita coisa que tem lá. Mas muita coisa que não tem identidade visual. Esse daí é o ponto da nossa oficina. Eu tentei capturar alguns empreendimentos que tinham identidade visual nos Cirandas. Aí para a gente ter um panorama de diferentes tipos de identidade visual de economia solidária. No Cirandas só entra se for economia solidária. Acho que isso é bem legal também como referência. Dar uma olhada no que as pessoas estão fazendo. Tem como pesquisar produtos específicos. O que o pessoal está fazendo em termos de capa de fogão? Tem alguém fazendo? Vamos ver. Daí de repente vê que tipo de estampa estão utilizando. Tudo isso pode ser usado como ferramenta de inteligência para o empreendimento de vocês. Mas voltando para a questão da identidade visual. A inteligência aqui está focada nas diferentes maneiras como os empreendimentos tentam se identificar. Tem uma variedade muito grande. Desde uma logo que parece extremamente simples. Uma logo da Rede Ostra que é só uma forma, uma linha basicamente. Até uma logo com bastante complexidade que mostra a importância da colmeia como conceito para esse empreendimento. A colmeia mas também a preservação do meio ambiente. Rede Capim é o nome. Bastante elementos gráficos. Também tem questões muito simples, utilizando uma linguagem que a gente chama de arte naif. Que é um desenho praticamente inocente como se fosse um adulto tentando desenhar uma criança. Aqui também um pouco disso, de naif. Aqui você tem as mãos, de novo, como um símbolo aparecendo, mas de um empreendimento específico. Tem também esse caso de uma logo extremamente abstrata. A, tem que se ligar. É uma abreviação de uma associação lá, que não tem o nome agora. Mas é o A do nome da associação. Acho que era Apollo, alguma coisa assim. Tem elementos do local específico, por exemplo, a vegetação do local, a paisagem do local. O pessoal do Nordeste também fica fácil, porque lá eles têm uma paisagem magnífica. No Curitiba é mais difícil. Tem também um trabalho com uma parte do produto aparecendo na identidade. Vocês estão vendo essas estampas aqui? Essas estampas são estampas que são produzidas provavelmente pela produção têxtil desse grupo. E aparecem na logo de uma maneira indireta. Eles não vão colocar lá a renda específica. Vão colocar uma representação mais simplificada para aparecer aqui. Mas essa é uma opção. Essa outra opção aqui coloca, de fato, a renda mesmo. A textura do papel que eles utilizam aparece como a base da sua logo. Existem várias maneiras. Eu não vou dizer que nenhuma delas é melhor ou pior. Cada um tem que encontrar a que você se identifica. Acho que esse é o ponto principal. Agora vamos a... Vocês querem fazer algum comentário? Produtos. Eu fiz uma pesquisa também no Cirandas com produtos de economia solidária. Com diferentes abordagens visuais. Eu estou trazendo mais produtos que têm embalagem. Porque é mais fácil de ver. Fica maior as imagens. Tem gente trabalhando com etiqueta também. Mas etiqueta eu não consigo ver na foto. É muito pequenininho. Então eu não tiro acesso a exemplos de etiqueta. Mas tenho acesso a esses exemplos aqui. Por exemplo, essa identidade visual do produto sem embalagem. Ela parece muito com um produto tradicional que não é da economia solidária. Ela confunde, talvez com propósito, para não haver uma diferenciação. Para você achar. Vou comprar isso aqui do lado, na mesma gômbola que eu compro um produto tradicional. É uma estratégia possível. Aqui tem outras estratégias de diferenciar mesmo. Aqui, por exemplo, é economia solidária. Aqui é economia solidária. Você já vê que é uma produção meio caseira. A própria identidade visual já é caseira. Porque o produto é caseiro e é isso mesmo. Tem que parecer caseiro. Se não parecer caseiro, as pessoas não vão reconhecer esse valor. E não vão dar valor ao produto por ser caseiro. E por aí vai. Tem vários exemplos aqui. Tem até um exemplo de praticamente não ter uma identidade visual. Que é o exemplo daquela etiqueta feita de maneira bastante precária. Sem uma imagem, apenas o nome do produto. Identificando ele. Aqui também não estou dizendo que é errado. Acho que cada produto tem a sua cara. Cada entendimento tem a sua cara e precisa descobrir. Mas às vezes é que é lê-gústico. Embarga ele que tem mais valor. Porque não é muito recente. O pessoal está muito criado aqui. Está muito internacional. E sempre é facilitado. A internet, a força gráfica, esse tipo de coisa que tem fora. Hoje foi antigamente, uns 10 anos atrás. Qualquer um que conseguia, era um computador, porque era uma tapa gráfica de 10 anos atrás. Era raro chamar grafite. Hoje em dia nem, a quantidade nem é mais alta. Está facilitando o processo para você ter uma série de embalagens. Cada vez mais baratas, mais rapidamente. Agora vamos fazer uma comparação lado a lado de um desses produtos que eu resolvi selecionar. Entre uma identidade visual de uma embalagem, que se expressa na embalagem. De um produto solidário, desse lado aqui. A geléia de maracujá da Caatinga. Com a geléia de Damasco. Não é da Caatinga não. Não sei de onde que é esse Damasco. Pode ser que seja produzido em outro país. Pode ser que seja produzido no Brasil, não sei. Não está indicado, não é um ponto desse produto. Na verdade esse produto era para ser vendido no mesmo Brasil e na Holanda, onde eu morei. Era exatamente o mesmo gosto do Damasco. Geléia Queensberry. Já vem com nome em inglês. Vendido num país onde não se fala inglês. Na maioria das instituições não fala inglês. Mas com intenção. É intencional usar uma palavra em inglês. Por quê? Vamos ver se vocês conseguem ler agora. Traz mais status? Por que o inglês traz mais status? Porque é o status do Brasil. O status fora. Porque não importava, mas as pessoas não querem. Então, dá a impressão de que foi importado, mas não foi. Esse Damasco é produzido no Brasil. Se você ler lá, depois uns detalhezinhos, está escrito. Mas não aparece na identidade visual. Vai estar escrito de repente em algum lugar, indústria brasileira, alguma coisa assim. É a gente que não consegue ler, né. Até com o óculos não. Isso é parte da estratégia da identidade visual também. O que mais vocês notam de diferença aqui? A qualidade, né. O quê? Visualmente mesmo, assim. A tampa daqui. Até das cores, da imagem em si. Eu acho assim, você chama mais atenção. Essa chama mais atenção. É um produto melhor manipulado. Vamos entrar nos detalhes. O que faz essa imagem parecer que ela é mais bem feita? O produto é mais bem feito. O que tem nessa imagem que faz parecer que ela é mais bem feita? Etiqueta de segurança da tampa. O que mais? O colorido do produto. O colorante do produto. A nitidez, é o que eu quis dizer aí quando eu falo. Parece uma coisa muito traseira. A própria imagem do lado de cá. E a outra parece uma coisa mais acabada. O fotógrafo que tirou a foto, com a máquina que ele tinha, a condição de produção dessa foto, com certeza foi inferior a quem tirou essa foto aqui. Mas, desconsiderando isso, vamos focalizar na... O maravilhazinho, ele também é apagadinho, né. O que ele pegou ali, eu também... Aqui, né. A imagem do ingrediente. Mas esse é o macarrão já da Catinga. Ah, mas todos os maracujá, a maioria vem de lá de cima. Tá certo. A tipografia. O que é a tipografia? O tipo de letrinha que tem aqui. Completamente diferente, vocês estão vendo? Até a da Mar, graveteiro lá. Graveteiro. É, ela está meio assim, né. A marca é registrada, é uma verdade. Bom, bom ponto, bem pensado. Quer dizer, não mexam na minha marca, tá. É registrado, não copiem. Tem uma sensação, uma coisa, uma sensação que eu estou vendo aqui, quase no fundo da outra lá, parece que as letras são maiores, seria uma coisa positiva, porque, com certeza, do outro lado a gente não consegue ler, né. Sabe, cara? É propaganda, do outro lado. Essa, meio... Classique. Endorado. 100% natural. Deixa eu só comentar esse classique aqui, o que é classique, o que é extra premium? São selos. Quem deu esse selo, a própria empresa deu o selo para ela mesma. Olha só a diferença. Vamos comparar com isso aqui, olha que legal. Olha o selo que tem aqui no Prédio Jumeiro Solidário. O selo de orgânico que não é fácil receber, não sei se vocês sabem, mas é dificílimo receber esse selo. É? É... Fala lá, querido. O que é muito comum é uma piada, né? Mas se você comprar, o primeiro que eu vou comprar é o falsificado de Paraguai. Eu vou comprar aquilo porque é importado e é melhor. É a primeira coisa que a pessoa, pelo apelo visual, na realidade, como você falou, os dois são fabricados nacional. Porque você tem mais poder adjetivo, você fica mais na... na... Você é o melhor quando você está comprando um produto importado. Na realidade, é fabricado lá. Na... No produto importado. Isso é uma coisa muito louca da sociedade brasileira, né? O produto importado, ele parece melhor do que o produto nacional. Porque eu morei na Holanda e lá é o contrário. Quando era importado, as pessoas não queriam. Nós brasileiros, nós, em geral, temos o hábito de valorizar o produto importado. Mas eu acho que a economia solidária veio justamente para questionar isso. É a luta de vocês, não é? Não é isso? [falando ao mesmo tempo] [falando ao mesmo tempo] É, eu também acho. [falando ao mesmo tempo] É, bem pensado aqui, ó. Bem bom, bom ponto. Tem outra coisa engraçada aqui também, ó. 240 gramas, 320 gramas. Olha o detalhe. Está difícil de ler esse 320, não está? Se você comparar com a facilidade de leitura dos outros, textos aqui, ó. O 320 está todo... Ele parece que está de propósito, parece ser difícil de ler. Enquanto que aqui não, é honesto. É 240 gramas e sobe. Nem a mais, nem a menos. Entendeu? Outra coisa que eu achei interessante. [falando ao mesmo tempo] Isso. Outra coisa que eu achei... É peso líquido, né. Aqui também não está nem escrito que é peso líquido, né. Tem o peso bruto, o peso líquido, tem umas coisas assim, eu não entendo muito disso, mas tem diferença. Outra coisa que eu achei legal aqui. O foco desse produto na embalagem é a descrição do que é o produto. Geleia de maracujá da Catinho, ponto. Tem uma marca, tem, os graveteiros, mas a marca é menor. Aqui não. Não importa, não importa o que é. É Queensberry, entendeu? Porque você não vai comer uma geleia, você vai comer Queensberry. Vocês estão entendendo a arte mãe? Você está comendo um símbolo quando você come a geleia Queensberry. Diga lá. Outro fato legal também que está sendo divulgado pela imprensa, a grata de qualidade do produto. No primeiro não, daqui eu acho que não estou vendo, mas no segundo me parece visível esse tipo de... Porque realmente quando venceu o produto, ele joga fora, você vê esse produto, compra-se, passou um dia, joga fora. Essa também é uma diferença do consumidor. Agora está muito... Vocês do mundo também. Nossa, eu não enxergo. Eu acho que às vezes as empresas escondem esse tipo de informação. É uma questão complicada também. Mas eu acho que às vezes os empreendimentos solidários não dão essa informação. Até porque precisa fazer uma certa tipo de pesquisa, eu acho, para você saber qual a data de validade. Mas tem que ter essa matéria de fato. É? Não pode ser. A liberação tem que ter. Tem que ter, né? Tem que ter o número do nosso, tem que ter o valor da sua. Mas eu já comprei algumas coisas que não tinham. Eu não sei se era um empreendimento meio... Aí deve ter que ter um começo, né? Às vezes um novo, sem orientação. Até mesmo tendo orientação, até na última-feira agora, se quiser, passei em uma banca, ela estava com o que menos, com os produtos, não passei na outra. Falta fora da... Falta com os ingredientes. E isso que a gente vê em um suporte de lância sanitária, não deve ter, não deve ter a produção dos produtos. É difícil de ver. Então vocês conseguiram ver nessa rápida comparação que existe diferença, certo? Na identidade visual dos dois. Eu espero que a gente consiga, ao contempo com essa oficina, com o que vocês vão fazer depois da oficina, consolidar essa identidade visual e colocá-la em pé de igualdade. Pela reconhecimento do próprio consumidor, dele ver que aqui é diferente, é diferente porque é uma proposta diferente de economia. É uma proposta diferente em relação ao consumidor. Então eu acho que é melhor enfatizar a diferença do que copiar o que eles estão fazendo aqui. Eu basicamente acho uma estratégia mais eficiente, mais interessante a longo prazo. Então, de modo geral, minha percepção sobre as identidades dos empreendimentos solidários. Elas enfatizam a origem do produto como um diferencial, seja processo orgânico, seja produzido na região metropolitana de Curitiba, por aí vai, né? Ela distingue-se das grandes corporações, a maioria delas tenta ser diferente, através de quais recursos? Alto contraste entre cores, cores bem fortes umas com as outras, por exemplo, verde e vermelho juntos, é uma combinação de cores que raramente você vai ver numa grande empresa usando, mas os empreendimentos solidários usam. Formas complexas sobre fundos simples, em geral, ao contrário, nas grandes corporações elas usam formas bem simples sobre fundos bem complexos. Depois a gente vai ver exemplos, né? Descrição do produto em destaque, como o caso da Pinsbury, que não era o nome do produto em destaque, no caso do Maracujá, da Caatinga, era o nome do produto, que era o produto em destaque. Referências a produtos caseiros e coloniais, a imagem dos empreendimentos solidários muitas vezes parece uma coisa que foi feita em casa, às vezes a utilização de renda, a utilização de materiais que são mais artesanais, de produzir mesmo, a embalagem precisa de um trabalho manual para ser produzida, só que tem um problema, é a dificuldade de reproduzir esse tipo de identidade visual com diferentes tipos de mídias. Quando eu falo mídia, eu estou falando de internet, de cartão, às vezes a sua identidade visual é tão grande, tão complexa, que não cabe num cartão de visitas. Isso é um problema para o empreendimento solidário, às vezes você quer fazer o cartão, mas não consegue, às vezes não cabe nem a etiqueta, que ela falou no começo. Quando chegar no tamanho de etiqueta, não dá para ver, não dá para ler o que é, não dá para identificar, por causa das formas complexas sobre fundos simples. Eu não estou dizendo que isso deve ser feito diferente, acho que pode manter tudo isso aqui, como estratégia de diferenciação dos produtos das grandes corporações, mas eu acho que a gente tem que pensar como implementar isso de maneira que evite aquele problema lá de baixo. Então, exemplo de uma identidade visual, já falei para vocês que não é só uma logo. Aqui tem um exemplo, tem uma logo aqui no meio, que é o Vem Ler Comigo Vem, que é um programa de incentivo à leitura, para bibliotecas, não lembro exatamente qual o empreendimento. Não é solidário, mas acho que tem algumas ideias interessantes como exemplo. Eles usam a logo aqui, mas aqui eles fazem outras coisas que não usam a logo. Mas ainda assim, apesar de não usar a logo, você reconhece o empreendimento solidário. Por quê? Porque tem um padrão de cores parecido, porque tem uma forma parecida, porque tem um valor parecido. Então é consistente, lembra que eu falei que é consistente através de diferentes mídias. Vamos ao detalhe, vamos entrar na análise de uma identidade visual. Quais são as partes, os componentes de uma identidade visual? O primeiro de todos, e o que é o que vocês vão fazer nessa oficina é o briefing. O briefing é a definição para o que serve aquela identidade visual, quais são as necessidades do empreendimento, onde ele vai chegar com essa identidade visual. Isso é o briefing. Ele é uma descrição, normalmente um documento de texto, que é o que a gente vai tentar fazer nessa oficina na segunda-feira. Logotipo, e aqui é logotipo e não logomarca, porque muita gente às vezes usa o termo logomarca, mas para, pode ser, o professor Pascoal, digamos, que é do design, vai dizer que está errado. Logomarca não existe. O professor Pascoal do design, aquele cara chato, vai falar "Não, não existe logomarca, existe logotipo e símbolo". O que é logotipo e símbolo? Logotipo é o escrito, as letrinhas da logo, e o símbolo é o desenho, colocando de maneira simples. Então, o logotipo, a logomarca seria a mistura do logotipo e do símbolo. Mas, em geral, o pessoal não usa esse termo no design, só o logo, para simplificar. Mas só para vocês saberem que tem uma parte que é o símbolo e outra parte que é a fonte, o texto que você utiliza. Aí você tem a questão, um termo técnico de tipografia, para falar do que dessas letras, do tipo de letra que você está usando. Olha como é diferente Lacoste e Adidas. A forma da letra já diz os valores. E tem a questão da cor, também que é óbvio. Tomar cuidado quando fizer uma identidade visual, para que vocês não cometam esses erros aqui. Então, isso aqui é um centro de medicina pediátrica, e tem um doutor aí que parece que está fazendo um cafuné na cabeça da criança, mas também abusando sexualmente dela. É o total oposto do valor que eles queriam passar. Uma coisa similar aqui com a clínica dental também. E pior ainda é o restaurante chinês. É um pouco mais difícil de perceber, mas também tem conotação sexual. E o mais difícil ainda talvez seja essa logomarca de Londres, que é um pouco mais difícil. Mas independente de você perceber a conotação sexual dela, se não perceber, assim já parece horrível. Uma coisa desputina, uma coisa terrorista. Eu acho que isso é totalmente mal comum. É uma louco que quer ser um doquês. Então, para vocês lidarem com isso, vocês precisam ter a mente poluída. Você precisa olhar para uma louco e enxergar todo tipo de diferentes conotações que ela vai ter. Você precisa enxergar que pode significar uma coisa sexual. Eu tenho aqui, pelo contrário, um dragão. Eu trabalho com ele, não precisa ver a logomarca. O dragão não é chinês, não existe. Eu não consigo ver que eu sou miúdo. Deixa eu tirar a perna da sua derecha. Ninguém come com assim, sempre que você come com ela, está de miúdo. Está uma miúda. Então tá, gente. Vamos fazer um jogo para vocês treinarem essa curiosidade. É bem divertido esse jogo. Se chama "O jogo da mente poluída". Até agora eu estou preocupado com papel. Vocês têm papel aí? Tem, né? Bastante papel, ótimo. Então está resolvido. Deixa eu dar uma pausada aqui na gravação. O jogo é o seguinte, vocês vão sentar em dupla. Vocês vão virar um para o outro, virar as cadeiras. Vamos fazer uma coisa, mas eu estou fazendo isso. Deixa eu explicar aqui. Eu vou explicar as regras primeiro, depois vocês viram. É de dupla, vira para trás, pega a primeira pessoa que estiver mais perto. Vocês vão formar duplas, vocês vão jogar um contra o outro. O jogo é o seguinte, vai ter turnos. Um turno com um desenho ou com outro desenho. No meu turno eu vou desenhar uma coisa que não tenha sentido absolutamente nenhum. A coisa mais sem sentido, mais nonsense, mais estapafúdia, com o objetivo da outra pessoa não identificar o que é. Se ela olhar e falar "Ah, isso aqui é um carro", perdeu. Você perdeu um ponto. Então é difícil. Cada ponto que a pessoa... Cada coisa que ela identificar no seu desenho, você vai perder um ponto. Vai ficando negativo, negativo, negativo. De repente você termina essa parte do jogo com -5. Só que depois é a sua vez de dar um troco. Esse troco vai ser o seguinte, você vai ter que lembrar tudo o que a pessoa falou, todos os sentidos, e vai falando, vai usando os dedos. "Ah, esse aqui é um carro", "Ah, isso aqui é uma casa", "Ah, isso aqui pode ser também, sei lá, uma árvore", "Nada contrário", ou sei lá, um conceito mais complexo, tipo uma pessoa digitando um computador em cima de um automóvel. Cada sentido desses vai contar um ponto a favor de você. Então no final você vai fazer um saldo. O negativo da outra pessoa mais o positivo do que você lembrou. Da outra pessoa, além disso, o que você acrescentou. Todos os novos sentidos que você criar nesse desenho, você vai ganhar mais pontos. Então o que vocês estão exercitando? A capacidade de dar sentido. Lembram que eu falei que era design no começo? Design é dar sentido às coisas. Então esse jogo é para exercitar design, não é desenho. Por isso que eu estou pedindo a você, "Ah, professor, eu não sei desenhar", "Ah, professor, eu sou péssimo desenhista", Vai ganhar esse jogo! Não é isso? Se você desenhar uma coisa horrível que ninguém identifica o que é, você vai ganhar. É essa a ideia do jogo. Mas você vai dependendo de duas coisas. Primeiro, saber desenhar mal, e vou fazer isso de propósito. Segundo, capacidade de ter ideias em cima de um desenho ruim. De dar um sentido em cima de um desenho ruim. Depois vocês vão trocar. Você desenhou na primeira rodada, na segunda rodada o seu companheiro de jogo vai desenhar. E vai fazer as mesmas regras. Depois vocês comparam os valores para ver quem conseguiu mais pontos. Esse jogo deve demorar uns 15 minutos. Vocês entenderam? Quando eu for desenhar, eu tenho que ter alguma coisa em mente? De preferencialmente, você deve evitar ter coisas em mente. Se você quiser desenhar um celular, você vai estar se ferrando. Depois você vai se ferrar, porque a pessoa vai falar "ah, isso é uma rabisco". Já perdeu um ponto. O ideal é conseguir fazer um desenho que não pareça nada. Mas também você vai estar prejudicando você no futuro. Porque quando você tiver que dar sentido, talvez não saia nada se fizer só uma rabisco. Por exemplo, vou dar uma dica rápida. Por exemplo, o cara que é esperto nesse jogo, vai dizer "ah, vou ganhar essa". Olha o meu desenho aqui. Não vai identificar o que é isso aqui não. Não é nada, é só uma linha. Aí a pessoa vai falar "o que é o sentido? É uma linha". Beleza, tirou um ponto de mim. O que mais? Um horizonte. Aí a pessoa já começa "sacana, já fiquei chateado, já ficou dois pontos, tirou de mim". O que mais? Um caminho. Uma folha. Vai, vai, vai, vai. Uma corda. Um terreno. Um horizonte. Um terreno. Um terreno, nossa, cinco pontos. O que mais? Vamos ser criativos. Uma corda. Uma corda esticada. Um exercício. Uma estrela cadenha. Uma estrela cadenha. Olha só, já perdi seis pontos nessa. Com esse jogo tem que ser... Esse jogo, na verdade, ele não é justo jogar uma pessoa contra tanta gente. Porque todas as mentes de vocês pensando juntos sobre esse problema. Que na verdade é o que vocês vão fazer na próxima sequência. Depois a gente vai ter em grupo. Mas agora a gente vai trabalhar em duplas, para vocês pegarem, digamos assim, trabalhar e ativarem o corpo de vocês, a mente de vocês, para depois a gente botar a mão na massa. Tá bom? Vocês entenderam as regras do jogo? Eu não entendi nada. Eu sei que, por exemplo, eu ia me confundir com a Ana. Se ela acertar o meu desenho, eu perco um ponto. Nossa, isso não vai mudar a gente. Mas tem que memorizar o que ela falar para repetir depois. E acrescentar um óculos. É... Vamos fazer uma simulação do jogo aqui com o Matias. Vem cá, Matias, por favor. Vamos jogar? Faz um desenho aí, aí eu vou jogar com você. Preste atenção na simulação, vocês vão repetir depois. Tá? Vamos lá. Então é a vez do Matias. A vez dele. Ele desenha, eu dou o significado. Agora é o seguinte. Fica com as suas mãos aí preparadas, os dedinhos. Você vai usar para contar. Cada significado que eu der, que você aceitar, você achar bom, é isso, você vai contar um dedinho. Eu acho que isso aqui, eu acho que isso aqui, ele é bom, hein? Não fale, não fale, tá? Eu acho que isso aqui é um... Já sei. É um carro com roda quadrada na frente e roda redonda atrás. Tá bom. Ganhei um ponto, né? Eu ganhei um ponto, ele perdeu, na verdade. Eu acho que isso aqui é... É um personagem de desenho animado com um olho só do lado direito e uma boca aqui no meio e umas orelhas bem grandes caindo. Tirei dois pontos dele. Eu acho que isso aqui é uma ferramenta de... Movida de energia elétrica. Aqui tem uma transmissão de energia elétrica, um raio aqui passando entre o polo positivo e negativo. Ah! Agora eu vou puxar o... Eu acho que isso aqui é um produto de economia solidária. Hum... Você pode dizer não. Eu tô pensando. Não, não é. Então, beleza. Vejam a regra. Quem dá o ponto, quem aceita o ponto, é ele, tá? Ele vai ter que aceitar que ele perdeu o ponto. Se ele não aceitar, se ele falar "não, não é", vocês podem ficar debatendo, né? Mas se essa pessoa não aceitar, não perde ponto, tá? Então, digamos que a gente terminou o prazo. Eu vou dar um prazo pra vocês. Vai ter um tempo, tá? Eu vou estar marcando. Aí o Matias vai falar assim "tá bom, agora é a minha vez de falar, lembrar os significados e ganhar ponto". Ele perdeu três. Agora é a tua vez. Você tenta lembrar o que eu falei e acrescentar nomes. Nossa, eu esqueci. Não, é normal. É normal. Eu falei "não, é só pra te fazer susto". Não, tem que lembrar. Agora sou eu que conto. É, agora é a minha revanche, né? É. Um carro que tem uma roda quadrada e uma redonda. Pra mim tá mais pra moto, mas... Você falou que era um carro. Você falou que era um produto elétrico com uma resistência, com filamento aqui no meio. Dois. E você falou que era uma... algum bicho que tem um olho, tem olheira e tem uma boca... Não falei isso, não. Ah, falei, falei. Ou era olheira ou era orelha. Eu acho que era a olheira. É... E daí você falou que era um produto de economia solidária, daí eu não vi. Lembrou bem. E agora o que você acrescenta, além disso? Que eu vi aqui? Então, pra mim aqui eu vi uma... uma caveira também, que isso daqui pra mim foram os dentes afiados, um olho... Caveira, é. Será que eu dou? Não, não dou, não. Não dou esse ponto. Não ganhou. Pra mim também era uma moto, que tem uma roda aqui atrás, daí também tem essa... Tem uma roda escondida aqui atrás do quadrado. Tá bom. Ganhou. Não, ganhou. Parece mais moto que carro. É difícil. Ele se ferrou, porque ele fez um desenho muito bom. Muito bom. Eu vou colocar o pistola agora, por fim. Cadê a pistola? Mostra pra mim. Cadê? Só que isso daqui... Não tem o cano. O cano tá aqui. É uma pistola com uma língua. É uma pistola com uma língua. Tá bom. Ganhou o ponto. Tá bom. Digamos que a gente terminou o jogo agora. Terminou o tempo agora. Ó, o Matias, ele tem 5 pontos a favor, 3 contra. O saldo dele é 2, tá? Então a gente vai anotar no papel. Matias ganhou. É Matias com TH? Não. Matias salvo 2. Depois eu vou fazer o meu desenho e a gente vai repetir o processo da mesma maneira. E vamos ver quantos pontos eu ganho. Digamos que Fred tenha feito um ponto. Matias ganhou o jogo. Tá bom? Tá bom. Eu quero que vocês formem duplas. Só que a dupla tem que ser assim. Ou vocês sentam ou vocês sentam assim, ó. Duas cadeiras para uma carteira ou vocês sentam duas carteiras, duas cadeiras. De lado. Um para o outro, tá bom? Sente de lado. Beleza? Eu vou buscar papel e já venho aqui, tá? (falando ao mesmo tempo) (falando ao mesmo tempo) (falando ao mesmo tempo) (falando ao mesmo tempo) (falando ao mesmo tempo) O que você quer ganhar? O que é isso? O papel. Cadê o papel? Você vai dar um strike ou vai jogar? Você quer me ajudar a distribuir? Não, espera aí. Enquanto isso eu vou jogar. Então pega uma caneta para cada um. E pega papel. Estou distribuindo a caneta. Canetinha, canetinha. Pega uma para cada um. (falando ao mesmo tempo) Canetinha, ó. Só pode pegar a caneta, não pode lápis. (falando ao mesmo tempo) (falando ao mesmo tempo) (falando ao mesmo tempo) (falando ao mesmo tempo) (falando ao mesmo tempo) (falando ao mesmo tempo) Não, não. Usa a canetinha. (falando ao mesmo tempo) (falando ao mesmo tempo) Então usa a canetinha. A canetinha é melhor. (falando ao mesmo tempo) Acabou a minha canetinha. Não tem mais. (falando ao mesmo tempo) Ah, então usa a caneta normal. Usa a caneta normal. (falando ao mesmo tempo) Todo mundo tem papel? Alguém precisa de papel? (falando ao mesmo tempo) Se tiver dúvida, olha a regra aqui, tá? (falando ao mesmo tempo) (falando ao mesmo tempo) Você enxerga fácil as coisas dos outros. O que mais vocês aprenderam no jogo? Ativa a memória. Ativa a memória. Imaginação. Criatividade. Alguém mais? Viagem. Viagem? Na maionese? (falando ao mesmo tempo) (falando ao mesmo tempo) Não é óbvio, né? O que mais vocês aprenderam? (falando ao mesmo tempo) Gente, deixa eu apresentar uma pessoa magnânima. Uma querida colega aqui da PUC. A professora Luciane Lu. Ela é coordenadora do curso de Design Gráfico. E também é parcerona nos cursos do curso de Design Digital. Ela veio da moradinha. Está curiosa para ver o que vocês estão fazendo? (falando ao mesmo tempo) Olha só. Posso mostrar? Eles fizeram um jogo agora. Eles têm que desenhar uma coisa que não tenha sentido nenhum. Aí o outro vai tentar encontrar sentido e o outro vai desenhar. Agora estou perguntando para eles o que vocês aprenderam jogando esse jogo? Parar com o que? Criatividade, imaginação. Você olhar uma coisa e ver outra coisa diferente. Me diga, se eu estiver errado. Eu acho que isso aqui é design. Isso é design. Você conseguiu enxergar as coisas além da obviedade. A gente consegue enxergar representações em coisas que normalmente a gente não enxerga. E isso, para fazer sentido para essas representações, é o que é fazer design. É trazer a todas as coisas que estão adormecidas nessas imagens. Muita gente que tenta explicar o que é design. "Ah, design é desenho." Mas eu acho que aqui nesse jogo fica muito claro que design não é só desenho, mas é também olhar. Quando você olha para um desenho e vê uma coisa diferente, aí você está fazendo design. Eu acho que é isso por aí. Nossa, bom trabalho aí. Fiquei bem animada de ver a animação. Na verdade, escutei barulho lá de baixo. "Zum, zum, zum!" Já funcionou. Bom trabalho. Então tá, gente. Agora uma pergunta para vocês. Precisa de intervalo? Ou a gente pode tocar e quem precisar ir ao banheiro vai, depois volta? Eu vi que algumas pessoas já foram. Por que eu falo isso? Porque passou tempo, a gente começou um pouco mais tarde e aí as dinâmicas que eu tinha programado não vai dar tempo de fazer. Podemos ir tocando e quem precisar vai saindo, vai entrando? Tá bom, beleza. Então eu vou continuar a apresentação. É... Então, continuando, que acabei de falar para a professora Ilú, que foi super legal ela ter aparecido, que design... O que é design? Design é um processo de criação, uma maneira de criar coisas no mundo. O que tem a ver com olhar tem a ver com desenhar. Como eu falei, não é desenhar bem, desenhar. É desenhar coisas que estimulem as pessoas a verem coisas diferentes. Como é que acontece o processo de design? Como se cria alguma coisa? Vocês precisam saber isso, porque agora vocês entraram no processo de design. Agora eu estou usando um pouco de filosofia, talvez fique difícil de entender, mas vocês vão pegar pela prática. São ciclos dialéticos de criação, análise e síntese dentro de um projeto. Esse projeto é moldado por forças contraditórias. O que é isso? Aqui está um exemplo, um desenho que eu fiz para tentar ajudar vocês a entender o que eu quero dizer. Você cria uma coisa, mas essa criação tem que ser analisada. Você não pode só criar... No mundo não é design só criar. Design é criar, depois eu vou analisar para ver se aquilo ali faz sentido, se as pessoas observam o que elas observam. A hora que a pessoa está olhando um desenho do outro, você está analisando o desenho do outro. Quando você ouviu a análise do outro, você começa a fazer a síntese. Porque você acrescenta o que a pessoa pensou sobre o seu desenho e você acrescenta o que você pensou de novo a partir da estimulação da outra pessoa. Isso se chama síntese. O que é síntese? Você pega várias coisas de vários lugares diferentes e junta e faz um. A análise é o contrário. Você pega uma coisa, um desenho e quebra em pedaços diferentes sentidos. Então vocês fizeram um processo de design aqui nesse jogo. Por isso que eu gosto desse jogo. Você faz design sem saber o que está fazendo. Só que olha que legal. A gente não teve tempo para continuar o jogo. Se vocês continuassem, eu convido vocês a jogar esse jogo com seus amigos em casa, a jogar o jogo com seus colegas empreendedores que não estão aqui hoje, porque é divertido pra caramba. E ainda mais se você fizer em grupo grande. O que a gente fez aqui, quando a gente jogou eu e Matias, fica mais divertido do que jogar em dupla. Façam isso em casa, só para experimentar. O que acontece se jogar mais o jogo é que você começa a ter ideias muito mais criativas na segunda rodada. E você vai acrescendo. A capacidade de criar coisas que têm múltiplos sentidos vai aumentando. Então é por isso que é um ciclo que vai subindo, vai sempre evoluindo. Uma determinada direção. Qual é essa direção? A direção das forças contraditórias. Quais são? Custo versus prazo. Isso eu não estou falando, gregos, vocês sabem disso. Custo versus prazo, puxa, é uma coisa que qualquer aprendiz tem que estar lidando. Às vezes o custo vai puxar mais para um lado, o prazo vai puxar mais para o outro. Depois tem outros. Outras contradições, por exemplo, a necessidade de criar algo versus a paixão que eu tenho de fazer. Às vezes eu preciso fazer uma coisa, mas não quero. Às vezes eu quero muito fazer uma coisa, mas não preciso. Isso é o que a gente chama de contradição. E tem N contradições que vocês podem vivenciar. Isso aqui é, na verdade, uma tentativa de pensar o processo de design a partir do materialismo dialético, que é, digamos assim, uma visão sobre como as coisas acontecem na sociedade. Não vou explicar mais detalhes sobre isso, mas é só para falar um pouquinho da parte de pesquisa e filosofia que tem por trás dos trabalhos de jogos que vocês viram. Vou mostrar um exemplo. Acho mais legal ver o processo de design. Um exemplo fantástico. Mostrei a logo de Londres de 2012. Porcaria, não gostei. Achei muito ruim. Mas eu gostei de dar do rir. Porque eu sou carioca. É porque realmente o processo deles é fantástico. Chamou a atenção do mundo todo. E eu vou mostrar um vídeo das pessoas do design que criaram essa logo falando sobre como foi o processo. Vamos lá? Deixa eu ver se está bom. A gente descobriu que havia, se abrir, uma concorrência para fazer a marca dos Jogos Olímpicos. A gente não ia perder. A marca do design desse ano ia ser apresentada, mas eu acreditei desde o início que a gente podia. É um sonho, a marca mais desejada do mundo, mais vista do mundo. Estou falando do horizonte do planeta. Vamos para a criação, vamos fazer a marca. E vamos fazer o que a gente puder. E mais um pouco. A cidade é muito coletiva. Tinha que trazer esse espírito de coletividade. A gente começou a unir a parte do futebol inteiro. Nunca foi uma organização tão grande. O mais inspirador na gente é a troca. Eram cariocas falando do futebol. E na parte de São Paulo eram mineiros, baianos, paulistanos. Uma lista de coisas que a marca tinha que atender. Colocava aqui no quadro todos os pontos que essa marca precisava ter. Foi sintetizado com um símbolo, uma imagem que transmitia tudo isso. Não passava só balizamentos técnicos, passava uma geração emocional. O que essa marca tinha que provocar nas pessoas? Faço reconhecimento, entendimento universal, ser inovadora, original, falar do Rio de uma forma nova, projetar uma imagem do Rio. O mundo que ela precisaria durar seis anos. O Rio. Como é que a gente consegue sintetizar tanta coisa? Quando a gente decidiu que a marca acima de tudo seria uma marca humana, a gente entendeu que essa marca tinha que ser a tradução do espírito carioca, do jeito que a carioca tem de se sentir. A forma de receber, a forma de lidar, a forma de levar a vida. As tradições cidenciais da cidade, as características do povo carioca. O espírito olímpico do Rio de Janeiro. A gente expôs referências em artistas, em música, em arquitetura, metáforas visuais pra você definir uma coisa sem mostrar essa coisa, essas valores. E no primeiro momento você não entende muito bem, depois aquilo vai ficando mais claro. Agora a marca está sendo bonita, não é essa, não é essa, não é essa. 150 anos de experiência na marca. A marca escolhida foi a mais transformada de forma coletiva. É a realização de um sonho. Às vezes eu não acredito que ele aconteceu, eu fico meio alto. A marca é mais do que a forma, mais do que simbolo e logotipo. Se dá personalidade, um M no Igor, é difícil, são três letrinhas só, um Igor, um Igor, um Igor, um Igor. A gente acreditou aqui no caminho da escrita manual e essa é uma boa solução. Através de uma tipografia pronta, dificilmente seria conseguido, isso não se equilibrava da maneira que a gente podia, então a gente começou a perceber que não só pela exclusividade do livro, o fato de que o livro era especial, mas porque a combinação de letras era muito particular e exigia uma solução que fosse específica, pontual. Ela tem que ser visual, ela tem que ser tátil, ela tem que trazer outros atributos que toquem o ser humano. As pessoas precisam ser inspiradas por essa marca. O abraço parecia ser uma representação muito poderosa, muito simbólica dessa dimensão do apelido, um encontro, um grande abraço no principal cartão postal do Rio de Janeiro. Três pessoas abraçadas em torno de uma cidade, em torno de um ideal, um espírito olímpico. É um ponto de supermovimento, é como se a pessoa estivesse mexendo a cidade. O que vem traduzir é o movimento. A paixão e a transformação são palavras que são ligadas. A paixão gera movimento e o movimento transforma. A transformação exige um esforço. Então, o esporte se movimenta por desafios, por superação, e o movimento é exatamente do meio. Se um dos personagens sai da figura, as outras caem por energia. Sim! A cada hora que você olha para a marca, ela te mostra uma coisa diferente. Ela é uma marca muscular, liberativa, tridimensionalizada. Essa coisa do Rio, você pode ver que o Rio meio que é um "R", meio que é um "O", forma um elemento de coração. E os personagens parecem estar comemorando alguma coisa. Filosofia como essa, esse grupo é muito inspirado nos dois irmãos. A marca é a representação do Rio, que é o seu marco de paixão. É uma marca que você pode experimentar. A ideia é você poder entrar na marca e se envolver com o que ela representa de uma maneira íntima, profunda, uma marca escultura, uma cidade escultura. [Som ambiente] Tem que tirar o chapéu, não tem? Eu acho que é um dos processos de criação de logo mais relevantes da história de design gráfico. E não sou eu que estou falando só. Muita gente de fora, dos outros países, estão vendo dessa maneira a história. Mais uma coisa que eles quebraram paradigmas aqui é o processo de criação. Esse processo de criação coletivo que eles falaram ali, vocês viram o pessoal ali com um monte de coisa na parede, colado, desenhando. Não é comum nos escritórios de design gráfico. O comum é você trabalhar sozinho e competir com o outro. Com outra pessoa. Dentro da mesma empresa, eles às vezes fazem competições para ver quem consegue fazer melhor o logo para que você tenha várias pessoas pensando separadamente. Daí você escolhe a melhor e usa a competição de fora, que é a competição com outras empresas. Eles resolveram não fazer isso. Eles resolveram reunir todo o escritório, todo mundo, Rio e São Paulo, para trabalhar juntos na mesma obra, trocando ideias durante o processo de criação. Isso é uma quebra de paradigma, é uma transformação que está acontecendo na área do design. A gente está tentando trazer nossos cursos aqui também, é uma característica que a PUC tem, de enfatizar o design criativo em coletivo, juntos, e que a gente vai desenvolver aqui nessa oficina. Uma coisa importantíssima desse vídeo também é que deixou claro que o trabalho de conceituação dessa marca, tudo o que eles falaram, é mais importante do que o desenho final. O desenho chegou com uma síntese de toda essa conversa que eles tiveram. O que tem que ser essa marca? Todos esses valores? É a síntese. E aconteceu através de múltiplas diferentes contribuições. Agora eu vou falar um pouquinho sobre uma proposta particular de alguns professores aqui da PUC, que tem a ideia de criar mais esse processo coletivo de design. A gente parte do princípio que, embora a empresa que fez a logo do Rio 2016 tenha feito e gravado esse vídeo, compartilhado no YouTube, na internet, gratuitamente, a maioria das coisas projetadas, você não sabe como foram projetadas. Então a gente chama esse fenômeno caixa preta. A caixa preta é o quê? É a parte do avião que você não sabe como funciona, guarda informações que ninguém tem acesso. É onde fica o segredo escondido. A caixa preta pode até funcionar como alguma coisa, mas você não sabe como ela funciona. Um exemplo clássico de uma identidade visual fortíssima, mas que ninguém sabe como é criada, é a Apple. Os produtos que elas fazem, o iPhone, o iMac, são lindos, são fantásticos, mas ninguém sabe como eles fazem isso e a Apple faz questão de manter esse segredo fechado a sete chaves. Então um exemplo clássico que a gente chama de uma caixa preta. É linda por fora, mas por dentro ninguém sabe se ela é feia. Eu digo feia porque pode envolver até trabalho escravo. Para fazer iPhone, lá na China tem gente trabalhando, ou tinha pelo menos, trabalhando em regime quase de escravidão. Não só na China, mas principalmente na Indonésia e outros países que produzem materiais que são usados para construir o iPhone. O iPhone vem da Indonésia. Ele é construidor agora? É, esses dias atrás minha filha estava na casa dela e até foi assim, ela foi para lá três anos e comprou um estadunidense. Ela falou assim, "ah, mas estilha esse negócio que o profissional está rodando". "Você pensa o que? Que o seu celular é fabricado aonde?" "Não, o celular é fabricado nos Estados Unidos". Eu falei, "olha aí, Indonésia". Não sabia que a Indonésia estava produzindo iPhones, mas o fato é que a gente muitas vezes nem sabe de onde vem os produtos. A gente questiona isso. A gente pensa que para a economia solidária você tem que ter uma outra abordagem de design. A gente chama isso de design livre. Não é só para a economia solidária, mas aqui eu estou falando da economia solidária. O que é design livre? É um design que abre essa caixa preta do processo de design para que outras pessoas continuem o processo de design. Não é uma caixa preta, é uma caixa transparente que pode ser copiada, continuada, transformada em diferentes maneiras. Uma caixa que, na verdade, serve para as pessoas conversarem, continuarem, construírem coisas juntas. Por que é importante continuar o processo de design? Uma logo, ela nunca está finalizada. A própria Apple, olha só, essa aqui é a primeira logo da Apple nos anos 80. Olha como foi evoluindo. Anos 90, anos 2000 e 2010 em diante. Evoluiu. Evoluiu pouco. Tem logos que mudam mais do que isso. Mais do que isso. Então a logo precisa mudar. Por que ela muda? Porque a percepção das pessoas sobre a marca também muda. Quando eu se perguntava, hoje em dia, perguntaram para hoje em dia, para pessoas que têm a iPhone, ou são usuários da Apple, têm coisas com a Apple, perguntava para eles, como é a logo marca da Apple? Desenha um papel. Olha como é simples o desenho. Você acha que eles conseguiram lembrar? Esses são os desenhos que eles fizeram. Esses são os desenhos que as pessoas lembraram. Ninguém, uma pessoa de 84 desenhou igualzinho. Uma pessoa de 84 lembrou exatamente como é o desenho. A maioria desenhou uma coisa meio disforme. E algumas pessoas lembraram que tinha essa moldidinha, mas a moldidinha vinha de baixo, de cima, vinha de lado, mas nunca do lado direito. Esse aqui é o que ficou mais perto. E o engraçado é que ele não é usuário de... não tem Apple. Ele usa um computador normal de PC, que chama. Então, esse aqui foi o que mais se aproximou. Agora, quem tinha Apple, fez um buracão aqui, uma pega, uma medida, nada a ver com... Então, o que acontece? As pessoas mudam a percepção da marca e você precisa atualizar ela e modificar ela para tornar ela, por exemplo, meio... O que isso lembra? O que isso lembra pra vocês, essa louca aqui? - Uma maçã. - Uma maçã. Mas e essas cores aqui? - Um movimento. - Um movimento gay. - Um movimento gay. Lembra também... - Arco-íris. - Arco-íris. Lembra o que mais? - Verdura. - Hã? - Verdura. Quando você fica fora de canal. - Isso! Quando você está fora de canal, na televisão, aparece isso aqui, né? - Sim. - Quer dizer, é uma coisa meio antiga já. É uma imagem meio antiga. Aí eles pegaram e tiraram. Colorido, mas mantiveram quase a mesma forma, né? Pra quê? Pra atualizar. Nós não queremos vincular a Apple com o movimento gay e outras coisas mais que tem esse arco-íris, né? Na verdade, o movimento gay a gente começou a usar arco-íris depois que a Apple colocou essas cores aqui. Já. Então a percepção das pessoas mudou. Por isso o processo tem que estar aberto. A caixa preta tem que estar aberta pras pessoas poderem continuar. Eu acho que isso é importantíssimo de empreendimento de solidariedade porque às vezes o que acontece? Você contrata um designer gráfico, alguém que faz no computador, que nem ele estava falando, que cobra 20 reais. Essa pessoa vai usar um software no computador dela, pirateado, pirateado, que é proprietário, que custa 5 mil reais se você quiser comprar esse software. É mais caro do que o computador. E aí ele vai te entregar, a logo impresso, pedir pra ele fazer um cartão, pedir pra ele fazer um banner, pedir pra ele fazer uma coisa, assim ele vai te entregar aquele banner e um... Se você pedir, ainda se lembrar de pedir, me dá o arquivo digital, que é uma boa ideia, né? Aí você vai receber o arquivo digital nesse formato aqui, ó. .br, .ai, .bsd. Qual que é o problema desses formatos? Você só vai conseguir abrir essa logo se você tiver esse software de 5 mil reais no teu computador. Se você não tiver, ou você pirateia, que não é uma boa ideia, ou você... pede pra alguém que dê o software fazer. Você fica travado. Você não consegue mais... Se você quiser, por exemplo, "Ah, não, eu quero fazer só uma coisa bem simples aqui, eu quero fazer uma coisa nova no site do Cirandas.net, quero fazer minha página lá no Cirandas." Você não precisa necessariamente contratar um designer gráfico pra mandar essa imagem lá. Só que você não tem acesso a essa imagem, porque, às vezes, o cara nem tem... "Eu, arquivo?" O que o cara não dá? O que? O processo é caixa-feira. Ele quer ser contratado, às vezes quer se contratar de novo, você pagar de novo pra ele pra fazer, botar pra você a logo, não sei o que, a onde. Quer dizer, é um modelo de negócios fechar o processo de design. Mas eu acho também um outro modelo de negócios abrir o processo de design. E mais rentável pra quem criar isso. Por quê? Porque o empreendimento cresce, os parceiros e fornecedores crescem juntos. Acho que esse é um ponto principal. Essa relação, talvez, de parasitismo, tentar sugar o máximo que tiver no cliente, às vezes, alguns designers têm, eu acho que é uma perspectiva muito ruim pra economia solidária. A gente precisa estabelecer laços de colaboração. O designer precisa, trabalhando com empreendimento de economia solidária, precisa aprender mais sobre economia solidária e até começar a oferecer os seus serviços como um serviço de solidariedade. E, de repente, até num esquema de... um esquema de fazer parte de um banco solidário que utiliza uma moeda social, e aí oferecer os serviços dessa moeda pra quê? Pra poder comprar produtos solidários daquela comunidade. É uma possibilidade, assim, digamos, que o designer está participando dessa... desse roteiro econômico. Então, quando a gente fala de design livre, a gente fala "use software livre". Um software livre que existe, que faz logo, marca, faz identidade visual, tudo que você precisar, se chama Inkscape. Inkscape.org, se vocês quiserem, é um software em português, é gratuito, é software livre, dá pra baixar e instalar no seu computador sem precisar pagar um centavo. Se você quiser pedir uma mudança no software, quiser pedir uma pergunta, quiser fazer um curso, vai ter muita gente querendo te ajudar a usar esse software. Tá? Inkscape é um software... Eu, pessoalmente, já trabalhei com software proprietário, já trabalhei com CorelDRAW, já trabalhei com o Street, o Photoshop e outros empresas que tinham pagos R$ 5.000 e tal. Eu acho que esse aqui é a primeira vez que um software livre é melhor do que o software proprietário em termos de facilidade de uso. Ele é mais fácil de aprender a usar, mais fácil de usar. Claro, tem algumas desvantagens. Às vezes vai travar um pouquinho a mais, sabe? Travou, você perdeu, isso infelizmente acontece às vezes, raramente. Mas, ele é melhor de modo geral. Porque os outros também são mais raros, por que nada. Também acontece. Esse software eu não vou ensinar vocês a mexer, mas eu vou dar a dica para vocês aprenderem. Procurarem cursos nessa área. Dica. (...) Eu acho que ele é mais parecido com o Corel do que o Illustrator, mas ele é mais fácil do que o Corel. É basicamente, aqui tem as ferramentas de desenho, aqui tem as cores que você pode usar, aqui tem as opções avançadas. É isso. Aí, aqui você vai desenhando com o mouse. Tá bom? Esse aqui é um exemplo de uma identidade visual que eu criei junto com outras pessoas usando o Inkscape. Que é o vocabulário comum de participação. Que é um projeto de estabelecer uma base, uma maneira de se comunicar entre diferentes projetos de participação social. Aqui é uma das logos. Aqui é a logo reduzida. É, digamos assim, a micro logo que a gente fala, para usar em espaços menores. E aqui você tem um splash. Aqui os elementos da logo. Vocês podem ver que alguns elementos estão aqui. Mas não é a logo. Isso aqui é só um splash. Utiliza a mesma tipografia. O mesmo tipo de letra. Mas não é a logo. Não está escrito o título. Então não é a logo. Mas isso aqui é o que a gente chama de identidade visual. Uma série, conjunto de imagens. Tudo feito no Inkscape. E aqui está um pouquinho... Ah, mais um detalhe importante. Com o Inkscape você consegue trabalhar com arquivos abertos que outras pessoas compartilharam na internet. Então, aquela mãozinha que vocês viram aqui atrás, essa mão aqui, não foi eu que desenhei. Eu não sou desenhista. Eu desenho péssimo. Como a maioria de vocês. Mas quando eu sento no computador, eu me basei usando o Design Livre, na experiência de vários outros desenhistas que desenharam para mim. E para todo mundo. Uma palavra que vocês gostam de usar muito é generosidade. Alguém generosamente compartilhou com o grupo. Então eu copiei essa mãozinha e mudei as coisas. Pegou uma mãozinha que já dava a desenhar. Isso. Por quê? Porque a pessoa que desenhou essa mãozinha pensou em compartilhar e colocou no site Open Key Part. Esse site você pesquisa, infelizmente, você só consegue encontrar em inglês. Você vai ter que saber que mão é "hand" em inglês. Pesquisar e vai aparecer o desenho. Você vai baixar e vai colocar dentro do seu Inkscape. Outra coisa que eu fiz também, aquela letra que vocês viram lá, não foi eu que desenhei. Eu baixei uma letra de um site Open Font Library. Também, infelizmente, em inglês. Você vai ver, você digita lá o que você quer e vai achando vários tipos de fontes. Você escolhe, faz o download, instala no seu computador. É um pouco mais complexo o processo. E aí você consegue utilizar em qualquer programa, não só no Inkscape, mas no Word. E aí vai. A vantagem de você usar essa tipografia, essa fonte livre, é que você não incorre em nenhum tipo de leis, você não infringe em nenhum tipo de lei de direitos autorais. Você pode colocar uma imagem, colocar na sua logo que é a Coca-Cola, sei lá, cortou um pedaço do L da Coca-Cola e botou na sua logo. Vixe! Você vai ser processado. Vai ganhar a letra da Coca-Cola. Você vai ser processado e vai pagar muito dinheiro com a Coca-Cola, porque você infringiu uma lei de direitos autorais. Aqui não. Os próprios autores falaram "eu quero que você infringe". Quer dizer, eu quero que você confie. Eu não ia ser confiada. Mas é isso mesmo. Aqui é um processo de desenvolvimento daquela logo que vocês viram da vocabulária de participação. Eu usei uma plataforma chamada Corais.org que é uma plataforma que eu desenvolvi que serve para empreendimentos de economia solidária, já tenho mais de centenas, quase, de projetos de economia solidária lá. Não vou explicar como funciona ele aqui nessa oficina. Essa plataforma. Mas fica a dica para uma próxima oficina. Eu só vou mostrar. Corais.org. Deixa eu escrever aqui. Aqui na quadra. Corais, ele permite não só a criação de identidade visual que eu estou mostrando agora para vocês, como ele também permite criar um banco de moeda social. Tem mais coisas que ele faz também, mas eu não vou falar muito sobre isso hoje. Vou falar sobre essa parte de identidade visual. Ele permite que você crie a distância. Então, esse projeto tinha 60 pessoas participando ao redor do Brasil. Não tiveram oportunidade de ter uma oficina como a gente aqui. Eles criaram pela própria internet. Então, uma pessoa, no caso eu, fiz um desenho. No próprio site você faz o desenho, o rascunho. Aí uma outra pessoa chegou e falou "Fez outro desenho". Falei "Ah, por que não fazemos assim? Umas mãos assim, cheias de linhas e tal, conectando uma rede". E aí depois, alguém foi lá, uma terceira pessoa foi lá e juntou os dois desenhos. Pegou e juntou a ideia de rede, com a ideia de mãos. Com as cores, como se fosse uma espécie de um quebra-cabeça. Então, isso aqui é o processo de cocriação que a gente chama. Eu crio, você cria, nós criamos. Cocriamos. Eu crio, você cria, nós cocriamos. Então, o que é uma identidade visual livre? Já falei o que eu acho que é a identidade visual solidária. Identidade visual livre, ela é cocriada por clientes e fornecedores. Você pode ter pessoas que contam, também participando do processo. Pode ter pessoas que são designers, pode ter pessoas que não são designers. Não tem briga de egos, evitar de uma pessoa usar argumentos de autoridade. Eu sou o dono desse empreendimento. Eu sou formado em design, então eu sei o que é certo e o que é errado. É evitar isso, porque eu acho que isso infere, dificulta a liberdade do outro de se expressar. Feita com software livre, para ter essas vantagens que eu falei anteriormente. E resultados compartilhados. O que você fizer, o que você descobrir, compartilhe com outras pessoas. Acho que isso vem com a surpresa, ao enquanto do que a gente faz em comunicação solidária. Obrigado. A gente vem estudando no sentido de que a gente vai construir junto. Saber politiza, negociação da democracia. Realmente é esse o sentido. Por exemplo, o processo de criar, de votar se a pessoa gostou do nome ou não da associação, se quer mudar. Agora, acho que a gente pode ter mais ideia de como criar um novo título, um novo marco para a gente. Se eu pudesse, né. Muito bom você falar isso. Você valida, digamos assim, o tresforço que a gente está fazendo. Eu não tenho essa tradição de trabalhar com economia solidária, mas eu estou tentando. Então, eu estou montando, digamos assim, uma proposta de design que tem a ver com a economia solidária. Então, você dar essa validação é ótimo. Mas depois que a gente terminar o curso, a oficina, vou perguntar isso de novo. E aí, o que teve sentido, o que não teve? Para a gente ajustar aqui também e estar desenvolvendo mais esse sentido. Tá bom? É bem legal que você tenha já compartilhado esse comentário. Então, vamos começar o processo de criação. De cocriação, melhor dizendo. A gente... Estou um pouco preocupado com o horário, né. A gente não vai fazer tudo que eu tinha planejado. A gente vai fazendo, segunda-feira, e continuamos. Vocês vão começar montando grupos para jogar o jogo do produto Pinóquio. O produto Pinóquio, o que é o Pinóquio? É aquela história lá, não é da Disney, não. A Disney só fez um desenho animal. A história existia como uma fábula anteriormente. A história do Pinóquio é de uma criança, ou melhor, um brinquedo que queria virar uma criança. Um produto que queria virar uma pessoa. Então, o jogo produto Pinóquio, você vai transformar o seu produto que você tem no seu empreendimento numa pessoa e vai imaginar como é essa pessoa. Essa é a ideia do jogo. De novo, tem que usar a imaginação. De novo, é design, dá sentido. Você vai olhar para o seu produto, o seu empreendimento solidário. Pode ser um serviço também. Vou botar uma palavra serviço, porque eu acho que alguns de vocês talvez tenham mais a ver com serviço do que com produto. Não sei, estou imaginando assim, né. Mas, transforma numa pessoa. E aí você vai pensar como é essa pessoa. Você vai fazer um desenho dessa pessoa. Pode misturar características do produto com características de uma pessoa. A maneira mais fácil de fazer isso, dando um exemplo aqui, digamos que o seu produto seja... Alguém diz um produto aí. Ou um serviço. Camiseta. Digamos que o seu produto seja uma camiseta. Aí você desenha uma camiseta bem crua e aí você vai colocar olhinho, boca, vai colocar a mãozinha. Veja que eu estou colocando a mãozinha dentro do produto. Se você colocar em volta, não daria a mesma pessoa. Bom, se o produto fosse essa pessoa, como seria essa pessoa? Esse desenho é para ser simples, né. Bem... Sem comprometimento. Apenas para vocês se colocarem na dinâmica. Aí você vai anotar num papelzinho colorido. Vou dar para vocês esses papelzinhos aqui. Vocês vão anotar nesses papelzinhos aqui. Como ele responderia as seguintes perguntas? Como sou? Qual é a minha comunidade? E o que me faz diferente? Qual é a minha luta? Cada papelzinho se escreve uma palavra. Pode escrever um pouquinho mais também se precisar. Mas cada ideia é um papelzinho diferente. O ponto principal é a gente montar equipes agora já pensando em equipes que vão trabalhar com a criação dessa identidade visual. Então, eu acho que é importante... Pode ligar no pequeno? Do lado de cima. É a gente montar equipes que tem uma mix de perfis diferentes. Vamos escrever os perfis que tem hoje aqui na sala, tá. Para a gente ajudar a montar essas equipes. Me corrija se eu tiver errado. A gente tem aqui hoje empreendedores. A gente tem... O que mais? Acadêmicos. Acadêmicos? Estudantes. Estudantes. O que mais? Nós temos hoje aqui? É... Gestores. Gestores. Quem mais está aqui hoje? Usuários. Usuários, boa. Usuários. Quem mais? Empreendedores. Já está aqui. Quem mais está aqui hoje? Tem investidor aqui? Não, eu tenho que falar do que tem aqui hoje. Tem investidor? Tem investidor. Quem mais? Tem designer aqui? É... Designer. Não, mas eu acho que é diferente do estudante de psicologia do estudante de design, certo? É. Só tem de psicologia, não tem de outro curso. Então, vamos botar estudante... Tem fotógrafo também? Vamos lá, botar fotógrafo aqui. Que mais? Terapia ocupacional. Estudante de terapia ocupacional. Sim. Coordenadores. De que? De cápitas. De segurança. Coordenadores de cápitas. De segurança. Não é gestor público? É, gestor de dados. Tem assistente social. Assistente social? Não, não. Não, não. Tem mais alguém que não está representando, que se sente representado aqui? Ou dá para se representar todo mundo aqui? Tem artistas. Tem artistas também. Vou colocar aqui, para vocês verem. Artista ou artesão? Como vocês se chamam? Artesão ou artista? Artesão. Artesão. É melhor do que artista? Artesão. Fechou? Agora é o seguinte. A gente precisa formar equipes, só que a gente tem um problema. A gente não tem como formar uma equipe com um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez. Não vai ser produtivo uma equipe com dez pessoas. A gente precisa formar equipes de mais ou menos quatro, cinco pessoas, de preferência que estejam vinculadas a um empreendimento. Acho que o empreendimento vai ser o foco que vai atrair outros perfis. Então, se você é estudante de psicologia, se você é gestor público, se você é investidor, designer, fotógrafo, estudante, você vai ter que escolher um empreendimento para ajudar. Só que você vai ter que ver que a gente precisa ser generoso com todos os empreendimentos. Não podemos ter um empreendimento apenas com todos os designers, todos os fotógrafos, todos os estudantes. Não dá. A gente vai ter que se separar. Então, a gente vai ter que fazer alguma mediação do tipo não vai ter designer suficiente, não vai ter fotógrafo suficiente, não vai ter... para cada um dos empreendimentos. A gente precisa formar esses grupos agora. Então, a primeira coisa a fazer é os empreendimentos se pronunciarem. Os empreendimentos se pronunciarem. Levantarem. Fiquem em pé. Fiquem em pé, por favor. Para a gente ver quantos empreendimentos nós temos aqui. É separado o empreendimento? Você e dois? Ou é junto? - Também junto. - O produto é de... - É separado. Então, fica separado. Vocês estão separados. É outro grupo diferente. Vocês não vão trabalhar no mesmo grupo. É isso? Eu não estou perguntando o produto. Estou perguntando o empreendimento. Se vocês fazem produtos... - Então, é só uma. Fica aí. - Então, fica só uma. Fica só você em pé, por favor. Deixa eu contar. Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete. Então, é sete. - Eu não estou no empreendimento, mas eu participo do pessoal lá do grupo. Eles não estão aqui. Eu posso ir levantando. - Mas você quer desenvolver como empreendimento ou você quer ajudar outros empreendimentos? - Então, eu queria... Eu queria ser como empreendimento, porque eu levaria para lá. - Entendi. Então, ótimo. - Um empreendimento? - Sim. - Seria um representante de cada grupo? - Eu acho que é um só. Um empreendimento só. Olha só, gente. Atenção aqui. Cada empreendimento vai trabalhar separado. Se vocês levantarem duas pessoas da mesma associação, vai separar a associação. Entendeu? - Dependendo se eles vendem produtos diferentes ou elas trazem juntos... - Então, agora vamos fazer o seguinte. Tente separar espacialmente para aglutinar as pessoas. Então, aquele canto da sala não tem ninguém. Então, vai um grupo para lá. Vai já um empreendimento para aquele canto lá. Lá atrás. Vai para a gente formar um grupo. - Eu não tenho ninguém. - Então, vai um grupo para lá. Vai já um empreendimento para aquele canto lá. Lá atrás. Vai para a gente formar os grupos. Não fica perto. Se você tem empreendimento, fica longe. Fica um pouquinho longe, por favor. Só para a gente se situar. Agora, os empreendimentos vão começar a falar o que eles fazem rapidamente para convidar para você, quem tiver não é empreendimento, decidir que grupo você vai. Pode começar aqui, por favor. Fala o seu empreendimento e vamos ver se alguém quer ajudar você. - Lá no Brasil Solidariedade Fazendinha tem um grupo de trocas e também tem um grupo de empreendimento. O pessoal faz sabão, faz costura também, faz aquelas almofadas de amamentação. É isso. - Todo mundo vai se apresentar, depois quem tiver sentado vai começar a se juntar nos grupos. Lembrando que se você chegar no grupo e já tiver muito desábio, já tiver muito psicólogo, já tiver, você vai para outro. É muito difícil, para formação de grupo não tem como ajudar muito você nesse espaço, você tem que fazer por conta própria. - Recordados, costura e fazer desenfiltro. - Recordados, MDF, de tarefa de ciclagem. - O meu empreendimento trabalha com personalização de produtos, MDF, network, né, costura em geral, crochê e feute. - O meu é confecionando roupas, jacaré, tiaras e chavezinhas. - O meu é colares, chaveiras e costura. É em tecido, colar é tudo em tecido. - É uma associação, uma soviar que está com diferentes grupos, fotografia, mosaico e pintura em tela. - O nosso empreendido é as mãos, a gente também faz o nosso empresonado em geral, mas o nosso forte é bolso, bolso de tecido, é cobelho, é bolso de peruíba. - Tá bom, agora tem mais algum empreendimento que faltou? Está todo mundo representado aí, né? Agora vocês vão decidir, agora vocês, quem estava observando vai decidir quem vocês vão ajudar. Vocês vão ter um tempo para perguntar, para conversar, para formar esse grupo. Levantem-se, vão até as pessoas que se apresentaram. Quem não tem grupo, tem que ter grupo. Se você não tem grupo, se junte. Misture. Vocês dois que trabalham já se conhecem, grupos diferentes. Vocês têm cinco minutos para fazer essa organização do grupo aí. - Eu acho que o que a gente está... tem uma parte do grupo que está sentindo envolver esse produto, nesse processo de aqui produzir aqui, essa brincadeira faz a gente pensar qual o diferencial, quem que a gente vai atingir, qual é a qualidade que esse produto vai estar inserido, qual que é a diferença desse produto. Transformando ele em uma pessoa, a gente começa a pensar talvez o que realmente esse produto traz, o que ele é, enfim. Mas nesse sentido, o que realmente a gente pode transformar o caminho. - Eu acho que você começa a perceber que o produto não é só o produto em si, que o produto ele fala, ele tem uma vida, ele tem uma identidade, ele se representa por si só. Eu tenho algumas coisas aqui, eu vou descer dessa saca, não sei o que. Tem produto que a gente põe ali e ele se vende. Mas tem produto que a gente tem que vender. Então, é bem isso, acho que o que ele coloca na porta? O produto em si. Você transformar ele em uma pessoa e ele fez isso. - Ele se vende também. - Acho que foi da dúvida uma ideia, a ideia se surgiu, se tornou uma parte, você criou a consistência desse produto. - Alguém mais? Falar alguma coisa? - Eu acho que o primeiro é a satisfação, o tempo de descobrir coisas, você sempre vai trabalhando, trabalhando, muito mais do que eu pensava, pra quem você vende esse produto. Então, eu acho que foi um momento pra descobrir nossa, quem, onde eu posso mostrar mais. - Eu acho que é muito complicado, tudo isso, tudo o que o pessoal falou, realmente, tem um outro significado, não é simplesmente uma coisa. Tem todo um significado de entrada, até mesmo pra quem faz, pra quem vende, pra quem tem essa atividade, né, com esses produtos. Eu acho que o significado é bem daquilo. - E a parte de você conhecer no caso a pessoa, ou a pessoa que fez, ou a pessoa que produz aquilo. Você geralmente vai numa loja, a gente vai lá e compra o produto em si, de uma pessoa que você não sabe quem produziu, como se fosse a Coca-Cola, vamos por exemplo. A Coca-Cola você não sabe, em finidade, o que tem lá dentro, ou o que tem lá na etiqueta. E num produto artesanal, na maneira como, pelo menos das meninas aqui, é artesanato, você vai conhecer como a pessoa geralmente, ela acaba contando um pouco da vida, da vida daquele produto, né. Como que ela fez, com qual tecido, levou cuidado lá, por exemplo, assim, se era confortável, que tipo de tecido que ela usou, que era pra beber, não, isso daqui é antialérgico, não é. Então, eu acho que é legal essa parte, porque, queira ou não, você acaba conhecendo um pouco mais do produto, um pouco mais da pessoa, até mesmo do que produziu ali, que fez aquele produto. Que é diferente de você comprar numa loja. - Legal. Bom, gente, a gente tá com pouco tempo, tem que interromper vocês, desculpem. Agora eu preciso passar a tarefa de casa, tá bom? A tarefa de casa é o seguinte, pode ligar, por favor, as duas primeiras, do lado esquerdo? - De volta. - A tarefa de casa é o seguinte, vocês vão construir o que a gente chama de painel semântico, ou também conhecido em inglês como mood board. Esse painel semântico, ele é um painel com um monte de imagens, referências, referências imagéticas, que vão ajudar vocês a se inspirar pra pensar a identidade visual do empreendimento. Esse aqui é um exemplo de um mood board pra uma marca bem conhecida. Mas a marca não aparece. Só por olhar a diferentes tipos de... diferentes tipos de imagens que você está vendo aqui, vocês deveriam, talvez alguém aqui consiga identificar qual é essa marca. Conseguem dizer qual a marca, qual a empresa, qual o logo que está representado aqui de uma maneira diferente? - Como são duas? - Tá vendo? Não é difícil, né? É Google! Então o que foi? Uma pessoa fez esse mood board pensando na Google. Escolheu várias, várias outras imagens que não são a imagem que a Google usa, mas que são elementos que a Google usa. E aí o que ela conseguiu? Conseguiu construir uma representação da Google sem mostrar o logo da Google. Pra construir uma logo, vocês vão fazer o processo inverso. Vocês vão criar esse painel semântico pra depois criar a logo de vocês. Pra quê? Pra que vocês percebam essa multiplicidade de maneiras de expressar uma identidade visual que não precisa ter a logo. Vocês viram? Se identificaram a Google sem ver a logo do Google. Olha que incrível isso. Tá? Vocês vão fazer isso pros empreendimentos de vocês também. Só que pra isso vocês precisam dessas referências visuais que tem a ver com o que vocês querem ter nos seus empreendimentos. Vocês vão buscar referências. Então como é que funciona? Recortes de revistas, livros, qualquer coisa que você possa destruir e trazer pra cá na segunda-feira. Se não tiver livro, revista, você pode procurar no Google Imagens fotos que tenham a ver com o que você queira expressar com um valor. Mas você vai ter que imprimir. Essa tarefa de casa é chata. Você vai ter que dar um jeito de imprimir. Se não trouxer impresso, não vai dar pra fazer a nossa atividade. Vocês vão ficar travados. Não vai ter como. Mas se muito ruim, se você não conseguir fazer isso, a gente vai ficar muito prejudicado. Soltos. Tragam soltos, o painel vai ser construído aqui no sal. Tudo recortadinho em pedaços. Traga o máximo possível. Na hora que vocês trouxerem, vocês vão escolher. Não precisa usar todas. Isso pode ser feito individualmente. Eu acho até mais legal vocês fazerem individualmente, pegarem várias imagens, várias imagens que vocês acham que tem a ver com o empreendimento, trazer e montar junto e aí decidir. "Ah, eu acho que esse vai, eu acho que esse não vai. Pô, você trouxe uma coisa legal, acho que devia trazer esse." Vocês vão escolher melhor e tentar encontrar uma construção que faça sentido, que tenha certa coerência. Aqui vocês veem todas as imagens que têm uma coerência. É por isso que vocês vão fazer em grupo, para chegar nessa coerência. O objetivo é fazer um painel semântico da marca na segunda-feira, começando às oito horas da manhã e, pelo amor de Deus, venham no horário para aproveitar o máximo de tempo que vocês têm. Se não a gente ficou prejudicado, tinha uma dinâmica para fazer com o Lego, que eu vou ter que calcular se vai dar tempo de fazer na segunda ainda. É, que ajudar também a avançar um pouco mais no processo. Espero que vocês estejam achando útil, tá? E tragam mais gente também na segunda-feira, se tiverem outras pessoas associadas aos empreendimentos ou que queiram trabalhar ajudando vocês na identidade visual, tragam. Quanto mais gente, pode trazer, tem espaço aqui na sala, tá bom? E na verdade vai ser essa sala aqui. Vai ser na sala 21, vai ser na sala 21, que é do outro lado aqui do corredor, no fundo ali, mas é bem pertinho, tá? Do outro lado ali do corredor. Quer fazer mais anúncios da Trilhas? Lourença, fica à vontade. Bom, gente, a gente tem o material da Trilhas aqui na saída, quem não ficou pode pegar. Eu acho que é assim, bem rapidinho, né, porque já estamos bem avançados, mas essa é a ideia, a gente não falou da Trilhas sem fazer, essa é a ideia da proposta. É... Que voltem todos na segunda-feira, né, que tragam a gente, que é um grupo que já fez o vídeo, ele ajudou. É... Acho que lembrar da data, né, o pessoal, os empreendedores que ainda não fizeram a inscrição na segunda-feira e que queiram fazer, a inscrição vai até o dia 21. Mas lembrem, tem aquela cartinha lá, então mandem bem.