Gestão do Conhecimento e Pesquisa das Experiências, ou na Pesquisa das Experiências, é uma aula rápida só para a gente pensar como se acostumar com a ideia de que numa Pesquisa das Experiências você vai estar lidando com o desconhecido e muitas coisas não vão estar evidentes a princípio e, portanto, vai haver uma certa confusão e isso é ótimo, significa que você vai em um bom caminho. Qual é a racionalidade por trás disso? E, por outro lado, porque é importante encontrar uma outra pessoa, o outro, para que essa confusão gradualmente vá sendo transformada em conhecimento. A premissa básica da Pesquisa das Experiências é que ela é um processo de expansão da consciência. Vendo uma perspectiva mais ampla, não só do design de experiências, essa é uma prática que amplia o métier, ou seja, a noção que os profissionais têm da sua própria atuação, para além de uma entrega de um job para um cliente que está pagando dinheiro, que é como muitas vezes as pessoas imaginam que é a profissão olhando de fora. Na prática, o que você está fazendo ao fazer uma pesquisa é considerando o seu ambiente de trabalho, os vários stakeholders, os colegas de trabalho, as pessoas com quem você tem que interagir dentro do seu projeto, as partes interessadas. Então você amplia o seu escopo de consciência, você não está mais só consciente do briefing que o cliente deu, das ferramentas que você vai usar e da grana que ele vai te pagar, você está consciente das relações econômicas, políticas, sociais, culturais que envolvem a relação com esse cliente, mas a relação com os colegas de trabalho que vão ajudar a desenvolver aquele trabalho e principalmente a relação do seu trabalho com o trabalho de pessoas que não fazem parte da mesma empresa, da mesma organização, mas fazem parte da mesma sociedade, da mesma cultura, da mesma comunidade. Então você começa a se posicionar através da pesquisa de experiências dentro de um mundo que vai além do nosso próprio objetivo. Isso é, como se fala em jargão comum, uma expansão da consciência. O objetivo é que essa consciência expandida, essa cabeça aberta, vá adquirir novos conhecimentos sobre o usuário. No caso da pesquisa de experiência, ela tem esse foco, entender a tal da experiência do usuário. E aí nesse processo de expansão é bacana perceber a distinção entre consciência e conhecimento. Não é o conhecimento que vai gerar a consciência. Muitas vezes vocês no processo de aprendizagem acabam caindo nessa falácia, que é uma propaganda, uma ideologia, melhor dizendo, disseminada pelas tecnologias da informação e até mesmo para alguns processos educacionais, de que diz o seguinte, quanto mais conhecimento você acumular, mais conhecimento você vai ter. Quanto mais dados você ter, mais poder você vai ter. Não é assim que funciona nos estudos da psicologia, nos estudos da epistemologia, lembra uma aula muito antiga que a gente teve lá no começo do curso, de qual é a característica do conhecimento de design? É que ele é um conhecimento expansivo, ele está sempre visando novos conhecimentos. E a cada objeto que você faz é um conhecimento sobre o mundo, embutido no mundo, em forma de objeto, em forma de artefato virtual ou digital, imaterial, de uma certa maneira. Então, na verdade, é a consciência que vai gerar o conhecimento. A consciência é esse passo que você dá rumo ao desconhecido. Não é o conhecimento que dá o passo ao desconhecido, tá? O conhecimento é ali o que você sabe. O que você não sabe e você sabe que você sabe é a sua consciência. Então, essa consciência tem essa característica expansiva de colocar você numa situação de desconforto, em que você não sabe exatamente o que você está fazendo. Então, essa consciência vai puxar o conhecimento. Para vocês perceberem como isso é crucial para a formação de vocês, note o contrário. Pensa no contrário. Como é que é o conhecimento sem consciência? Imagine um conhecimento que não tem consciência de estar consciente. Desculpa, conhecimento que não se sabe como conhecimento. Um conhecimento que está simplesmente materializado no mundo, sem uma mente humana por trás. Quer dizer, tem uma mente humana por trás, mas não tem uma mente humana naquele momento junto com ele, porque ele foi materializado num livro, por exemplo. Um livro não conhece uma forma de conhecimento, uma expressão, uma materialização de um conhecimento, mas um livro não escreve outro livro. Um livro não acrescenta novas páginas por si só. Vai ter que alguém, uma consciência, acrescentar novas páginas. E aí é o exemplo do chat IPT, que a gente já tá vendo na disciplina de psicologia da criatividade. As inteligências artificiais, elas têm essa característica de serem conhecimento, mas não terem consciência de que são conhecimentos. Se eu pergunto para o chat IPT "Você é conhecimento?" Se você tem conhecimento, ele fala "não!" Ele nega, né? "Eu não tenho conhecimento, eu só tenho um monte de dados aqui". Na minha perspectiva, isso é uma mentira e ele tá falando isso porque ele quer se livrar da responsabilidade dos erros que ele tem com o chat IPT. E como, por exemplo, confundir informações, me dar referências falsas. Mas uma coisa eu concordo, que ele não tem consciência. E ele diz "lá, eu não tenho consciência do que eu estou fazendo". De fato, ele não tem consciência e ele não pode ser julgado. A gente não pode prender o chat IPT porque ele cometeu um erro. O que a gente tem que culpabilizar são os desenvolvedores do chat IPT. São essas pessoas que vão fazer o chat IPT responder as perguntas do jeito que ele responde, por mais que ele tenha uma série de possibilidades inesperadas. Ainda assim, os desenvolvedores são aqueles que podem ser responsabilizados por isso. Então, o chat IPT não cria conhecimento, ele apenas combina logo, ele não vai servir para fazer o trabalho para vocês automaticamente. Não adianta você chegar lá e pedir "chat IPT, crie uma pesquisa de experiências sim". Porque o que ele vai fazer é compilar as pesquisas de experiências existentes, que é uma parte do trabalho que vocês vão ter que fazer e vocês podem usar o chat IPT sim para ajudar vocês nesse trabalho. Mas uma coisa que ele não vai fazer é dar o próximo passo, que é gerar um novo conhecimento sobre uma experiência específica ao qual ninguém estudou ainda. Quanto mais diferenciada distante da sua experiência, melhor, porque você vai estar se desafiando a buscar algo que nem o chat IPT vai conseguir mapear. Algo que ninguém pesquisou ainda, algo que pouca gente sabe porque é um conhecimento do outro, desse outro que normalmente é excluído da nossa sociedade como um ser de conhecimento. Então, a consciência que quer conhecer algo novo, ela necessariamente vai trabalhar com pouco ou nenhum conhecimento sobre o que se quer conhecer. Então, essas formas de observação, tipo croquis, esboço, pensamento visual, como a gente chama em psicologia da criatividade, são formas de materializar um conhecimento que ainda está incompleto e é por isso que é vago, é por isso que é tosco. De propósito, aprendam que você desenhar mal é desenhar bem no design, porque desenhar mal significa dar espaço para algo que você ainda não vai vir a conhecer. Se você faz um desenho realista, que você pode avaliar comparando com um objeto representado, tipo o qual o nível de representação, tem até um nível hiperrealista, você compara aquilo ali e fala "nossa, esse desenho aqui hiperrealista é superior ao desenho realista". Sim, no propósito de representação do objeto, mas no propósito de conhecimento daquele objeto, considerando que a verdade sobre os objetos não está na sua aparência, afinal de contas, não se julga um livro pela capa, não se julga uma pessoa pela face, pelo rosto, logo uma caricatura ou um desenho, um auto-retrato não reflete a totalidade daquele ser, mas é uma maneira de interpretá-lo, como a gente também já trabalhou naquele exercício de "eu sou o meu lixo", mas "eu sou o meu lixo", justamente a gente escolheu o material lixo porque ele é uma forma da gente expressar esse autoconhecimento incompleto que temos, que o dia que se completar, provavelmente vocês estarão mortos, porque o ser humano ele produz conhecimento, ele é conhecimento, ele não é só consciência, então cada vez que você faz uma coisa nova, você já criou algo novo, um conhecimento que alguém pode querer aprender com você, então esse processo de autoconhecimento ele nunca acaba porque a gente está se desenvolvendo e as nossas ferramentas de expressão desse conhecimento também tem essa característica expansiva, então se você estiver sentindo confusa, confuso, em algum momento desse processo, vocês estão no caminho certo, é isso mesmo, a pesquisa de experiências, como qualquer forma de pesquisa, vai envolver necessariamente momentos em que você vai explorar algo desconhecido e no caso da pesquisa de experiências, o que é mais interessante de explorar é justamente essa experiência que você nunca tenha passado na sua vida e nem vai passar, algo que você nunca fez e nunca talvez vá fazer, eu tenho mostrado esse diagrama várias aulas passadas porque ele é chave para entender essa relação de alteridade, de diferença que existe entre a experiência do designer e a experiência do usuário e agora eu destaco o papel da consciência nesse processo de aproximação, de troca, de encontro, a experiência do designer sabe tudo como funciona os objetos, como os objetos são feitos e como eles podem ser feitos diferente, já a consciência do usuário sabe tudo de por que aquele objeto vai ser usado, para que serve aquilo ali na prática, então muitas vezes acontece que tem uma decisão, uma distância entre a experiência do designer e do usuário, o designer não tem consciência de como é a experiência do usuário, não sabe que existe uma maneira diferente de usar aquele objeto e que o propósito que o designer pensava não bate com o propósito que o usuário pensa ou de fato é, experiencia no seu dia a dia e é por isso que eu tenho batido nessa tecla de que é um erro nesse trabalho você projetar, planejar uma pesquisa de experiência de designer, você tentar uma pesquisa de experiência do usuário e para esse website ampliar a sua consciência, expandir a sua consciência para que haja um ponto em comum, o objetivo é que você tenha mais consciência do usuário, o usuário tenha mais consciência de você, você designer, usuário, essa outra pessoa diferente que faz parte de um grupo social historicamente excluído dos outros, a produção do designer como o curso superior ao qual vocês estão cursando, então o outro ele é esse desconhecido, ele encarna essa falta de conhecimento, ele é portanto uma figura ameaçadora, desafiadora, uma esfinge, decifra-me ou eu te devoro, então a gente sente um frio na barriga quando a gente vai fazer uma pesquisa em campo encontrar essa pessoa, mesmo que seja encontrá-la simplesmente através de uma etnografia virtual ou de uma entrevista feita pelo telefone por exemplo, mas isso é bom porque isso nos desafia, nos incomoda, porque a gente percebe a nossa diferença, que a gente não sabe o que o outro sabe e por isso existe essa necessidade do encontro de consciência, se você soubesse tudo sobre o outro, você na verdade não seria o outro, não existiria o outro, você seria o mesmo que aquela pessoa e pode acontecer, se acontecer de você tá estudando uma pessoa, tá fazendo uma entrevista com ela e ela só fala, só chove no molhado, quer dizer, só fala coisas que você já sabe, pensa em entrevistar uma pessoa completamente diferente, pensa que a sua pesquisa não está focando ainda nesse outro, porque você só está ouvindo coisas que você já sabe, se vocês não conseguirem perceber essa diferença entre o mesmo e o outro ou por outro lado, se vocês odiarem essa diferença, que é um sentimento que tem crescido muito na sociedade brasileira por conta de um fascismo velado ou muitas vezes explícito, você vai talvez querer reagir violentamente a esse outro, espero que não, estou explicando esse tema justamente para evitar que vocês tenham atitudes violentas em relação ao outro, tá? Olha o que acontece quando você joga o outro nesse espaço do desconhecido e deixa lá para sempre, tipo, eu não quero conhecer essa coisa, é o que aconteceu com os Estados Unidos em relação à guerra no Iraque, o Donald Runsfeld, ele era o secretário de defesa na época, começo dos anos 2000 e aí a imprensa perguntou para ele, por que é que vocês estão indo invadir o Iraque? Ele falou, olha, a gente já sabe que existem guerras, armas químicas e eles estão dispostos a soltar essa arma química e contaminar todo o Oriente Médio, então a gente precisa invadir. Aí o repórter perguntar, mas quais são as provas que vocês têm? Aí ele fala, dá uma de derrotando a manhão, né? Tipo, eu tenho convicção, mas não tenho provas e essas provas nunca foram encontradas e essa guerra no Iraque hoje, muitos anos depois, é considerada um grande fiasco da história mundial, porque além de ter sido uma guerra sem um propósito muito bem contínua, deixou o Iraque em frangálise. Até hoje ele é uma nação incendida, quebrada entre os Chiitas, os Sunitas e mais o Estado Islâmico e uma série de outros grupos que disputam o poder e o país não consegue, não conseguiu se reerguer. Então foi desvastadora a guerra no Iraque para o Iraque. Os Estados Unidos foi uma excelente oportunidade de negócios, o que permitiu aos Estados Unidos recuperar a hegemonia sobre o acesso ao petróleo no Oriente Médio. Mas voltando ao assunto dos conhecimentos, do conhecimento e da consciência. O repórter pressiona o Hans Söld e pergunta, tá, mas então se não tem provas, por que vale a pena a gente fazer a guerra no Iraque? Ele diz o seguinte, olha, no Iraque tem coisas que a gente sabe que não sabe, mas o pior mesmo são as coisas que a gente não sabe que não sabe. "Unknown unknowns". E com essa frase ele marcou época na teoria do conhecimento, especialmente na gestão do conhecimento, que seria uma teoria aplicada dentro das organizações que vai estimular as organizações a fazerem incursões arriscadas. Por exemplo, gastar bilhões de dólares para fazer uma guerra contra um país que não se sabe qual é a ameaça que ele está oferecendo. No caso ali existia esse "Unknown unknown" seria o terrorismo, uma forma de implementar o terrorismo. No final das contas a guerra no Iraque vai pavimentar o espaço para, como eu falei, o Estado Islâmico, que não existia, ou se existia ainda era muito incidente. Aquela desestabilização política que a guerra no Iraque vai provocar depois na Afeganistão vai criar os espaços para que o Estado Islâmico prospere, que vai ser aí sim uma organização terrorista. Então é uma situação bem complicada a diplomacia e a geopolítica, mas o ponto é que os iraquianos e as pessoas que moram no Oriente Médio, com exceção dos israelitas, foram colocados como o outro, como sendo esse ser estranho. Essa pessoa com qual os árabes, com qual os estadunidenses não querem se relacionar, não querem o petroneo. Então eles fazem guerra para destruir esse outro. A gente já discutiu esse tema da diferença entre consciência e conhecimento lá no começo do curso também, quando falávamos sobre essa característica expansiva do conhecimento de design, e eu usei a chamada matriz de Hanzfeld para mostrar que o design tem a característica de buscar um conhecimento do qual ninguém sabe e que é esse conhecimento que o Hanzfeld destacou lá, "anon annons". Só que são aqueles conhecimentos que a gente quer saber e é por isso que a gente vai fazer a pesquisa. Esse conhecimento que o não sei que não sei está justamente vindo, é o conhecimento do outro, é o conhecimento vivencial de ser uma pessoa historicamente desprimilhajada, ser um usuário, ser um usuário. Pessoas pobres, negros, indígenas, aquelas pessoas colocadas à margem da sociedade, porque são o outro. O governo, o Estado trabalha para cuidar dessas pessoas, ou então no caso uma empresa para explorar, mas ninguém quer realmente conhecer, a não ser designs. Pesquisadores de experiência, nós estamos aí justamente para dar um pouco de consciência para nossa sociedade, para as coisas que a sociedade quer ser inconsciente. Então existe um processo que vai daquilo que a gente tem certeza, que a gente sabe que sabe, que é o conhecimento do que é o conhecimento que pode não estar no você indivíduo, mas está em você, classe, grupo social, profissão, tá? Você não sabe, mas você sabe alguém que sabe. Então você tem esse conhecimento na mão. A partir do momento que você começa a fazer a pesquisa, você começa a se mover para esse outro lado das coisas que você não sabe. Mesmo no começo você sabe que você não sabe, você se joga, porque você tem uma certa segurança, a partir do momento que você chega, em trechos de momentos da vida, é assim que você vai realmente descobrir coisas que você nunca imaginava que existiam, esse conhecimento vai te mexer com você. E aí talvez você volte e veja, olha só, tinha coisas que eu já sabia, mas eu não sabia que sabia. Isso vai gerar em você, dá uma certeza, sei que não sei, isso é um ciclo. Claro, não é um ciclo linear, é um ciclo que vai e volta. Então esse mesmo também pode se promover pela interação com outro, a alteridade é isso, é um encontro entre concessos que promove a diferença e a transformação de ambos os lados, ambas consciências. E é isso que a gente vai exercitar na pesquisa de experiências, a gente vai montar daqui a pouco um diagrama de a matriz de Hunsfeld, tá? Com esse caminho do sei que sei para o não sei que não sei, vai voltando. E aí nesses passos, durante os passos, vocês vão preencher com informações cruciais para o planejamento do projeto de pesquisa, que é premissas básicas, de onde você parte para o seu projeto, quer dizer, o que você considera como sendo a experiência que você está querendo estudar por enquanto, né? Aquilo que você já sabe que não sabe, que seriam as lacunas da sua pesquisa, que ninguém sabe ainda, né? As perguntas norteadoras, que seriam justamente aquele momento que você dá o salto, e é por isso que na passada o exercício de elaborar essas perguntas de pesquisa ou perguntas norteadoras foi difícil. E, por fim, as hipóteses, que é um tipo de pergunta que você já sabe a resposta, você só tá querendo confirmar. Então, a diferença entre hipótese e pergunta de pesquisa é que na hipótese você já sabe a resposta, porque é uma coisa que você não sabia que sabia, tá? Como é que a gente vai chegar a esses conhecimentos que se tem pouca consciência? Através do Lego StudioSplay, novamente, que ele é muito bom para ter consciência daquilo que não se sabe, da experiência. Por quê? Porque o Lego StudioSplay é uma ferramenta metafórica e a metáfora tem várias interpretações possíveis e isso se torna mais evidente quando você mostra o seu modelo de Lego StudioSplay para uma outra pessoa e ela percebe algo que você não tinha percebido e já acrescenta uma consciência da sua falta de consciência. Então você começa a perceber "nossa, tem isso aqui também para explorar". Então, voltando, o conhecimento se expande a partir de consciências e não de próprio conhecimento. Não adianta você acrescentar e empilhar um monte de conhecimento teórico, um monte de conhecimento de artigo científico e fazer uma pesquisa em fontes secundárias. Porque se você não fizer uma pesquisa em fontes primárias, ou seja, se você não encontrar o usuário de fato, você não vai ter acesso a uma outra consciência e seu conhecimento não vai se expandir. Ele vai se acumular, mas não vai se expandir. Então a gente vai hoje ter uma coisa diferente que teve na semana passada, que é diálogos sobre os seus modelos. E a gente vai trabalhar também com um tipo de modelo diferente novo, que é o modelo de massa de modelar estruturado. É um modelo experimental que eu estou desenvolvendo, ainda não testei muitas vezes, mas em que vocês vão expressar esse tiro no escuro, que é o "não sei que não sei". Vocês vão tentar dar corpo, materializar esse "não sei que não sei" e vai vir através da descoberta que o diálogo vai proporcionar. Então vocês vão depois fazer um modelinho com esse objetivo. No caso, massa de modelar e atom lig, que são os materiais que eu estou usando para esse exercício. E essa imagem, que vocês devem estar se perguntando o que isso representa, olha, é difícil dizer exatamente. É um momento em que o estudante está refletindo sobre uma experiência de ser fotografado num estúdio profissional. O que tem a ver? Bom, estamos falando sobre sensações e sentimentos. Cada parte dessa massa de modelar é uma sensação que a pessoa está sentindo ali naquela hora. Então, de novo, aquele desafio gigantesco que é representar uma experiência que é tanto subjetiva quanto objetiva. Então, por fim, o que a gente vai compilar hoje é essa matriz de Hanzfeld, num quadro branco, que vai mencionar aquelas coisas que você sabe que sabe, que você sabe que não sabe, não sabe que sabe e não sei que não sei. Então, vai ter dois momentos para vocês preencher esses post-its. E o objetivo é, com isso, completar a matriz de Hanzfeld para vocês depois terem como uma ferramenta, caso queira usar, não é obrigatório, durante todo o processo de pesquisa. Ela pode organizar, ajudar você a organizar o conhecimento que você vai acumulando e vai expandindo. Então, eventualmente um post-it vai passar de um lado para o outro. Isso aqui é uma imagem de uma matriz de Hanzfeld que nós usamos numa disciplina colaborativa do Bacharelado, projetos para pessoas. Até o ano passado ela foi ofertada. Nessa disciplina não tinha uma emenda pré-definida. Os estudantes definiam o que eles queriam estudar semana a semana usando a matriz de Hanzfeld e aí acumulando o que a gente já sabia que sabia e o que a gente queria saber e descobrir juntos coletivamente como um processo de aprendizagem colaborativa e participativa inspiradas na pedagogia freiriana e tudo mais. Adoraria que o curso fosse todo assim, que vocês tivessem aprendido as regras do processo de aprendizagem, mas por enquanto a gente pode apenas fazer isso nas disciplinas optativas e futuramente na nova matriz vai haver mais possibilidades como essa. Isso aqui também dá para fazer numa ferramenta digital como o MIRO ou outra ferramenta de quadro branco em que você possa estar sempre atualizando a toda semana as coisas novas que você vai descobrindo sobre a sua experiência. Então, para concluir, a gestão do conhecimento na pesquisa de experiências, ela promove encontro entre consciências que visam diversificar o conhecimento de designers e usuários. Isso é um diagrama que a gente já tinha visto também em outros momentos, que mostra um impacto, ou seja, o efeito da pesquisa de experiências na constituição do ser. O ser outro é reconhecido como diverso, ele não é apenas o usuário genérico e abstrato, ele é um usuário identificado, tem vários tipos de usuários, usuárias, usuárias e por aí vai. E essa diversidade do usuário acaba sendo incorporada para o mesmo que também se torna diverso. Com o tempo, você começa a sentir a necessidade de ter pessoas mais diversas na equipe de design. Então, a pesquisa de experiências, relembro vocês, é uma das áreas mais progressistas da área do design e promove dentro das empresas a necessidade de contratar pessoas diversas, LGBTQIA, pessoas com deficiência, pessoas pretas, mulheres, estrangeiros, imigrantes, refugiados e por aí vai. Gente, então isso foi a apresentação inicial para vocês prepararem.