Assuntos é desse, dessa alçada e hoje integro aí o time de professores da arquitetura e design da PUC também faço pós doc no PPG informática lá da PUC do Paraná eu vim falar sobre é uma relação contemporânea entre interação no computador e design participativo é claro que pra falar sobre relação contemporânea a gente precisa voltar um pouquinho na história recente nós vivemos uma mudança cultural na nossa sociedade a partir dos anos 60 mais ou menos é nós temos uma transição muito forte de uma sociedade massa para uma sociedade civil essa sociedade massa os princípios básicos são de consumo submissão e aceitação nós caminhamos rumo uma sociedade cujos princípios são a recriação a participação e a crítica claro que a gente ainda não está lá a gente vive hoje um movimento híbrido uma sociedade em transição para uma sociedade civil onde o cidadão tem uma individualidade e tem também uma possibilidade de contribuição para os delínias para destino digamos assim do coletivo vamos decupar essa mudança em três áreas específicas, em três relações específicas a mudança na relação do estado e sociedade então nós temos uma crise da representação política um grupo muito pequeno de pessoas representando as outras numa democracia hoje não se torna mais tão justificável e aceitável para boa parte da população as pessoas questionam e dizem não me representa uma das falas de dois mil da crise política que aconteceu no Brasil 2013 nós temos um maior acesso à informação para as pessoas verificarem que aquilo que o político fala eventualmente o estado fala eventualmente não confere com a realidade e pode por outro lado também fiscalizar o estado o estado tem cada vez maior tentativa de privatizar, de colocar no âmbito privado seus serviços e através também muitas vezes de parcerias com organizações da sociedade civil outra relação que eu quero pontuar mudanças é na relação entre organização e trabalhadores então você tem uma fragmentação das profissões cada vez profissões mais especializadas para um dos motivos ou talvez uma das consequências é a fragmentação dos próprios trabalhadores enquanto classe então é muito difícil hoje o sindicato se manter porque você tem N profissões, não tem mais um sindicato dos operários para proteger os seus direitos e granjar uma margem boa de negociação perante os patrões por outro lado existe uma valorização muito grande do capital intelectual então hoje o trabalhador é chamado de colaborador e muitas vezes ele até graças a esse capital intelectual que ele traz para a organização ele tem acesso aos lucros da participação dos lucros da organização que é também uma mudança muito grande hoje o trabalhador muitas vezes ele também é um sócio da empresa em que ele trabalha e última relação é a mudança entre empresas e clientes que é onde mais aparece aí a interação mante computador os clientes estão mais críticos por outro lado mais organizados em websites como Reclame Aqui Associação de Consumidores e na própria rede sociais as pessoas se unem para fazer a imagem de uma marca e para uma situação negativa quando essa marca não oferece produtos e serviços muito de bar qualidade o estado ele intervém mais nessa relação do que antigamente ele cria normas e regulamentações cada vez mais definidas tem as agências também definindo padrões em função da defesa do consumidor e você tem a experiência do usuário aparecendo como grande diferencial porque o número de ofertas ofertas se diversificou as pessoas podem escolher o que elas querem consumir e elas tendem a escolher aquilo que elas dá mais satisfação para elas então são essas três relações principais que eu estou pontuando que vão da origem ao design participativo o design participativo não é exclusivo da computação mesmo termo é utilizado em três áreas pelo menos três áreas diferentes começo falando da arquitetura que é segundo os meus estudos a área que começou primeiro a utilizar esse termo design participativo ou também muitas vezes com o sinônimo design é baseado em comunidade ou community design Henry Sanof Stanley King Paul David Dauph e no Brasil Sergio Ferron já falavam da importância da participação dos usuários no projeto arquitetônico desde os anos aí 50 e 60 no design de produto também existe um movimento similar que utiliza também o termo design participativo Victor Papaneck Ezio Manzini Elizabeth Sanders e Rita Couto brasileira que da Constituição Universidade Católica do Rio de Janeiro então são pessoas que enfatizar a importância da participação dos usuários na criação de produtos ou de serviços colocando como uma benefício principal de que esses serviços, produtos seriam mais adequados às suas necessidades agora o foco da minha apresentação é o design participativo na computação Peléin, Susanne, Burka Michael Miller Thomas Binder e a professora Cecília Baranowskas que embora não utilize diretamente esse termo eu colocaria, digamos, dentro desse movimento design participativo que é um movimento de caráter inspirado muito numa premissa ética e não a premissa funcional ou uma premissa política como era nos outros movimentos que diz respeito a tentar incluir mais pessoas no projeto para que essas pessoas com o processo participação aprendam algo sobre a computação e possam utilizar essas computação nas suas dinâmicas, nas suas atividades como é que começa esse design participativo? Então um pioneiro dessa área que eu destaco é o Peléin uma pessoa que eu tive a oportunidade de trabalhar lá na Holanda dando um curso em parceria com a Universidade de Twente foi também membro da minha banca ele teve a oportunidade, Banco de Doutorado ele teve a oportunidade de começar esse movimento em 1970 quando os sindicatos procuraram o centro de pesquisa em computação isso aconteceu em vários lugares da Escandinávia para ajudar no processo de negociação frente aos patrões por mudanças nos sistemas de trabalho mudanças nas tecnologias, existia uma lei que os sindicatos conquistaram de que eles tinham que ser envolvidos em qualquer mudança tecnológica nas empresas em que os operários trabalhavam e a partir disso começa uma abordagem de projeto que tenta ajudar esses trabalhadores a terem uma capacidade maior de auto determinar a maneira como eles vão trabalhar um dos tópicos principais do design participativo quando ainda nem utilizava-se esse nome é a relação entre computadores e democracia então levantou-se que os computadores eram fundamentais para uma sociedade mais democrática já que o computador é uma ferramenta que seria utilizada em várias áreas de trabalho e ele iria reunir informações e distribuir trabalho ele deveria ser gerido e projetado democraticamente começa um movimento Computers for Democracy funda-se uma sociedade chamada sociedade para a promoção da democracia com computadores não me lembro agora exatamente o o título que depois vai organizar uma conferência em design participativo e os três pontos principais que eles levantam esse movimento é que os computadores fornecem restringe ou também escondem a informação computadores podem ser utilizados para organizar por outro lado pode ser usado usados para vigiar as pessoas controlar e manipular e eles podem por outro lado ser projetados para promover a apropriação social por coletivos democráticos se estão conscientes desse papel essa faca de dois legumes que são os computadores então as primeiras pesquisas em design participativo começa a discutir o processo que a qualidade do processo de projeto deveria ser democrático então começa a se distinguir entre um processo que é democrático ideal que você tenha uma fase de deliberação, o que nós vamos fazer, o que nós vamos construir tem uma fase de decisão de todo mundo que está participando pode manifestar e essa decisão impacta na escolha coletiva tem uma fase de cocriação que não se decide mas se constrói opções em que se modela colaborativamente colocando a mão na massa e por fim tem a um mutirão onde as pessoas vão lá e implementam o que elas decidiram o que elas deliberaram juntas fazer porém na prática esse processo ideal raramente acontece de maneira fluida existem divergências em vários momentos e as vezes atores externos condições que modificam o trabalho de design participativo que impedem que esse processo seja fluido isso é natural, isso é esperado de qualquer processo participativo que as pessoas enfrentem breakdowns, enfrentem conflitos, enfrentem problemas que vão desagregar os coletivos então isso é a realidade as pesquisas em design participativo sempre tentam enfatizar essa realidade de maneira bem pragmática, tentar aprender com elas e num próximo projeto lidar melhor com essas essas divergências, dificuldades existe também algumas algumas desculpas, digamos assim, muito comuns para não se fazer design participativo que são frequentemente identificadas na literatura são argumentos justificativos que parecem muito racionais do tipo nós temos que fazer assim, infelizmente não há dinheiro para para justificar, para pagar a participação, não há tempo, não há outra maneira então se não dá para fazer deliberação, não dá para fazer decisão, não dá para fazer cocriação nem mutirão o negócio é implementar a guela abaixo o que tem do projeto porque tem que entregar até dia 30 então essa justificativa ela parece racional, ela parece inevitável mas ela demonstra aí de fundo um processo antidemocrático e o projeto participativo ele não só propõe uma maneira de fazer democraticamente como também constrói uma crítica aos processos antidemocráticos e os mais perigosos que são aqueles que se dizem democráticos e não são que é o que eu chamo de pseudo participação eu identifico aqui três principais estilos de pseudo participação vale a pena se ficar atentos para ver se vocês um dia não são envolvidos, incluídos em processos desses para fazerem a crítica, tomem cuidado que isso no Brasil agora está na moda tokenismo o que significa isso? você envolve uma pessoa de cada tipo de público ou de cada cor de pele ou de cada etnia e aí coloca todas essas pessoas numa mesa parece que elas estão participando, elas tem a oportunidade de falar no final quem toma decisão é uma outra pessoa ou é depois desse processo e aquele processo participativo não tem efeito real na tomada de decisão, não impacta, não muda, não transforma então isso se chama tokenismo muito forte hoje na nossa pseudo democracia que está se tornando o Brasil outro também que está muito na moda, está voltando aí ou talvez nunca foi embora, demagogia o que significa? uma pessoa faz um discurso, defende o bem comum, mas na verdade ela está apenas interessada em defender os seus próprios interesses ou o interesse de um grupo menor e utiliza para isso, para convencer dos outros artimanhas de retórica e política que a gente já conhece bastante aí e por fim um que está crescendo cada vez maior que é o que é redefinir o significado de democracia como a ditadura da maioria não é isso o significado da democracia a ditadura da maioria é uma redução da democracia para um processo de decisão numérico que não é democracia, democracia é um processo de entendimento mútuo, de compreensão de deliberação e não simplesmente de você vai ter que aceitar porque você não participou ou porque você foi vencido num voto isso não é democracia, tá? então agora tomem cuidado se vocês forem envolvidos em processos desses é até aqui eu estava falando então sobre as questões mais práticas não estava teorizando muito a crise da democracia não vou ter tempo para fazer isso, mas só cito quatro grandes pontos que teorizam essa crise da democracia o fim das grandes narrativas do Jean-François Léautard ele fala que as pessoas hoje no final do século 20 deixaram de acreditar que era possível uma sociedade melhor, utópica a União Soviética entre colapso e as pessoas não acreditam mais, por exemplo, no socialismo como uma alternativa democrática ou uma alternativa com uma sociedade melhor então ninguém mais acredita em nada a acumulação excessiva de capital financeiro em especial é pelos 1% da população detendo a maior parte da riqueza da sociedade diminui, cria riscos que afeta a democracia, porque as pessoas não têm mais dinheiro, não conseguem mais ter acesso à informação votam nos demagogos esses demagogos eventualmente podem se tornar governantes totalitários neoliberalismo que desconstrói que acaba com a ideia de estado que cria privatizações, as pessoas ficam sem ter um órgão que tem a função de oferecer informação neutra, digamos assim, para a população e o crescimento do antagonismo é uma uma análise muito interessante da Chantal Muffi que eu vou adentrar aqui segundo a Chantal Muffi, o antagonismo está crescendo porque existe um vácuo deixado na política pela falta de identificação com os representantes então as pessoas dizem aí, o povo unido não precisa de partido muita gente dizendo que, se todos os políticos são corruptos então vamos acabar com a política, vamos fechar a política, vamos na computação existe uma utopia de que a gente pode implementar um sistema de governo totalmente digital, todo mundo pode votar o que quer fazer e você não precisa mais ter representantes você governa pela ditadura da maioria digital, quem consegue acessar os sistemas descobrir, entender as opções, vai lá, vota você tem um sistema mais meio que uma máquina em lugar do estado, uma máquina é que é gerida pelo crowd, digamos assim tem inclusive um partido pirata que defende essa essa moção no Brasil e em outros lugares do mundo mas continuando a análise da Chantal Muffi, ela diz que esse déficit de identificação se deve a prática de consensualismo de centro que dilui o embate político e entroga de acordos pela governabilidade aqui está uma imagem muito curiosa da comemoração do 15º ano de atualização da parceria PMDB-PT que hoje em dia já não existe mais tão forte, mas parece que está voltando de novo curiosamente depois do golpe então essa mistura entre partidos esquerda e direita pra governar, pra fazer a coisa governar faz as pessoas não acreditarem mais que existe realmente uma esquerda e uma direita e aí o que acontece as próprias pessoas começam a encarnar o debate político, o antagonismo a divergência de ideias que deveria ter executada, que antes era executada pelos políticos, hoje é feita pelas próprias pessoas, que todo mundo vira político todo mundo vira juiz todo mundo vira militar nas redes sociais, todos os três poderes estão em uma pessoa só e as pessoas criam embates políticos intermináveis que geram uma audiência magnífica para as redes sociais e que promove também a geração de capitais financeiros e capitais intangíveis como a atenção que as pessoas dedicam a essas polêmicas e informações veiculadas nas redes sociais então na computação se busca alternativas pra esse ser um problema conhecido e na computação refatiza-se muito redes distribuídas, não centralizadas como uma alternativa pra evitar esse tipo de problema, de algoritmos que manipulam a sociedade a diáspora talvez seja a rede social alternativa que mais se desenvolveu até agora só que apesar de ela ser código aberto, ser distribuído, ter um sistema federado ela não tem resolvido esse problema do antagonismo porque o projeto basicamente de interface mesmo do Facebook, não tem muita diferença e a maneira como foi projetado também foi parecida com o Facebook, é um grupo de especialistas que projetam por uma maioria muito grande sem ter uma interação, sem ter uma participação no projeto sem ter um processo de entender o que é aquela tecnologia e como ela impacta no dia a dia dos seus próprios usuários e esse debate deveria ser conduzido pelos próprios usuários então eu acompanho um projeto que vem há alguns anos já do um grupo ligado ao movimento de cultura digital no Brasil desenvolveram várias ferramentas de participação social digital e uma delas que eu acho bem interessante é o Polis que tenta evitar essa polarização do antagonismo através de uma visualização de grupos de interesse de pessoas que têm opiniões similares mas sem forçar que elas mudem de opinião ou que elas anulem uma opinião pela outra então você tem um mapa com opiniões similares pelas pessoas construídas a partir do input do concordar ou não concordar com algumas moções é um sistema de debate aberto com visualização digital isso aí é o que a Chantal Mulfi tem chamado de agonismo que é um sistema, um espaço que permite que pessoas com opiniões completamente diferentes se encontram e debatam aceitem o fato de que elas não concordam no entanto elas conseguem fazer coisas juntas elas não precisam deixar de concordar é não precisam deixar de de discordar e gerar um consenso para que a democracia continue pelo contrário elas gostam de debater com quem tem uma opinião contrária porque a partir desse debate surgem novas ideias isso é o agonismo tá terminou? não tá tá, sim uma das maneiras que o design participativo implementa o agonismo é através de objetos compartilhados então na fala a gente se identifica muito com o que a gente fala eu sou o que eu digo então se você critica o que eu falei eu posso ficar chateado porque eu me confundo com o que eu digo porém se a gente cria um objeto, se eu coloco um objeto no mundo e fala olha esse objeto aqui é a minha ideia daqui a pouco a minha ideia, eu já pensei em outra coisa, mas o objeto continua lá e aquele objeto, uma outra pessoa vai lá e coloca outra ideia em cima, já não é mais a minha ideia é uma ideia compartilhada que a gente está construindo então esses objetos mediadores que a gente utiliza, objetos compartilhados são fundamentais para criar uma modo de interação, modo de deliberação agonista em que as pessoas não concordam mas elas vão construindo alguma coisa softwares podem ser, representar objetos compartilhados porém a representação desse software tem que ser expansiva e não redutiva o que é uma expansão, uma representação expansiva? quer dizer que ela tem múltiplos modos de visualização e não reduz tudo a números porque números são ferramentas extremamente flexíveis para fazer várias coisas mas que muitas vezes não tem significado para as pessoas então uma representação expansiva, ela pega número e transforma esse número em uma outra representação que as pessoas conseguem manipular, conseguem entender em diferentes modos, aqui eu estou mostrando um sistema de planejamento de rotina de trabalho no hospital que a gente desenvolveu lá na Universidade 20 você tem os passos que uma enfermeira faz para atender o paciente você tem a ponto de vista da enfermeira e você tem uma visualização geral dos vários fluxos passando para as diferentes partes do hospital o resultado dessa representação expansiva é uma avaliação e uma modificação do projeto arquitetônico do hospital essa mesma visualização pode ser feita também de maneira low-tech baixa tecnologia, usando materiais de escritório eu chamo isso do jogo de tricô em que você desenha os caminhos que os pacientes estão fazendo naquele espaço no caso desse projeto de um centro médico que tinha na Universidade 20 essa visualização gerou uma tal preocupação com segurança do paciente que o projeto acabou sendo cancelado então gerou uma ação coletiva dos usuários de barrar aquele projeto no lugar desse centro médico a Universidade 20 acabou construindo um design lab que é um centro de inovação multidisciplinária em que várias áreas da Universidade se juntam para construir projetos colaborativos porém logo que foi lançado ele ficava vazio o design lab porque a Universidade não tinha tradição de projetos interdisciplinares então não adiantava nem ter o espaço ali, precisava ter a prática e eles chamaram por indicação minha o professor Pelen para dar um curso nesse design lab junto com o professor Pelen a gente bolou uma intervenção para gerar essa colaboração multidisciplinar que era uma apropriação do espaço para uma espécie de uma rave de design colaborativo, design participativo então a gente propôs para a organização do design lab ficar uma noite inteira lá dentro construindo protótipos, fazendo coisas divertidas, tendo um tempo bacana e inaugurando aquele espaço como um espaço de convivência a direção do design lab na época negou, vetou o evento mas os estudantes fizeram assim mesmo, eles tinham a chave, eles tinham os métodos para entrar lá no design lab fizeram o evento, divulgaram entre os estudantes da Universidade 20 foi uma zona, teve bastante bebida, bastante brincadeira, bastante criação, poesia, música várias coisas bacanas aconteceram naquela noite porém, no dia seguinte, o estudante que tinha a chave, era o monitor do design lab, foi punido com duas semanas de suspensão a gente conversou, a gente apresentou os resultados, tentou mudar a visão da Universidade e hoje, quase três anos depois desse incidente, o design lab tem uma "Maker's Night" oficial que é um dia noturno que as pessoas são convidadas a ir lá no design lab para construir coisas, para se divertir a origem, digamos assim, desse evento está, obviamente, no Guanabana que foi um evento subversivo que aconteceu lá no design lab então, o que acontece? Como é que eu explico isso de maneira teórica? aqui você tem, na representação expansiva, contradições que estão, tensões que estão na sociedade se acumulando que vem à tona, as pessoas têm que agir isso não é algo ruim, é uma força de mudança é necessário que o design lab mude porque não pode ficar vazio com toda aquela infraestrutura que está sendo gasta ali e o design expansivo, o que ele faz? ele propõe a inclusão de pessoas diversas no projeto para que essas contradições sejam corporificadas nas pessoas e você tem uma maneira de falar, de agir, de conscientizar-se de que elas existem e essas mudanças, elas acontecem quando as pessoas se envolvem de corpo em alma, que elas estão lá, corpo inteiro participando do processo, do projeto eu utilizo bastante o teatro do oprimido como método para corporificar contradições aqui nós vemos um estudante de design digital corporificando a contradição de gostar de jogar jogos videogame mas ter que fazer os trabalhos da faculdade, que é no caso do lado esquerdo aqui o rapaz com o chapéu de bobo do lado direito você tem a pressão do mercado de trabalho para o cara estudar, para ganhar dinheiro e por trás tem o rapaz com a venda nos olhos, representa o sono então esse é o momento do estudante, do nosso design digital sendo mostrado eles estão mostrando o cotidiano deles e os desafios que tem nesse cotidiano com o corpo todo depois a gente faz uma série de dinâmicas para ensaiar como quebrar os padrões de interação que geram esse tipo de comportamento, isso é fundamental se quer transformar contradições você tem que quebrar padrões de interação e não somente segui eles porque estão nas guidelines, porque são as melhores maneiras de se fazer a experiência do usuário o Orkut, no começo, Orkut é a rede social que existia antigamente antes do Facebook perguntava qual era a sua orientação sexual hoje o Facebook pergunta sobre seu gênero e permite que você customize esse gênero e coloque o que você quiser dando mais opções para as pessoas superarem a contradição que existe entre orientação sexual e gênero na nossa sociedade então por fim, interfaces projetadas com a participação de pessoas diversas a minha visão multa a esperança de uma sociedade melhor no caso aqui está o que eu considerei como a minha obra-prima de projeto de interação que é a plataforma Corais tem várias coisas bacanas lá, mas uma delas é um sistema de banco social que impede a acumulação de capital até um certo limite ou seja, ninguém pode ser muito mais rico do que as outras que é uma visão minha utópica de que a sociedade poderia ser assim então recomendo alguns livros de design participativo no caso destaco um livro brasileiro editado pela professora Baranáskas que já mencionei anteriormente "Cor Design de Redes Digitais" "Make Futures" que é o último livro editado pelo Pelén e o "Convival Toolbox" que é um livro bem prático sobre design participativo que vou trazer amanhã na minha oficina então por fim, situações e projetos que fazem sentido design participativo o design não pode ter sido finalizado ainda, senão o que as pessoas vão participar o motivo do design do projeto tem que ser público, tem que ser algo de interesse de várias pessoas os poderosos querem compartilhar poder, poderosos são vocês também pessoas que projetam sistemas, têm um poder muito grande, querem compartilhar ou por outro lado, você pode estar do lado dos oprimidos, das pessoas que querem conquistar esse poder querem lutar contra aqueles que não dão espaço e por fim, o sucesso do projeto depende do compromisso dessas pessoas interessadas que não adianta ter a tecnologia sem ter o uso dela o sucesso do projeto inclui esse uso antes de terminar, só para quem for participar da oficina amanhã eu peço para trazer alguns materiais aí trazer chapéus, chapéus, chapéus se não me está dizendo máscaras, se tiver lego, uma quantidade de lego e é isso, muito obrigado [aplausos]