outros formatos que permitam uma liberdade maior de criação. Então eu vou tentar situar o Apple Watch dentro de uma tendência maior chamada computação vestível e vou trazer um conceito de corpo consciente também para inspirar novas ideias. Começando pelo histórico dos wearables da computação vestível. Esse anel era usado por mulheres educadas na China antiga. Há mais ou menos uns 400 anos já era usado esse dispositivo. Embora ele não permite computação, ele não permite programar, ele permite já calcular e ele é um dispositivo que você move bastante imponente para a época. Uma época em que a informação ainda era muito restrita a certos tipos de pessoas. Então chamava a atenção e era até uma certa uma ato de mágica você operar um negócio desse na frente de outra pessoa. Algo parecido com isso surgiu nos anos 70 já usando a tecnologia da informação. O primeiro relógio calculador, o Pulsar Calculator Watch. Uma coisa curiosa é que ele também dependia de um dispositivo extra para operação, uma canetinha ou algo pontudo. A diferença é que aqui é um dispositivo pontudo que o homem carrega e aqui é onde uma mulher carrega. No caso o que a mulher usaria que na época seriam os grampos, que as mulheres chinesas usavam muitos grampos para prender o cabelo especialmente da nobreza. Tirava o grampo do cabelo e operava ali o anelzinho. Aqui é a caneta que é um acessório fundamental na lapela do homem. E um detalhe interessante que esse aparelho ele não tinha ainda tela de cristal líquido que ficou popularizada alguns anos depois. Era uma tela de LED gastava muita energia, tanta energia que não podia ficar mostrando as horas o tempo todo. Então você tinha que apertar o botão pulsar toda vez que você quisesse ver as horas. Note que o botão pulsar ele está elevado, o único botão que está elevado que pode ser acionado sem a tal da caneta. Então já é uma preocupação ergonômica do aparelho não ser acionado o tempo todo. Apenas a parte de visualização das horas. Nenhum dos dois exemplos que eu passei até agora tinha capacidade de computação. Isso vai surgir a partir dos anos final dos anos 80, final dos anos 90 a eletrônica se torna pequena o suficiente para caber dentro de vestíveis, de wearables e surgem alguns pesquisadores interessados em levar o poder da computação para o contexto do cotidiano das pessoas, do dia a dia. Os computadores na época, a computação pessoal na época estava explodindo, estava começando a se consolidar mas ela exigia que a pessoa ficasse parada na frente do computador e inserisse todos os dados que fosse necessário. Esses pesquisadores viram na oportunidade de um computador portátil de coletar dados do contexto onde a pessoa estava usando o computador e levar isso em consideração na computação gerando dados mais relevantes para a atividade que a pessoa estava fazendo. E aí ao mesmo tempo eles tentaram dar uma aparência para essa tecnologia futurística trabalhando com o conceito de cyborg que estava muito em voga por conta da ficção científica nesta época. Então MIT Borg Lab que depois ficou conhecido como Wearable Computing Group eles foram pioneiros nessa área de computação vestível, criaram vários protótipos que hoje são produtos reais e apareceram curiosamente na revista super interessante nessa época. Não sei se algum de vocês teve a oportunidade, mas eu tive quando era criança de ler essa reportagem e ficar extremamente inspirado. Foi acho que um dos momentos que eu me atraí bastante pelo design de interação, que depois eu nem fiquei sabendo o nome, na época nem existia esse nome fiquei com muita vontade de estudar na MIT e tal não pelo visual dos caras, mas pela proposta de você usar a tecnologia não por um fim meramente funcional, mas um fim estético. Isso achei muito curioso, tecnologia ser uma coisa bonita, diferente um critério de distinção e por aí vai. Uma coisa interessante é que o visual da galera a vestimenta ela não bate muito com esse visual futurista que os aparelhos puxam com exceção do rapaz no canto da direita, ele está mais no estilo cyberpunk os outros estão no estilo bem casual, bem característico também dos anos 90 e por acaso por estranho característico também dos anos atuais, tem uma certa releitura nos nossos momentos, já fazem 20 anos isso, mais 20, 30 quase né. Um daqueles caras no canto esquerdo é o Steve Mann, ele já era pesquisador dessa área antes da formação desse grupo e continua a pesquisar depois que sair desse grupo, hoje ele é professor da Universidade de Toronto é um dos pesquisadores mais relevantes na área de computação vestível ele faz vários experimentos que provocam a sociedade a discutir, pensar e ao mesmo tempo esses experimentos ele faz com ele mesmo, ele cria protótipos funcionais, utiliza esses protótipos na sua vida nos momentos mais radicais você não espera que a pessoa vai estar usando, já vou mostrar um exemplo nesse protótipo aqui, que eu acho que a obra mais ousada dele, que na verdade ainda não foi concluída, trata-se de um sistema que você, uma capa estrutural que você coloca em cima do crânio que comunica-se com implantes que estão dentro do cérebro esses implantes são eletrodos que foram enfiados por microfuros que você faz no crânio aí você tapa e deixa um comerector de radifrequência, alguma coisa assim que permita essa conexão embaixo da pele então não é que ele fica grudado isso na sua cabeça mas para você poder utilizar você tem que ter os implantes embaixo da pele, coisa que ele ainda não fez mas o que ele fez foi um sistema que permite ler algumas informações utilizando frequências eletromagnéticas no cérebro para potencialmente no futuro permitir que as pessoas pluguem sentidos externos ao cérebro, por exemplo um cego pode plugar uma câmera e receber diretamente o feed dessa câmera no seu cérebro ou um paciente de Alzheimer pode plugar a memória assistente externa para gravar tudo que está acontecendo na vida dele e relembrar é um projeto bastante audaz, ainda não existe tecnologia suficiente para implementá-lo mas o fato dele tirar essa foto desse jeito convincente leva a gente a pensar se a gente realmente quer isso, se esse é um caminho se a gente está chegando lá e por aí vai bom o produto que ele mais ficou conhecido por desenvolver foi o ITAP que é um óculos digital, um óculos de realidade aumentada que grava também o que você está vendo que não é surpresa nenhuma que foi a origem do Google Glass o Steve Mann foi contratado pela Google para orientar o projeto um detalhe interessante, Steve Mann criou o ITAP nos anos 80 e desde então veio me aperfeiçoando até aquele formato que está ali nos anos 90 que deu origem ao Google Glass é o Google Glass simplifica, basicamente miniaturiza as funções que já existiam nesse ITAP usando esse ITAP, um dia o Steve Mann ele foi barrado em McDonald's em Paris porque o gerente achava que ele não podia gravar filmar naquele local sem pedir autorização ele estava filmando um monte de pessoas, inclusive os funcionários da empresa e isso não era permitido de acordo com o regimento interno ele solicitou ao Steve Mann que retirasse o dispositivo ao que recebeu a réplica de que aquilo era uma demanda do médico e o Steve Mann apresentou lá um documento do médico dele assinado dizendo que ele tinha que usar aquilo, era obrigado o gerente não aceitou e acabou tentando arrancar da cabeça dele o dispositivo que estava afixado porque ele usa 24 horas por dia basicamente e aí, inclusive estava junto com a família, foi todo um ao e-rom, um escando apareceu no jornal, nas notícias e levantou o debate público nas prévias, faltava alguns meses para lançar o Google Glass se era interessante que todas as pessoas tivessem um dispositivo desse gravando sem autorização, a qualquer hora sem você poder saber e sem poder verificar o que ela está gravando, sem ter também o controle isso acabou se tornando um problema que na época do lançamento foi minimizado num problema insoluvel, que acabou dentre outros problemas similares minando a própria iniciativa do Google Glass, foi um projeto abandonado pela Google em 2015 ele não atingiu um público muito grande, apenas desenvolvedores entusiastas receberam o produto e a Google não quis apostar numa produção em massa dele porque o feedback foi muito negativo não das pessoas que usavam o Google Glass, mas dos não usuários aqueles que estavam fora do, não tinham controle sobre o Google Glass, mas estavam sendo de alguma maneira afetadas, influenciadas pelo pelo uso daquele dispositivo a principal reclamação era a questão da filmagem, não tem nenhuma normalmente uma câmera de vídeo tem uma bolinha, um ledzinho que pisca quando ela está gravando, o Google Glass não tem nenhuma demonstração de quem está gravando para as outras pessoas então não tem como saber, se a pessoa está ali, por exemplo fazendo o que os delatores da Lava Jato fizeram com os colegas, né? corruptos e isso não preocupa só os políticos, mas preocupa todas as pessoas porque nunca se sabe quando você vai dizer alguma coisa comprometedora que pode ser utilizada contra você em um outro contexto, inclusive distorcida as pessoas querem ter o controle sobre a apresentação delas mesmas, principalmente quando é muito próximo assim da face e de modo geral o Google Glass não levou em consideração o corpo, né? a interação fora esse problema, essa questão da face a face, da importância da imagem da face ele não capturava dados biométricos e não utilizava isso para gerar alguma informação relevante para o usuário coisa que o Apple Watch fez muito bem o foco do Apple Watch é a geração de dados a partir do corpo humano, a partir do movimento dele, a partir das mudanças dos ritmos biológicos e por aí vai o Killer App do Apple Watch não é o relógio não é o principal app que é utilizado pelos usuários o principal app é o Activity segundo algumas pesquisas, algumas surveys conduzidas com usuários de Apple Watch por que o Activity? porque as pessoas descobrem através do Apple Watch que elas estão muito incidentais e o Apple Watch não deixa isso, ele tenta interferir e fala "ei, por que você não se levanta? vai andar um pouquinho, você está muito tempo parado" então essa bolinha do Activity Wheel que inclusive vocês não precisam do Apple Watch para estar experimentando, vocês podem instalar o Activity no Activity Monitor no iPhone ela significa o seguinte, no centro você tem o tempo que você ficou sentado no meio você tem o tempo que você ficou em pé e o vermelhinho significa o tempo do dia a divisão dos 24 horas que você ficou se movimentando acho que é isso não me lembro exatamente, mas são essas três variáveis principais que eles dão de feedback e ele vai te dando metas, do tipo "ah, hoje você pelo menos se levante 3 vezes" "ah, você hoje tenta caminhar um pouco mais" uma espécie de treinador digital que você controla e você define as metas para não pesar sobre você, não te encher o saco outro detalhe importante é que esses dados alguns são coletados diretamente da pessoa, com uma movimentação com o número de metros e outros são inferidos, que são chamados dados colaterais por exemplo, o número de calorias, ele não sabe exatamente quantas calorias você gastou ele teria pra medir isso, ele teria que enfim, ter alguma coisa dentro do seu corpo ele infere por uma média da movimentação versus algum algoritmo que eles utilizam para calcular gerando esses dados, existem vários outros dados que ele utiliza, por exemplo para saber que você, dados colaterais que ele gera para saber, por exemplo, quantos andares você subiu num prédio, quantos você desceu se você foi de elevador, se não foi, e por aí vai então agora vou fazer uma análise de vários pontos em que o Apple Watch levou em consideração o corpo na interação o motivo pelo qual ele ainda existe não foi descontinuado pela Apple, nem tem, parece que existe essa ameaça hoje o Apple Watch é o líder principal de Smartwatches no mercado o relógio mais usado? caramba ah, não sabia disso não essa novidade considerando que o o smartphone matou o relógio agora o Apple Watch está revivendo a categoria, ocupando uma espécie de um um vácuo deixado pelo relógio, saudoso então o Apple Watch em primeiro lugar é fashionable ele combina com diferentes roupas, acessórios que você utilizar tem a ver com a estética do vestuário da nossa época ele é bem básico, ele não chama muita atenção, justamente para ser um objeto mais genérico a única coisa que chama mais atenção nele é o acabamento em alumínio que é um acabamento bem mais simples do que um acabamento em ouro ou prata, que era bastante comum nos relógios de luxo na época e ainda é né é mas o que realmente faz a diferença na hora de de combinar com o seu estilo são as diferentes combinações, as diferentes estilos visuais que o relógio pode adquirir então você pode notar observando os estilos de relógio que cada um deles é endereça um tipo de estilo de vida obviamente também tem sua representação visual na cultura da moda eu acho que o Google Glass, você comparar com o Apple Watch nesse sentido realmente faz muito, faz todos faz toda a diferença você investir em simplicidade coerência, consistência cores básicas e principalmente algum tipo de customização nada disso está presente no Google Glass embora ele tenha um visual limpo né ele parece muito mais um artigo de ficção científica de um outro mundo em um outro cenário é talvez do Dragon Ball Z né do que num cenário atual cotidiano como o Apple Watch sem falar que o Apple Watch também faz referência ao próprio iPhone né e principalmente os primeiros iPhones que tinham essa borda é com alumínio que é um ícone já na nossa cultura então uma imagem é reconhecível enquanto que o Google Glass não se parece com nenhum outro óculos que aparece em ficção científica é bem curioso né você tem vários óculos que eles poderiam ter feito referência de óculos digitais que parecem que tinham ficção científica e eles vieram fazer o deles é então tem vários erros aqui também essa bolinha preta né que a câmera poderia tá sendo escondida sem quebrar coerência visual sem quebrar construção visual se por acaso o fundo não fosse de alumínio mas fosse também escuro não é nada fashionable o Apple Glass outro fator importantíssimo é a demonstração de status social através de acessórios de moda e o relógio né Rolex ocupou essa categoria como relógio de luxo que você usava mostrar poder né no Brasil nós tínhamos uma novela antiga Rock Santa e era um coronel que levantava o Rolex dele assim e toda vez que ele queria mostrar que tinha poder ou ia fazer alguma coisa então uma coisa importante né para a sociedade é demonstração de status através de acessórios quem sabe dizer quem é esse senhor que está aí na na imagem Rupert Murdoch que é um dos grandes magnatas da mídia estadunidense ele é utilizou o Apple Watch e assim como todos os outros usuários que eu conheci de Apple Watch fora vocês aqui da Academy todos, todas as pessoas que eu conheci que usavam Apple Watch eram executivos ou ocupavam altos cargos de direção em empresas eu acho assim como é? é isso mesmo a galera que gasta todo o salário para comprar um Apple Watch ou fica dando a prestação pior ainda e uma coisa curiosa assim o discurso que eu leio do executivo usando Apple Watch é o seguinte ele está dizendo eu sou uma pessoa ocupada eu não posso me dar a luxo de dar atenção total para você mas porque eu tenho consideração por você eu comprei um dispositivo que não me distrai tanto assim quanto um telefone celular, um smartphone então eu dou uma olhadinha rápida e continuo conversando com você então é uma espécie de uma gestão da atenção sutil a pessoa não fala isso a pessoa talvez nem pensa isso mas é isso que ela me comunica com esse gesto e eu nunca vi um executivo uma pessoa poderosa conversar comigo com o Apple Watch e desligar ou botar do not disturb uma coisa assim ele fica ali olhando mesmo é porque ele precisa, enfim, faz parte da profissão e por isso que ele comprou, senão para crer a mesma coisa uma das primeiras coisas que eu tinha que falar com uma amiga minha que o pai dela é médico e é louco por Apple assim sabe e a gente estava falando que ele é maluco, ele pode jogar não sei o que, eu não vou ter para você saber como é que é e aí uma amiga falou assim "nossa, mas quem compra isso é retardado" "o que?" eu metei um pau, assim e a minha amiga falou assim "cara, mas meu pai comprou porque ele precisa disso" "por que precisa, tá louca? Não precisa dar para nada" "isso é só para ele me mostrar que ele tem grana, não sei o que, vai pagar, não precisa esculachar" e claro que não tipo ele fica no meio de uma consulta com o paciente tipo depois, se ele pegar um celular e precisar responder tipo uma coisa importante de uma emergência muitas vezes o paciente não sabe o que está esperando algum resultado ou coisa que o manda e tipo fica chato ele tirar o celular do bolso para responder ao paciente ou algum outro médico e se ele olha no Apple Watch dele e vê alguma coisa é muito mais sutil do que ele tirar o celular, fazer algum gesto maior do que só virar perfeito, então isso é o que eu chamo de ritmo de interação então você tem um ritmo quando você está tendo uma conversa que se a pessoa desviar o olho da outra por muito tempo significa que ela não está prestando atenção, está distraída aquela pessoa não é importante então um médico especial precisa olhar para a pessoa nos olhos até para quando ele está dando uma instrução a pessoa seguir e o Apple Watch ele reduz o tempo necessário para você receber uma informação sem precisar lidar com um monte de coisas então quando você abre o smartphone você vai receber 300 mil notificações você vai ver um monte de aplicativos, um monte de funcionalidades que não são relevantes para aquele contexto específico do momento que você está vivendo o Apple Watch já dá um passo mais além nesse sentido e também permite demonstrar um estado de ativar o estado não perturbe muito mais rápido do que o Google S e muito mais rápido que outros dispositivos também até que o próprio iPhone eu diria engraçado porque eu senti o oposto na verdade, eu entendo que essa situação provavelmente é válida porque são pessoas de tipo por exemplo, um médico que está tendo uma consulta, um executivo etc mas eu quando tinha o Apple Watch eu senti o fenômeno oposto distração? é, não, tipo, por exemplo, quando eu estava conversando com uma pessoa porque por exemplo, com pessoas da minha idade, coisa assim, tipo, por exemplo, os ambientes ou os ambientes que eu frequento, as pessoas que eu converso é normal, enquanto você está conversando com uma pessoa, você tirar o celular e dar uma olhadinha em alguma coisa, tipo, isso é completamente aceitável é uma coisa que todo mundo faz só que tipo, eu olhar o relógio parecia que eu estava entediado nossa, também entendeu? parecia que eu estava querendo ver a hora assim e tipo, não aguente mais, quero ir embora e eu posso fazer isso? era muito bizarro, eu estava com o Apple Watch, eu estava com a notificação fácil aqui e eu pegava o celular pra ver a notificação porque eu achava que ia ser muito grosseiro, muito rude eu olhar no relógio é curioso que isso aí é uma espécie de um é uma espécie de um fóssil né, porque isso é esse gesto da época que as pessoas usavam relógio mas tipo, eu uso o relógio até hoje em dia hoje eu não estou com o meu relógio mas quando eu saía tipo, com a galera assim e cara, é certo, quando você está querendo ir embora, você tem alguma coisa tipo, ainda mais eu com o relógio meu celular morria, alguma coisa eu fazia isso, tipo e a pessoa é nítida o gesto que você faz quando você olha o relógio você olhou pra virar hora, a pessoa notou o seu gesto e falou assim "tá tudo bem, você está querendo ir embora?" eu falo assim tipo, "tá tudo bem, queria ver a hora, mas não" é que o ponto é que é muito aceitável pra gente, desse ambiente, você olhar o celular é uma coisa já meio instituída, se você pegar o celular e olhar é normal, mas ficar olhando o relógio ali parece que... engraçado né antigamente olhar o relógio era uma falta de atenção agora uma experiência que eu tive com o relógio, eu usava muito relógio eu gostava de relógio bem pequenininho pra não incomodar mas eu olhava toda hora ficava o dia todo, aí eu arranjei uma namorada que ficou reclamando "não, você não olha muito o relógio, você não deixa a vida fluir, você vive um tempo artificial não é esse o tempo da vida tira esse relógio, joga fora esse relógio" e aí me convenceu e me convenceu, me convenceu, eu joguei fora o relógio mesmo e comecei a usar o smartphone quando precisava olhava o relógio no bolso e nossa, minha vida mudou bastante, eu percebi que eu fiquei muito menos ansioso muito mais tranquilo e principalmente aproveitando o momento mesmo que isso implicasse também chegar atrasado em algumas situações e hoje eu não consigo voltar a vestir relógio e ficar olhando as horas tão preocupado com as horas quanto era naquela época é louco, o relógio te dá uma preocupação, isso é muito real que traz uma preocupação de horário que é absurda, absurda quando eu ganhei o relógio eu sentia a mesma pressão tipo, temporal, tipo com minutos eu não conseguia chegar no meu psicólogo quando eu estou no relógio ao colocar o relógio dentro de casa eu não consigo chegar dois, um minuto atrasado na consulta e eu fico tipo, cara me desculpe por fazer, esperar um minuto ele fala assim, Bruno, não tem problema? eu falei, não cara, mas eu vacilei na próxima não, não pode ser depois da próxima eu chego cinco minutos antes e fico assim tá tudo certo ele impacta muito fortemente sobre os nossos ritmos biológicos ele impõe um ritmo eu acho que o Apple Watch ele ele te dá a opção de você impor isso ou não eu acho bacana isso você não precisa ter como home screen ou relógio, você pode botar outra coisa se quiser é outro ponto a Apple Watch levou em consideração que as pessoas nunca estão satisfeitas com seus corpos e essas fotos aí são de pessoas que emagreceram depois de usar o Apple Watch, tem um caso também de uma pessoa que perdeu namorada, acho que o cara com o carinho do canto esquerdo ali, o Kevin não sei se perdeu namorada, não sei mas ele tirou foto ele tirou foto sem namorada, sozinho, sei lá, cresceu o cabelo também nossa, mas muda muito, olha o rosto dele pois é? aqui? é, fez uma diferença grande então essas pessoas elas afirmam terem emagrecido por conta do Apple Watch, pelos incentivos de mudanças de comportamento que ele traz o próprio Apple Watch não pode afirmar que ele permite emagrecer então a Apple não vai fazer propaganda disso porque se ela tivesse, se ela fizesse isso ela teria que provar para federal agents lá health agents, sei lá como é o nome lá dos Estados Unidos a Ministério da Saúde deles de que realmente o negócio é efetivo é algumas pessoas realmente emagrecem mas isso é uma minoria, uma parte das pessoas desiste desiste de usar o Apple Watch eu me descanso, mudou o cabelo [Risos] ou louco, que maldade olha a gordurinha que do lado do braço ela perdeu o braço ah, trai, meu amor [Risos] eu tenho uma síntese não, melhorar o cabelo também é um resultado bacana da Apple Watch então a questão, o ponto é o seguinte não é que o Apple Watch vai lá e muda o corpo da pessoa, ele muda a percepção do corpo da pessoa a pessoa acha que ela está mais magra, ou acha que ela está mais bonita, acha que porque ela segue, digamos assim, um ritmo que o Apple Watch promete, digamos assim, de atividades e tal e a pessoa se sente satisfeita por aquele feedback que o Apple Watch dá, dando mais confiança para a pessoa ela se conhece melhor ou conhece melhor o corpo que o Apple Watch reconhece e por fim, a Apple Watch levou em consideração que existem muitos médicos e cientistas interessados na variedade dos corpos humanos cada pessoa tem um funcionamento diferente e em estudos científicos sobre problemas de saúde difíceis de identificar essa variedade é um dado muito importante então tem um aplicativo chamado Apple Heart Study em que você pode baixar no seu iPhone, então não precisa ter um Apple Watch mas no Apple Watch ele vai funcionar de maneira mais intuitiva ele vai fazer a leitura dos batimentos cardíacos automaticamente no Apple Heart Study você vai ter que botar o teu dedinho em cima da câmera ele vai detectar pela câmera e aí ele vai mostrar para você se você tiver algum batimento cardíaco fora do normal a ritmo - Língua? - É, você bota o dedo na câmera e através da... eu acho da imagem da sua... - Da liga flash - Liga o flash, é? - É, ele pica o flash e conforme a intensidade do reflexo você bota o dedo assim conforme a intensidade da cor do reflexo ele consegue ver se tem sangue passando ao lado e conta os batimentos cardíacos - Caralho! - Eu tenho um aplicativo que vem ao meu ciclo do sono toda noite e toda vez que eu acordo eu coloco o meu dedo porque ele mede os meus batimentos cardíacos e ele faz todo um gráfico bonitinho assim da qualidade do meu sono toda manhã eu acordo e fico segurando aqui e irei seguir o meu dedo - O ponto principal do... - Sei lá o que falaram depois - A inovação mais interessante do Apple Heart Study é você fazer um estudo científico com uma grande quantidade de pessoas esse hoje é o estudo científico com o maior número de participantes da história tem milhares e milhares de pessoas que aceitaram participar e estão fornecendo os dados para a Universidade de Stanford pesquisar padrões de funcionamento do coração que possam ajudar a curar doenças bom, o que acontece na computação vestível? ela está tentando superar um paradigma, um preconceito em relação ao corpo que já está arraigado na computação e na computação pessoal também se reproduz ainda, é uma espécie de ranço de que o usuário do computador é uma pessoa racional e o objetivo de usar o computador é transcender toda a parte emocional, física, nojenta que o corpo traz então o computador é uma espécie de ferramenta para superar as vicissitudes do corpo humano essas pessoas acreditam que um dia a gente vai conseguir fazer o upload da nossa mente para o computador e viver uma vida totalmente sem corpo porque afinal de contas o corpo é falível, tem doenças, morre inútil tem uma galera que acredita nisso na computação e essas pessoas às vezes não estão satisfeitas com os corpos delas e acho que ninguém mais está satisfeito as emoções são vistas como distrações, como coisas que devem ser evitadas e essas pessoas até adotam uma postura desse tipo de comprimir as emoções de evitar as emoções na sua própria vida pessoal em especial pessoas que programam muito vocês devem conhecer pessoas que têm esse perfil isso é o que a gente chama dentro da interação no computador, da visão cognitivista do corpo o corpo é um suporte para a mente que pensa, mas o corpo não pensa o corpo tem que ser controlado, porque senão ele toma controle e só faz besteira e pode causar catástrofes, como no filme "Vídeo Drome" quem que assistiu? David Cronenberg é um vídeo fantástico sobre a mídia televisiva na época anos 70, anos 80 ele analisa como que uma pessoa muda o comportamento dela por assistir a televisão só que ele mostra como isso afeta até os interiores da pessoa é um filme que tem bastante imagens fortes, meio gore, uma estética meio de filme de horror mas não é um filme de terror, vale a pena assistir o "Vídeo Drome" e é um documento de época quando se pensava que as tecnologias tinham que ser utilizadas apenas para fins racionais se ela fosse utilizada para fins emocionais poderia sair fora do controle, que é o que acontece no filme a visão do pessoal que está desenvolvendo computação vestível atual é que a mente está encarnada no corpo ela é nada mais nada menos do que a atividade cerebral junto com a atividade de vários órgãos do corpo ou seja, a mente é um fenômeno que ocorre pela interação de várias partes do corpo e não só do cérebro então as pessoas pensam com o corpo inteiro um exemplo que é dado nessa visão é o efeito que uma doença tem sobre o seu pensamento o efeito que um susto pode ter sobre o seu pensamento, o efeito que a perda de um membro pode ter sobre o seu pensamento o efeito que os seus movimentos, a sua postura pode ter sobre seus pensamentos então tudo isso é levado em consideração na visão encarnada do corpo além disso, leva-se em consideração que esse corpo tem várias possibilidades, vários potenciais de ação, de pensamento mas que podem ser restringidas pela sociedade então é o objeto de uma disputa política o filme que trabalha muito bem essa disputa política é o Existenz, também do David Cronenberg alguém viu? no Existenz é um filme mais recente dele a relação das pessoas com a mídia é mais, como é que se diz, íntima então o que acontece? no filme você tem um dispositivo externo, um órgão humano construído biologicamente para ser uma espécie de um simulador de experiências virtuais que você pluga no seu corpo através de um cordão umbilical, biológico então existe uma troca biológica com esse órgão e você tem uma pira, você entra nesse mundo virtual lá você encontra outras pessoas, é uma rede tipo um second life só que no filme todo gira em torno da relação entre o corpo virtual e o corpo físico que está ali parado sem ação que é um questionamento muito interessante feito pelo David Cronenberg no começo da internet esse filme é de 1999, se não me engano e as pessoas começavam a explorar os mundos virtuais e ele questiona com o filme será que a gente não está ignorando, rejeitando, deixando para trás nosso corpo físico? será que não estaria ali no corpo físico nossos potencialidades reais de ação mais do que nessa second life? então a computação vestível está tentando superar alguns problemas clássicos da computação pessoal o primeiro deles é a ergonomia sofrível dos computadores por outro lado é uma demanda muito maior pela utilização da computação em atividades cotidianas então até as crianças hoje tem que fazer dever de casa no computador tem que assistir desenho animado no computador porque só ali tem os desenhos que ela gosta tem que jogar joguinho no computador e essa criança vai crescer com vários problemas de postura que depois vão acabar criando problemas piores de saúde, possivelmente de respiração às vezes botox, tem um estudo dos Estados Unidos que nos últimos 10 anos cresceu muito o número de botox nessa área do rosto que a gente fica assim no celular e daí tem uma tribo 2 porque você sobe aqui de novo porque cai a pele pela gravidade que você fica assim já vi que papada, o número de cirurgia plástica mais que triplicou para retirar a papada então o que acontece? o computador não foi projetado para ser algo ergonômico do ponto de vista do computador, não do usuário não oferece conforto, o usuário tem que se adaptar a uma melhor maneira de inserir dados para o computador e não para o usuário se fosse mais confortável por exemplo, ao invés de ficar com a mão assim ou assim você ficaria com os braços mais abertos, mais soltos, mais relaxados além disso você não estaria o tempo todo com uma mesma posição fixa uma das grandes vantagens ou grandes descobertas da ergonomia dos últimos décadas é que a melhor posição, a melhor postura para você sentar é aquela que você muda a cada 15 minutos aquela ideia antiga de "senta com a coluna reta" essa ideia da visão cognitivista do corpo, de que o corpo é uma máquina que você é racional, que você gruda ali e fica não é verdade, você dá problemas sérios de circulação se ficar parado na mesma posição por várias horas mesmo que seja a postura mais correta dos diagramas que você vê a empresa quando a gente faz um estágio é a Edson, é o Ministro Internacional e tudo mais e lá a cada 30 ou 45 minutos a tela do computador trava, fala levante ou passa algum vídeo para você fazer algum exercício típico exatamente para ativar todas as informações aqui na nossa academy, nossa querida academy, nós não temos uma imposição de mudança de postura mas nós temos a possibilidade de mudança de postura, uma variedade muito grande de posturas de trabalho além das nossas mesas serem, você pode elevar elas, descer e você poder trabalhar em pé o que eu recomendo altamente vocês fazerem sempre que possível a gente também tem a possibilidade de sentar confortavelmente, quer dizer a gente deitar quase nos nossos puffs, antigamente tinha uns negócios que penduravam no teto que você ficava ali dentro todo em corcunda, quase como se estivesse dentro do útero da mãe e foram removidos por questões de segurança mas é isso né Ana? - Foi removido antes de chegar por mim - Questões de segurança né Ana, que foi removido o negócio? - É, e aí a ergonomia então é uma questão que ela envolve não só o computador, ela envolve também o ambiente então muitas vezes está fora de controle de quem cria o computador essa condição de trabalho Outra questão também ignorada pela computação pessoal é que existem conhecimentos que a gente não consegue explicitar, digitar num teclado de nenhuma maneira muito organizada porque ele está no nosso corpo a gente sabe mostrar como faz mas não sabe explicar como é, isso se chama conhecimento tácito por exemplo, como você explica para uma criança como amarrar um sapato sem apenas falando palavras ela não vai entender nunca, você tem que sentar do lado dela, botar a mãozinha, mostrar como é e através do corpo você ter uma troca de conhecimento esses conhecimentos tácitos hoje estão começando a ser capturados através de sensores biométricos sensores de movimento mas ainda tem muito pela frente E por fim, quer dizer por fim, na verdade o problema principal eu acho que é esse o computador ele depende demais do canal visual para transmitir informações para o usuário e por que que ele se utiliza mais do canal visual? Porque é aquele que você consegue colocar o máximo número diferente de informações uma quantidade muito grande de informações e o usuário pode decidir qual que ele quer focar só que decidir é um processo cognitivo que tem esforço, cansa e a quantidade aumentando cada vez a resolução se tornando maior, se torna um desafio cada vez maior para o usuário então não é que existem vantagens apenas em utilizar o canal visual, existem também desvantagens e o principal problema é a questão da atenção, as pessoas precisam prestar atenção no mundo delas mas o computador está o tempo todo chamando atenção para o mundo dele as vezes o computador representa o seu mundo mas as vezes ele representa o mundo dele como por exemplo nessas mensagens de erro e as pessoas não conseguem focalizar em várias coisas ao mesmo tempo mesmo as mulheres que dizem no preconceito, em estudos bastante preconceituosos que mulher consegue prestar atenção em várias coisas mas tem aquela coisa que diz que o cérebro acaba de se adaptar, né? sim, sim, a gente está tentando se adaptar, a questão é que os computadores não estão tentando se adaptar os computadores fizeram muito menos esforço do que os seres humanos nas últimas décadas de adaptação eu diria porque em termos de interação as nossas interfaces hoje são praticamente as mesmas do que eram 30 anos atrás mudou o conteúdo, mas a forma de interagir com o computador é a mesma eu acho que a grande diferença e por isso eu estou enfatizando nessa aula computação vestível na minha opinião é uma das grandes quebras de paradigma que tem pela frente na interação que ainda não está consolidada mas se depender de vocês vai estar ou não então quais são os conceitos principais da computação vestível? computar próximo do corpo no momento em que você precisa dela, da computação não depois, não antes, não é uma preparação, é na hora são aplicativos específicos para coisas específicas que você tem no seu dia a dia levando em consideração informações contextuais e exibindo informações através de visão periférica e outros sentidos que não são utilizados normalmente pela computação pessoal como por exemplo o sentido do tato que fica normalmente jogado para escanteio agora que começa a vir o Taptic Engine que é um, é um, uns motoreszinhos novos que estão colocando dentro do iPhone da Apple Watch que permite que você sinta a informação mesmo no corpo sem ter barulho diferente do vibra call que vai "dzzzz" você ouve o barulho dele no Taptic você não ouve, somente a pessoa que está com a mão no dispositivo que sente o tremido digamos assim, mas não é bem um tremido, é um, é um, hã? é um choque, é entre um choque e um tremido e, você não conhecia o Taptic Engine? Funciona o Taptic Engine no dispositivo de vocês? no 6s? é, pega um ícone e aperta pra que ele tem o 3D Touch aperta ele fundo assim e ele vai dar um "tch" tá, mas porra, mas isso não é um choque né, bicho? não, é isso daí isso é o Taptic que ele dá deixa eu ver se eu tenho um videozinho aqui pra mostrar pra vocês ok, aceitável, mas não não, não é um choque ai, então é, então não me desmulhe não, não é bem um é mas se você toca na tela do seu celular, você leva um choque ai, vocês com essas coisas aqui, quando clica não clica? não, não, não, o que ele está falando é um fato físico é real, é por isso que ele sabe que você não pode pegar uma discarga elétrica naquele ponto [risos] você está mexendo os seus membros porque os "choppers" estão passando pelos seus membros olha só galera, os exemplos aqui de feedback de Ráptico [som de tela] aqui na verdade ele está mostrando nossa, ele é do Apple Watch, ele faz esse barulho sempre você pode desligar o áudio e só ouvir a parte... não sei se dá pra ouvir [som de tela] não tem um que seja só... [som de tela] tem um do iPhone na verdade vamos ver aqui iOS Ráptico NG [som de tela] [som de tela] não, não estou achando aqui, deixa pra depois vocês podem olhar com mais calma depois os padrões que tem já de comunicação háptica que a Apple montou mas você pode configurar os seus próprios como desenvolvedor uma coisa muito engraçada aqui na apresentação da Apple Watch, que foi quando a Apple lançou essa tecnologia ela estava falando, é muito engraçada porque eu lembro que eu estava assistindo e a Apple estava falando, nossa, porque isso é muito foda e a resposta, sabe, você sente e tal e mostrando que você aperta o troço e o botão faz assim, umas coisas assim e eu fiquei olhando e acho que todo mundo que estava lá estava falando, tá, isso é apertar o troço porque a pessoa não fala sentido, né? é, se você não sente não tem noção, né? eu vou contar uma história rapidinha sobre minha relação com o Feedback Tactic, com o iPhone eu... - PISCHA! - É, já pidi! - Não, não, não é tão sinistra assim não então, eu comecei a dar aula, né, esse professor, e tal, dois anos atrás e eu comecei a botar toda hora no silencioso, o iPhone, né? aí quando estava recebendo o e-mail, deixei no padrão, por vários anos ele vibra automaticamente quando você recebe o e-mail e alguns dias eu comecei a perceber que eu estava recebendo, estava sentindo "dz-dz" só que eu não tinha iPhone na minha perna, no meu bolso, né? e não sei se já tiveram essa sensação, já teve? então, isso se chama spasmos, né, eu fui pesquisar, o nosso corpo já faz esses movimentos naturalmente isso aí não é nada de anormal no meu corpo a questão é o seguinte, que eu associei aquele movimento parecido do meu corpo com o movimento do iPhone e dei o significado de que aquilo ali significava que eu tinha recebido o e-mail então, eu tive que destreinar o meu corpo, aí o que eu fiz? eu criei o meu próprio vibra isso é uma coisa que eu não sei se já experimentaram, mas você pode fazer no teu iPhone você pode configurar o vibra call pra uma determinada notificação de áudio não, não precisa ter áudio, é só o vibra e você pode desenhar, é muito legal, qual o padrão que você quer de vibra então eu coloquei no meu "tututututututu" um negócio bem... artificial bem estranho pra não parecer com nenhum ritmo biológico do meu corpo e hoje eu não me confundo mais eu sei quando é um spasmo, ou quando é um... podia ter dado muito errado essa ideia podia ter começado a ter uns spasmos "tutututututu" [risos] treinado o corpo, né, Madalena? "vou virar corpo, vou virar corpo" [risos] é, mas até que é uma experiência interessante, hein se fosse mais gradual talvez esse "samu dança" vai treinando uns pouquinho, pouquinho "tirica é samu" [risos] [risos] então a gente ainda tá na infância na computação vestível mas existem algumas tecnologias que estão se tornando cada vez mais consolidadas no momento que podem permitir grandes saltos nessa área por exemplo, machine learning, pra você tentar entender esses dados colaterais gerar dados colaterais mais interessantes tecidos que são... que geram informações também que capturam dados, são smart, que tem atuadores conectados várias coisas que estão surgindo a Galanghan Innovation fez um levantamento dessas tecnologias identificou três áreas principais onde pode haver inovação com vestíveis nos próximos anos no trabalho, na diversão e na saúde, ou melhor, no entretenimento na saúde, o que a gente vê no cenário, o que eu analiso é o crescimento muito grande da disponibilidade de informação para os pacientes as pessoas podem se conectar e saber o que os outros pacientes estão sentindo da mesma doença o site Patients Like Me é um dos pioneiros nessa área você pode ver quem tem a mesma doença que você, quais são os remédios que as pessoas estão tomando quais são os sintomas que ela sente quais são os efeitos que esses remédios estão tendo e você pode decidir não tomar o remédio ou tomar outro remédio sem consultar seu médico porque "ah, não peixe os like me, todo mundo está tomando e vou tomar também" então é um... ao mesmo tempo é um risco da pessoa se automedicar e fazer uma besteira por outro lado é uma vantagem que as pessoas estão cada vez mais atentas ao seu próprio comportamento o impacto que têm os hábitos na saúde as empresas que forem serviços de saúde também estão investindo por outro lado em home care e medicina preventiva acompanhando essa demanda dos pacientes que estão mais informados aproveitando essa capacidade deles de poder controlar a parte do processo de cuidado deles isso reduzindo também os custos de implementação do tratamento os vestíveis podem trazer muitos dados interessantes inclusive quando conectados com atuadores relacionados à ingestão de substâncias ou até mesmo dosadores de remédios democratiza a informação bastante sim de uma área que não tem muito isso que é bem centralizado na verdade se pensar a medicina acho que até é uma das únicas áreas que continua assim bem centralizado baseado na autoridade, do profissional eu acho que direito também é muito se você for comparar direito começou mais rápido a aderir à tecnologia tem muito mais soluções em direito porque é muito mais fácil de você criar uma parada baseada em regras do que baseada em indivíduos e também existem muito mais regulações estritas para a saúde na saúde faz fazer experimento, é muito complicado nada que dê consulta médica a distância você pode fazer qualquer tecnologia, aplicativo que envolva isso já morre você tem uma série de preceitos legais uma pergunta o wearable tem que ter energia envolvido? tem que ter um software envolvido para ele ser wearable? não, você pode vestir qualquer coisa agora, wearable computer para entrar na tecnologia do wearable tem que ser uma tecnologia desenvolvida que carreira com você por exemplo, aquele esmalte que criaram que muda de cor que se tinha bebido, isso é um wearable? não, não diria que é um wearable, o wearable tem que computar lembra daquele exemplo inicial do anelzinho? ele calculava, mas não computava para computar ele tem que permitir programação ele tem que permitir que se adapte de acordo com a situação tem algum tipo de comportamento dinâmico então aqueles chips implantados... não, eu não diria que são wearables eles seriam, na verdade implantados já não é um wearable daí já é uma outra coisa, já é um implante mesmo você já prefiriu aquele projeto soli do google? pode espelhar claro, claro, manda ver que nós estamos desenvolvendo, que você coloca no dispositivo qualquer Apple TV 1 eu fiquei com essa dúvida, porque eu penso que é uma tecnologia que você inventa que você pode utilizar e tem um fim, sabe? eu acho que se está dentro da categoria wearable não, isso não é tão importante mas tecnicamente não estaria é o teremim teremim é uma outra tecnologia, bem diferente desse aí mas teremim você pode colocar, não precisa ser de uma mão, né? tem gente que toca teremim com o peito, tipo com o peito? nossa tem gente que toca teremim com o peito porque o dele é um dos magnéticos, né? é, nesse aqui é uma avaliação de eletrostático, eu acho nesse que o Henrique mostrou mas existem várias tecnologias surgindo de input, né? a questão é como é que você aplica isso esse é o grande... questão para vocês, né? o trabalho, uma outra área de aplicação também interessante para vestíveis existe uma crença cada vez maior de que o aumento que a vigilância é uma coisa boa no trabalho porque você pode proteger as pessoas garantir a segurança delas, garantir a segurança principalmente dos usuários dos serviços e existe uma... também, por outro lado, uma necessidade de mais informações para controlar os empregados por parte dos empregadores a Washington, desse polis, fez um estudo no ano passado que comparou um grupo de policiais utilizando uma câmera o tempo todo gravando as atitudes do policial e também das pessoas com quem ele interagia em um grupo que não estava utilizando eles queriam saber se por acaso um policial iria se comportar portando a câmera e se poder comportar melhor e ter menos reclamações dos cidadãos e não foi o caso no caso foi o mesmo nível de reclamações recebido do outro grupo então eles acabaram... eu acho que no início você... depois você se acostuma com o árbol, né? eu não sei exatamente a explicação desse caso específico eu acho que a autoridade do policial é tão forte que ele não se deixa alterar por uma questão no momento que ele está ali, ele está em risco, de repente ele está com medo ele vai e faz uma coisa exagerada até para se salvar guardar na situação de violência e isso acaba não... a câmera acaba não conseguindo interferir nesse momento talvez tivesse uma interface tático, sei lá feedback tático, o policial "você está se comportando mal" não sei, né? vai saber - como faz esse juízo de valor, né? - pois é, grandes questões aí, né? - o que isso é feito também com esses vídeos, né? - sei lá, vocês matam alguém assim... - mas é porque o que é a autodefesa, o que é complicado, eu acho que é... - é, não, em casos extremos é claro em casos extremos é claro, se ele matou uma pessoa que estava do lado da rua, andando não tem discussão, mas quando tem discussão, quem que julga? - hum hum - e a terceira área de interesse, lazer principalmente voltado a mudanças de hábitos e aproveitar momentos do dia misturar na verdade trabalho com lazer e com saúde essa área está sendo meio que invadida, digamos assim, pelas outras é o exemplo aí desse "Lip Band", é um smartwatch para crianças com um incentivo especial de personagens virtuais para atividade física tentando incentivar as crianças a se mover, fazer mais exercício e superar a obesidade que é um dos grandes problemas aí das crianças nos Estados Unidos acho que 30% das crianças hoje estão obesas nos Estados Unidos uma quantidade assim alarmante e esse dispositivo aí trabalha com essa proposta de valor essas três áreas que estão crescendo convergem ou são contempladas, melhor dizendo por um movimento social chamado "Quantified Self" um grupo de pessoas que estão sendo ativistas, sendo co-buyers e ao mesmo tempo requisitando que as empresas forneçam os dados que estão coletando dessas pessoas então a ideia básica é, se eu tiver acesso a todos os meus dados não tem problema se alguém estiver coletando se eu puder controlar quem vai ver, onde vai ser utilizado, não tem problema porque na verdade eu quero esses dados porque para mim é uma maneira de me autoconhecer melhor um projeto que levou isso bastante a sério, o "Quantified Self", é o Relatório Anual do Feltron Nicolas Felton é o nome do designer que criou esse projeto de 2004 a 2014 ele de maneira muito paciente registrou todas as pequeninhas ações do dia a dia dele e gerou um relatório no final do ano com visualizações maravilhosas como essa que vocês estão vendo que mostra por exemplo o padrão de batimento cardíaco dele ao longo do ano e aí ele pode cruzar essa informação com a mudança de variação no peso com o padrão de ingestão de álcool no sangue, quantidade de álcool no sangue então vocês podem ver que por esse gráfico ele praticamente sempre tem bastante álcool no sangue dele não está bebendo bastante a época que ele mais dirigiu também coincide com a época que ele mais bebeu também curiosamente então são várias páginas de informação visualizadas de uma maneira que parece que você está tendo um insight do outro lado o Nicolas Felton ele fala olha será que é esse futuro que a gente quer chegar de ter todas as nossas informações quantificadas bom se foi esse futuro ele ofereceu um aplicativo para qualquer pessoa que quiser fazer o mesmo que ele ele desenvolveu junto com um colega o Reporter App que é o aplicativo que ele já utilizava mas agora público para poder registrar tudo que ele fazia no seu dia a dia você pode customizar se você quiser baixar o aplicativo customizar que dados que esse aplicativo vai coletar por exemplo no caso dele ele criou a seguinte pergunta com quem você está agora? ele faz essa pergunta cada 15 minutos para ele mesmo aí ele anotando o nome das pessoas numa lista você pode configurar para ser qualquer outra coisa e depois você pode gerar dados você pode exportar isso e fazer visualizações parecidas com o que ele fez inclusive dou uma dica de que se vocês quiserem prototipar algum tipo de interação que envolva coletre de dados você pode utilizar esse Reporter App durante essa semana para fazer alguns experimentos é pago? é pago faz um protótipo desse aplicativo ah foda-se deve ser rosa toda, você vai pagar pra esse rosa, tipo esse muito rosa você customiza é uma crítica que se faz ao Quantified Self é que ao invés dele ajudar você a se conhecer mais do seu corpo os pesquisadores da área de saúde estão levantando que possivelmente esses dispositivos todos que rastreiam o nosso corpo estão nos distanciando do nosso corpo, criando uma certa ansiedade para a gente ter um corpo perfeito de acordo com alguns padrões impostos pelos aplicativos por exemplo a média de peso de certas pessoas ou a mediana do gráfico de variação então por exemplo os Sleep Trackers que algumas pessoas aqui na Academy utilizam já foram apontados como um dos principais fatores de aumento da ansiedade de pessoas que têm distúrbios do sono então eles não são recomendáveis pelos especialistas nessa área porque o que acontece, a pessoa começa a... o que antes ela ficava de repente "ah não dormi bem hoje" "não dormi o suficiente" hoje ela fica martelando na cabeça "eu não estou dormindo o suficiente" "ai meu Deus ontem eu só dormi 3 horas 45 minutos e 23 segundos" porque ele me dá uma porcentagem de qualidade de sono horrível porque eu acordo eu tava 30% e eu falei "meu dia vai ser uma merda" "meu dia vai ser uma merda, eu dormi mal" provavelmente o seu sono vai ficar cada vez pior, você continua assim, Pedro deleta isso cara, remove velho sai dessa é louco isso né, porque na verdade tipo você poderia mudar isso, sabe, tipo mas ele dá uma sugestão tipo não mas ele tá mas ele é muito bom na verdade olha a ilusão aí ó ele tem o que chama de sleep notes você coloca coisas tipo por exemplo "ah eu antes de dormir essa noite tomei café" "ou tomei chá" "ou sei lá, fiquei muito tempo no computador" e você coloca todas as notes assim e vai ticando toda vez "ah hoje eu fui dormir e tomei café antes e fiquei muito tempo no computador" e daí ele te dá, conforme as noites vão passando a porcentagem do quanto que isso influencia negativamente ou positivamente no teu sono então eu vi por exemplo que a coisa que mais tipo, porque eu sempre falava, eu falava assim "ah eu tomo café mas isso não influencia no meu sono porque eu durmo de qualquer forma" só que aparecia que tipo ele influenciava uns 30% a 40% na qualidade do meu sono e tomar chá antes de dormir esse chá de chamomila assim influenciava positivamente isso é uma descoberta bem interessante que você fez por meio do aplicativo é bem bom mas toma cuidado com essas recomendações ah, média da qualidade ah sim porque algumas pessoas estão ficando pior nossa, era muito legal não, mas ele dá umas médias horríveis, tipo ele dá umas médias assim, tipo sua média de rompa é tantos minutos por noite, é do maior país do mundo é tantos, do menor de tanto ah, ele faz isso, que sacanagem que diabo insurdo ele faz isso? ele faz um monte de coisa ele faz isso, ele faz isso, ele faz muitas coisas no campo dicas não, mas era muito bom, porque por exemplo eu tinha aulas não, mas era muito bom por exemplo, eu tinha minha grade horária na faculdade, na UTEF lá e daí quinta-feira, no semestre passado, era o meu dia mais ruído, assim, de aulas e etc e daí de quinta pra sexta, era sempre o dia da semana que eu tinha a melhor qualidade de sono porque era o dia mais ferrado, assim, que eu ficava mais cansado e eu dormia melhor entendi e batia certinho bacana ele é bom mesmo aquele, né? ah, entendi, entendi promulgada bom, eu e o professor Gonzato, colega do curso design digital a gente tem desenvolvido um conceito chamado "corpo consciente" pra trabalhar de uma maneira mais experimental com computação vestível experimental no sentido de superar esses problemas que a gente viu até agora e superar outros problemas que ainda não estão sendo considerados na computação vestível como as opressões que as pessoas sofrem no seu dia a dia que estão muito ligadas ao corpo delas por exemplo, a cor de pele, o sexo de nascimento, o gênero que a pessoa acaba desenvolvendo na sociedade e as opções sexuais que ela faz, todas muito relacionadas ao nosso corpo e essas são só algumas das opressões que a gente trabalha o corpo consciente é um conceito que inicialmente foi proposto pelo Paulo Lou Freire pra dizer, pra definir pessoas que estão buscando entender o que que elas são condicionadas no que que elas são libertas e porque que elas são condicionadas e porque que elas são libertas e principalmente descobrir liberdades que estão disponíveis mas não estão sendo utilizadas superando aí essas opressões - Não tem dia faz o final muitas vezes as pessoas podem fazer coisas que elas não sabem que elas podem fazer e existe uma sensação de que "nossa, eu podia fazer isso" a opressão funciona pelo acertamento da capacidade da pessoa de se desenvolver então ela não se desenvolve, às vezes não porque ela não pode se desenvolver mas porque ela não se acha capaz de se desenvolver eu não posso aprender a ler porque eu não sei ler, eu sou analfabeta e vou continuar assim eu sou mulher, eu não posso programar, eu vou continuar sem programar e isso é coisa de menino, mas ela tem a capacidade de programar então esse tipo de liberdade que eu estou falando, você pode adquirir a liberdade mas você precisa primeiro se tornar consciente dela, isso corpo consciente a gente faz um exercício com nossos estudantes, vocês não fizeram, mas é uma coisa novidade mas você vai fazer em breve, que é o seguinte, todo dia, durante uma semana a gente pede para nossos estudantes fazerem um modelo de massa de modelar mostrando uma pressão que eles têm vivido naquele teu dia e essa pressão pode ser de várias fontes, depois você vai escrever, analisar, refletir sobre as pressões que você vive então algumas alunas falam que sofrem de machismo, preconceito racial alunos que falam que sentem uma pressão muito grande dos pais, das mães, do mercado de trabalho de não ter uma carreira, de estar estudando uma profissão que não ganha bem financeiramente e depois eles envolvem projetos de vestíveis de outras tecnologias que tentam superar esses conflitos, essas pressões que eles sentem no seu dia a dia então a gente usa a disciplina como oportunidade dos estudantes conscientizarem-se dos seus condicionamentos e liberdades eu vou mostrar agora uns projetos que não são dos nossos estudantes mas que são referência que a gente utiliza, mostra em sala de aula que trabalham bem com essas questões o primeiro deles é o "Capuz para pessoas que não gostam de ser espiadas enquanto usam computador" do Joe Malle é um "erbol", é um vestível, que o vestível em si não computa mas o computador está dentro do vestível, você veste o computador, então é um vestível - "É amorado que é um vestível" - É, está vestido, vai dizer que não ele não é um computador, mas ele tem um computador ali dentro na verdade é um hack, até no conceito de computação vestível que o Joe Malle fez para gerar debate e reflexão o que ele está querendo mostrar aqui? que algumas pessoas estão tão preocupadas com a privacidade delas que elas são capazes de se individualizar, se isolar do mundo ao seu redor para focalizar nas suas informações, eles não querem que outras pessoas fiquem olhando por outro lado, ele demonstra essa intimidade que essa pessoa tem com o computador a importância que o computador tem na vida dela e o quanto ela está ignorando as pessoas ao seu redor e se tornando cada vez mais alienada talvez com o computador é um impacto meio forte e o fato de você ter esse "erbol" ou não ter ele não faz a mínima diferença se você pensar bem, quando a pessoa está ali, ela está como se fosse com aquela proteção que você bota em cavalo o cavalo não olhar para o lado, a gente acaba se acostumando a ficar focalizado na tela e não olhar para o lado, não ver as pessoas maravilhosas ao nosso redor enquanto a gente conversa com avatares de outras pessoas que às vezes não dão a mínima para a gente é uma certa crítica social que o projeto tenta suscitar esse outro projeto daí já trabalha com a computação mais intrínseca ao projeto é um "erbol" que permite transmitir a ansiedade de um usuário para outro usuário causando nesse outro usuário uma sensação similar a que a pessoa está sentindo isso é de maneira recíproca eu vou mostrar o videozinho, que eu acho que fica um pouco difícil de entender pela imagem eu sei que não é muito claro, o vídeo mostra a experiência mais do que o funcionamento do aplicativo melhor, do "erbol" o que está acontecendo? você tem uma luva que mensura batimentos cardíacos de um usuário e transmite esses batimentos cardíacos para o outro, esse dado esse dado é utilizado por atuadores que fazem pressão no corpo do outro usuário então ele sente o batimento cardíaco da outra pessoa e isso acontece de mão dupla e no final dessa interação você tem impressão em 3D de um artefato que visualiza o padrão de batimentos cardíacos durante aquela interação e aí as pessoas podem trocar esse pedaço, esse objeto é um projeto obviamente conceitual não é um produto para você comprar ali na esquina não é um aplicativo de Apple Watch mas ele traz uma experiência, uma proposta de experiência bastante diferenciada e um outro conceito uma outra visão sobre a computação, que a computação não precisa só dar prazer para as pessoas ela pode também infligir dor e isso pode ser uma informação importante sobre a dor de uma outra pessoa um dos grandes problemas que a gente tem hoje com a computação é que ela não atinge a gente não afeta a gente a gente vê atrocidades sendo cometidas ao redor do mundo e a gente vai lá e dá um like no Facebook, na nossa notícia agora o Facebook tem a possibilidade de você dar um "grrr" você reclamar, mas esse grrr é uma caricatura não é realmente o que você está sentindo ali são várias questões que são trazidas por esse projeto que eu acho interessante imagina uma parada de VR com um AirBow nesse sentido é o que eu estou querendo que vocês façam, coisas assim estou tentando dar um inception aqui é um inception porque é do quanto aqui o Breno mostrou pra gente o exemplo de VR que eles usaram um fundraiser que foi um vídeo de uns dois minutos passando pela vila e tal imagina uma parada dessa só que você tem mais sentimentos você tem os sentimentos do tato, você tem alguma coisa... estimulações né? é, mais estímulo porque no VR você tem o som e a visão agora imagina você ter também o tato cara, é bizarro, eu fiz muita coisa, muita experiência, maluca assim o VR é muito bizarro só com a visão e a audição sim e o que falta na verdade é o tato né? pra você não se conseguir diferenciar da realidade qualidade, da imagem, blá blá blá mas tipo, se você tivesse sentido, sei lá, ambiente, vento só de sentir coisas mínimas assim já daria um tilt mental bem grande eu vi um projeto no Instagram que os japoneses estavam fazendo que era pra os personagens de anime te alimentarem, colocarem docinhos na sua boca aí tinha um braço mecânico em cima do óculos de realidade daí quando o personagem aproximava o doce da boca da pessoa o braço colocava o doce de... aí até tinha umas brincadeiras que o personagem ia colocar e tirava assim, meu braço também ficou colocando e tirando acho que é pesado é, deve dar pra fazer outras coisas também né? além disso, japoneses, japoneses outro projeto experimental que eu gostaria de destacar é o Sarotis são soft robots, robôs feitos de silicone que funcionam na base da... movimento físico-hidráulico física-hidráulica, não sei se é o seu termo mas que enche as partes desse robô e com isso ele te causa uma sensação tátil muito suave que você consegue entender diferentes partes do seu corpo pra que que serve isso? bom, vamos ver primeiro... vamos ver primeiro um... deixa eu ver aqui, Sarotis uma ficção projetual que é um vídeo que mostra uma situação hipotética não tá funcional nesse vídeo aqui depois a gente vai ver um vídeo do projeto funcional um dos exemplos é você utilizar esse feedback tátil pra reconhecer espaços virtuais e interagir com esses espaços virtuais nesse vídeo vai mostrar também como que eles fabricaram os protótipos e testaram com os usuários muito interessante dizem as designers que a percepção é muito parecida com o projeto virtual enfim, não é um experimento científico é um projeto artístico, muito mais experimentando novas sensibilidades que a tecnologia permite do que de fato implementando um produto viável um tratamento pra cegos, uma coisa assim vejam que esse projeto é do Interactive Architecture Lab, que eu descobri recentemente preparando essa aula foi fundado recentemente dentro da Bartlett, em Londres a galera que tá trabalhando aqui é muito boa, esse Ruari Glin, que é o diretor atualmente ele fez várias exposições de arte interativa pelo mundo afora, inclusive no Brasil já teve no Brasil recentemente pra dar um workshop no Museu do Amanhã então ele vem pra cá de volta e meia então é um lugar que tem uma conexão com o Brasil bem interessante hoje eu acho que é um dos principais lugares de experimentação nessa área de desenho de interação que quiser fazer um mestrado, me parece uma recomendação muito boa tem bastante coisa no MIT também, eu achei... tem, tem de wearables especificamente é um dos lugares onde mais tem pesquisa eu tinha favoritado mas eu não achei o site mas se precisar acho que aparece bastante coisa eles fazem os protótipos, então você consegue criar a partir de coisas que já existem, sabe, não só de conceitos é interessante pra criar o repertório é uma diferença do MIT e por exemplo a Bartlett e outras na Europa que na Europa em geral a arte tá na frente na MIT a tecnologia tá na frente, a arte vem como secundária mas isso não é uma regra, às vezes tem casos de artistas muito boas dentro da MIT também no Brasil isso também é uma realidade, né, nós temos o Earcute em 2011 já foi criado um wearable, um vestívio que você coloca um brinco que você coloca no seu ouvido, na sua orelha, melhor dizendo e ele esquenta toda vez que alguém acessa o seu perfil aproveitando a crença popular de que a orelha fica quando fica quente é porque alguém tá falando mal de você à distância, por trás o Earcute foi um produto fictício, né, 1º de abril uma brincadeira que o Google fez mas que atraiu a atenção de muitas pessoas, milhares de pessoas ficaram interessadas demonstrando aí o potencial de interesse pelo menos que existe pelos wearables pelos vestíveis no Brasil uma estudante minha da Unisul tinha criado uma proposta muito parecida com o Earcute em 2007 bem antes disso, só que a diferença é que era mais parecida com a crença popular porque a orelha esquentava quando o seu nome era mencionado num scrapbook de outra pessoa tem mais a ver com a ideia de estar falando por trás de você eu não tô dizendo que a Google fez plágio da nossa ideia porque é uma ideia meio óbvia você aproveitar de uma crença popular, um dito popular porque normalmente esses ditos populares têm alguma relação com o corpo várias frases assim, você vai lembrar, tem alguma coisa a ver com o corpo e também pode ser uma fonte de inspiração, por isso que eu tô trazendo esse exemplo pra vocês as vezes se você pensar no dito popular, uma crença popular pode te dar ideia de um novo vestível alguns estudantes nosso design digital fizeram um TCC recentemente com uma jaqueta smart que eles prototiparam usando Arduino não ficou muito bom o protótipo, mas o projeto eu acho que foi bem estruturado uma das inovações deles é a ideia de que se a pessoa levanta o braço pra indicar que ela vai virar as luzes acendem naquele lado da jaqueta eles não conseguiram implementar isso na prática, mas no vídeo eles fizeram um fake aí que funcionou bem essa ideia de fazer o gesto de levantar o braço pra ligar uma setinha com luzes surgiu numa aplicação de uma técnica chamada fantasia guiada em que um usuário experimenta a utilização do produto antes do produto ficar pronto ele imagina como o produto vai ser utilizado antes de estar pronto que é algo que vocês também podem utilizar quando estiverem fazendo pesquisa pra sua ideia de wearable quem usou isso no passado de maneira brilhante, criou a técnica na verdade, foi o Tim Mott que foi aquele cara que criou a metáfora desktop, já mencionei pra vocês em outra aula quando ele tava criando o processador de texto lá do Xerox Auto ele pedia pra pessoa interagir com o computador com a tela apagada e imaginar como seria a interação se uma secretária tivesse que selecionar uma única palavra de uma parte de texto, como ela faria usando o mouse? ela falava "eu apontaria em cima da palavra, clicaria com o botão, ou clicaria duas vezes pra selecionar uma palavra, três vezes" todas essas ideias que hoje são sensos comuns pra gente surgiram através da fantasia guiada na disciplina de design de interação que eu dou com o professor Gonzata, a gente também trabalha com outro conceito chamado "bodystorming do oprimido" em que as pessoas representam o papel da tecnologia na interação que muitas vezes a gente acredita que a tecnologia é uma pessoa, só que automatizada nesse caso você tem uma prototipação de óculos de realidade aumentada que tá sendo usada pelo rapaz à esquerda numa linha de produção, esse óculos tá dizendo pra ele como que ele tem que fazer os movimentos dele de maneira mais eficiente pra maximizar a produção e aumentar o salário dele essa pessoa que tá visto de vermelho, essa estudante, ela tá representando essa ordem que a pessoa recebe através da realidade aumentada esse conceito de interação foi criado usando o corpo, através de improvisos e movimentos bastante divertidos, mas algumas vezes um pouco constrangedores para nossos estudantes a gente misturou técnica do bodystorming com teatro do oprimido pra chegar nesse conceito Bom, a principal mensagem que eu gostaria de deixar pra vocês dessa aula é que a interação sempre surge de um corpo humano e afeta outro corpo humano mesmo quando isso não acontece ao mesmo tempo, mesmo quando isso acontece de maneira indireta, você nem sabe qual é o outro corpo que tá sendo afetado mas sempre vai afetar alguém, e um projeto que eu gosto muito, que mostra isso de maneira muito clara, que aproveita isso muito bem, é o hug shirt da Cute Circuit que é uma boutique de wearables, uma galera de moda que trabalha com wearables, fazem projetos muito legais e o hug shirt é uma camisa que transfere um abraço, você vai lá, abraça, ela pega o lugar onde fez pressão ele tem esse sensor de pressão e transfere isso pra atuadores com pequenos bolsões de ar que enchem e faz a pessoa sentir um calor e ao mesmo tempo uma pressão à distância e esse abraço pode ser recíproco existem vários projetos de design de interação que derivam dessa mesma interação básica de uma pessoa afetando outra pessoa ao mesmo tempo nos vestíveis então, minha proposta, minha sugestão é que vocês trabalhem a alteridade, que é a pessoa perceber o outro em si mesma ou se perceber como uma outra pessoa através do vestível e aí eu deixo o último projeto, é o Intimacy to Emporou, que foi feito pelo Daniel Rosengard, que é um designer, na verdade é um estúdio de artistas lá da Holanda que a roupa vai se tornando transparente quanto mais a pessoa interage nas redes sociais então se a pessoa é muito popular, se ela coloca muita coisa nas redes sociais, ela começa a exibir o corpo dela, mostrar o corpo dela de maneira mais explícita é uma tentativa de mostrar que o corpo virtual da pessoa também é um corpo real, não existe uma diferença tão grande assim então ele coloca em evidência que a gente está se expondo nas redes sociais através desse projeto e faz isso de uma maneira muito esteticamente interessante também daí como é que vocês fazem isso na prática? Bom, esses projetos conceituais que eu estou mostrando para vocês dependem bastante de vídeo mas vídeo demora muito tempo, vocês têm pouco tempo para produzir esse projeto a minha recomendação é que vocês utilizem Storyboard para pensar a interação corporificada com o Apple Watch e com outras pessoas esse exemplo de um rapaz que estava criando um sistema de análise da tacada de golf para que a pessoa recebesse um feedback se ela está tacando bem usando o Apple Watch e um iPhone e vocês não precisam desenhar tão bem assim que nesse cara, não precisa fazer um Storyboard tão bem feito você pode fazer um Storyboard mais toscão usando uma ferramenta chamada Storyboard Death, que é um site que você constrói Storyboards apenas arrastando e soltando desenhinhos o ponto principal é que ele mostra, o Storyboard permite mostrar coisas que são invisíveis na interface que só acontece quando a interação se desenrola ao longo do tempo como por exemplo, nesse caso mostra que o sujeito estava trabalhando no escritório, deixou o seu iPhone e seu computador de lado esqueceu que tinha um compromisso, foi para o banheiro mas ele levou o Apple Watch dele e enquanto ele estava trabalhando no banheiro, ele recebeu uma notificação de que ele teria uma reunião em 5 minutos e aí ele se apressou, deu uma limpadinha rapidinha, que é daquele jeito, e foi para a reunião dele e mostra que o contexto de uso do Apple Watch é um contexto onde ele apresenta valor quando a pessoa está longe do computador, longe do seu smartphone e um outro formato que eu vou sugerir para vocês também, fácil de produzir para quem não sabe desenhar, é a fotonovela você pode pedir para seus amiguinhos, amiguinhas, famílias, pessoal da família, para posar para várias fotos uma sequência de fotos que demonstre os contextos de uso do aparelho a fotonovela eu recomendo altamente porque ela permite que o corpo seja colocado em evidência, inclusive nos seus aspectos mais sensuais - A primeira vez que vejo um homem com um capoeira e fusca - Então galera, você deu o melhor exemplo sensual, não deixa eu nem falar - Você deu o melhor exemplo sensual - Você deu o melhor exemplo sensual - Então galera, a minha sugestão, os designers, essa semana tem que entregar pelo menos um storyboard e uma fotonovela eu vou dar preferência para a fotonovela, com o cenário de interação do seu aplicativo é uma coisa que vai ajudar muito a avaliar e entender melhor o fluxo eu estou tendo muita dificuldade nos vídeos que vocês estão gravando para entender o fluxo de interação, nesse do AR deu muita dificuldade porque tem muitas coisas que acontecem na interação que não aparecem na interface e vocês só estão mostrando a interface e eu fico perdido, sem entender então use o recurso do storyboard e talvez ajude vocês até na fase de concepção desse fluxo é uma ferramenta que não é só para documentar, ela também ajuda a criar essa interação, beleza? - Vocês tem alguma dúvida até aqui? - Eu queria mostrar um ideia - Mas o storyboard seria mais uma documentação, não seria o final - Como é que é? - O storyboard, esse ai que você mostrou da fotonovela, não seria a versão final do delegaria? - Não, não, você pode usar como recurso para explicar a tua ideia mas você tem que prototipar num nível mais avançado do que o storyboard, com certeza é um dos documentos que eu estou recomendando vocês fazerem antes de prototipar porque vai ajudar a criar o fluxo mas não perca muito tempo, não capricha, não faça um storyboard bem feito porque não é a entrega principal o storyboard é mais uma coisa on the go, que você vai fazer - Pois é, isso não está entendendo bem - Não, não é para entregar uma fotonovela, esse é o ponto é para você entregar um videozinho de alguma coisa interativa que tente o máximo possível simular a experiência final do usuário se for só um storyboard conseguir fazer, beleza, mas vai ter impacto a nota - Esse foi um projeto que aconteceu lá no Rio não foi num challenge, mas foi de duas pessoas de dentro da Academy elas criaram uma luva, o Herbal Preitosos, eu não vi o vídeo ainda mas é o que eu explico - Ah, que legal ♪ - Memorize a sequência de luzes - Isso é uma parada que existe, você responder ao somzinho - Agora, desse jeito não tinha... - Eu faria um pouquinho diferente, eu acrescentaria além do feedback visual, o feedback tátil você poderia tremer, ter uma vibra em cada ponto do dedo - Ah, então é legal - É, achei muito legal, achei bem bacana e uma coisa legal também que percebi e lembrei é que a PUC do Rio de Janeiro é do Rio de Janeiro ela tem uma conexão com a comunidade muito mais forte que a nossa PUC a gente tem que aprender muito com eles então os alunos acabam se inspirando com essa academia de idosos que eles têm aí - O legal é que os usuários e o público-alvo estão tudo ali, você sentar aí e bater um pau - Para você ter uma ideia também, a gente não tem um lugar "ah, vai lá e vai ter ideia para o teu challenge" não é difícil, mas a gente está querendo mudar isso, vamos ver se a gente consegue - Mas tem academia da terceira idade aí, tem bastante coisa na PUC até, acho que falta... - Na PUC ninguém sabe o que tem na PUC - É, exatamente - Esse é o meu problema, tem muita coisa - Tem coisa que você tinha em mente, não tem conversa, não tem conversa - Mas feira é isso e quando eu vi, Rik, isso aqui eu lembrei do seu playground que você fez para exercícios - Ah, é verdade - Também é um parado que daria para as pessoas que tem problema de mobilidade e tal elas fizeram um parado bem simples, mas se você tiver uma luva, caraca, você pode fazer muita coisa - É, eu sinto falta desses projetos, mas orientação social, os últimos challenges tem aparecido bem pouca coisa - Ah, dá tempo, não é, Fred? - É, dá tempo é mais, vocês estão, o desafio é dominar a tecnologia mas não esqueçam disso, porque no main challenge isso vai fazer uma diferença boa Então beleza, tá tudo certo? Tem alguma dúvida? Não? Então tá, é isso Por hoje é só