Tá bom? Então vamos lá. Co-criação de identidade visual. Co-criação significa que não é uma pessoa criando, é várias pessoas co-criando. Quando a gente fala de identidade visual, a gente está querendo dizer que vai além de logo, né? Vai ter uma, na verdade, uma série de elementos visuais que podem fazer parte dessa mesma identidade. Então, padrão de imagens, formas, cores, recursos visuais, que por se repetirem várias vezes da mesma maneira, eles se tornam características da organização. Então, a consistência é o principal. Quando vocês tiverem essa identidade visual, toda vez que ela sair num panfleto, que ela sair na televisão, que ela sair na internet, essa identidade visual deve ser o mais parecida possível. Para quê? Para que as pessoas reconheçam e, digamos assim, criem uma relação de familiaridade com a organização. A identidade visual tem esse efeito, né? Então ela vai expressar os valores que a organização quer mostrar e tornar-se reconhecível devido à repetição. Durante essa apresentação vocês podem fazer comentários ou perguntar alguma coisa, tá bom? A identidade visual talvez mais conhecida do mundo é a da Coca-Cola. É um exemplo de repetição e consistência. É a mesma logo já há quase um século. Eles não atualizaram, não mudaram a logo. Se mudar, quebra toda a base do que é a Coca-Cola, que é tradição, é família, é aquele momento festivo. Tudo isso está sendo repetido várias vezes, cada vez que se mostra a logo e também as propagandas. Claro que, eventualmente, os comerciais vão se adaptar aos tempos, mas aquela base, digamos assim, que é a identidade, que é a Coca-Cola, essa não muda. A criancinha não sabe nem falar ainda e já sabe. Que é Coca, que é Coca. Para eles se lembrarem uma diga, a gente tem o detalhe pessoal da própria data tão forte, tão forte, eles levam isso nas garrafas deles, uma garrafa de vidro, se quebrada, você com um capo, sabe, com um capo da Coca-Cola, você pega vários capos assim, você para, pega, vai olhar num banco daquele tipo de espessura, aquele tipo de condom, você fala "ah, isso é o que é da Coca-Cola". Então, uma garrafa que já não tem utilidade, sim, mas isso é Coca-Cola. É, eles na verdade esbanjaram, tinha uma época que eles fizeram, não sei se vocês lembram, que eles botavam assim em cima dos bares, só escrito "Coca", cortavam assim, aquilo ali é esbanjado, só quero dizer que a nossa logo é tão perfeita que só um 10%, 20% já sabe o resto. Você já... pra bom bebedor, bem vó-le basta. O melhor é que é mesmo, né? Não que você já for da Coca. Só que tem um detalhe importante, como vocês são uma instituição pública, a função de vocês não é fazer as pessoas beberem Coca, né? Então, eu aproveito para dizer que a identidade visual da Coca é magnífica, mas ela esconde a obesidade causada pelo excesso de açúcar. Em um momento, a Coca te beba com moderação e ela tenta mostrar que na verdade Coca-Cola é super energia, é tudo de bom, é vitalidade, mas no final, quando você beber muita Coca-Cola não vai fazer bem. Então, tenho vários exemplos, a própria Coca admite que ela está tentando descobrir uma maneira, enfim, agora tem Coca zero, não sei se resolve a questão, enfim. O fato é que eu acho que a identidade visual de Voltaicetra não deve se pautar pela Coca-Cola. Claro, com certeza. [Voz do público] Olha só, eu só tomo Coca-Cola no Natal. [Risos] Tem Coca aí? Não, aí é muito bom. Outra coisa que a Coca, a identidade da Coca esconde é que na verdade a Coca é dona de várias, a empresa, é dona de várias outras marcas, todas essas marcas aqui são da Coca, muitas vezes as pessoas não sabem, Coca-Cola Company. E o que acontece? Essas marcas todas aqui consistem numa grande maioria dos produtos alimentícios que a gente consome. Então, a identidade visual da Coca também esconde a acumulação de capital em poucas grandes corporações que são extremamente poderosas e às vezes até mais poderosas do que o Estado. Uma queda de braço entre essas empresas e o Estado, muitas vezes o Estado perde, com isso perde também a população. Por exemplo, se o governo quiser restringir a quantidade de açúcar na Coca para evitar problemas de obesidade que o governo pode ter que tratar no sistema público de saúde. Essa queda de braço é uma queda de braço difícil de vencer, eu acho, hoje em dia. Então, isso é devido a essa, digamos assim, a identidade visual, ela fazer a Coca-Cola aparecer uma coisa maior do que ela realmente é, inatingível. Então, não é bem isso que a gente quer fazer. O que a gente quer fazer aqui na EP Trânio, que eu acho que vocês vão concordar, é que a identidade visual deve ser solidária, honesta, anticonsumista, não é para consumir a escola de trânsito, é para você aprender alguma coisa com ela. E aí o segundo ponto que motiva também o fato de estar em todos vocês aqui, em realizada do local. Muito característica do local, a relação com a comunidade, a relação com o entorno, e com Curitiba, como uma comunidade mais ampliada. Criada e atualizada junto com clientes e fornecedores, por isso estão todos aqui, a gente convida mais pessoas, que puderam vir, mas a ideia é que ela reflita essa identidade como uma identidade local, comunitária, e que essa experiência de construção seja compartilhada com outros empreendimentos solidários, ou públicos, enfim, como que irão chamar. Então, eu estou botando esse slide porque é, digamos assim, como que a gente na PUC, hoje, está trabalhando com essa questão quando trabalha com instituições públicas, com comunidades solidárias, empreendimentos solidários, e outras entidades do terceiro setor. A gente tem trabalhado bastante com essa diferença, até a cocriação faz mais sentido nesse tipo de trabalho do que, por exemplo, com Coca-Cola. Se a Coca-Cola for recriar a marca dela com seus consumidores, a Coca vai ter que pagar para as pessoas, a cada vez que a lobo for mostrada, quer dizer, não dá para a Coca-Cola fazer isso, ela tem que contratar uma empresa, já não dá para fazer a cocriação, mas quando se trata de uma instituição pública, a identidade visual é uma questão de interesse público. Então, por isso não há, o arranjo produtivo que vai dar origem a essa lobo é diferente. Exemplo de como isso se manifesta na prática. De lado esquerdo, uma identidade visual de um empreendimento solidário, maracujada caatinga, feito pela empresa graveteira, enfim, não era a cooperativa graveteira, e a Queensborough, feita, acho que é Queensborough o nome da empresa, enfim, que é uma geleia alto-nive, enfim, comercializada na maioria dos estabelecimentos comerciais que nós temos. Então, do lado esquerdo, você vê, o que vocês estão vendo de diferença? Vamos lá. Tem uma dica ali embaixo. Tem umas dicas aí. O que mais vocês estão vendo de diferença? 100% natural. 100% natural. Do outro lado, é natural? Orgânico. É orgânico. Qual a diferença entre natural e orgânico? Natural pode ser utilizado de agrotóxicos, orgânico não, vocês sabem. Mas o 100% natural parece mais valorizado que o orgânico. Só que o 100%, outra coisa interessante aqui também que eu acho, esse clássico, esse selo aqui, o 100% natural, parece, esta prima, parece que são selos que foram dados de qualidade para outras pessoas, mas não, foi dado pela própria Kingsbury. Esse selo de orgânico aqui é dado por uma entidade externa a operativa solidária. É muito difícil de conseguir esse selo, essa certificação de orgânico. Então aqui você tem uma empresa tentando parecer que ela é mais confiada do que realmente é. E aqui é um embedimento honesto, digamos assim, não tenta parecer a mais do que ele realmente é. Nossa, isso foi uma pergunta que eu estava tentando. Olhando assim, na sua posse, você vai de consumista, na sua posse, em um embedimento, em um embedimento, você olha e você vê que ali foi empreendido um profissionalismo na profecção do algodão. Com pontos. Diferentemente do sistema caseiro da Graveteira. Certo. Qual seria a tua intenção, ou seria a nossa intenção de criar algo mais intimista e mais caseiro ou algo mais profissional? Isso fica aberto ou você já quer nos focar em algo mais profissional? Isso, eu não vou responder isso, é justamente o grupo, o coletivo. Sabe, é uma forma distorcida de eu ver. Claro que eu considero isso aqui mais honesto. Porém, na sociedade atual, até porque a gente tem faculdades e mais faculdades de design, eu acho que aquilo ali vende como algo mais profissional. É verdade. Isso mais como amador. Eu não experimentei nenhuma das duas, mas ao contrário eu vejo que ali aparenta ter uma maior segurança na confecção de tudo. Com certeza. Infelizmente esse é o foco inicial que eu acho que todo mundo vai perceber inicialmente. Se puder escolher entre uma e outra, né? Claro. Os antropólogos interessantes do grupo indígena brasileiro não é um ponto. Mas eles consideram uma obra de arte o que é imobiliário. O que é perfeito. Entendi. Tem as imperfeições do corte do papel. O corte do papel e do rótulo. Tem as imperfeições. O outro não tem. Então essa perigosidade que a indústria consegue é algo que é super mobilizado por nós. Com certeza. É claro que de vez em quando você quer comprar uma coisinha na Femina, no Lent, tal, mas aqui no modo geral você confia na indústria. A indústria passou um monte de testes. Por mais que você saiba que o que é natural não é natural, você vai naquilo e não querendo uma conversação, uma conversação recital. Claro. Na verdade eu acho que também não é 880. Você pode trabalhar com honestidade e ter essa excelência, digamos assim, na produção gráfica. Uma coisa me exclui a outra. E é justamente isso que a gente está tentando formar com os nossos alunos. Os nossos alunos são formados para serem profissionais capazes de fazer isso aqui com aquela honestidade. Estava ainda trabalhando a criação do círculo da presença. Você olha aquela salva-gola que tem na frente. Tem tanto item, tem uma travação, como eles chegaram naquilo é uma coisa muito maior. E eu simulizo o óleo progresso e a cidade e ao mesmo tempo as conselhadores em condições iguais e tal. É isso que a gente vai fazer hoje. Essa é a ideia. Então aqui está um exemplo de como uma identidade visual é apresentada e entregue por uma empresa, por um escritório de design gráfico ou uma agência de propaganda. Eles entregam o que a gente chama de papelaria, que são vários tipos de materiais, cartão de visitas, folder, caderno, brochura, eventualmente livros e material de gráfico, todos eles obedecendo a mesma lógica gráfica. Então quando você fala de identidade visual você não está falando só da logo. Por isso que é importante, muita gente às vezes oferece esse tipo de serviço, focalizando apenas na logo. E depois você pensa "Puxa, mas eu também preciso do cartão". Aí você contrata uma outra pessoa pra fazer, essa pessoa não entende aquela logo, cria uma coisa que fica um Frankenstein. Por isso é bom na hora que for pedir a identidade visual, peça uma identidade visual completa, não só a logo, se possível. Os componentes de uma identidade visual, os componentes principais. Então você vai ter o briefing, que é o que a gente vai fazer hoje, que é, digamos assim, todos os conceitos que estão por trás da identidade visual, exatamente o que você estava falando. Vai ter o logotipo, o símbolo, a tipografia e a cor. Agora, são detalhes técnicos da área de design gráfico. Logotipo é quando você tem apenas um texto, só texto escrito com um epetrã, por exemplo. Não tem desenho nenhum. O desenho é o que a gente chama de tipo, de símbolo, desculpa. Isso aqui é um símbolo. Aqui há dívidas, tem outro símbolo deles, mas o logotipo vira logomarca. Então o logotipo mais símbolo vira logomarca. Só pra ficar claro as definições técnicas aí. Isso aqui, o que a gente vai fazer hoje vai ser o briefing e alguns rascunhos dessas ideias pra cá. Não se prendam a esses rascunhos porque obviamente isso precisa ser muito bem pensado por um profissional. Porque senão acontece isso. - Eu não acho. - Esses são exemplos que eu coletei de logos ruins, né? - Eita, ele corre. - Acontece essas coisas, as pessoas não pensam muito. - Esse aí, Londres, foi no pré, né? Que isso foi oficial. - Não, esse é oficial. - Esse é oficial essa coisa aí. É que eles esconderam, tava tão ruim que... Você conhece a história dessa logo WL? - Não, mas muito que vi. - Mas como é que pode, né? É muito esquisito. - O pessoal tava muito inspirado no dia. - Tava viajando. Então uma das coisas mais importantes quando você vai elaborar uma logo é você manter a sua mente poluída. Porque senão você vai inocentemente provocar uma série de risos nas pessoas que veriam a sua identidade. Pra isso, vamos começar a aquecer então. Vamos jogar um joguinho. Não sei se vai dar pra jogar aqui, a gente vai precisar de... Ah, não, vocês tem isso aqui, né? Ah, eu vivo. Tá, você pode colocar o seu vídeo, mas tem ou não? - Tem, tem. - Tá, então vamos passar aqui as... as chitinhas. Uma brocheta pra cada dupla. Sem ter dupla, uma brocheta, uma folha e... - Cê tem? - Tenho. - Tá, vamos lá. - Ah, tá, vamos ver. Alguns bichos, mas eu vou pensar que não é pra mim não, né? - Mas tá, né? - Eu raro falar pra gente xingar. - Ah, é? - É, eu não sei, às vezes essas pessoas tem ideias assim do nada, né? Não faz sentido, né? - Não vai ser canetão. - É, melhor um canetão, gente. Tá mais divertido. Tem mais canetão, se você tá. Canetão, canetão. - Vá com o som. - Sim. - Nós dois. - Pegou a canetão? - Ah, não vale, né? - Ou destrui, vai ser pra eu. - Ou destrui. É competição. - O cara é... - É uma competição, uma competição. - É, é um pé? - Não sei, assim, eu não sei. - É... - Som dos todos. - Som dos todos, igual, deve ser. - Oi? - Som dos todos igual. - É melhor que um canetão mesmo. - É, eu tenho bastante. - Você tem duas pra você jogar o inimigo? - Quem é que não tem caneta ainda? - Quem tá sem caneta? - X ou o body? - Alguém tá sem caneta? - Então o jogo é assim, né? - É, o jogo é assim, né? - É, o jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - O jogo é assim, né? - Eu sou da ONG e ANAMOBI, do conservatório. - Que legal. - E fui convidada por um ser humano. - Ótimo. - Desculpa, eu ia só fazer desligo e não pedi estar mais cedo. - Tranquilo. - E o lanche é durante o tempo, né? - Ah, não, não. - Você bota uma canetinha pra você. - Não, eu trabalhei dentro, pra mim ficar só o tempo. - É? Tá bom. Aí vocês vão desenhar uma coisa sem sentido. - Ok. - E depois a outra pessoa vai tentar encontrar sentidos pra desenho quando estiver pronto. - Cada sentido que ela encontrar no seu desenho, você vai dar -1. - Daí -1, -1, -1. - Se ela, por exemplo, encontrar 3 ou 4 sentidos, ela fala "ah, uma casa, ah, um carro, ah, um prédio". - Você perdeu 3 pontos. - Aí você guarda na cabeça tudo que ela falou, tá? - Isso. - Aí vem o contamento poluído, né? - Guarda na cabeça o que você vai falar. - E depois que ela terminar de falar, não tem mais ideia, aí você começa a lembrar. - Ah, você falou "casa, carro e prédio". - E eu acho que isso aqui também é um super-homem, eu acho que isso aqui é o Batman, eu acho que isso aqui, - Cada ponto que você ganhar mais vai ficar no positivo, tá? - Se você só conseguir lembrar o que a pessoa falou, vai ficar zero. - O objetivo do jogo é ter mais pontos do que o colega. - Depois você vai trocar, o outro colega vai fazer um desenho e vamos ver quem consegue obter mais pontos nessa média. - Entenderam? - Mais ou menos. - Mais ou menos. - Vamos aos poucos que vocês vão entender. - Façam a primeira etapa que é desenhar um objeto sem sentido. - Eu vou ter que cronometrar pra gente não passar o tempo, tá bom? - Vocês vão ter 2 minutos pra esse desenho. - O processo de design, né, que eu tava explicando pra vocês, ele é um processo que você vai criar, você vai analisar e depois você vai sintetizar o que você analisou. - Isso vai acontecer em ciclos conceitivos, né, você vai repetir esse processo. - Criação, análise de síntese, criação, análise de síntese, criação, análise de síntese. - Cada vez que você cria, você melhora o seu desenho, você melhora a sua ideia, o seu conceito, tá? - Então basicamente é isso que o processo de design. - Até que você chega no limite, que é o teu prazo, custo, né, ou necessidade, a paixão, são as pressões externas que vão, às vezes, afumilar a PKK do processo de design. - Então essa, digamos assim, é a minha teoria. - Não vou explicar muito mais, mas a minha tese de tutorado explica justamente esse processo de design. E aqui eu vou mostrar um exemplo prático de um processo de design profissional feito pela empresa Tartio Design, que é o logo das Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro, que é considerada uma das melhores horas de design gráfico das últimas décadas, e é brasileira. - Aliás, né, o Brasil se está... - Nessa área, é verdade, é verdade. Não sei se o áudio vai ficar bom, mas vamos ver, vamos tentar. Será que vai dar para ouvir? - Tem uma caixinha. - Tem uma caixinha? - Ah, tem aí. - Preciso de um pouquinho mais aí. - Deu. [som de sirene]