Bom dia! Bom dia! Sou mais conhecido como Usabilidóio, Fred Van Amstel, professor aqui da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, mas eu sou um professor diferente, um professor que gosta de trabalhar na prática, de aprender fazendo. E hoje eu vou falar sobre as minhas experiências na PUC, desde que eu voltei da Holanda, nos últimos dois anos, eu tenho me concentrado em ajudar os meus estudantes a se tornarem empreendedores, fazendo a diferença no mundo com startups que são expansivas. O que eu quero dizer com expansiva? Espere até o final da palestra que vocês vão ver. Qual é o problema que nós temos nas startups hoje que precisa de startups expansivas? Gente, é estarecedor! 42% das startups que são fundadas no Vale do Silício, acabam falhando, fecham as portas, porque simplesmente não atendem a uma necessidade. Que absurdo! Como é que pode isso? Como é que pode? Os outros problemas que estão na top list das principais falhas das startups, que fazem elas fechar, estão relacionados ao quê? A minha especialidade, que é o design. Falta design nas startups. E quando eu estou falando de design, eu não estou falando apenas do visual, não estou falando que a coisa tem que ser bonitinha. Eu estou falando que precisa atender a uma necessidade, precisa ser diferente, precisa encantar as pessoas. A usabilidade, um tema que me fez a carreira construída, é um dos aspectos que o design trabalha. O próprio Steve Jobs já dizia isso há muito tempo. Design não é como as coisas se parecem, ou apenas como elas têm o aspecto de look and feel, que é o que você sente com a produção, com a poética daquele negócio, daquele objeto, mas é principalmente se ele funciona. Se ele funciona para a vida das pessoas, se ele realmente é útil para as pessoas. É isso que o design trabalha. No mundo das startups, é muito forte um conceito chamado startup enxuta. E o motivo dessa palestra é justamente fazer um contraponto a esse conceito, também conhecido como Lean Startup, no inglês. O Eric Ries escreveu um livro, que é um livro best-seller sobre como criar uma startup de sucesso, que ele explica em simples passos o que você precisa fazer para se tornar um bilionário e ter uma empresa unicórnio, um corpo de dinheiro. Ou seja, se você for um bilionário e tem uma empresa unicórnio em poucos anos. Não, na verdade, não é tão simples assim. Ele fala o seguinte, que quando você cria, tem uma ideia, você tem que o mais rápido possível transformar essa ideia num produto, colocar esse produto no mercado para as pessoas tentarem utilizar esse produto, e se não tentarem utilizar, ninguém quiser baixar, você aprende logo que aquela ideia não funciona. Outra ideia, começa com outro produto, ou seja, um ciclo muito rápido de ter ideia, construir essa ideia num produto ou num processo, medir o resultado dela, do teste que você faz na vida real, coletar os dados, analisar esses dados e aprender o mais rápido possível. Uma outra maneira de resumir a filosofia da startup enxuta é, errem logo para acertar o quanto antes. Então a ideia de erro, de você tentar, ou seja, tentativa e erro, é a base desse método considerado científico de fazer design. Então o Eric Willis disse, essa é a maneira científica de fazer design. Bom, eu sou professor de design e um cientista de design, além de ser um empreendedor. E eu digo o seguinte, essa é uma das visões, uma das possibilidades de você fazer ciência, uma das possibilidades de você criar uma startup. Eu já vou apresentar a minha versão. A ideia básica da startup enxuta, talvez a ideia que hoje mais tenha pegado na cabeça das pessoas, é o produto mínimo viável, ou MVP. O que que significa? Ao invés de você começar construindo o seu produto, focalizando na roda, aí você cria o seu produto com um carro, depois você faz o chassi, aí por último você dá o acabamento da carroceria toda, não começa com um carro. Se você quer criar, por exemplo, um carro voador, não começa criando um carro voador, começa criando uma pipa, começa com uma coisa simples. Então você faz lá um skate, depois você transforma num skate motorizado, uma bicicleta, uma motocicleta e por fim um carro completo. Ou seja, você vai testando diferentes versões do seu produto e entregando valor pra aprender o resultado, pra ver se realmente tem valor. Agora, se não tiver valor, se por acaso ninguém usar, se a pessoa achar que tá muito ruim, isso aqui tá mal feito, o que que acontece? Pivota. Pivotar significa o que? Você tá lá no jogo de basquete e você vai jogar a bola pro lado direito, aí você vê que tem um oponente que tá bloqueando, ele vai puxar a bola. Então o que que você faz? Você joga pro outro lado. E aí você gira. Esse processo de girar em cima de uma mesma base, atribui-se o nome de pivotagem. E a pivotagem se tornou, digamos assim, um nome muito comum, uma ação muito comum no mercado de startups. Tenta fazer, se não der, pivota, pivota, pivota, pivota. Veja, essa abordagem faz sentido. Realmente, você tem que tentar, senão você vai ser bloqueado pela concorrência, você pode cair, você pode perder o jogo. Só tem um problema, é muito caro trabalhar dessa maneira. É um risco muito grande que você tá assumindo, porque pode ser que você realmente não construa nada de valor. Então, os dados que você vai receber a partir do conhecimento, através de um produto que você tem, pode não gerar conhecimento. Então, dado não significa conhecimento. Você pode saber lá que, de repente, 300 pessoas usaram o seu produto, se for um aplicativo, 400 pessoas converteram. O que isso significa? Nada. Você não sabe por que algumas pessoas converteram e outras não. Pra você gerar conhecimento, você precisa ir além dos dados. Só que se você só tem um produto pra adquirir dados, talvez você esteja restringindo muito o que você pode aprender e o tipo de dados que você pode receber. Então, o principal problema que eu vejo na filosofia startup enxuta do Eric Ries, é o seguinte. Ela tende a fazer a pessoa confundir teimosia com perseverança. Com essa história de você criar uma startup, você ir pra frente, você ficar testando diferentes maneiras, mas no final das contas, a ideia, a base, quando você fala de pivotar, não pode ser mexida. Essa é a filosofia. Você pivota mudando o segmento de atuação, mas a tua ideia base vai continuar a mesma. Ou seja, mesmo depois de você receber tanta bordoada do mercado, ainda assim você não muda a sua ideia, você é teimoso e não perseverante. Vamos à minha proposta alternativa. A minha tese de doutorado se chama Design expansivo. Ela não trata de startups, é uma filosofia de design. E eu vou aproveitar pra adaptar algumas ideias que estão nessa tese de doutorado pra um mercado de startups. Na minha tese, eu desenvolvo a ideia de que o processo de design, ele existe enquanto uma coisa ideal e ele pode ser descrito nos livros técnicos sobre design e também nos livros técnicos sobre startups e chuta como uma série de etapas, um processo retroativo, recursivo, que se alimenta, você vai evoluindo. Então você cria, analisa e sintetiza. Depois você cria, analisa e sintetiza, e repete o mesmo processo numa etapa um pouquinho mais desenvolvida da sua ideia. Ou seja, você já validou algumas coisas e é muito parecido essa noção com a noção da startup e chuta. Só que na minha tese eu avalio que na realidade os processos são muito diferentes do que são nos livros. Por quê? Porque existe um elemento do mundo real que são as contradições. Contradições são forças opostas que vão impedir que você siga na direção que você deseja. Por quê? Porque o mundo, gente, ele é diferente da maneira como a gente pensa sobre ele. Quando a gente pensa, a gente pensa só um pedaço do mundo, a gente só vê um aspecto do mundo. Então, por exemplo, quando você vai criar uma startup, você vai sofrer contradições do tipo "Eu vou ter que satisfazer os clientes, mas eu tenho que criar um serviço que seja educativo." "Existe uma tradição na sociedade de fazer as coisas do jeito" "e eu vou ter que criar uma transcendência da maneira como as pessoas fazem." "Existe uma tendência de controle na sociedade e eu quero empatizar a autonomia." "Mas, por outro lado, as pessoas não querem deixar o controle de lado." Então, o que acontece? Um processo de design realista é um processo de design flexível que se adapta conforme você vai encontrando as mudanças, as forças sociais, as resistências que o mundo real impõe. Ou seja, uma ideia não pode ser mantida a mesma ideia durante todo o processo de inovação. Ela precisa se alterar conforme a inovação se torna materializada, concretizada através de protótipos e testes que você faz no mundo real. E isso é muito diferente da noção de pivotagem. Então, eu falo o seguinte, olha, design não é solução de problemas. Design é lidar com contradições. Então, encontre a contradição. Vá mais a fundo do que aquele problema que você acha que tem. Vá a fundo na raiz, na origem desse problema e encontre a contradição. Por quê? Essa contradição vai ser o quê? A metade da sua solução. Olha só que interessante. Vamos ver o que é contradição. Quem já viu esse quadro aqui do René Magritte? Sabe dizer o que está escrito? Quem sabe dizer? Isso não é um cachimbo, traduzindo aí do francês. Ué, não é um cachimbo? Como assim? O que é isso aqui? O que é isso aqui, gente? Me diga aí. O que é isso aqui? Se não é um cachimbo, o que é? É uma representação do real? O quê? O que você acha que é isso aqui? Se não é um cachimbo, o que é? É uma pintura de um cachimbo. Obrigado. É uma pintura de um cachimbo? Isso aqui é uma pintura de um cachimbo, gente? Ou isso aqui são raios luminosos que estão dentro daquele projetor, batendo aqui nessa tela e entrando no seu olho? Não tem resposta correta. Não há como resolver essa contradição. Não há como dizer que isso aqui é um cachimbo ou dizer que isso aqui não é um cachimbo. Então, a sacada genial desse artista foi pintar um quadro que tira sarro das pinturas. Tira sarro da representação e mostra para o outro lado de uma maneira muito séria que a gente nunca vai conseguir resolver esse problema. Porque nós vivemos num mundo, o mundo que o ser humano vive é um mundo de representações, ao mesmo tempo que também é um mundo real. Um startupero, iniciante, vendo, de repente, essa apresentação, "Ah, então nós temos um problema. Estas representações não são reais. Então nós temos que acabar com as representações mentirosas. Vamos agora somente ter representações corretas da realidade." E aí o que o cara faz? Ele cria uma solução para um problema que não existe. As pessoas não acham que isso é um problema, o fato de a representação ser diferente do mundo real. E aí ele vai e escreve lá um texto, transforma o texto em uma afirmação correta. Coloca ali uma câmera B8, de modo que a afirmação seja correta, coerente com a imagem. Mas fica muito palha, muito palha, não tem graça. O mundo do ser humano é interessante, ele se desenvolve, existe conhecimento, porque existe essa alternância entre realidade e representação. Agora veja o que acontece se você criar uma solução que não é uma solução. Pode ser que você ache que aquilo ali resolve o problema, só que as pessoas que vão ver, vão assistir a sua peça, vão ver a sua peça artística, não vão achar que aquilo resolve o problema. O próprio Magritte pintou outro quadro, alguns 20 anos depois, depois de toda a discussão daquele quadro inicial, e ele resolveu o problema da representação. Então, o que acontece? Isso não é o cachimbo, é o que está no quadro. Agora, o cachimbo que está pintado na parede é um cachimbo de verdade. Não, espera aí, será que é ou será que não é? Resolveu o problema? Não. Para o Magritte, essa foi a afirmação final do que ele acha que é a semiótica, o estudo dos signos. Mas ele não resolveu o problema. E o fato de ele não ter resolvido o problema é que permitiu que artistas brilhantes, como Jackson Pollock, emergissem no cenário artístico e questionasse a ideia de que a pintura precisa representar alguma coisa. A pintura não precisa representar objetos, ela pode simplesmente ser uma expressão de um sentimento espontâneo que ele sente na hora da criação artística. Então, quando você vê um quadro de Pollock, ele parece uma zona, ele parece uma bagunça. Mas é porque o momento artístico dele, o momento de expressão poética dele, era o momento que ele queria expressar isso. Então ele ia lá, ele se preparava horas, às vezes na frente do quadro, com as tintas, e, de repente, num momento limpo de criação, ele se sente pronto e começa a jogar as tintas de várias maneiras, muito técnicas, muito precisas e consistentes, porque em cada obra de Pollock você consegue perceber que o gotejamento de tinta que ele faz no quadro é diferente de qualquer outra tentativa que você tentar fazer. Se você tentar fazer um quadro de Pollock dessa maneira, você dificilmente vai conseguir, embora pareça fácil. Então ele chama atenção para a tinta, ele chama atenção para o processo de criação da pintura. E, com isso, ele consegue, assim como outros artistas que vieram depois, no movimento abstracionista, expressionista, eles conseguem transformar a ideia do que a gente tem de pintura. Então é isso. A startup expansiva vai a fundo no problema. Ela chega no conceito de contradição. O que está por trás desse problema e que a gente não vai conseguir resolver na nossa sociedade? E aí o que você faz? Você cria um serviço que ajuda as pessoas a lidar com esse problema, essa contradição, melhor dizendo, cotidianamente. Ou seja, a pessoa vai ter isso sempre na vida dela e ela vai aprender a lidar melhor com o nosso serviço. E às vezes as pessoas que não têm aquela contradição, não passam por isso, vão começar a passar também, porque você expande essa contradição para outros contextos. Daí tem o nome startup expansiva. Vamos ver alguns exemplos práticos? Então agora eu vou falar de alguns programas que a gente tem de apoio, de incentivo, de formação de startups na PUC-PEP. A gente tem um programa com várias empresas, no caso Apple. A gente tem um programa chamado BPEED, que é um programa de dois anos de formação de desenvolvedores e designers focalizados em aplicativos para iOS. Inclusive eu estou indo, depois dessa palestra, para a WWDC, na Califórnia, juntamente com nove alunos que foram selecionados este ano para participar dessa conferência. O aplicativo de maior sucesso dessa... Bom, eu acho que o áudio não está passando, né? Está passando? Bom, a startup que mais fez sucesso no BPEED é uma startup que traz o conceito de... que, melhor dizendo, reproduz a contradição de você querer aprender a tocar um instrumento... melhor, não querer aprender a tocar um instrumento, mas você querer tocar as músicas da hora. Então você não precisa aprender a tocar instrumento nenhum, você precisa aprender a usar o SuperPADS, que é um aplicativo muito simples, que tem um teclado que se customiza para a música que você vai tocar. Ou seja, se você aprender a tocar com um teclado de uma música, você não vai poder usar esse conhecimento para o teclado de outra música. Mas, por outro lado, você vai aprender muito mais rápido a tocar aquela música porque aquele teclado ali é customizado, adaptado para aquela música. Ou seja, uma ideia brilhante que mantém a contradição, você não vai aprender instrumento nenhum, mas você vai saber tocar a música do momento. Já está com mais de 2 milhões de usuários, é um dos aplicativos top das stores na área de música. Aconselho vocês aí quem quiser baixar, né? São empreendedores aí que surgiram, estudantes que surgiram aí na PUP-PR e que hoje estão fazendo sucesso no mundo todo. Outra startup que não surgiu na PUP-PR, mas se desenvolveu com os projetos do BEPID, foi a James Delivery, quem conhece aqui? Alguém já viu? James Delivery foi desenvolvida boa parte do sistema deles dentro do programa BEPID. Basicamente o que que é? É um serviço de entrega sob demanda. Se por acaso você quer pedir comida de um restaurante chique que não tem, que o serviço de entrega nem quer ter, você consegue. Ou seja, eles criam um sistema de delivery customizado para aquele restaurante. E o restaurante não vai ter serviço de delivery. Cada vez que for feito aquele serviço, vai acontecer a criação do serviço de delivery através de um sistema muito parecido com o Uber, né? Em que você tem vários entregadores distribuídos que não são da James Delivery, mas trabalham em colaboração com a James Delivery. É um aplicativo bem interessante que já tem mais de duas mil entregas por ano aqui em Curitiba e que está começando a abrir uma filial em Santa Catarina. Vamos falar agora sobre o programa Crowd, em parceria com a Telefônica. A gente começou agora um programa de aceleração com a Telefônica, que já tem mais de 15 startups que estão começando agora. Elas vão ter um período de sete meses de pré-aceleração para poder, de repente, receber uma aposta de 300 mil reais pela Telefônica no ano que vem. A startup que eu destaco, porque eu tenho interesse pessoal nela, eu sou vegetariano e tento me tornar vegano o máximo que eu posso, né? O que vende essa startup? Vende doces veganos, também sim lactose, para quem não é vegano, mas que tem deficiência de digestão de lactose, doces customizados. Você entra no site e vai dizer qual é a base, qual é o recheio, qual é a cobertura e ele te entrega na sua casa ou no lugar de trabalho, onde você estiver, por um preço muito acessível. Então a base do conceito dessa startup é "Quero comer doces, mas não posso". Então ela vai te dar um jeito de você ainda assim comer e manter a sua vida mais alegre, apesar de você não se tornar um cliente irregular. Justamente é uma customização de algo para ser essencial, não é para você comer todo dia esse doce. Outra startup que está fazendo parte do programa Crowd é a Infobiotics. Então é "info-biótico", né, que é em português. O que é isso? Essa startup começou a partir de um estudo feito na Santa Casa, aqui em Curitiba, que percebeu que vários dos antibióticos receitados para as pessoas, eles não eram eficientes para as doenças que as pessoas tinham e às vezes eles começavam a se tornar cada vez menos eficientes, porque as bactérias se tornavam resistentes àquele antibiótico na região geográfica que a pessoa morava. Então o que que acontece? Eles descobriram que se você, através de um algoritmo, se você distribuísse os antibióticos de acordo com a região onde a pessoa mora, você conseguia aumentar muito mais a efetividade desses antibióticos. Esse algoritmo foi implementado como um aplicativo e está sendo testado hoje na Santa Casa e pretende-se que ele se espalhe para o Brasil inteiro. Só na Santa Casa ele já gerou mais de 300 mil reais de economia com antibióticos no ano passado. Agora vamos falar sobre o programa Renault Experience 2.0, em parceria com a Renault. A Renault, ela tinha a intenção com esse programa de trazer novas ideias sobre conectividade e mobilidade para o bem da empresa. E uma coisa surpreendente é que boa parte desses startups não tem produto ligado com carro e ainda assim a Renault está muito interessada, porque mobilidade não se restringe a carro. Então vamos mostrar algumas startups aí. A primeira delas é o Nori. Nori é um aplicativo de... Deixa eu ver se vai sair o som. Não. Então eu vou explicar. Saiu o som? Não, não. Só para quem está na frente. [Talvez um belo cabral de som, porém, ou cabral de alto...] Não precisa, não precisa. Não precisa de cabral de alto, não tem problema. Se quiser... Enfim. A Nori é um aplicativo que serve para você dizer o que você vai fazer e onde você vai passar no seu dia a dia. E aí... Bom, deixa eu te explicar. Pensando nisso, nós usamos conceitos de várias áreas para deixar, mesmo você, em uma de diversas funções, mais próximas de um justo objetivo. E tudo isso de forma fácil e rápida. É só registrar essas atividades por texto, áudio ou vólgo, relacionadas a locais como casa, trabalho ou mercado. E pronto. O Nori vai planejar utilizar como programamento para realizar cada uma das atividades. E isso é claro. Eu bando em consideração a ideológica da execução para que você não perca tempo com os documentos desnecessários. Afinal, que gosto de perder tempo de crédito, né? Teste o Nori e retorne o controle da sua vida. Aí você fica pensando, o que que a Reno tem a ver com um aplicativo desses? Tudo. Tudo. A Reno está no processo de transformação digital e ela quer aprender como as startups funcionam para se tornar relevante no futuro em que os jovens já não querem, já não sonham mais em ter um carro. Vamos ver aqui uma outra solução, já mais integrada com o carro tradicional, mas também com o potencial de ser expandido para outros cenários. Então, a contradição básica dos marks capability é o seguinte, eu estou com pressa, pode ser que eu me esqueça de crianças ou animais dentro do carro. E vocês viram alguns casos que saíram nas notícias de crianças que vieram a falecer por conta desse problema. Infelizmente acontece. Graças a Deus ainda não é um problema que gera muitas fatalidades, mas de qualquer forma é uma questão fremente que foi dada uma abordagem que não soluciona o problema. Veja, a contradição permanece. Você continua podendo esquecer pessoas dentro do carro, mas o que acontece, vocês vão ver qual que é a solução que eles dão. No ano de aniversário da namorada do Leo, ele decidiu ir com seu cachorro menino à padaria comprar uma cesta de café da manhã. Ansioso e apressado para surpreender a sua namorada antes dela acordar, Leo esqueceu seu melhor amigo no carro. Já Luna, em uma rotina mais distraçante, e hoje, saiu atrasada para uma reunião. Apressada pelo trabalho, Bruno notou o que estava acontecendo na sua frente. Fernando tirou o dia de folga e decidiu encargar Luna. [Música] Enquanto se preparava para aproveitar seu dia, algo muito ruim estava acontecendo com seu carro. Felizmente, essas três pessoas são usuáveis do Smart Secure e logo conseguiram uma solução eficiente para os seus problemas. Leo recebeu uma notificação e buscou seu melhor amigo. Felizmente, o sistema Smart Secure acionou os órgãos de emergência e notificou os números cadastrados para o Leo. [Música] Fernando recebeu uma letra com a localização do seu veículo e acionou a polícia. Todas essas situações mostram como o Smart Secure é importante na vida das pessoas. Mesmo como é fácil de dar à sua comunidade, esse é um modo de conectividade do Smart Secure. Leo pode ser conectado com diversas regras para identificar o movimento do interior do veículo, arrumamentos, batidas e, além disso, esse modo também permite o rastreamento do veículo e todas as informações são enviadas via redes móveis para o seu aplicativo. No caso de batidas graves, ou seja, quando ocorre a abertura do Airbag, órgãos de emergência e números cadastrados são notificados imediatamente enviando a localização do acidente. Com o Smart Secure, você está sempre conectado. Viu como é fácil? Acesse nossa página e adquira o produto. Veja que interessante essa startup surgiu na Bahia. Esse programa, o Renault Experience 2.0, é um programa que atingiu mais de 400 equipes espalhadas por todo o Brasil utilizando uma maneira de inovar que a gente criou na PUC-TR, que é essa maneira da startup expansiva. Algumas startups conseguiram chegar lá e outras não. Essa startup específica não tenta resolver o problema inteiro através de mudança de carro. "Vamos mudar, fazer um novo carro que tenha sensor." Não! Vamos fazer um dispositivo embarcado que acrescenta um acessório para o carro que tem conectividade com o aplicativo. E vamos deixar as pessoas, permitir que elas esqueçam as coisas eventualmente, ao invés de ficar enchendo o saco delas com avisos, que ficam alarmes, de repente, que acabam tornando as pessoas mais esquecidas do que, de fato, mais atenciosas. Então, como criar uma startup expansiva na prática? É claro que não dá tempo de eu falar de todas as questões que a gente já apresenta para os nossos estudantes, mas eu vou dar uma visão geral sobre o processo de criação de uma startup expansiva. O primeiro deles é na formação de equipe. Construa uma equipe multidisciplinar, uma equipe diversa, que tenha pessoas de diferentes etnias, pessoas de diferentes cores de pele, pessoas de diferentes tamanhos de corpo. Tudo isso faz a maior diferença. Por quê? Porque essas pessoas trazem perspectivas diferentes, essas perspectivas diferentes colidem, surge o conflito, e do conflito surge a inovação. Esse é o padrão que eu estou observando nas startups que estão surgindo na FUT, que tem dado muito certo. Tente manter, ao longo do projeto, uma visão do todo. Sempre olhe para o todo. Não fique muito tempo perdido nas partes, sem voltar e pensar, "Espere aí, qual é a visão geral mesmo? Para onde a gente está indo?" "Bird's eye view, big picture." Você tem que manter isso. E uma ferramenta muito interessante para manter essa visão geral é o painel semântico. Enquanto você estiver tentando entender as necessidades das pessoas, não tente fazer isso da sua casa, sentado no escritório, na frente do computador, sem interagir com as pessoas, sem ver de fato o que elas estão fazendo. Vá, saia, levante da poltrona e vá ver as pessoas que serão seus futuros clientes no seu dia a dia. Tente entender os problemas para chegar nas contradições. Você só vai conseguir isso se ficar um tempo lá observando. Nas startups da Renault Experience, o pessoal teve que ir lá na oficina mecânica e observar como eram feitas as revisões para poder propor alguma coisa relevante para essa área. Quando você observar as coisas, observar as atividades dos usuários, você vai ter que analisar vários dados, e talvez seja difícil de você entender quais são mais relevantes. Para isso, existem frameworks, abordagens, maneiras de analisar uma atividade que geram resultados relevantes, como por exemplo, a teoria da atividade do sistema, que está por baixo, desenhada no cartão, e por cima, o Lego Series Play, que é uma metodologia para falar sobre coisas difíceis de falar utilizando o Lego. Depois que você tiver analisado a atividade, faça uma proposta de valor que seja baseada nesse conhecimento real do que é valor para a atividade dessas pessoas. Não comece um canvas da proposta de valor, que é uma ferramenta muito utilizada pelas startups, sem antes conversar com as pessoas. E depois que você constrói esse canvas, volta, conversa, observa as pessoas e compara o que elas falaram com o que elas realmente fazem. Porque aí sim, talvez você realmente entenda o que é que tem valor. Depois que você entender valor, você tem que pensar como sustentar a produção, a geração, a cocriação deste valor. Uma ferramenta que a gente usa muito é a rede de criação de valor, utilizando ferramentas como o Lego, massa de modelar, cartões, que materializam algo que é muito intangível, às vezes difícil para um estudante que está começando a visualizar. E principalmente, parte do processo é feito por um estudante, outra parte do processo é feita por outro estudante. Então, esses materiais criativos e coloridos, eles servem para permitir a cocriação, trabalho e equipe numa situação de equipe multidisciplinar. Depois que você tem uma proposta de valor sustentada numa rede de negócios, você começa a pensar em como prototipar, como, de fato, nos detalhes, entregar aquele valor. E aí, faça a prototipação com tudo aquilo que tiver à mão. Vá naquele seu armário, tem um monte de bricabracos velhos, vai no seu lixo reciclável, pega aqueles materiais, começa a juntar eles e vê se você consegue, com esses materiais, oferecer uma experiência parecida com o seu produto ou serviço ou processo. No caso aqui dessa foto, são os estudantes da PUC tentando bolar uma maneira de criar um curativo que evita que haja um acúmulo muito grande de plasma em cima de uma ferida causada por uma fratura exposta, que é uma ferida bem complicada. Então é uma espécie de sucção, movimento de sucção, que eles queriam provocar nesse curativo. Eles estavam testando isso com um cabo de estregão de chão. Eles compraram no supermercado, colocaram ali e viram se dava certo, se ia funcionar, se conseguiam construir um produto em cima dessa mesma mecânica. Ao invés de desenhar, eles foram lá comprar, testar, discutir e chegaram à conclusão que não ia funcionar. No projeto da Renan e o Simons, teve uma equipe que a gente falou "prototipa, prototipa", eles queriam criar um novo carro compacto. Então o que eles fizeram? Criaram um carro compacto utilizando papelão e colocaram esse papelão em cima de um scooter, não sei se estão percebendo, para dar a base, para ter a experiência de dirigir esse carro compacto de apenas um único passageiro. Por fim, a dica é, não importa tanto a tecnologia que você vai usar para prototipar, não importa se é papelão, se é WhatsApp, o importante é que a pessoa sinta a experiência, ela imagine o que está lá dentro. WhatsApp, eu acho hoje a ferramenta mais acessível, mais fácil, que está à mão da maior parte das pessoas para entregar o que a gente chama de "Minimum Valuable Service", ou "Serviço Mínimo Viável". Ao invés de você entregar um produto, que pode ser uma coisa que você vai fazer depois, testa aquilo como se fosse um serviço e tem uma pessoa fazendo manualmente o processamento que seria feito por um computador. A gente também chama essa técnica de "Mágico de Oz". Então, aqui você tem uma criação de um serviço mínimo viável para um jogo que tinha o objetivo de unir a família que estava distante, através de um desafio. Então, uma pessoa da família colocava um desafio, que era uma frase misteriosa, do tipo "monotonia". As outras pessoas da família tiravam fotos do que elas achavam que tinha a ver com monotonia. E a pessoa que escreveu a frase também tirava uma foto. Mas ninguém revelava até o momento em que todo mundo tinha tirado a foto. Então, todo mundo tirou a foto, beleza. Agora todo mundo pode revelar a foto. E aí existe uma votação para ver quem é, qual daquelas fotos é do autor original da frase. Então, você tem que entender quem é a pessoa, conhecer um pouco do background para você criar uma hipótese de qual é a foto daquela pessoa. Os outros que tiraram a foto, eles estão tentando confundir os outros jogadores para que eles votem na sua foto e com isso essas pessoas ganhem mais pontos por enganar os outros, por se fazer parecer com o autor original. Essa experiência que eu acabei de escrever para vocês, ela é totalmente possível de ser entregue através de WhatsApp. Basta que tenha uma pessoa ali controlando os turnos do jogo. O que foi exatamente o que esses alunos fizeram? Validaram esse conceito e hoje estão desenvolvendo esse aplicativo para sair na App Store em breve. O nome vai se chamar Outfox. Fiquem atentos aí, que provavelmente vai ser um dos próximos sucessos aí do DPD. Enfim, na PUC-PR a gente tem vários programas voltados aos nossos estudantes, mas como vocês viram, temos programas voltados aos estudantes fora da PUC e também profissionais de mercado que já estão há algum tempo trabalhando com empresas e querem empreender, querem criar um startup. A gente tem a Hotmilk, que é uma aceleradora de startups. Ela faz aceleração corporativa, também ajuda as empresas a inovarem e empreenderem internamente, criando soluções que podem vir a ser terceirizadas. Então, quem quiser participar, quem quiser contar uma ideia, tiver uma ideia de startup, pode vir e procurar no intervalo. Vocês têm direito a um minuto de pitch pessoal comigo. Se por acaso você me convencer de que a sua ideia é boa, eu te dou R$50,00 na hora. Se você conseguir responder todas as minhas perguntas, sem você te tubear, eu te dou R$50,00 na hora, pode vir no intervalo aí. Então é isso, acompanhe o nosso site hotmilk.com.br e o meu site pessoal, oshabilidoio.com.br. Muito obrigado! [Aplausos] [Música]